segunda-feira, 25 de março de 2013

Capitulo 5 - Runaway. Parte 1.



Dia de neve, tecnicamente dizendo. Na verdade, estamos sem aula por um tempo graças à nevasca que chegou aqui em Ontário.
   Quando a neve abaixou, me agasalhei bem e saí rumo à praça, eu não estava aguentando mais ficar trancada em casa depois de três dias sem sair por causa da neve e o tempo frio não era nenhum incomodo, pelo contrário, até me agradava.
   Passei a mão tirando uma fina camada de neve do banco que acumulou no pouco tempo entre sei lá quem limpar e eu sentar. Abri meu “O Ladrão de Raios” na página 176 e comecei a ler esperando Percy encontrar com a Medusa e acontecer tudo que eu já sabia, talvez por ser a segunda vez lendo. Não importa, eu gosto, mitologia grega me atrai, posso dizer que é a única matéria de história que eu realmente me interesso e importo, apesar de não gravar muito bem os nomes dos deuses.
- Posso me sentar?
- À vontade.                                                  
- Percy Jackson? Não está meio grandinha para isso?
- Não se tem idade para ler Justin – o olhei. – Isso não é Chapeuzinho Vermelho.
- É bom? – fechei o livro e o pus no meu colo segurando.
- Eu gosto, mitologia grega me agrada.
- Poderia até tentar ler, mas não curto muito leitura.
- Eu sei – abri o livro de novo e tentei recomeçar a ler. – Talvez se você parasse de jogar vídeo game quando está estudando, se interessasse mais.
- Onde viu isso?
- Tem imagem por toda a internet, basta procurar.
- Deve ser disso que a minha mão estava falando então.
- Vou confessar que você deu uma ideia para suas... como é o nome? – parei de ler de novo, na verdade, nem sei mais se estava lendo alguma coisa.
- Beliebers?
- Esse troço aí – voltei para o livro e descobri que eu não fazia à mínima ideia de onde eu lia.
- Uma má ideia seria!?
- Não, uma boa. Nem todo mundo curte estudar – desisti do livro de uma vez segurando ele em meu colo e me virei para o Justin. – O que você veio fazer aqui?
- Talvez o mesmo que você.
- Não vejo nenhum livro em suas mãos.
- Você só veio aqui para ler?
- Não, ninguém suporta três dias trancados em casa.
- Tenho que concordar, mas para falar a verdade estou até feliz.
- Claro, teve que adiar as viagens por causa da neve. Acertei o motivo?
- É sim, posso ficar mais tempo em casa, pena que foi literalmente em casa – ri, mas logo fechei a cara, senti algo estranho como se estivesse sendo observada. Não gostei nem um pouco daquilo. – Que foi?
- Nada, nada, acho.
- Então ta – Justin continuou falando alguma coisa que eu não consegui prestar atenção, a sensação de que estava sendo observada continuava, eu olhava para os lados e principalmente para uma pequena barreira de arbusto um pouco perto de nós procurando algo. – Lua!?
- Hã? Oi? Que foi?
- Você ouviu alguma coisa que eu disse?
- Desculpa Justin, mas ouvi não. To com uma sensação muito estranha.
- Que sensação?
- Parece que estou sendo observada, que estamos sendo observados e isso está ficando cada vez mais forte – ele franziu o cenho me encarando, talvez por alguns segundos estivesse me achando louca, mas depois olhou por trás de mim.
- Droga.
- O que?
- Droga, droga! Vem! – ele me puxou pelo braço, levantando e me carregando junto.
 Quase meu livro cai no chão. Começamos a correr para sei lá onde.
- Onde estamos indo?
- Eu não sei. Põe o capuz.
- Para que?
- Põe o capuz! – resolvi não discutir.
  Pus o capuz com a mesma mão que segurava o livro, por isso tive certa dificuldade. Ele corria desesperado e me puxava junto, sendo que eu não estava entendendo nada.
 Logo ele subiu o capuz também e olhou pela quarta vez para trás, resolvi olhar também e me arrependi.
  Não pude contar exatamente e até preferia não conseguir contar, três paparazzi já são o suficiente para me apavorar ainda mais, o pior, é que eu tinha certeza que não eram apenas três.
  Podia ser qualquer outra pessoa, mas por que paparazzi? Por que não podia ter outra pessoa com o Justin agora, tinha que ser justamente eu?
  Desespero.
  Sabe aqueles momentos em que você pensa que nada pode piorar, mas é aí que piora mesmo? Parece que esses momentos adoram acontecer comigo nas piores situações possíveis, como agora. 
 A minha sorte era que o capuz da blusa era grande o suficiente para tampar bem o meu rosto, batia em cima dos meus olhos, mas não atrapalhava a visão. Assim, talvez, as várias fotos que aquelas pessoas tiravam de nós dois não revelasse que a garota correndo com Justin, era eu. Meu medo era que tivessem conseguido fotografar meu rosto lá no parque, mas procurei não pensar muito nisso. Era realmente o meu maior medo e parecia que Justin também se preocupava, porque, uma hora ele parou e eu quase desequilibrei, mas fiquei firme. Ele olhou de um lado e de outro, mas ficou parado ali mesmo, a única reação foi me abraçar e eu não pensei duas vezes em enterrar meu rosto em seu peito para acabar com qualquer chance deles tirarem fotos mais “objetivas” de mim.
  Podia perceber os flashes, eram mais fortes do que uma câmera digital normal. Não era apenas uma, não era flash suficiente para apenas três câmeras, qual é!
- Para onde vamos agora? Estamos rodeados – a sensação que eu tinha era que ele mexia a cabeça de um lado para o outro procurando uma saída para nós dois de um jeito preocupado, mas isso sua voz já denunciava.
 Ele também estava assustado, talvez não tanto quanto eu, talvez mais ou menos, mas assuntado.
 Tentei me acalmar, esquecer um pouco do desespero e ver se raciocinava. Comecei pela respiração atualmente ofegante e procurei dar um juízo as minhas ideias.
- Já sei!
  Corri sem largar a mão dele um segundo sequer, ou seja, carreguei junto comigo o puxando.
   Acabou que os paparazzi ficaram para trás de nós, então a minha frente estava livre, mas não era seguro levantar o capuz, apenas ajeitei o suficiente para que eu pudesse enxergar um pouco melhor.
  Eu podia sentir os flashes até de olhos fechados e as pessoas da rua – pelo menos as poucas que observei – olhavam aquilo boquiabertas, como se fosse o evento do ano graças à chuva de luzes brancas que saiam das maquinas profissionais daqueles caras. 
 Virei em uma esquina e entrei na primeira loja, quase derrubando Justin pelo puxão surpresa. Fui até o balcão e procurei falar rápido, mas menos ofegante possível.
- Precisamos nos esconder.
- Vão para os provadores – ela mal terminou de falar e eu já corria carregando Justin comigo para uma das cabines na lateral de loja.
Ficamos em estado de choque por um tempo olhando um para cara do outro e ofegando, até que voltamos a Terra e separarmos a nossas mãos desviado o olhar.
- Minha mão está suada – comentei a esfregando na minha calça jeans.
- A minha também. Foi...
- A adrenalina, o desespero, a surpresa, o medo. Tudo.
- Foi isso, exatamente tudo.
- Droga! Meu livro! – senti o desespero todo voltar quando vi que não o segurava mais. – Que merda!
- Será que você deixou cair?
- Espero que não, realmente espero que não. Imagina se aqueles caras encontram? Não. Não.
- Tem pelo menos seu nome ou algo assim?
- Já passei da idade de por nomes em livros.
- Isso quer dizer que não. Mas calma, se quiser eu compro outro para você depois.
- Não cara, você não entende. Aquele livro era meu! Eu comprei, quero ele, não sou muito fã de substitutos.
- Certo. Certo. Mas calma, até estar seguro lá fora, não podemos fazer nada – fechei os olhos e tentei respirar fundo.
- Eram quantos? – olhei para Justin.
- No começo eram quatro depois apareceram mais nove – cheguei a xingar mentalmente por isso, se tinham 13 paparazzi, com certeza, pelo menos, algum tirou uma foto me identificando.
- Inferno – de tudo o que eu havia pensado, “inferno” foi o mais leve que eu encontrei para dizer.
 Eu olhava para tudo, menos para ele, desde a minha aparência – e as minhas botas mais brancas do que preta por causa da neve – pelo espelho ao detalhe do pano da cortina vermelha que tampava o provador.
Encostei a cabeça na divisória e respirei fundo, louca para sair dali.
- Fiquei assuntada e, com muito medo – confessei.
- Também fiquei – o olhei.
- Mas você deve está acostumado com ataques de paparazzi.
- Até que estou, mas não assim. Realmente fiquei com medo.
- Por que se está acostumado? Pior foi para mim! O medo de que pudessem tirar foto que me reconheça ainda está em mim.
- E é disso que eu tenho medo. Nunca precisei esconder ninguém, mas estou com você. Não me importo com que tirem fotos de mim, mas eu estava preocupado contigo.
- Isso me lembra uma coisa, tal coisa que nunca entendi muito bem.
- Que coisa seria?
- Por que você nunca disse que eu era eu? Sabe, que a Favorite Girl que tanto fala sou eu?
- É isso que você quer? Que o mundo todo saiba quem é você?
- Não! Não.
- Eu sabia disso, ou melhor, imaginava. Sem contar que não seria certo dizer que você é a garota que eu amava, ou melhor, que é a garota que amo, a minha verdadeira Favorite Girl se nem ao menos juntos estávamos – ele começou a acariciar o meu rosto e deu um curto passo para frente, a questão é que a cabine já era pequena então ele ficou próximo até demais.
- Acho que eu devo agradecer por isso – praticamente sussurrei, nem preciso explicar o porque.
- E eu sei um jeito.
A última visão que tive antes de fechar os olhos foi dele observando o meu rosto e principalmente minha boca já que nossas testas estavam quase grudadas em algum momento.
- Acho que é seguro sairmos – virei o rosto e saí pela cortina vermelha de pano pesado, tirando a minha blusa de frio e jogando no pé de uma arara, para qualquer coisa, não me reconhecerem.
Fui até o balcão e pus meus braços sobre o mesmo falando com a moça que estava tomando conta da loja de roupas.
- É seguro sair?
- Acho que sim, o alvoroço da rua acabou – quando me virei, ainda com um dos meus braços sobre o balcão, vi Justin chegando mais perto com uma expressão muito frustrada.
- Justin, essa é Angelie, ela é prima da Karol, a loja é da mãe dela e bom, parece que a Sra. Clark te deixou em uma encrenca em Angel.
- Que nada! Ainda bem que ela pediu para eu ficar aqui, se não teria perdido toda a diversão – rimos, mas Justin ainda continuava com uma expressão frustrada.
- Prazer em conhecer você Angelie.
- Relaxa, me chama de Angel e o prazer é com certeza todo meu – ele nem sequer a cumprimentou, se a olhou por cinco segundos foi muito, preferia me encarar um pouco zangado enquanto eu sorria tranquila. – Quando Karol me disse que conhecia e era amiga do Justin Bieber eu nunca acreditei, mas é verdade mesmo né!? – ela sussurrou para mim. Ri.
- É sim. Bom Bieber, melhor ir embora, não?
- Também acho. Vamos?
- Como assim “vamos”?
- Ué, nós dois rumo a nossas casas. Entendeu o “vamos”?
- Bom, entendo que você vai, eu fico e antes que proteste, número um: não estou a fim de ser seguida por paparazzi de novo, foi adrenalina suficiente por um dia; número dois: vou subir e falar um pouco com a Karol, tenho outros amigos se não sabe.
- Ah que se dane! Não estou a fim de discutir com você e nem sequer fazer coisa parecida. Tchau. Foi bom te conhecer Angel – ele foi falando e andando em direção a porta super zangado. A fala foi encerrada pelo barulho da porta se fechando.
- O mesmo – Angel respondeu, mas já estávamos o vendo passar pela fachada da loja pelas grandes janelas de vidro ao lado da porta.
Apenas ri da situação.
- O que houve lá dentro? Por que ele saiu tão zangado?
- Nada demais, ele só estava irritado por causa dos fotógrafos. Então Angel, vou subir – bati no balcão com a palma da mão e me afastei indo para uma porta ao lado de onde a garota de cabelos negros e olhos verdes estava.
- Ah! Lua! – a olhei. – Acho que isso é seu – ela levantou um livro de capa verde com o desenho de um garoto dentro da água segurando o um chifre de Minotauro quebrado e em letras douradas grandes dizendo: “O Ladrão de Raios”.
- Meu livro! – praticamente gritei, depois peguei de sua mão e fiquei encarando, com os olhos brilhando provavelmente, aquela capa meio esverdeada.
 Mal abri a porta e voltei correndo para a arara onde tinha deixado a minha blusa de frio e depois corri de volta para a porta cinza subindo as escadas enfim.
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Cara, o número de visualização é alto, mas só tem UM comentário!? Como assim????? Por que?? Vocês não me amam mais é isso? D: 
Ta, parei de drama.
Mas cara, cadê?

segunda-feira, 18 de março de 2013

Capitulo 4 - Merry Christmas and Happy New Year. Parte Final.



(...)
- Lua! Anda! Estamos atrasados!
- Nem estamos! Faltam duas horas para meia noite ainda. Vamos chegar esse ano, relaxa.
- O que tanto faz aí em cima?
- Tentando encaixar o tênis!
- Não acredito que vai de tênis!
- Não acredito que ainda me diz isso.
- Ok, Ok...
- Encaixa! – praticamente gritei com o tênis, como se ele fosse ouvir.
- Por que você não amarra? – minha passou reto pelo corredor.
- Eu? Amarrar um all star? Nunca! Amém! Encaixou! – levantei, dei alguns passos para lá e para cá para vê se estava frouxo, depois saí do quarto correndo pelo corredor até o quarto dos meus pais. – Pronta.
- Agora espera – minha estava sentada enfrente ao espelho da penteadeira retocando a maquiagem feita há nem 20 minutos atrás.
- Estamos atrasados! – fui irônica ao dizer.
- Nem estamos! Faltam duas horas para meia noite ainda – e minha mãe também ao responder.
- Espero vocês lá em baixo – gritei já correndo até a escada.
- Ok – e minha mãe gritou de volta.
 Fui até o quarto só para pegar o celular, então mal entrei, depois desci as escadas e me joguei no sofá. Fique brincando com o celular, entrei na internet e fiquei jogando palavras fora no twitter, dizia qualquer coisa, cantava o que vinha à minha cabeça, enfim, fique fazendo nada.
- Com que casaco você vai? – minha mãe parou no pé da escada e ficou me encarando, mas eu não tirava os olhos do celular.
- Com o marrom.
- Mas você foi com ele no natal.
- E vou de novo.
- Por que vai repetir?
- Qual o problema de repetir?
- Tem que ter roupas novas – agora a olhei.
- Mãe, é festa de Ano Novo e não de Roupa Nova – depois voltei para o celular –, além do mais não tenho qual outro usar.
- Claro que têm, aquele meio bege que eu comprei para você no inverno passado, você nunca usou, é uma boa.
- Mãe! Aquilo não tem nada haver comigo – agora ela tem a minha total atenção.
- Claro que tem, super combina com você.
- Ah! Combina muito, aquele troço todo chique e eu com all star, calça jeans e camiseta.
- Troca – ela sorriu. Essa ideia realmente passou pela cabeça dela?
- Fico sem combinar, mas não troco meu all star – levantei do sofá com os olhos semicerrados para ela. – Você venceu – dita essas palavras, ela me deu espaço na frente da escada para eu passar. Subi correndo e quase entrando no meu quarto vi meu pai vindo em direção contraria.
- Já está pronta Lua?
- Estava, agora sua mulher me mandou pegar outro casaco. Sorte é que eu puxei a ti e não a ela.
- Por quê?
- Porque dona Anna trocaria cada peça de roupa só por um casaco, como a mesma sugeriu – ele riu.
- Que sorte que você não é a sua mãe – ele continuou andando.
- Sorte mesmo. Desço assim que achar o casaco. Dois minutos pretendo.
- Ok – e ele sumiu descendo as escadas.
Se eu não achasse o casaco em dois minutos, desistiria de procurar, mas a minha mãe é mais esperta do que eu imaginava. Assim que abri o guarda roupa lá estava ele prontinho para ser usado, bastava apenas vestir.
 Revirei os olhos com a cena e vesti aquilo para terminar de montar o look.
- Sabe que all star não combina com isso né? – a minha perguntou logo que desci as escadas.
- Sabe que foi você que me “obrigou” a usar isso né? – fiz as aspas.
- Não acredito que você vai assim.
- Não acredito que você ainda me faz essa pergunta.
- É ano novo, sem brigas, por favor – meu pai entrou no meio. – Vamos, antes que o ano acabe ou que vocês se matem – ele passou na nossa frente acabando com a batalha visual entre minha mãe e eu.
 Querido Deus, por que minha mãe tinha que ser assim? Pior, por que ela ainda insiste em ser assim? Já não passou um pouquinho da hora dela querer mandar no meu modo de agir e de vestir? Ok, ela é a minha mãe, mas essa briga dura há anos! Uma coisa era quando eu tinha 10, 12 anos, agora já irei para os 18 e ela ainda quer escolher o que eu vou vestir. Se ela reclama do que eu uso, vou sair de vestido colado e mini saia para ver o que ela vai falar, que droga!
Não, por mais que eu não goste disso, eu nunca faria uma besteira dessa comigo mesma.
Quando chegamos à casa do Justin minha preguiça não me deixou tirar o casaco, nem precisou também.
- Aí uma coisa que eu não imaginaria você usando.
- Se refere ao casaco? – ele assentiu. – Nem eu.
- Então... – ele franziu o cenho confuso.
- Presente da minha querida mãe.
- Então é por isso que não tem nada haver com você.
- Pois é. Nem iria usar. Sabe, já pus uma camisa branca mesmo, porque se não fosse ela não me deixaria sair de casa.
- Você acredita nessas coisas?
- Não! Mas ela sim – ele riu, talvez da minha careta ou do meu modo de falar, não importa.
- Ela não muda nunca né?
- Não mesmo! – acabei sorrindo, assim como ele que me encarava nos olhos e sabe qual o mais legal? Eu não conseguia desviar os meus dos dele.
- E cadê o... – olhei para os lados com certo sacrifício.
- Chris? Ele vai chegar daqui a pouco. A Sra. Beadles e a Caitlin demoram um pouco para se arrumar, do tipo que faz dez minutos virar meia hora, sabe?
- Tipo, uma Anna Houston?
- Por aí! – e ele riu de novo. – Se não fosse pelo Chris, eu preferia que eles nem viessem, ou sei lá, que simplesmente a Caitlin já tivesse arranjado amigas o suficiente para não vir.
- Cara! Que amor pela namoradinha.
- Amor? Eu to é de saco cheio! Ela não larga do meu pé! Desde que você chegou então! Nem comento.
 - Ah cara, viu, fica de joguinho de marketing para cima da mídia, se livra dessa Bieber.
 - Eu achei que depois de tudo ela ia ser legal, mas nem uma semana depois que começamos a namorar vi que não tinha mais jeito. Pode parecer maldade da minha parte, mas não a suporto.
- E por que não terminam?
- Você acha que eu já não tentei? Mas mesmo assim ela fica no meu pé. Ultimamente então!
- Por que ultimamente?
- Você ainda pergunta?
- Não foi o que eu acabei de fazer?
- Realmente não sabe a resposta?
- Se você não me contar, não vou saber mesmo.
- Ela ficou pior por causa de...
- “De...” o que criatura?
- Você.
 Gelei, sem mais. Procurei em cada centímetro do meu cérebro uma resposta rápida e eficiente, mas não dava. Talvez o fato dos meus olhos estarem fixados nos seus fazia com que simplesmente qualquer parte de mim que exigia algum esforço a mais, ou seja, que não tão básico quando respirar – o que se bobear eu também esqueceria, ou talvez já passei dessa “fase” – não funcionasse muito bem.
- Sabe que já passou tempo demais para me dar uma resposta convincente né?
- Sei, pior que sei muito bem – ele deu um sorrisinho satisfeito. – Mas não entendo esse seu sorrisinho satisfeito, isso só quer dizer que ela sente um ciúmes idiota de mim.
- E você não acha isso motivo suficiente?
- Não, é tudo coisa dela.
- Para ter ciúmes, tem que ter alguma coisa haver não acha?
- Sei lá, isso é como esse seu ciúme sem sentido com relação ao Chris.
- Mas isso eu já expliquei.
- Mas ainda não entra na minha cabeça! É tão sem sentido.
- Já disse, é que vocês ficaram próximos demais, em tão pouco tempo.
- Ok, mas sempre foi assim com o Luka. Notou que a gente só inverteu? Tipo, eu conhecia o Luka, aí te apresentei e vocês ficaram amigos. Você conhecia o Chris, me apresentou, e ficamos amigos.
- Amigos demais para o meu gosto – ele fechou a cara, como se não gostasse da ideia, o que, pelo que me parecia, realmente não gostava.
- Ah qual é? Sou uma pessoa carente ta? Tenho vários amigos, mas parece que todos me abandonaram! Nem os mais chegados, nem os mais distantes estão por perto – fiz um bico aborrecida. – Chris é o mais perto de mim porque é o único que sempre está aqui, e não adianta dizer que não é verdade porque é sim! Você vive viajando, o trio, Luka, Hayely e Karol parecem que nem me conhecem mais! Entendo os problemas entre Halle e Luka, mas sei lá, acho tão estranho. Nos conhecemos toda a vida e agora é como se acabássemos de nos tornar amigos.
- Tenta entender esses dois, não é de hoje que estão com problemas. Espera aí! Você mudou de assunto! – sorri, apesar de que foi sem querer, sorri de um modo que dava para entender que fiz de propósito.
 Ele parou de me olhar com aquela expressão brincalhona com os olhos semicerrados e eu pude notar seus olhos passearem pelo meu rosto fazendo com que meu sorriso se desfizesse de imediato, transmitindo certa tensão pelos meus olhos.
- A Caitlin tem motivos de sobra para ter ciúmes de você, e você sabe disso.
- Mas nós terminamos há muito tempo e não temos nada demais.
- Você fala isso como se não lembrasse do beijo.
- Eu já pedi para esquecer aquilo, já até te dei um motivo.
- Mas você acha realmente que eu acreditei? – assenti. – Fala sério Lua! Aquilo de que você se sentiu mal por não ter me dado nada no natal, não colou.
- Mas ela não sabe! Ou sabe?
- Não. Não.
- Então eu não entendo, não dou razão para ela sentir isso.
- Mas talvez eu dê.
 Eu estava tão atordoada com aquilo que nem sequer notei a proximidade de nossos rostos. Eu sentia seu hálito quente bater um pouco forte devido a pouca distância. Meus olhos até já começavam a se fechar e a minha boca a abrir.
- Just! – tinha um detalhe, quem chegasse poderia nos ver perfeitamente e logo quem eu menos queria sequer ver mais uma vez na minha vida, chegou.
 Nos afastamos, ou melhor, Justin se afastou de mim, eu apenas virei o rosto desejando que ela morresse, por causa da raiva. Mas logo voltei, tentando uma expressão mais relaxada, aí a vi perdurada no pescoço dele com um braço sendo que ele estava esticando o mesmo para o lado tentando se afastar dela e olhando para cima, depois me olhou ainda esticando o pescoço.
- Meu irmão está para lá – ela apontou para um lugar qualquer –, pode ir, deixa que eu cuido do Justin – fique a encarando meio “fala sério”. – Vai, vai.. está esperando o que?
- Caitlin, você fez algum curso para ser chata ou é assim mesmo? – esperei só o tempo de perceber que ela se irritou e saí dali.
Calma Lua, é ano novo, não precisar se irritar com alguém tão inútil como Caitlin Beadles.
- Posso matar a sua irmã? – perguntei ao Chris, depois bufei e me joguei no sofá da sala.
- Ela te atrapalhou com o Justin? – assenti. – Isso era de se imaginar, por que está tão aborrecida?
- Por que era para eu não estar? – me sentei. – Não dá mais e eu lembro disso todos os segundos da minha vida, mas quando estou com ele daquele jeito, parece que esqueço até que o mundo existe.
- Por que “não dá mais”?
- Eu não quero mais ficar com o Justin!
- Não quer? Não foi o que me pareceu quando cheguei.
- Eu não posso – praticamente sussurrei.
- Po...
- Chris! Esquece isso ok? Já to legal, é que às vezes eu esqueço como a sua irmã pode ser estúpida.
- Tem certeza?
- Claro! Já se passaram dois minutos desde o que aconteceu – fechei meus olhos firmes e fiz um biquinho para o Chris, depois abri os olhos e sorri. Ele riu.
- Você é louca.
- Me conte uma novidade! – ri também.
- Vamos! Vamos todos! Vai dar meia noite! – Pattie gritou de sei lá onde.
- Vem! – Chris se levantou do braço do sofá e eu me levantei logo em seguida, mas ele correu até o jardim interno e eu fiquei um para trás, mas depois driblei as pessoas e fiquei ao lado dele.
- Faça um pedido – Chris disse sorrindo para mim.
 5... 4... 3... 2... 1... FELIZ ANO NOVO!
 Fechei meus olhos e fiz um pedido, rápido, simples, e quando abri, era aquela maratona de fogos de artifícios no céu e abraços na terra, sem contar os desejos de “feliz ano novo”. Fiquei um pouco perdida no meio daqueles abraços, era um de um lado, outros do outro até que eu nem sabia quem já tinha me abraçado – como se tivesse muita gente.
- Feliz ano novo Lua – ele me abraçou.
- Feliz ano novo tigrinho.
 - Essa você não se esquece né? – nos afastamos.
- Nunca – Chris passou a olhar um ponto atrás de mim. Franzi o cenho ainda sorrindo e ele deu um aceno discreto com a cabeça ainda olhando para trás de mim. Me virei e senti alguém me abraçar.
- Não poderia deixar de te desejar feliz ano novo.
- Para você também Justin – ele se afastou. – Fez seu pedido?
- Fiz sim e você?
- Fiz.                                              
- E qual é?
- Se eu contar não vai acontecer.
- Tem haver comigo? – ri.
- Se eu disser não vai ter graça.
- Por quê?
- Porque não oras! E sua namoradinha?
- Por que você liga tanto para Caitlin!?
- Eu não me importo com ela, sério, mas se ela aparecer e fazer o mesmo showzinho do que agora pouco, vai levar outro soco de mim – ele riu.
- Relaxa, fugi dela por alguns segundos.
- Resta saber quantos.
- Queria que fosse pelo resto da vida.
- Pelo resto da vida é muito tempo.
- Longe da Caitlin? Para mim ainda é pouco.
- Quanto ódio.
- Não é ódio, estou apenas no meu limite.
- Justin! – por que ela não vai embora? Não desaparece? Não vai para marte ou plutão que nem planeta é mais? Por quê?
- Vai lá Justin, é melhor que ela não venha aqui – ele revirou os olhos.
- Fazer o que?
 Virei para o Chris assim que ele se foi, respirei fundo de olhos fechados e depois os abri.
- Assim não dá – disse.
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Sim, acabou, comemorem! UHASUDHASUHASUHAUS