segunda-feira, 30 de junho de 2014

15º Capitulo: We aren't Longer as Before. Parte 1.

Pov's Houston

 Confesso que esse tempo todo ocupada com meu relacionamento com Justin, andei meio afastada dos meus amigos, mas não é por mal e nem só pelo Bieber. Eu juro.
 A questão é: me afastei de alguns porque estava de saco cheio. Amo meus amigos e sou prestativa com eles, tento estar junto, mas eu também tenho as minhas preocupações e eles não me ouvem quando tento ajudar.
 As coisas estão assim: Halle e Luka ainda estão juntos, ou não. Hayley gosta dele e não acreditou quando eu disse que esse “amor verdadeiro” que ela diz sentir por ele, vai passar se terminarem, então, fica por aí fazendo besteiras, ficando com outros caras na frente do Luka, já bebeu além da conta por muitas vezes... eu cansei de conversar, de tentar por o juízo dela no lugar, e em uma dessas vezes nós brigamos sério. Ela queria – e ainda quer – usar o Chris nessa onda de vingança por ele ser quem Luka mais detesta até hoje e isso não vou permitir. Conheço Chris há dois anos e Halle quase a minha vida toda, mas vou proteger o meu tigrinho nem que isso destrua a minha amizade com ela ou com qualquer outro. Ele se tornou importante demais para mim, meu melhor amigo, na verdade, é meu irmão e o amo demais, faço de tudo para cuidar e protegê-lo.
 Quem fizer mal a Christian Beadles, vai se ver seriamente comigo.
 Sem contar que, Chris está afim da Makena – e vice-versa –, mas está confuso – palavras do próprio.
 Karol não tem falado muito comigo, logo, não tenho falado muito com ela, a verdade é que, parece que ela foge de mim, como se fosse uma ladra com medo de que eu a prenda por algum crime, algum erro dela, mas não sou uma policial e eu jamais a julgaria por algum erro, ela sabe disso. Não entendo essa fuga.
 Com esse aborrecimento com a Halle e o afastamento da Karol, além do tempo que passo com Chris e Justin – ou só com Chris –, tenho saído bastante com Kyle. Nós normalmente andamos de moto pela cidade, depois paramos no porque e tomamos sorvete, coisas assim. Ele é um cara realmente legal e o pai dele nos empresta a moto, assim cada um anda com uma, Kyle com a do pai dele e eu com a do Kyle. Nós conversamos sobre tudo, ele me disse que é afim da Hayley e que acha o Luka um babaca, e me pediu desculpas por isso, mas concordei, Luka está um babaca, diz que ama a Hayley, mas está longe de ser um bom namorado como já foi um dia. Halle está sofrendo, Kyle vê, Luka também, Kyle gostaria de ajudar, Luka não faz questão.
 Sou Team Harry Kyle.
 Taylor anda ocupado com a natação, mal tem tempo de respirar, pretende ganhar uma bolsa com os resultados. Megan e ele vivem brigando, mas esses sim realmente se gostam. Falando na Megan, ela também anda super ocupada com as cheerleaders e as notas, também está se importando desde já com a universidade.
 Ah é, esse ano tem a questão da universidade. Quem é da parte dos esportes tem que se preocupar desde já por questão de bolsa, mas para nós, meros mortais, não é tão assim, a maioria vai pagar pela vaga e não lutar por gratuidade.
 Halle e Karol sempre ficaram entre os 5 melhores da turma, isso desde que as conheço, provavelmente, as duas vão tentar vagas em faculdades renomadas no Canadá ou até fora como Harvard, e é capaz de conseguirem , apesar de que essas universidades normalmente aceitam pouquíssimos candidatos. Eu não faço a mínima ideia do que Luka quer da vida, sequer sei se vai para uma faculdade e, caso vá, um curso que quer fazer. Sei que Karol pretende ser advogada e Hayley arquiteta, Tay provavelmente vai tentar algo como Educação Física, Megan quer ser publicitária, Justin já tem uma carreira sendo seguida, provavelmente não fará faculdade, Chris ainda é novo para pensar na faculdade – então nos resta aproveitar esse único ano juntos na escola e o ensinar a sobreviver por aqui.
 E eu... realmente não faço a mínima ideia de qualquer coisa relacionada a faculdade.
 Mais para o meio do ano letivo nos inscrevemos na OUAC (Ontario Universities' Application Centre), e fazemos um teste, de acordo com a nossa nota desse teste e, talvez, uma entrevista, a faculdade irá nos aceitar, ou não. Mas, alunos que podem contar com bolsas de esportes ou que pretendem ir para uma faculdade renomada, precisam de um excelente histórico escolar além do OUAC. Isso para quem ficar em Ontário. Quem for tentar vaga para de intercambista ou ir para qualquer outro lugar mesmo no Canadá, são outros testes.
 Bom, eu não sou a melhor aluna da turma, mas sou mediana, sempre dizem que posso ser melhor porque sou muito inteligente e essa coisa toda, mas a verdade no geral é que odeio estudar, ou seja, não faço o mínimo esforço, mas passo na maioria das vezes sem aperto – na maioria, não todas. De qualquer jeito, eu deveria pensar em qual faculdade seguir, mas estou embolada demais no meu presente para decidir meu futuro, de qualquer jeito, é provável que meus pais abordem esse assunto mais dia ou menos dia. Espero que aí sim eu consiga tomar uma decisão, mas enquanto isso, melhor voltar para o problema dos meus amigos.
 Resolvi aproveitar essa viagem do Justin para fazer alguma coisa – e não ficar morta enfiada dentro de casa, comendo, mexendo no computador e vendo televisão com a casa toda escura. Quero me reaproximar dos meus amigos, deixar tudo bem resolvido, talvez, não me intrometer, mas tirar essa sensação estranha de afastamento que rola entre Karol, Hayley, Luka e eu.
 Melhor começar com o mais afastado: Luka Brass.
 Peguei o celular e tentei ligar para ele, ainda pensando no que dizer. Enquanto tocava incansavelmente, tive uma ideia que me empolgou de verdade.
- Ora! Que milagre!
- Oi Luka, melhor deixar a ironia só por minha conta – acho que ele riu do outro lado.
- Qual é Lua, vamos ser sinceros, é um milagre.
- Ok, talvez realmente seja, por isso to te ligando. Quero me redimir.
- Lá vem!
- Posso?
- Pode.
- O que está fazendo agora?
- Jogando Medal of Honor.
- Não me surpreendo que esteja no vídeo game.
- Não reclama que você também curte!
- Não to reclamando oras, só to dizendo que não me surpreendo – pode até não parecer, mas estávamos nos divertindo com a conversa. – Que tal voltar aos velhos tempos Luka?
- Qual o plano?
- Me encontra na praça daqui a meia hora? Não esqueça de levar o skate!
- A minha amiga está de volta! – ele gritou e eu ri. – Demorou!
- A gente se vê então amiguinho.
Desliguei já voando escada a cima. Procurei uma roupa mais confortável: Short jeans escuro, blusa justa preta e por cima, camiseta larga rasgada nas mangas e na gola e amarrei uma blusa de frio na cintura para caso esfriar ou ventar muito – o que era possível nessa época do ano. Para finalizar, calcei meu all star mais confortável e surrado, depois peguei a cadeira da escrivaninha do meu quarto, coloquei na frente do armário e subi nela, me estiquei até chegar ao topo do guarda-roupa e tentei a todo custo pegar meu velho skate. Sim eu poderia cair dali e sofrer um sério acidente, mas consegui descer viva e com o skate na mão.
A parte de trás da prancha – no caso deck [n/a: no Brasil se chama “shape”] – estava totalmente arranhada, o desenho estava praticamente destruído, mas ainda poderia ser ver alguns pedaços em cores preta e rosa. A lixa – a parte de cima do deck – estava meio gasta e as rodas muito arranhadas e gastas.
 Definitivamente eu precisava de um skate novo, mas tem um detalhe: agora tenho carro. Sem contar que, desde que fui para Nova York, mal ando de skate, ele praticamente voltou do mesmo jeito que foi.
 Peguei o celular e enfiei no bolso no short e as chaves de casa em outro quando saí.
 Na calçada, coloquei o skate no chão e fui andando, eu ainda levava jeito, mas fiquei confiante demais. No meio do caminho tentei uma manobra e quase fui com tudo no chão, então decidi continuar apenas andando até me acostumar de novo, já que fazia tempo que eu não andava.
 Quando cheguei à praça, Luka já estava lá, ele sorriu para mim e logo começamos a andar. Nós apenas descemos na piscina, fizemos algumas manobras e rimos, conversamos sobre coisas legais do passado e do presente. Rimos mais. Era como se nunca tivemos problemas. Depois fomos ao parque e compramos cachorro quente – o que foi meio difícil de comer, andando e segurando o skate – enquanto ainda agimos como antigamente.
 Mas nada mais era como antigamente, o presente tinha coisas intensas que uma hora ou outra iria fazer o assunto pesar, era inevitável. Então, depois de um ataque de risada por ele estar com mostarda na ponta do nariz, nos encontramos sem assunto e o ambiente pareceu pesar.
- Lua... sei que o que está acontecendo entre Halle e eu...
- Luka – o interrompi – não quero falar sobre isso, já brigamos muito por causa desse assunto, tanto eu com você, quanto eu com Halle, quanto você e Hayley. Poxa! Somos amigos há anos! É errado estarmos assim. Sei que também tenho a minha parcela de culpa no fato de termos nos afastados, ando tão preocupada com Justin, com nosso relacionamento e a mídia, a escola e com diversas outras coisas, que mal tenho tempo para mim, então me afogo em casa me dando um tempo de silêncio, achando que estou fazendo bem. Enfim – resolvi terminar enquanto ainda parecia falar coisa com coisa – só quero que a gente fique bem, não como antes, mas bem no agora.
- Por que nada pode ser como antes? – ele mais resmungou para si mesmo do que perguntou, mas respondi mesmo assim.
- Porque não somos mais como antes – ele perdeu o interesse na calçada e me olhou, parando de andar, então eu parei também.
- É bom ter minha amiga de volta – ele me abraçou.
- É bom ter meu amigo de volta – correspondi o abraço.
 Quando fui para Nova York, Luka era um garoto magricelo de cabelo preto caído na testa – não chegava a ser como o do Justin – que parecia mais novo do que seus 17 anos e com olhos azuis intensos e alegres. Agora que estou de volta e perto dos seus 19 anos, Luka ainda tinha cara de criança se não fosse a barba rala, mas era tão corpulento que não parecia ter sido tão magro, seu cabelo estava cortado e jogado para cima e seus olhos eram espertos e atentos, como de um adulto irresponsável.
- Hey cara! Tenho que sair mais com você, tu só pega gata! – nos afastamos e olhamos o garoto a nossa frente.
- Não! Eu não estou pegando ela! – Luka respondeu meio rindo. – Gabe, essa é a minha amiga, Lua. Lua, esse é Gabe, um amigo meu, a mãe dele trabalha com a minha sabe – assenti para Luka e fiz um aceno com a cabeça cumprimentando o cara na nossa frente.
- Então quer dizer que essa gata ta livre? – Gabe sorriu.
- Cara, eu não... – Luka tentou corrigi-lo, ele sabia que eu iria com sete pedras na mão por ele ter me chamado de “gata” por duas vezes e que “livre” não era bem como eu estava naquele momento. Mas só dessa vez, Luka estava errado.
- E se eu tiver? – respondi, provocando, intrigada com o garoto.
 Ao olhar para ele, sabia que Gabe não era boa coisa. Talvez pelo cabelo tingidos de loiro esbranquiçado, tatuagens, ou pelos seus olhos cinzas firmes e sorriso arteiro, ou simplesmente pelas roupas largas e rasgadas nas mangas. Talvez foi por isso que eu me interessei.
- Talvez nós pudéssemos dar uma voltinha – ele apontou para um carro, um pouco atrás dele, estacionado a beira do parque, sendo que, não podia estacionar ali.
- Uau! – foi o que consegui dizer sobre o carro, estava mesmo impressionada, não sei por onde começar explicar o porque, então, é melhor dizer que o carro parecia ter saído de qualquer um dos filmes de “Velozes e Furiosos”.
- Impressionada? – perguntou convencido.
- E tem como não ficar? – me aproximei do carro.
- Cuidado para não...
- Cara – Luka o interrompeu –, acredite em mim, ela sabe o que está fazendo.
- Vai dizer que a gata entende de carro? – olhei pela janela, aquilo tinha até turbo!
  Em resposta a ele, apenas sorri.
- Duvido – Gabe disse cruzando os braços.
 Encarei isso como um desafio e então, comecei a dizer tudo o que tinha no carro e a perguntar coisas como: “quantos cavalos?”. No final, o sorriso satisfeito e convencido dele só aumentou, mas seus olhos me encaravam como se eu fosse um prêmio.
- Acho que vou ter que tirar minha proposta de darmos uma volta de carro.
- Mas por que? – fiz bico. – Eu ia adorar dirigir essa beleza – sorri convencida como ele, mas com um ‘ar’ superior.
 Gabe riu.
- Nenhuma garota encosta no meu carro, ok? Mulher não sabe dirigir, só iria estragar tudo.
- E você está errado de novo – Luka respondeu rindo.
- Aposto que dirijo melhor do que você, Gabe.
- Aposta? – ele pareceu se interessar por essa palavra. – Podemos ver isso qualquer dia desses, pode ser?
- Com certeza.
- Beleza então. Na hora certa eu te encontro – me afastei para ele entrar no carro, fui até o lado do Luka que estava na calçada, na direção do pneu dianteiro. – Tchau gata, foi um prazer te conhecer.
 Logo Gabe sumiu das nossas vistas e então, Luka resolveu quebrar o silêncio.
- Você ta doida?
- Talvez um pouco!
- Esse cara é...
- Sujeira? Eu notei.
- Mas então...
- Deixa comigo Luka, sei o que to fazendo.

- Lua... – ele tentava me repreender, mas ele se envolvia com esse cara também, Luka não podia muito falar de “erros”, por estar cometendo vários e logo se tocou disso, então respirou fundo e repetiu: – Não somos mais como antes. 

sábado, 21 de junho de 2014

14º Capitulo: Another. Parte Final.

Perguntei a minha mãe o que ela queria, então, Sra. Pattie Mallette começou a tagarelar e me mandar fazer coisas e ajudá-la. A casa estava quieta, só ouvia o zumbindo da TV e a minha mãe mexendo na geladeira, ou no fogão, ou abrindo e fechando o forno. Ela não precisava fazer comida, mas gosta – e isso era um sério problema, ela não cozinha assim tão bem – então, quando decidimos voltar a cidade, ela quis que fosse como antes, apenas nós dois, eu ainda tinha que arrumar meu quarto e ela era responsável pelos afazeres da casa.
- Acho que suas fãs vão adorar saber que ajuda sua mãe a fazer o jantar – ouvi uma voz extremamente familiar atrás de mim então me virei já sorrindo e fiz um toque com Usher.
- Acho melhor não, isso não é algo que costumo fazer muito – dei um abraço nele. – E aí cara? O que ta fazendo aqui?
- Resolvi conhecer a sua cidade natal, nada mais justo não acha? Você sempre foi à mim e nunca eu à você.
- Usher andando por Stratford? Acho que isso não vai dar muito certo.
- Você acha que pode atrair outra perseguição de Paparazzi?
- Tenho quase certeza – e nós rimos. Isso era algo que Usher e eu estávamos acostumados, apesar de que em Stratford eu tentava ser o mais cuidadoso possível por causa dos meus amigos e principalmente da Lua.
- Tive um tempo de folga, vim te visitar. Você vai ter que viajar logo mesmo.
- Ih cara! – bati a mão na testa. – O clipe de “Never Let You Go”! Eu tinha esquecido completamente!
- É cara, você vai amanhã cedo – quase deixei um palavrão escapar.
- Cause baby tonight, the DJ got us fallin' in love again, yeah, baby tonight, the DJ got us fallin' in love again. – ouvi a Lua cantar, ou gritar, não sei bem, da sala.
- Quem está cantando?
- É a Lua.
- So dance, dance, like it's the last, last night of, your life, life gonna get you right. – aposto que estava dançando também, do modo dela, mas estava.
- A sua Favorite Girl? – assenti.
- Ela está na sala vendo TV.
- Mas como se passei por lá e não a vi?
- Deve estar deitada no sofá ou sentada no chão, coisa assim. – ele foi até a sala e parou na entrada, com a testa franzida. Parei ao seu lado e só dava para ver a TV ligada passando “Dj Got Us Falling In Love” do Usher na MTV, mais nenhum som.
- Lua? – ela se levantou num pulo, com um sorriso meio louco, ficando ajoelhada no sofá.
- Você lembra disso Bieber? Lembra dessa música?
- A festa do seu aniversário, é claro que eu lembro – falei meio estranhado a animação dela, Lua pareceu nem notar que Usher estava ali, estava apenas empolgada com a música.
- Lua Houston isso?
- Sim! E você é o Usher.
- Isso aí.
- Cara, eu realmente amo essa música sua! Apesar que não gosto muito do Pitbull e a minha favorita mesmo é “Daddy’s Home” só não pergunte porque. Mas essa é especial.
E eu sorri. Normalmente Lua surtaria ao ver Usher, não que seja o artista preferido dela ou coisa parecia, ela simplesmente gosta de algumas músicas dele, mas, ele era um cara famoso e ela surta ao ver caras famosos. Só que dessa vez ela estava entorpecida pela música, ou talvez pela lembrança que a música trouxe. Nós dois, curtindo na festa de aniversário, como se não tivesse amanhã, como se ela não fosse viajar no dia seguinte, porque naquela noite o DJ fez a gente se apaixonar de novo, dançando como se aquela fosse a última noite de nossas vidas.
 E a música acabou na TV dando lugar ao comercial e a respiração dela pareceu menos ofegante, e o sorriso menos louco. Ela estava se acalmando.
- Alguém já te disse que você canta muito bem? – Usher sorria simpático.
- Agora posso dizer que já sem contar a minha mãe, várias vezes – ele riu.
- Quem? Seu pai e seus amigos? – brincou.
- Não, fora eles também – ela riu. – Tirando o Justin, que acho que também não conta, me refiro a Mama Jam e até o Scooter que me odeia! Isso deve ser alguma coisa – ele riu também, até eu ri da careta que ela fez, mas estava vidrado no seu rosto.
Essa garota sempre me surpreende.
- Todos estavam certos, até sua mãe. E o Justin, eu jurava que ele falava tão bem de você só porque estava, ou melhor, está apaixonado, mas não, você é realmente tudo o que ele disse. Bom, até agora – deu de ombros e ela se virou para mim com uma falsa cara de brava.
- Olha Bieber, você realmente tem que parar de falar de mim! – cocei a nuca meio sem graça, mas nunca sem deixar de sorrir.
- Tem mesmo! – Usher concordou e nós todos caímos na gargalhada. – Por que você não tenta uma carreira? Posso conseguir alguns testes para você, já que o Scooter também gostou ele deve te ajudar, por mais que te odeie, até conseguir um padrinho não vai ser muito difícil já que pode ter ajuda da equipe do Justin. Sei que ele não se importaria em emprestar alguns para te ajudar – ele deu uma risadinha fraca.
- Não Usher, muito obrigada. Sei que pareço louca não aceitando, mas não é essa vida que quero para mim, Justin tem mais saco para isso do que eu, garanto. Vocês teriam problemas, eu teria problemas... talvez decepcionaria várias pessoas... não sei servir como exemplo. Tudo ia me enlouquecer! Obrigada mesmo Usher, mas não é isso que eu quero para mim.
- Mas tente, talvez, quem sabe der certo e tu não goste?
- Gostar? E não tem como gostar de uma vida dessas? Ser mundialmente conhecido e ganhar dinheiro até por pisar na rua e ainda não ter quase nada para gastar, já que até marca de roupa te paga para vestir o que eles fazem. Isso tudo é muito bom! Mas não é para mim.
- E o que você quer para você? – ele perguntou por pura curiosidade.
- Quero me formar, ter a minha casa, meu dinheiro, a minha profissão num diploma emoldurado no canto da parede... acima de tudo – ela abaixou a cabeça e mordeu o lábio sem graça – quero estar com esse mané aí do seu lado, em todos os shows, premiações, eventos, coletivas de impressa e toda a confusão que essa vida de ídolos traz, e abraça-lo quando estiver irritado e estressado com tudo. Enfim, ser famosa não é o que eu quero para mim – ela me olhou ainda de cabeça baixa, depois ergueu, mas deixou o olhar perdido enquanto soltava risadinhas nasaladas.
- O que é uma pena, porque você realmente manda bem! – Usher disse para quebrar o silêncio que reinou ali.
 Lua deu um sorriso, mas com um ar meio sério, e então minha mãe nos chamou.
Tinha algumas coisas para comer no café da tarde, pães, biscoitos, dois sucos – o que eu tomei era de laranja, não sei o outro, acho que era de morango – e uma garrafa de café que Usher e Lua quase tomaram tudo sozinhos. Depois minha mãe carregou a Lua para o andar de cima, para fazer sei lá o que.
- Cara, você a vê direto e estão juntos, precisa olhar tanto?
- O que? – perguntei confuso depois de acompanhar com os olhos a Lua subindo os degraus.
- Você, olhando para a Lua como se fosse a coisa mais maravilhosa que viu na vida.
- Mas ela é.
- Paixão de adolescente, também era bom quando eu tinha sua idade.
- Eu não sei se pode chamar isso de “paixão de adolescente” cara, faz uns dois anos e ainda sou louco por ela. De todos os jeitos.
- Só dois anos?
- Não Usher, isso não é uma brincadeira de criança. Eu a amo de verdade. – ele riu.
- Eu sei disso cara, relaxa. Não tenho duvidas do quanto você ama essa garota e eu realmente torço por vocês dois, porque ela é uma pessoa legal. Eu só quis dizer que enquanto se é adolescente as coisas são mais... quentes, mais... intensas. Apesar disso, o sexo melhora depois que são adultos – ele tomou um gole de café.
- Sexo? Oi? Que isso? – ironizei e ele arqueou a sobrancelha.
- Quer dizer que vocês nunca... – neguei. – Sério?
- Sério.
- Mas... Ela não... não entendo.
- Sim ela provoca muito, mas não, não rolou nada demais. Eu queria, muito! Por mim já tinha acontecido e mais de uma vez, mas tem alguma coisa... eu não sei dizer, ela sempre pula fora nos últimos instantes! E me deixa lá, louco e sedento por aquele corpo, por querer tê-lo todo em minhas mãos, tocar sem pudor e os beijos com desejos que... – olhei para o Usher e parei na hora, já estava falando mais do que devia e ele riu de mim.
- Deve ser a primeira vez dela cara, só isso, tenha paciência.
- Paciência eu tenho aos montes. Mas não sei se é bem isso.
- Deve ser sim, as garotas são assim quando se trata desse assunto.
- Eu gostaria de ser o primeiro cara dela, mas não sei se vou ser ou se já teve um antes de mim.
- Por quê? Eu não consigo ver outra explicação para essas “puladas foras” dela, mas você sim pelo jeito.
- É por causa da vida dela em Nova York! É uma verdadeira incógnita para todo mundo. Ela comenta algumas coisas, sobre algumas pessoas, alguns lugares, mas é pouco demais para um ano! Sem contar que é notável as falhas da história.
- Falhas?
- É, como se tivesse faltado um pedaço do que ela conta, às vezes da impressão que é um grande pedaço.
 Antes que Usher pudesse falar alguma coisa, ouvimos as risadas da Lua e da minha mãe ao descer as escadas, elas passaram por nós e falaram alguma coisa, só assenti, e ficaram conversando sobre sei lá o que. Não sei o que falaram comigo também, sendo sincero, não estava prestando atenção em nada, pensar na vida da Lua em Nova York sempre me deixava com uma ruga na testa e me deixava aéreo. Naquele momento, eu não pensava exatamente na vida que ela poderia ter levado em Manhattan, estava com algo mais “sujo” na cabeça. Imaginava nós dois, minhas mãos deslizavam pelo seu corpo, ela mordia o lábio inferior com força enquanto me  arranhava e nossas peles soadas em contato. Mas de repente, ela estava lá, no mesmo estado, nos mesmos movimentos, mas não era eu com ela. Tinha outro cara com a minha Lua.

 Balancei a cabeça afastando esse pensamento, mas depois que ele se foi, só ficou uma única coisa martelando sem parar na minha mente: “Joe”, “Joe”, “Joe”.

domingo, 8 de junho de 2014

14º Capitulo: Another. Parte 1.

Pov's Bieber
 Saí do colégio com umas 17 cartas a mais, de fãs na mochila e uns 7 perfumes femininos misturados ao meu, no mínimo! Essas coisas não aconteciam – tanto – quando Lua está por perto, mas ela me abandonou na última aula sei lá por que. Quando ela está comigo, ao invés de 20, só 10 meninas se aproximam na cara dura – não sei porque, já que Lua apenas ri da minha cara e me zoa o resto do dia, talvez tenham medo de que ela quebre o nariz delas como fez com Louise a dois anos atrás.
 Mal sabem elas que Lua sequer é ciumenta, nem como amiga, nem como namorada, muito menos como quase namorada.
 Do lado de fora não tinha tanta gente aglomerada no pátio, consegui encontrar Lua com os olhos. Ela estava ao lado do portão, rindo feito louca junto com Kyle, eles conversavam animados e o assunto parecia render bastante.
 Eu gostava desse cara, gostava, mas ele já está começando a me dar dor de cabeça – sim, estou com ciúmes e não nego.
 Fui até os dois, andando depressa para que ninguém me parasse – o que foi em vão, mas não totalmente – e quando me aproximei, resisti ao impulso de abraça-la pela cintura, de qualquer modo, Kyle sabia da nossa história, mas ainda sim tenho ciúmes e que se dane.
- Obrigado por ter me abandonado Srta. Houston! Agora vai ter que me ajudar a dar um jeito nessas mil cartas na minha mochila – ela me olhou confusa por alguns segundos, afinal, não me viu aproximar, depois riu.
- De nada Sr. Bieber. Deveria agradecer ao amor das suas Beliebers – disse sorrindo e segurando uma das alças da mochila, a que estava no ombro.
- Todos os dias! Mas agora vamos antes que me ataquem.
- Neurótico! – riu. – Tchau Kyle, a gente se fala depois!?
- Beleza. Tchau – ele respondeu.
- Tchau cara.
- Tchau – disse e ele respondeu já se afastando, assim como nós. – E esse cara...
- Amigos – ela me cortou –, apenas amigos nada mais do que isso.
- Você disse a mesma coisa do Taylor.
- Por favor Justin, sem crises de ciúmes – disse sorrindo.
- É mais forte do que eu, você sabe.
 Andamos de pressa, já foi o tempo que conseguíamos andar com calma e fazer o que quiséssemos na rua, desde aquele dia da perseguição dos paparazzis, Lua e eu estávamos mais cuidadosos, mas somos adolescentes irresponsáveis de um jeito ou de outro, o que queríamos mesmo é nos agarrar sempre que tivéssemos vontade sem se importar com o lugar. E essa vontade surgia várias e várias vezes durante o caminho.
 - O álbum está pronto?
- Quase, falta só algumas produções serem terminadas e pronto, lançamos logo antes que todas as músicas sejam lançadas como singles e os CD mesmo nada.
- São quantas músicas?
- Doze, duas são Bonus Track.
- Quais eu já conheço? – franzi o cenho, pensando.
- A “Stuck In The Moment” que foi a que fomos a Atlanta gravar, e a “Overboard” que você cantou comigo, “Kiss & Tell” que foi a do show de talentos e “Up”, que foi a que eu citei na piscina.
- Acho que eu lembro. A minha música está nesse CD? Não ouvi ela no primeiro.
- Mas todas são para você.
- Não Justin, aquela música!
- Qual louca? São tantas.
- Aquela Justin! – ela começou a olhar para todos os cantos e um som estranho começou a sair do fundo da garganta, até que começou a ganhar ritmo. – Holding your hand... laugh... be me so sad – mais alguns múrmuros – this is so wrong, I can’t go on, till you believe... – ela me olhou.
- That Should Be Me.
- Essa mesmo! Está no álbum?
- Não.
- E por que não?
- Não tive coragem, é uma música particular demais.
- Particular para quem? É uma música sua Justin, suas fãs merecem ouvir, afinal, ela é ótima! Como todas as outras.
- Mas ela não é como todas as outras, foi escrita mais especialmente do que todas as outras. Ela é sua Lua, não teria coragem de por no CD.
- Ok, e eu preciso o que? Assinar uma autorização para você tocar? – ela me olhou impaciente, parou na porta da minha casa e se virou para mim. – Justin, lança a música, aposto que vai fazer sucesso, ela é sua! Você escreveu e se precisa que eu diga que está tudo bem, então eu digo, está tudo bem você tocar! Agora trate de ver com aquele seu produtorzinho e providenciar essa gravação logo! Nem que eu tenha que fazer uma procuração e esfregar na tua cara – ri e ela arqueou a sobrancelha. – Entendeu?
- Ok. Ok!  Agora vamos entrar, vem!
 Passei a sua frente e abri a porta, sendo seguido por ela. Eu tentava, sequer, segurar a mão dela na rua depois daquela perseguição e mais os flagras que sempre aparecem nos jornais, mas, dentro de casa estávamos mais seguros, então fechei a porta e em um movimento rápido, a puxei pelo braço, a abracei pela cintura enquanto ela passou os braços pelo meu ombro segurando minha nuca com uma das mãos. E ficamos nos agarrando ali mesmo, até minha mãe me gritar.
- Eu ouvi vocês chegarem! Parem de se agarrar na frente da porta e Justin, vem cá! – Lua estava meio inclinada para o lado de frente da casa e eu de costas para a porta. Então apenas a parei de beijar e levantei a cabeça, mas minha mãe não estava nos olhando. Pelo menos não naquele momento.
 Nos pomos direito em pé, recuperando o ar.
- Vou lá ver o que ela quer – apontei para a cozinha já andando até lá.
- Vou ficar aqui na sala de bobeira – Lua entrou na sala e deu tempo de eu a ver pulando as costas do sofá e cair sentada.

 Cheguei à cozinha e ouvi a TV ser ligada.