Peguei
minhas roupas jogadas e entrei em casa sem me preocupar em molhar o chão. Parei
próximo a porta, olhei para todos os cantos e ouvi um barulho vir da lavanderia
então fui até lá – era em frente a cozinha, que era o último cômodo antes da
área da piscina, então não molhei muito – e encontrei a Lua vestida apenas com
a blusa dela, que já estava bem molhada, toda esticada para pegar uma toalha na
prateleira de cima.
- O
que fez barulho? – ela me olhou ainda de ponta de pé e com a mão esticada até a
prateleira. Depois sorriu sem graça e se acertou.
- Um
produto de limpeza, mas já coloquei de volta no lugar. Hum... me dá uma toalha?
-
Precisava nem pedir amorzinho – sorri. Fui até ela e peguei duas toalhas, uma
para cada um, e a entreguei.
-
Valeu.
- Tira
essa blusa, ta toda molhada.
- Lá
em cima eu troco, não quero ficar sem roupa por aqui.
- Ué,
deu para ficar tímida agora? – Ri. – Na hora de arrancar a roupa e pular na
piscina não pensou duas vezes né? – ela também riu.
- Aí
que está amorzinho, se eu tivesse pensado, não teria feito – sorriu de lado,
depois mordeu o canto da boca. – Droga, to sentindo frio, não era para eu ter
colocado essa blusa agora! – Resmungou.
-
Veste essa – joguei a minha camiseta para ela e continuei a enxugar a cabeça
com a toalha.
- E o
que eu faço com a molhada?
-
Deixa aqui que ponho para lavar.
- Ui,
diz ele que é prendado – brincou.
Ela deixou a toalha branca de canto e deslizou
a blusa pesada de molhada para cima e a tirou, estremecendo de frio. Pegou a
toalha de volta e continuou a enxugar o corpo e eu me encontrei imóvel, olhando
a cena como um babaca prestes a babar. Colocou a minha e passou a enxugar de
qualquer jeito o cabelo, bagunçando todo e fazendo uma careta para mim.
Não resisti, larguei a minha toalha de lado, voei
para cima dela e a beijei, a abraçando pela cintura e a arrastando até uma
espécie de mesa que tinha entre as maquinas de lavar, a puxei para cima e a
sentei. Ela logo envolveu as penas entorno a minha cintura e seus braços no meu
pescoço, acomodando os dedos em meu cabelo embolado ao mesmo tempo em que
levava meu corpo mais próximo ao dela, e eu a trazia para mais perto, sem
distância nem frio.
Logo me senti ainda mais descontrolado, mas
ela não continuaria, eu sei que não. “Só mais um pouco”, minha mente dizia ao
mesmo tempo que tentava me convencer a parar agora.
- Você
não vai continuar, não é? – Tentei dizer, mesmo ofegante, entre o beijo.
- Isso
não importa agora – ela caçou meus lábios de novo, me beijando com um gostinho
de desespero.
-
Importa sim – me afastei, fui para o outro lado da sala, virado para alguma
quina e com as mãos apoiada em duas maquinas de lavar. Respirei fundo tentando
manter o controle e me acalmar.
E ela riu. Simplesmente gargalhou alto depois
de um tempo, entendendo perfeitamente a situação em que eu me encontrava.
- Está
com fome? Bom, eu estou – começou a dizer como se não tivesse acontecido nada.
Ouvi seus pés encontrarem o chão. – Então vou preparar algo para a gente comer
enquanto você controla o “Jerry” – aposto que dava o sorriso mais cínico do
mundo, arght, como ela conseguia isso? Me deixava assim tão...
Espera,
ela disse o quem?
- Como
você sabe disso? – fui atrás dela, que já tinha pegado algumas coisas atrás da
geladeira quando parei do outro lado do balcão da cozinha.
- Ah,
qual é. Toda Belieber sabe.
- Mas
você não é uma Belieber.
-
Pior, eu namoro o dono do Jerry – ela riu de novo. – Isso é muito broxante
sabia? – Abaixei a cabeça corando violentamente.
- Elas
que colocaram.
- Eu
sei disso, mas não deixa de ser broxante.
-
Então é por isso que não me dá uma chance? Porque acha broxante meu...
- Não
– ela logo me interrompeu. – Não, não tem nada a ver com isso.
-
Então por quê?
- É
legal.
- É
legal me deixar louco assim? – Perguntei indignado. – Que consideração você tem
por mim.
- É
legal me pegar com você e desculpa, mas é engraçado a maneira que perde o
controle – ela sequer olhava para a minha cara, só ficava de costas mexendo com
alguma coisa que eu não conseguia ver.
Fui até ela, e a abracei pelas costas.
- E se
uma hora eu não desistir?
- Você
não vai seguir enfrente Justin – comecei a beijar o pescoço dela, depois a
virei e beijei seus lábios disposto a não parar, mas ela continuava
completamente estável. Correspondia como todas as outras vezes, mas parecia que
agora era mais “irônica”, como se estivesse me beijando apenas para saber quanto
tempo eu me mantenho firme. Me beijava convencida, sabendo que eu ia parar.
E foi
exatamente isso que fiz.
- Por
que diabos com você sou tão frouxo? – ela riu.
- Não
amor, tu não é exatamente frouxo...
- “Não
exatamente” – repeti em resmungos e emburrado.
- Não.
Você me respeita Jus, só isso, você me ama e me dá o espaço que preciso – eu
estava encostado no balcão, com as mãos escoradas no mármore e o rosto virado,
completamente frustrado e ela se aproximou, pôs delicadamente as mãos na minha
cintura nua e me fez a olhar. – Você não é frouxo Bieber, ou melhor, de é, até
que é. Se fosse qualquer outro já tinha dado um jeito, mas, você não, e é por
esse motivo que estou com você e não com “qualquer outro”. – Me deu um beijo. –
Não se preocupe ok? – Outro beijo. – Tudo tem seu tempo, calma.
- Você
– passei meus braços pela sua cintura e a aproximei de mim –, vê se para de me
enrolar – ela riu.
- Um
dia – sorria – agora que tal comermos alguma coisa? Precisamos ir dormir logo
né, quero ver aguentar sua rotina agitada de astrozinho teen, dormindo tarde e
ainda com fome.
-
Também não sei como vou aguentar, você me deu um canseira hoje.
-
Então vamos comer amorzinho – ela se afastou de mim, se virando para onde
estava antes.
Sentamos,
comemos e rimos como se não tivéssemos absolutamente nada com o que nos
preocuparmos. Depois arrumamos o que bagunçamos e subimos. Eu já sentia o
cansaço eminente passear pelo meu corpo, espero que meus compromissos sejam em
uma hora que eu consiga acordar.
Lua já estava evidentemente cansada também, se
embolava no que dizia e bocejou incontáveis vezes da cozinha até o meu quarto.
Quando chegamos, ela pegou alguma roupa no meio das coisas dela e se dirigiu
até o banheiro anexo.
-
Dorme assim, você está tão linda.
- E
molhada – respondeu, sem nem me olhar, poucos antes de entrar no banheiro.
Aproveitei
e troquei de roupa logo também, uma calça de moletom e uma regata branca para
dormir mesmo e me deitei na cama. Estava quase dormindo quando ela saiu do
banheiro, ta que ela demorou um pouco, mas não tanto para eu já dormir se não
estivesse tão cansado.
Usava uma blusa branca de alças azuis que
tinha uns desenhos e algumas coisas escritas que não me importava, e um short
que era muito curto no mesmo tom de azul da alça da blusa.
Com certeza, vê-la amarrar o cabelo com aquela
roupa curta me deixava mais acordado do que esperar no meio do escuro. Quase
acordado demais para estar disposto a passar a noite toda acordado...
-
Cuidado babar amorzinho.
- Vem
cá comigo logo então – ela se aproximou e deitou ao meu lado.
- To
morta!
-
Somos dois shawty – nos aconchegamos de baixo dos lençóis, um no outro. – Boa
noite meu anjo – sussurrei no seu ouvido.
-
Boa.