quarta-feira, 30 de outubro de 2013

9º capitulo: Bonjour la France. Parte 2.

- Relaxa JB.
- Estou tentando, mas está um pouco difícil. Vai demorar pra chegar?
- Na verdade – de repente o carro parou –, já chegamos.
- Finalmente! – peguei meu celular no bolso e digitei o número mais do que decorado para mim.
- Hum?
- Desde quando você atende telefone com “hum”?
- Ta reclamando? Tem certeza disso? Estou querendo me matar de tanto tédio já!
- Calma, calma, não morra. Pode descer, nós já chegamos.
- Amém! A gente se vê aí embaixo então.
- Ok, até.
- Até
- Ela já está vindo?
- E com um mau humor daqueles!
- Por quê?
- Ela não é muito tolerante ao tédio e, bem, uma tarde se arrumando não é algo que ela acha “divertido” – ele riu.
 Ficamos em silêncio por não tenho noção de quanto tempo, eu estava tentando me acalmar.
- Sua mão parou de suar?
- Sim.
- Sua respiração está normal?
- Um pouco. Por quê?
- Então se prepare para todos os sintomas voltarem.
 Ele então saiu do carro e eu olhei pela janela, como se não bastasse a mão ter voltado a suar meu queixo tinha que ir lá no chão. Qual é Justin! Para que tanto desespero? Não é a primeira vez que vocês vão sair juntos, não é a primeira vez que ela está usando um vestido e super maquiada. Ah! Mas se fosse naquela época não estaríamos em Paris, não teria tanto fotografo fora do restaurante antes de chegarmos, eu não teria um segurança, fãs que se descobrirem que a Lua é a minha “Favorite Girl” armariam um plano de assassinato – talvez eu tenha exagerado agora – e eu sequer pensava o quanto ela é gostosa. Não me julguem! Sou um cara de 18 anos e ela estava gostosa.
 Agora, se Lua descobrir que eu pensei nisso ela me mata – dessa vez sem exagero. Ela sempre detestou quando as pessoas tratam uma as outras como pedaços de carne, e achar alguém “gostoso” se inclui nisso, porque, como sabe se nunca comeu? Afinal ninguém é canibal ou é?
 É bom saber que to passando tempo demais com ela a ponto de pegar mania das coisas que ela fala.
 Abri a porta do carro para sair, Kenny já tinha dado a volta e parado justamente naquela porta para abrir quando Lua se aproximasse mais, mas se eu ficasse lá dentro olhando não daria muito certo.
- Se eu dissesse para você ficar aí dentro ia adiantar alguma coisa? – Kenny perguntou.
- Não.
- É, sabia – saí do carro e ela chegou mais perto de nós, estava apenas acompanhada pela minha mãe.
  Lua usava um vestido curto branco com detalhes preto e uma sandália de salto alto fazendo com que ficássemos do mesmo tamanho – estranheza número um: eu estar mais alto do que ela, mas isso eu já tinha me acostumado; estranheza número dois: ela de salto e isso é mais bizarro. De acessório usava a mesma corrente de prata com um J e no pulso esquerdo duas pulseiras, uma era daquelas redondas que eu não sei explicar exatamente como era e a outra era de corrente com alguns pingentes, mas sinceramente, eu não via um bom motivo para reparar em pingentes naquele momento.   
- Achei que íamos em um encontro e não em um velório – ela sorriu me olhando depois de notar o que eu estava usando.
- Há, há, há, você é hilária sabia? Ryan vai ficar muito ofendido com isso sabia?
- Está certo, me esqueci não tem a capacidade de montar um visual sozinho.
- Qual é? Até parece que foi você quem escolheu esse look todo!
- Foi – olhei para a minha mãe atrás dela.
- Ela que escolheu exatamente tudo! – minha mãe deu de ombros.
- Ok então... pronta para ir? – ela riu.
- Você está legal Bieber – disse entrando no carro.
- Obrigado, você também não está nada mal Houston – entrei fechando a porta.
- Hey, hum... – minha mãe se debruçou na janela. – Juízo vocês dois ok? Por favor, juízo.
- Ok mãe.
- Pode deixar Pattie.
- Vão com Deus e boa sorte – ela se afastou.
- Tchau mãe.
- Tchau Pattie.
Kenny entrou no carro.
- Prontos?
- Nunca – respondi.
- Definitivamente não – Lua respondeu.
- Então vamos – ele deu a partida.
O silêncio permaneceu por um longo tempo, eu estava nervoso e Lua também não estava assim tão melhor do que eu.
- Nervosa?
- Quer mesmo que eu responda?
- Não, obrigado.
- Como vai ser?
- Como vai ser o que?
- Quando chegarmos lá né anta!
- A gente entra pela frente, mas a nossa reserva e mais para dentro do restaurante, longe das portas e janelas, com disfarce de todo o resto. Sem nenhum risco – apesar de que eu mesmo não acreditava nisso, tentei parecer confiante. – Lua? Tudo bem? – a maquiagem não deixava eu dizer bem, mas podia jurar que estava pálida, mas não precisava saber a cor da pele, os olhos arregalados, a perna que não parava quieta, a língua passando nos lábios o tempo todo e o olhar disperso já me diziam claramente o quanto ela estava apavorada.
- Tudo.
- Tem certeza.
- Mas é claro – sentei na ponta do banco para a encarar melhor, ela ainda estava sentada de qualquer jeito completamente inquieta e não me olhava, continuei a encarando até ganhar sua atenção – que não – completou me olhando, depois encarou o lado de fora pela janela.
- Vai dar certo, ninguém vai ver que é você – segurei sua mão.
- Qual é! Você mesmo está tentando se convencer disso! – puxou sua mão da minha e depois de um tempo respirou fundo. – Desculpa – voltou a me olhar –, estou muito nervosa e com medo – ela não segurou a minha mão, simplesmente voou no meu pescoço em um abraço apertado e é obvio que eu devolvi.
- Eu não sei onde estava com a cabeça, ter te pedido para vir não foi uma boa ideia.
- Eu já assumi o perigo Justin, você ter pedido não foi nada demais, eu ter aceitado que foi – ela se afastou.
- Eu não deveria ter sugerido.
- É seu aniversário! Não faz mal um pequeno sacrifício – ela tentava sorrir confiante.
- Você não entende! Você está certa! Nem eu sei mais se tudo vai dar certo.
- Não, eu não estou certa, estou sendo pessimista como sempre.
- Não é pessimismo é realismo.
- Sou eu quem falo isso sempre, e se dessa vez estou dizendo que fui pessimista é porque fui.
- Chegamos – Kenny disse assim que parou o carro.
- Por favor, a última coisa que precisamos agora é de pensamentos negativos – nos olhávamos nos olhos. – Vamos? – entrelaçou nossos dedos.
 Fechei os olhos e respirei fundo, depois assenti. Ela respirou fundo e eu abri a porta do carro esperando uma chuva de fleches.   
 Não teve uma “chuva”, mas sim “fleches”, um ali, outro cá... nada muito espantoso, mesmo assim, a Lua mexia nervosamente nos óculos escuros de armação branca que usava para esconder o rosto e na franja que também ajudava a esconder mesmo quando já estávamos dentro do restaurante. Disse a recepcionista o nome da reserva – que não era o meu, obvio – e ela chamou um garçom que nos levou até uma mesa longe de todas as janelas e portas, dos olhares da maioria das pessoas ali também.
 O garçom anotou os nossos pedidos, a Lua não abriu a boca um segundo mais depois do carro – então eu tive que pedir tanto para mim quanto para ela –, mas foi a primeira a quebrar o silêncio depois que o garçom se foi.
- Usar óculos escuros de noite, esta aí uma coisa que eu nunca imaginaria fazer – os tirou e pôs na mesa. – Sempre achei coisa de louco.
- Cá entre nós, você não é muito normal – ela riu e eu também.
- Você tem razão. – ela sequer me olhava, apenas brincava com a ponta de uma das pernas do óculos, com um sorriso “monalitico” no rosto.
- Lua...
- Eu estou um pouco assustada ainda – ela parou de brincar, pôs os braços cruzados na mesa e me encarou – sei lá, depois daquela vez, eu esperava bem mais daqui. Só preciso me acalmar – ela sorriu sem mostrar os dentes, apenas em um
sorrisinho simpático e confiante.
- Sabe que por os cotovelos na mesa é falta de educação né?
- Ah! Que se dane! – rimos. – Vai pegar mais mal para você, já pensou nas notas das revistas e jornais? “No dia de seu aniversário, Justin Bieber saiu para jantar com uma garota sem educação que pôs os cotovelos na mesa” – rimos mais um pouquinho.
- Sabe, nem me importo – pus meus braços sobre a mesma do mesmo jeito que ela –, garotas perfeitas são um saco!
- Para querer ficar comigo, só gostando de algo errado mesmo.
- Por que diz isso?
- Nunca fui muito “nos padrões” né JB!?
- Ah, por favor! JB não! Até topo você me chamando de Bieber, agora JB não.
- Mas não é essa a sua “marca”? – ela tirou os braços da mesa e se encostou na costas da cadeira.    
- Por isso mesmo! Quero esquecer a parte “astro teen” pelo menos enquanto estivermos dentro do restaurante.
- Tudo bem então, Jus – ela sorriu provocante, não de um jeito sexy ou coisa do tipo, mas do jeito travessa, como se tivesse aprontado uma. Esse simplesmente é meu sorriso preferido.
- Eu gosto quando você sorri assim – tirei os braços da mesa.
- Assim como?
- Assim, sabe, como se fosse aprontar alguma. Te dar um ar “misteriosa” do mesmo jeito que você parece uma criancinha arteira.
- Obrigado por me chamar de criança! – ela riu.
- Não foi bem isso que eu quis dizer! – ri também.
 Ficamos conversando enquanto o nosso pedido não chegava, rimos muito. Ela voltou a por os braços na mesa enquanto reclamava que estava demorando e comia mais um pãozinho de uma cesta na mesa. Quando o garçom chegou, ela tirou os braços, ele repetiu os nomes dos pratos e eu agradeci em francês.
- Sempre odiei ter nascido em um pais bilíngue, francês não é um das minhas matérias preferidas na escola.
- Também não gosto muito não, é muito biquinho para falar – ela riu depois disse algumas frases fáceis que aprendíamos na escola fazendo biquinho. Ri também.
- Melhor falar em inglês mesmo e está ótimo.
- Concordo – ela pegou o garfo e faca para começar a comer, mas parou no meio do caminho olhando para o prato.
- Se aqui fosse a Itália eu diria que você estaria devendo uma pizza, mas tanto faz, qualquer lugar tem um McDonald’s. – ri.
- Ok, eu compro um hambúrguer para a gente a manhã, ou nós vamos a um McDonalds, nem que seja em um driver thruh, você que escolhe.
- Isso mesmo, aceito o hambúrguer – eu ria. – Que foi? Não tem tanta graça assim – eu não conseguia parar de rir, só me controlava para não chamar atenção o que era difícil por eu ser quem eu sou e aquele lugar estar tão quieto que até uma mosca faz mais barulho. – É sério, uma vez o Taylor me levou em um restaurante francês lá pelas redondezas da cidade mesmo, isso foi antes dele e eu começarmos a namorar. Vamos dizer que não deu muito certo.
- Por quê? A comida de lá era tão ruim assim?
- Sinceramente não sei, fiz a gente correr de lá e ir para uma lanchonete – ela deu de ombros e foi difícil me controlar para não rir, ela falava tão tranquila e “tanto faz”. – Ah não! O restaurante era Italiano, o Maître que se passava por francês – ela fez uma cara engraçada. Senhor me ajuda e não soltar uma gargalhada alta.
- Como você confunde?
- É que de sinal que aquilo era Italiano só o cardápio, e a lembrança do carinha de bigodinho na porta e da gente conversando sobre cueca de ursinhos dentro do carro são mais fortes.
- Cueca de ursinho?
- Justin, calma, respira, você está vermelho! – tentei respirar, mas estava complicado, então eu tive uma lembrança e isso me ajudou a me controlar.
- Acho que lembro desse dia.
- Cara, isso é bom!
- É o meu prato favorito.
- Não comi nenhum outro, mas que esse é bom é!
- Outro dia eu te mostro outro prato também muito bom!
- Topo tudo! Comer é comigo mesma – ri.
Ficamos algum tempo em silêncio, comendo, até que eu senti a necessidade de comentar uma coisa.
- Você é louca sabia? – ela me olhou como se fosse uma ideia obvia. – E eu não digo isso pelas corridas ou por andar tanto a la Coldplay, bem “Viva La Vida” – ela riu depois limpou a boca no guardanapo enquanto engolia.
- Então é por quê?
- Achei que você não iria aceitar vir, correr esse risco.
- Então o louco aqui deveria ser você por ter me convidado para vir.
- Tudo bem, pedir para você vir à França comigo, no dia do meu aniversário, para jantar e depois ficarmos em um hotel longe de toda a minha equipe de segurança, foi um pedido louco.
- Você não pediu, você suplicou! – ri. – Vou te confessar uma coisa Jus, eu fiquei meio viciadinha em adrenalina depois da minha estadia em Nova York e correr o risco de ser descoberta dá uma adrenalina e é diferente das corridas de carro, então foi bem tentador.
- Imagina se você for descoberta? Coisa que não vai ser prometo – ela soltou uma risada nasalada. – Será que vai aguentar as pressões das minhas Beliebers?
- Sinceramente acho que não estou pronta para aguentar as suas fãs, elas são meio piradas! – ri. – É sério! Harper é sua fã né, ela é retardada, mas nem tanto e não tem ciúmes das suas namoradas, ou de quem você fica, mas por eu ser amiga dela e ela ser sua fã eu sempre me metia no meio de grupinhos de Beliebers. Quando você ficou com a Jasmine Villegas...
- Eu não fiquei com a Jasmine!
- Ok Justin, eu te conheço e sei que não é de ferro, vai mentir para mim?
- Mas é verdade, eu não fiquei com a Jasmine.
- Ah claro – ela me olhava tendo certeza que estava certa. – Não precisa mentir para mim Justin, fiquei um ano fora e a gente sequer teve contato, não acho ruim você ter ficado com outra pessoa, sequer tenho o direito de achar. As coisas mudaram, a gente precisava viver.
- Ok, eu fiquei com ela.
- Então, continuando. As meninas ficaram em um ciúmes louco! E ficavam formando planos mirabolantes e bem estranhos para caso a encontrassem. Planos dignos de boas gargalhadas.
- Lembra de algum?
- Eram coisas tipo, tacar ovo podre, atirar com paintball... – ri e ela também.
- Será que está pronta para isso?
- Não estou a fim de ser atingida com tiros de paintball, dói – ela riu. – Ficar em segredo parece ótimo!
- Eu até prefiro assim.
- Em segredo?
- É.
- Sério?
- Sério.
- Por quê? Achei que gostaria das coisas claras.
- No começo pensei nisso, vou confessar de poder te levar a todos os lugares comigo e não precisar me esconder de nada ou correr de paparazzi se eu tiver com você, parece realmente ótimo, mas tem seus contras. Desse jeito que estamos eu me sinto um cara normal e gosto disso.
- Ambos estamos felizes com a situação. Ótimo.
 Depois do prato principal, teve mais a sobremesa, conversa e risadas, o irônico nisso tudo é que a Lua nunca foi uma comediante nata, pelo contrário, sequer sabia contar uma piada direito, mas era tão irônica e zoava tanto de tudo que dava graça a qualquer coisa que falava.
 Ela me explicou a história da cueca de ursinhos, Taylor e Lua eram amigos realmente faz tempo, desde pequenos e por incrível que pareça – até mesmo quando se trata de mim – não senti ciúmes, depois que ela se mudou para Nova York, o Fox e eu nos entendemos, é, o que parecia impossível aconteceu. Não sei explicar exatamente como, mas ele estava amarradão na Megan e nós esbarramos na rua enquanto eu fugia de algumas garotas que estavam me perseguindo já havia algumas quadras, mas enfim, conversamos e de repente tudo bem, ele me ajudou a fugir das garotas e tudo.
 E sobre a cueca de ursinhos... bom, ele não iria se livrar dessa quando voltarmos.
- Precisamos ir – disse.
- Tudo bem.
Chamei o garçom e pedi a conta que logo ele trouxe depois que liguei para o Kenny.  Agradeci.
- Acho melhor por seus óculos, duvido que teremos a mesma sorte de quando chegamos.

- Não precisa falar duas vezes – ela pôs os óculos e acertou o cabelo, depois sorriu para mim e segurou a minha mão firme.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Aviso!

Olá vocês que continuam lendo a I'm Here, agradeço à todos por mais que não deem muito sinal de vida.
 Enfim, acho que perceberam que eu demoro um pouco para postar, não é? Em parte porque não tem muita visualização e comentários nunca, e porque eu realmente sofro de escassez de tempo, MAS, estamos com um problema ainda maior! Adivinhem? Meu computador deu bug (aê .QN) ou seja, até eu conseguir ele de volta, ou os arquivos de volta, não poderei postar nadinha.

Sinto muito por quem ainda acompanha.
Sinto muito por mim mesma por ter perdido meu computador ~chorem~
Sinto muito por essa mensagem ter ficado em um tom meio idiota (pelo menos na minha cabeça).
Enfim, parei.


Att, Eu. 

sábado, 5 de outubro de 2013

9º capitulo: Bonjour la France. Parte 1.



- Como você está?
- Estou me sentindo congelada, minhas mãos estão suando, meu coração está acelerado, minha boca está seca e estou querendo o meu pai – ri.
- Quanto drama! É tão bobo esse seu medo de avião.
- Não assiste televisão não? Sou muito nova para morrer de um acidente aéreo, nem um enterro descente terei, afinal até acharem meu corpo cremado e deformado...
- Não me lembrava que você era tão dramática – eu ainda ria.
- Metade dos meus sintomas é de ansiedade.
- Não se preocupe, vai dar certo.
- Ah claro! Enquanto eu estiver tremendo, dizer isso não vai funcionar – soltei uma gargalhada alta, não resisti.
-Você precisa controlar esse seu medo de avião, não quero te ver tendo um ataque sempre que viajar comigo.
- De repente ficar com você me pareceu tão arriscado.
- Você gosta do perigo, assume.
- Gosto de adrenalina, mas não da parte “avião”.
- Justin? Precisamos ir!
- Já vou Scott!
- Amor, tenho que ir agora. Depois passo aí para te buscar ok? Esteja pronta na hora combinada.
- Você sabe que hoje isso não depende de mim.
- Eu imagino o quanto você deve estar detestando isso.
- Eu aceitei vir não aceitei? Tenho que aguentar agora. Ta tranquilo.
- Justin, vamos – Scooter me apressou, de novo.
- Lua, tenho que ir, até mais tarde.
- Até Jus.
- Ela chegou?
- Sim, minha mãe está indo com ela para o hotel – deixei escapar um sorriso. Eu consegui uma coisa e tanta! Achei que eu não conseguiria a convencer de vir comigo, afinal estamos falando da Lua, mas agora ela está aqui e a pior parte de tudo: só vou vê-la à noite e ainda falta muito tempo para isso.
- Cara, você fica um idiota quando se trata dela.
- Desconfio disso, sem contar que todo mundo fala a mesma coisa, mas não resisto, ela é tão...
- Bonita e a Mama disse que canta bem, simpática e bem... feliz – ri. – Ela é uma boa garota Justin. Você é um cara de sorte.
- Eu sei, ela é incrível Ryan. Não quero a perder de novo.
- Sei disso, mas agora vamos! Scooter vai enlouquecer daqui a pouco.
- Não sei por que, a entrevista é aqui no hotel.
- Até parece que não conhece o empresário que tem.
- Justin! – Scooter gritou do lado de fora do meu quarto, temporário, pela sei lá qual vez.
- Eu disse. Agora vai logo! A gente se vê depois para o seu encontro.
- Eu estou nervoso – disse me olhando no espelho, conferindo a minha roupa.
- Qual é JB, não é a sua primeira entrevista.
- Não estou me referindo à entrevista – me virei para ele – estou me referindo ao encontro.
- Aposto que não é o seu primeiro também.
- Mas esse vai ser diferente – voltei a virar para o espelho e acertei o boné. – Estamos na França, longe de todos os nossos amigos, mas ao mesmo tempo perto do mundo inteiro – me virei para ele de novo me afastando do espelho de uma vez. – Ela está certa quando diz que as coisas mudaram, sou famoso agora.
- Você está com medo de que algo de errado, estou certo?
- Passei confiança demais para ela, tal confiança que não sei se tenho mais.
- Cara, vai dar certo, relaxa – ele pôs a mão no meu ombro – e pelo pouco que a conheço sei que ela sabe os riscos. Você tem que ir para a sua entrevista agora, já está atrasado. Deixa para se preocupar com isso depois.
- Você está certo, vou tentar.
- Justin! – Scooter entrou no quarto em que eu estava. – Anda logo! Estamos atrasados.
- Tudo bem Scott, já podemos ir.
 Vamos dizer que Scooter odiava chegar atrasado a qualquer compromisso, mas hoje eu não estava me importando com nada disso. Uma garota me esperava em um hotel muito longe daqui e eu estaria me importando com uma entrevista, onde fariam as mesmas perguntas de sempre loucos para me meterem em confusões e boatos? Não obrigado, eu queria ir ver a Lua.
- Está pronto?
- Estou.
- Cuidado com as perguntas e principalmente, sabe que nessas horas eles não são muito amigáveis.
- Quem dera se fosse só nessas horas – resmunguei.
 Entramos na sala separada exclusivamente para a coletiva de imprensa e quase de imediato, trilhões de fleches quase me cegaram. Eu acho que nunca vou me acostumar com tantos de uma vez.
 Me sentei e Scooter que pediu silêncio e disse que poderíamos começar, então todos se sentaram.
- Oi pessoal – comecei, eles riram e responderam outro “Oi” em coral com alguns sotaques a mais.
  Scooter escolheu o primeiro repórter.
- Oi Justin, eu sou Daniel, da Seventeen – um cara representando uma revista adolescente? Ele deve odiar o trabalho ou deve ser homem só na certidão, porque né. Afinal, ele parecia ter uns 20 e poucos anos, poderia estar desesperado a procura de um emprego que aceitou qualquer coisa, mas logo na “Seventeen”? – E então?
- Desculpa, mas eu não ouvi nada do que você falou, estava pensando em outra coisa.
- Podemos saber o que?
- Sendo sincero, estava pensando em um porque de você trabalhar na Seventeen, nada contra a revista, não, nada disso, mas é que você não parece o tipo de jornalista que normalmente me entrevistam de lá.
- Normalmente são mulheres né?
- É – fiz uma careta e ele riu.
- Meu primeiro emprego depois da faculdade.
- Ah sim, boa sorte cara. Me desculpa mais uma vez e poderia repetir a pergunta?
- Claro! Perguntei sobre o novo CD, você está gravando um novo CD certo?
- Você está bem informado! – ele deu de ombros sorrindo. – Sim, certo.
- E já tem data de lançamento, ou algo assim?
- Na verdade não mais, estávamos discutindo sobre isso a um tempo atrás, a data já era para estar marcada, mas eu estava o achando incompleto, senti que poderia melhorar então, se posso melhorar é isso que vou fazer. Quero dar o melhor para as minhas fãs.
Ele se sentou e uma mulher loira se levantou.
- E isso tem a ver com a sua “Favorite Girl” que tanto fala? – eu nem falo tanto assim para a mídia e mesmo assim era para saber que ela é a minha inspiração para as músicas.
- Se ela é a minha inspiração... – é obvio que tem.
- Você não vai nos dizer quem é essa garota?
- Não disse até agora então, não é agora que vou dizer.
- Ora, por favor, queremos saber quem é a sua “Favorite Girl” – permaneci em silêncio até que outro se levantou.
- Mudando de assunto Justin, é verdade que você tem limitações para usar seu carro agora?
- Sim, minha mãe não deixa eu usar para ir à escola.
- Por quê? Para não chamar a atenção ou algo do tipo? – mais atenção do que eu andando nos corredores? Sem querer parecer convencido.
- Não, ela tem medo que eu vire preguiçoso – todos riram junto comigo e mais um se levantou.
- Você é um menino preguiçoso?
- Bom, eu não me considero, mas se sou ou não era melhor perguntar a minha mãe – eu, mais uma vez, já estou cansado desse senta e levanta de gente.
- Falando nela, onde está? Por ter 18 anos agora ela não vai mais te acompanhar nas viagens?
- Não, não, minha mãe vai continuar comigo. Ela foi resolver algumas coisas da viagem.
- Falando nisso é seu aniversário hoje certo?
- É sim.
- Então parabéns – ele disse ao sentar e todos os outros reportes, fotógrafos ou sei lá mais o que disseram o mesmo.
- Obrigado.
- Justin – outro cara levantou –, como está sendo voltar à escola depois de um ano estudando com professores particulares?
- Na verdade está sendo bem legal, posso passar mais tempo com os meus amigos e essas coisas.
- Por que resolveu voltar para uma escola normal? – outra pessoa se levantou.
- Era meu último ano, queria aproveitar com os meus amigos, acho que não teria nada mais justo.
- E tem uma nova garota no meio disso tudo? – e mais uma mulher se levantou.
- Não – respondi todas sorrindo, não tinha motivos para não fazer isso.
- Bom gente, infelizmente o nosso tempo acabou – Scooter, que estava sentado ao meu lado, disse e se levantou então eu fiz isso também.
 De repente todo mundo começou a falar ao mesmo tempo, fazendo trilhões de perguntas enquanto o pessoal da organização nos ajudava a sair dali.
- Cara você foi genial!
- E quando não sou Scott? – sorri convencido.
- E você se livrou bem das perguntas! Mentiu bem, até eu me senti convencido.
- Mas eu não menti – franzi o cenho.
- Não? Tem certeza?
- Se for sobre a minha mãe, o jantar hoje faz parte da viagem e sobre a Lua, eu a conheço há dois anos, “nova” só de idade mesmo.
- Quando aprendeu a enrolar assim?
- Agradeça a Lua por isso.
- A aquela garotinha?
- É, ela já faz a besteira pensando na desculpa. [n/a: FATO!]
- Pelo menos para isso ela serve – ela serve é para muita coisa, mas resolvi deixar isso quieto.
- Cadê o Kenny e o Ryan? Preciso me arrumar para hoje mais tarde.
 Subi para o quarto e Ryan já estava me esperando. Demorou um pouco, mas logo eu estava dentro de um Peugeot com o insulfilm quase tão escuro quanto a cor do carro, minha mão suava e Kenny ria da minha cara enquanto dirigia o carro.