quarta-feira, 30 de abril de 2014

13º capitulo: Headline. Parte 3.

Peguei minhas roupas jogadas e entrei em casa sem me preocupar em molhar o chão. Parei próximo a porta, olhei para todos os cantos e ouvi um barulho vir da lavanderia então fui até lá – era em frente a cozinha, que era o último cômodo antes da área da piscina, então não molhei muito – e encontrei a Lua vestida apenas com a blusa dela, que já estava bem molhada, toda esticada para pegar uma toalha na prateleira de cima.
- O que fez barulho? – ela me olhou ainda de ponta de pé e com a mão esticada até a prateleira. Depois sorriu sem graça e se acertou.
- Um produto de limpeza, mas já coloquei de volta no lugar. Hum... me dá uma toalha?
- Precisava nem pedir amorzinho – sorri. Fui até ela e peguei duas toalhas, uma para cada um, e a entreguei.
- Valeu.
- Tira essa blusa, ta toda molhada.
- Lá em cima eu troco, não quero ficar sem roupa por aqui.
- Ué, deu para ficar tímida agora? – Ri. – Na hora de arrancar a roupa e pular na piscina não pensou duas vezes né? – ela também riu.
- Aí que está amorzinho, se eu tivesse pensado, não teria feito – sorriu de lado, depois mordeu o canto da boca. – Droga, to sentindo frio, não era para eu ter colocado essa blusa agora! – Resmungou.
- Veste essa – joguei a minha camiseta para ela e continuei a enxugar a cabeça com a toalha.
- E o que eu faço com a molhada?
- Deixa aqui que ponho para lavar.
- Ui, diz ele que é prendado – brincou.
 Ela deixou a toalha branca de canto e deslizou a blusa pesada de molhada para cima e a tirou, estremecendo de frio. Pegou a toalha de volta e continuou a enxugar o corpo e eu me encontrei imóvel, olhando a cena como um babaca prestes a babar. Colocou a minha e passou a enxugar de qualquer jeito o cabelo, bagunçando todo e fazendo uma careta para mim.
 Não resisti, larguei a minha toalha de lado, voei para cima dela e a beijei, a abraçando pela cintura e a arrastando até uma espécie de mesa que tinha entre as maquinas de lavar, a puxei para cima e a sentei. Ela logo envolveu as penas entorno a minha cintura e seus braços no meu pescoço, acomodando os dedos em meu cabelo embolado ao mesmo tempo em que levava meu corpo mais próximo ao dela, e eu a trazia para mais perto, sem distância nem frio.
 Logo me senti ainda mais descontrolado, mas ela não continuaria, eu sei que não. “Só mais um pouco”, minha mente dizia ao mesmo tempo que tentava me convencer a parar agora.
- Você não vai continuar, não é? – Tentei dizer, mesmo ofegante, entre o beijo.
- Isso não importa agora – ela caçou meus lábios de novo, me beijando com um gostinho de desespero.
- Importa sim – me afastei, fui para o outro lado da sala, virado para alguma quina e com as mãos apoiada em duas maquinas de lavar. Respirei fundo tentando manter o controle e me acalmar.
 E ela riu. Simplesmente gargalhou alto depois de um tempo, entendendo perfeitamente a situação em que eu me encontrava.
- Está com fome? Bom, eu estou – começou a dizer como se não tivesse acontecido nada. Ouvi seus pés encontrarem o chão. – Então vou preparar algo para a gente comer enquanto você controla o “Jerry” – aposto que dava o sorriso mais cínico do mundo, arght, como ela conseguia isso? Me deixava assim tão...
Espera, ela disse o quem?
- Como você sabe disso? – fui atrás dela, que já tinha pegado algumas coisas atrás da geladeira quando parei do outro lado do balcão da cozinha.
- Ah, qual é. Toda Belieber sabe.
- Mas você não é uma Belieber.
- Pior, eu namoro o dono do Jerry – ela riu de novo. – Isso é muito broxante sabia? – Abaixei a cabeça corando violentamente.
- Elas que colocaram.
- Eu sei disso, mas não deixa de ser broxante.
- Então é por isso que não me dá uma chance? Porque acha broxante meu...
- Não – ela logo me interrompeu. – Não, não tem nada a ver com isso.
- Então por quê?
- É legal.
- É legal me deixar louco assim? – Perguntei indignado. – Que consideração você tem por mim.
- É legal me pegar com você e desculpa, mas é engraçado a maneira que perde o controle – ela sequer olhava para a minha cara, só ficava de costas mexendo com alguma coisa que eu não conseguia ver.
 Fui até ela, e a abracei pelas costas.
- E se uma hora eu não desistir?
- Você não vai seguir enfrente Justin – comecei a beijar o pescoço dela, depois a virei e beijei seus lábios disposto a não parar, mas ela continuava completamente estável. Correspondia como todas as outras vezes, mas parecia que agora era mais “irônica”, como se estivesse me beijando apenas para saber quanto tempo eu me mantenho firme. Me beijava convencida, sabendo que eu ia parar.
E foi exatamente isso que fiz.
- Por que diabos com você sou tão frouxo? – ela riu.
- Não amor, tu não é exatamente frouxo...
- “Não exatamente” – repeti em resmungos e emburrado.
- Não. Você me respeita Jus, só isso, você me ama e me dá o espaço que preciso – eu estava encostado no balcão, com as mãos escoradas no mármore e o rosto virado, completamente frustrado e ela se aproximou, pôs delicadamente as mãos na minha cintura nua e me fez a olhar. – Você não é frouxo Bieber, ou melhor, de é, até que é. Se fosse qualquer outro já tinha dado um jeito, mas, você não, e é por esse motivo que estou com você e não com “qualquer outro”. – Me deu um beijo. – Não se preocupe ok? – Outro beijo. – Tudo tem seu tempo, calma.
- Você – passei meus braços pela sua cintura e a aproximei de mim –, vê se para de me enrolar – ela riu.
- Um dia – sorria – agora que tal comermos alguma coisa? Precisamos ir dormir logo né, quero ver aguentar sua rotina agitada de astrozinho teen, dormindo tarde e ainda com fome.
- Também não sei como vou aguentar, você me deu um canseira hoje.
- Então vamos comer amorzinho – ela se afastou de mim, se virando para onde estava antes.
Sentamos, comemos e rimos como se não tivéssemos absolutamente nada com o que nos preocuparmos. Depois arrumamos o que bagunçamos e subimos. Eu já sentia o cansaço eminente passear pelo meu corpo, espero que meus compromissos sejam em uma hora que eu consiga acordar.
 Lua já estava evidentemente cansada também, se embolava no que dizia e bocejou incontáveis vezes da cozinha até o meu quarto. Quando chegamos, ela pegou alguma roupa no meio das coisas dela e se dirigiu até o banheiro anexo.
- Dorme assim, você está tão linda.
- E molhada – respondeu, sem nem me olhar, poucos antes de entrar no banheiro.
Aproveitei e troquei de roupa logo também, uma calça de moletom e uma regata branca para dormir mesmo e me deitei na cama. Estava quase dormindo quando ela saiu do banheiro, ta que ela demorou um pouco, mas não tanto para eu já dormir se não estivesse tão cansado.
 Usava uma blusa branca de alças azuis que tinha uns desenhos e algumas coisas escritas que não me importava, e um short que era muito curto no mesmo tom de azul da alça da blusa.
 Com certeza, vê-la amarrar o cabelo com aquela roupa curta me deixava mais acordado do que esperar no meio do escuro. Quase acordado demais para estar disposto a passar a noite toda acordado...
- Cuidado babar amorzinho.
- Vem cá comigo logo então – ela se aproximou e deitou ao meu lado.
- To morta!
- Somos dois shawty – nos aconchegamos de baixo dos lençóis, um no outro. – Boa noite meu anjo – sussurrei no seu ouvido.

- Boa.  

sexta-feira, 18 de abril de 2014

13º capitulo: Headline. Parte 2.

- Ali é a piscina?
- É sim, mas como eu estava dizendo, acho melhor a gente... Lua? Lua! – ela estava andando em direção a porta de vidro que dava acesso a piscina. – Lua! O que você vai... wow! – ela simplesmente arrancou a blusa. – O que vai fazer? – fui andando atrás dela
- A última vez que vi uma piscina foi quando estávamos na Califórnia sabia?
- Eu sei, mas você não vai pular... ou vai? É de madrugada! – ela colocou a blusa em uma espreguiçadeira próxima a piscina, virou o rosto e deu um sorrisinho perverso, ela parecia ter se tornado outra pessoa.
- Se quiser vir, que venha, ou simplesmente vá dormir – ela tirou o short e pôs junto com a blusa. – Eu vou entrar.
 A situação era a seguinte: já estava de madrugada, a temperatura havia caído um pouco, estava um silêncio assustador lá fora e eu tinha uma garota seminua na minha piscina.
 Pior! Como se não bastasse ser uma louca seminua na minha piscina de madrugada, tinha que ser a louca seminua na minha piscina de madrugada que eu mais amava no mundo e que me fazia, sem nem pensar, arrancar a roupa e pular atrás nem ligando para o quanto a água estava gelada.
 Emergir e ela estava ali, parada na minha frente sorrindo e seus lábios tremiam um pouco pela água gelada e seu cabelo castanho estava totalmente jogado para trás.
- Você é louca sabia?
- E você adora isso.
- Nunca neguei essa parte – ela abriu um sorriso maior. – Por quê?
- Por que o que?
- Por que você me deixa tão louco, hum? A ponto de pular aqui sem nem pensar. Como consegue fazer com que eu te ame tanto? – pus as mãos em sua cintura e tentei me aproximar.
- Me pegue e descubra – ela sussurrou, deu um impulso para trás e se afastou de mim. Sorriu e mergulhou.
 Dois adolescentes fazendo baderna de madrugada, era isso que acontecia na piscina. Nadei atrás dela e consegui segurar seu pé, ela levantou e deu um grito, quando consegui olhar ela estava com as mãos na boca e rindo. Sabia que não deveria ter gritado. Aproveitei isso para me aproximar, ela sorria e eu também, era involuntário. Fomos até a beira na piscina, a encurralei na borda e pus meus braços a sua volta para que não escapasse como da última vez.
- Eu te amo.
- Você já me disse isso.
- Eu sei, o importante é quando você vai me dizer.
- Você nunca cobrou isso.
- E não entenda isso como uma cobrança, mas...
- Cala a boca Justin, você fica melhor me beijando – eu realmente amo esse lado louco.
- Lua, Lua...
- Justin, Justin...
- Por que ainda estamos falando mesmo?
 Ela riu e embolou seus dedos em meu cabelo embaraçado e molhado, aproximando meu rosto do seu e me deu um beijo tão quente que, de repente, a água deixou de ficar fria. Logo se afastou e colou suas testa na minha e sorriu assim como eu. Estávamos ofegantes.
- Você me faz querer perder a cabeça sabia?
- Notei isso assim que pulou atrás de mim.
- Fala como se não soubesse que eu viria.
- Ok, você me pegou.
 A empurrei mais para a parede e ela não reclamou, só continuou com aquele sorrisinho perverso no rosto. A abracei trazendo seu corpo seminu mais para o meu nas mesmas condições e só Deus sabia as coisas que se passavam pela minha cabeça, o quanto aquele sutiã estava me incomodando por ainda estar naquele corpo, mas ia continuar lá, enquanto ela não permitir ia continuar lá. Por quê? Porque sou um frouxo e deixo com que faça tudo comigo, me deixar no limite e correr depois. Ela sempre faz e eu sempre deixo, sempre caio na mesma história, pior! Gosto disso.
- Eu posso te levar ao céu sabia? Fazer da galáxia só nossa.
- Ta se achando tanto assim Bieber? Só por que agora é famoso?
- Não estou me referindo a minha fama Houston – sorri maroto. – Nós podemos fazer o sol brilhar, na luz do luar. Nós podemos fazer as nuvens cinzas se tornarem em um céu azul. Eu sei que é difícil, baby, acredite em mim.
- Música nova?
- Não exatamente.
- Então não é para mim – ri.
- Quem dera se eu conseguisse escrever uma música sem pensar em você, shawty. Talvez assim você parasse de brincar tanto comigo.
- Mas eu não brinco com você – fez bico depois sorriu, entendendo perfeitamente o que eu quis dizer.
- Se não brincasse – me aproximei de seu ouvido –, não estaria de lingerie ainda – inclinou a cabeça para trás e riu.
 Quando voltou com a cabeça, me beijou de surpresa, levantou as pernas e cruzou na minha cintura nos aproximando ainda mais. Seus dedos se embolaram no meu cabelo e depois de um tempo puxou minha cabeça para trás, provavelmente precisando de um pouco de ar, mas desci para seu pescoço, começando pela curvatura e subindo, depois descendo de novo.
 E ela então afasta as mãos de mim, não me importei. Até que ela me faz o favor de desenrolar as pernas de mim, me empurrar e sair da piscina tão rápido que só me liguei quando ela já estava na porta fazendo um caminho encharcado até a casa.

- Não brinca comigo, não brinca comigo – resmunguei e me apoiei na beira da piscina, saindo de lá tão encharcado quanto ela.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

13º capitulo: Headline. Parte 1.

- Para de tremer!
- Eu não estou tremendo!
- Está sim Lua, olha a sua mão! Para!
- Calma aí! Eu vou parar, uma hora eu paro – ri. – Isso, ri da minha cara mesmo, vagabundo! Não viajo mais contigo se for para ficar tirando uma com a minha cara.
- Ok, ok, não vou rir mais se você parar de ter medo de avião.
- Já viu quantas coisas dessas caiem?
- Já viu quantas voam e nunca tiveram um acidente? Com certeza é mais do que a quantidade que caí.
- Ok, você venceu! A gente vai demorar?
- Um pouquinho.
- Achei que Jake fosse me buscar no aeroporto.
- Para que? A gente chegou na mesma margem de tempo.
- Ah, sei lá.
- Você gostou do Jake?
- Gostei, ele é um cara bem legal.
- Então ele vai ser responsável por você sempre que estiver comigo, certo?
- Quer dizer que ele vai ser meu segurança e motorista? Sempre que eu viajar com você?
- Isso, tudo bem?
- Tudo, já disse, gosto do Jake.
 E enfim Lua começou a se acalmar, tentei rir discretamente disso enquanto reparava no transito a nossa frente. Eu gostava de vê-la tão nervosa por viajar de avião, sempre ficava com os nervos a flor da pele, em qualquer viagem bem mais longa aposto que ela iria beijar o chão e dizer: “Enfim terra firme!”. Se eu não soubesse o quanto ela é controlada, esse com certeza viraria um sonho.
  Não se engane, não fiquei nada bem com aquela história de “Joe”, pelo contrário, saí batido da casa dela, furioso, revoltado e emburrado com tudo. Não consegui sequer pregar o olho durante a viagem, estava inquieto, mas de boca calada para não responder ninguém mal. Eu não podia falar com ninguém, não queria nem citar com a minha mãe sobre isso, ela gosta da Lua e ela é mulher, sei lá, isso podia interferir em alguma coisa. Scooter ia simplesmente adorar e enfiar na minha cabeça milhões de motivos para eu largar Lua, já que os dois se odeiam desde a primeira vez que se bateram o olho, então a minha última escolha era Ryan, o problema era que tinha que esperar chegar ao nosso primeiro destino para falar com ele, só que eu estava muito impaciente.
 Como se não bastasse, esperar atravessar o mar todinho do Canadá até Londres, eu tinha que esperar todos saírem e me esforçar a ser o mais discreto possível para dizer ao Ryan que precisava conversar com ele, mas eu queria mesmo era explodir de vez e foi isso que fiz assim que todos saíram do meu quarto – nunca detestei tanto ter uma equipe tão grande.
 Expliquei o problema, sem para quieto no lugar, gesticulando e falando rápido até eu notar que é exatamente assim que Lua faz, então sentei ainda mais irritado, com ela, com a minha falta de informação, com tudo! Mas minha perna não parava quieta, a esquerda ou a direita sempre ficavam batendo no chão, ou era a minha mão, esquerda ou direta batendo no joelho, enfim, a palavra “quieto” era a última coisa que combinava comigo. Eu estava furioso!
  Apesar de tudo, foi bom ter esperado esse tempo todo para conversar com Ryan. Eu pensava em explodir e perguntar a ela de onde saiu esse tal “Joe” logo de cara, mas Ryan me convenceu a não fazer isso, só ia ser pior. No final das contas ele me acalmou, me deu a ideia de “comer pelas bordas”, ou seja, ser indireto com tudo e descobrir aos poucos, porque, se Srta. Houston não me disse sobre esse cara, se eu chegar do nada perguntando, ela não fala mesmo! Além de que, Lua odeia que peguem no pé dela, com ela aprendi que tudo tem seu tempo e hora, as coisas acontecem quando devem ser, uma hora ela me conta, quando julgar ser a hora certa, quando estiver pronta.
 Foi assim com a história da Louise, o que me fez com que me sentisse um burro por não ter pensando nessa sugestão que Ryan me deu, sabendo que com ela era assim. Quase perdi Lua várias vezes antes que Luka me contasse o que aconteceu, cara, o Luka precisou me contar! Se não, só Deus sabe quando eu ficaria sabendo e o quanto coisa já teria acontecido até que ela me contasse que Louise James era simplesmente a pessoa que mais a odiava – e vice-versa – porque causa do Erik e mais aquele bla, bla, bla todo. Se bem que, quando Luka me contou eu já estava caidinho por ela, ou melhor, já tinha despencado de um precipício! Sabendo ou não, eu só queria a Lua.
 Ryan me acalmou, muito e esse tempo todo longe de Stratford me deixou mais calmo, para eu executar o plano melhor. Era eu, era ela, era nós dois, juntos, como manda o figurino e anda sendo, mas eu não ia sossegar até descobrir até as virgulas que ela esconde. Essa coisa de “Garota Misteriosa de Nova York” já acabou com a minha paciência, podia até continuar sendo, eu não ligava tanto até agora, mas esse nome me deixou realmente curioso. Ela vai me dizer, ou eu vou descobri de um jeito ou de outro, nada mais de segredo.
 Uma música começou a tocar do nada, enquanto eu tentava descobrir de onde surgia o som, Lua encarava o transito a nossa frente completamente distraída.
- Lua... Lua? Hey, amor?
- Hum? – ela me olhou, tive uma vontade grande de comentar sobre ela ter atendido justamente quando chamei de “amor”, mas foco no toque.
- É o seu celular que está tocando? – ela parou, alienada e depois começou a olhar para o banco e tatear o short.
- É, agora... achei! – e atendeu. – Alô? – estava alto, eu conseguia ouvir o a voz sair do outro lado, mas não conseguia entender. – Harper? Meu Deus! – ela riu – Você só liga nas horas mais inconvenientes sabia? Quando estou entediada, encarando o teto do meu quarto, abandonada na vida, você não liga né? Srta. Collins? – que dramática! Aposto que Harper disse a mesma coisa. – Por que está sendo inconveniente agora? – ela me olhou séria. – É que eu to fora de casa – e ela voltou a rir. – Ok Har, posso te ligar depois? Sério, agora não posso falar com você – Harper começou a falar sem parar, Lua me olhava rindo e revirando os olhos ao mesmo tempo e nada da menina ficar quieta, até que eu entendi apenas uma frase na conversa toda: “Eu te mato ok?” – Ok, Harper, já entendi. Prometo te ligar assim que puder ta? Agora tchau – ela deu um tempo e desligou.
- Essa sua amiga parece ser uma comédia.
- Uma comédia das bem tagarelas, devo confessar – rimos.
- Pelo jeito você não falou nada para ela né? – abaixou a cabeça e negou. – E quando pretende fazer isso?
- Eu não sei, é meio complicado chegar para uma fanática e dizer: “Eu namorava seu ídolo sabia? E agora estamos juntos de novo” – ela fez uma voz diferente e eu ri, até ela soltou um sorrisinho.
- Mas uma hora você vai ter que contar.
- Eu sei – levantou a cabeça – e isso me apavora! – ri.
- Por quê?
- Ela é tagarela e louca! Vai saber né.
- Falando nisso, bom, não sei se tem muito a ver, mas e seu pai?
- O que tem ele?
- Ele não fala nada de nós dois? Ele nem de longe olha para mim como o pai de uma menina que eu namorei há uns bons anos atrás.
- Meu pai não tem motivos para isso, ele sabe que eu não vou vacilar e também, por que teria? Deveria sentir é orgulho de eu ainda estar com o meu primeiro namorado – ela riu.
- Primeiro? – assentiu. – Mas e aquela parada do Erik que me contou na França?
- Aquilo não teve nada a ver. A história é assim: conheci o Erik com uns 13 para 14 anos, aí eu comecei a gostar dele e aconteceu aquela coisa toda com a Louise que você já sabe, humilhação pública e bla, bla, bla, até que o encontrei poucos dias antes de se mudar para Chicago, ele se disse arrependido, me pediu desculpas e me beijou. Ok, cerca de um ano depois você apareceu, a gente namorou e brigou, até que namorei o Taylor, não sei se conta, mas foi oficial por um mês, aí voltamos e eu me mudei, mas isso você sabe.
- Dã – ela soltou uma risadinha nasalada. – Mas e em Nova York?
- O que tem?
- Ué?... – ela abaixou a cabeça de novo e deu um sorrisinho.
- Vamos dizer que, ainda sim, ele não tem motivos nenhum para achar ruim alguma coisa relacionada a você e eu.
- Enfim chegamos! – entendo que Kenny estava ficando irritado com aquele maldito transito, então não tem como ficar irritado com ele, mas será possível? Como essa garota consegue esconder tanto?
 Confesso que eu tinha me distraído tanto que nem notei o carro andando.
- Não aguento mais tanta viagem – minha mãe saiu do carro se esticando do jeito que dava.
- Ao julgar pela garagem – Lua abriu a porta para sair e assim me toquei que eu deveria sair também – a casa deve ser enorme!
- Quase isso querida – minha mãe riu e saiu da garagem entrando em casa.
 A porrada de segurança que sempre está atrás de mim não chegou a entrar na garagem, além do Kenny, que dirigia o carro em que Lua, minha mãe e eu estávamos, e que sempre está perto da gente, tinha mais uns três. Um dos pegou as poucas malas que a gente tinha levado, íamos ficar pouco tempo e aquela era a minha casa, ou seja, tinha coisas minhas e da minha mãe lá, tudo, mas mulher, sabe como é, sempre tem alguma coisa para carregar, então, mala mesmo só tinha a da Lua e uma pequena da minha mãe.
 Todos nós entramos e Lua soltou um palavrão baixo, mais nada além e ficou observando tudo. Tive vontade de rir, mas tentei deixar para lá.
- Subam as malas, por favor – pedi para o segurança.
- Para o quarto de hospedes?
- Não, pode ser para o meu quarto.
  Fiquei sem meio o que fazer, observando só as reações que Lua tinha, nada acostumada com essa vida, acho que ela até já tinha se acostumado com as viagens, mas uma coisa é parar em um hotel outra coisa é cair a ficha que seu simples ex e agora suposto namorado tem uma mansão.
- Justin? – voltei à atenção para minha mãe. – Mostra a casa para Lua, poderia até acompanhar vocês, mas to muito cansada. Sei que os dois não vão acordar cedo mesmo, não importa se dormirem agora ou um pouco mais tarde, então, poderiam fazer isso.
- Do tamanho que essa casa é, nem dormir a gente vai – Lua disse ainda reparando em alguns detalhes. Minha mãe e eu rimos.
- Pode deixar comigo mãe.
- Tudo bem então, vou me deitar. Boa noite para os dois.
- Boa noite mãe.
- Boa noite Pattie.
- E eu vou para a minha casa – Kenny disse ao se aproximar de nós –, a gente se vê amanhã cara – fizemos um toque.
- Pode crê.
- Até amanhã Lua.
- Até Kenny!
 Ele saiu, minha mãe subiu, a casa ficou vazia e silenciosa. Só para nós, aquela casa toda, praticamente, só para nós e então eu lembro que ela não me dá uma chance sequer.
- Ok então... quer ver a sala de jogos? – perguntei coçando a nunca tentando controlar minha imaginação.
- Você tem uma sala de jogos?
- Tem sala de jogos, de filme, um pequeno estúdio para trabalhar em casa, um...
- Che... chega – ela desfez a cara de incrédula – me mostra essa casa logo, se você me contar tudo vai perder a graça.

 Rodamos a parte de baixo todinha e eu ria de várias caras que ela fazia e perdi a conta de quantos palavrões ela disse. Eu estava começando a acreditar que ela tinha razão quando disse que para conhecer a casa, nem iríamos dormir.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

12º capitulo: I kissed a friend just to try it, I hope my boyfriend don't mind it. Parte Final.

Pov's Bieber
- Eu disse para você tirar aquilo antes de sair de casa!
- Eu sei, eu sei! E também não estava louco de deixar, mas não deu tempo!
- Ta, enfim.
- Desculpa ok?
- Não, tranquilo, não precisa pedir desculpa.
- Tudo bem?
- Tudo sim. Agora eu tenho que desligar, to com sono.
- Ta tudo bem mesmo? Não quer desligar para fugir de mim, né? – ela riu.
- Não Bieber, eu to com sono mesmo. A gente se vê amanhã?
- Não, semana que vem.
- Vai para onde dessa vez?
- Inglaterra.
- Outcha, ok então. Beijos.
- Beijos, te ligo.
- Ok, tchau.
- Tchau.
 Como se não bastasse meu braço rabiscado estar em todas as fontes de fofocas dos famosos no mesmo dia em que as fotos foram tiradas, eu tinha que atrasar na viagem de volta e agora só vou sossegar semana que vem.
 Se alguém aí pretende ser um “astro teen”, por favor, espere terminar a escola pelo menos, se não é esforço em dobro. Outra dica: não se amarre em ninguém e caso já esteja gostando de alguém se certifique que esse alguém possa te acompanhar em todos os lugares, ou na maioria deles, porque isso é um sério problema para mim. Além de ter que me virar em dobro e ficar duas vezes mais morto de tantas viagens, shows e entrevistas além da escola, a garota por qual sou completamente apaixonado não pode me acompanhar – talvez de vez em quando, mas eu gostaria que pudesse mais.  Claro que Lua poderia faltar um dia ou outro para me acompanhar uma vezinha, é, poderia se ela não tivesse que se virar lá além de por si mesma, também por mim. Enquanto eu passo a maior parte do tempo fora, é a Lua que me segura nas matérias, provas e trabalhos.
 Falando em trabalho, esqueci completamente de falar para ela que já tinha feito a minha parte sobre Mitologia – o que muitas horas de espera não fazem com a pessoa –, droga! Eu podia até ligar de volta, mas está tarde e se ela disse que estava com sono, já dormiu faz tempo. Posso passar lá também, mas agora quem está cansado sou eu, então melhor deixar isso para amanhã, antes de viajar deixo o trabalho na casa dela e está tudo resolvido.
 Por agora só preciso muito dormir.
 Acordei no outro dia bem cedo com Scooter me gritando, arrumei minhas coisas e deixei uma roupa separada, desci com as malas e subi para tomar um banho ainda bem sonolento. Saí do banheiro, me arrumei, estava prestes a descer quando me lembrei do pendrive na escrivaninha, então o peguei e, enfim, saí do quarto.
 As malas não estavam mais enfrente a porta como eu tinha deixando, as encontrei do lado de fora, Scott guardava no carro.
- Aonde você vai?
- Entregar o trabalho a Lua.
- Cara, não dá, a gente vai sair logo.
- Dá sim, ela está dormindo mesmo.
  Ao atravessar a rua eu nem olhava mais de um lado para outro, nunca fiz isso na verdade, aqui era tão parado e calmo que eu me sentia inalcançável, mas para quem não é constantemente perseguido por paparazzi, vamos dizer que se quiser morrer essa rua não é a mais recomendada, é capaz de você morrer de frio esperando um carro, do que ser propriamente atropelado.
 Bati na porta, esperando que alguém estivesse acordado, mas acho que sim, de completamente preguiçoso nessa casa só tem Lua mesmo. Abriram.
- Justin! Oi, entra.
- Obrigado Sra. Houston.
- Anna menino.
- Ok, Anna menino – ela riu.
 Ela entrou e eu segui, deixando a porta aberta atrás de mim, não pretendia demorar.
- Lua está dormindo.
- É, eu sei disso, mas precisava entregar a minha parte do trabalho a ela, vou viajar e não volto tão cedo. Não quero que ela se comprometa por minha causa.
- Você é um fofo.
- Er... obrigado – tentei não ficar corado, mas acho que não funcionou bem.
- Quer que acorde ela?
- Não, obrigado. Também não é muito seguro fazer isso! Sei como ela fica com um gênio estressante quando é acordada, principalmente tão cedo!
- Pelo jeito preza a vida garoto – olhei por cima do ombro da Anna e vi Sr. Philip Houston, ou apenas Phil, ou simplesmente o pai da Lua, sentado na cozinha com o jornal nas mãos.
- Você não faz ideia o quanto, senhor.
- Sem formalidades garoto, Phil, por favor, “senhor” faz com que eu me sinta um velho! – ri, não exatamente pelo o que ele falou, mas sim como falou. – Que foi?
- Nada não, mas, seu jeito de falar me lembra muito a Lua, ou melhor Lua me lembra muito o senhor, não, acho melhor o contrário – ele acabou rindo. – Enfim, acho que você me entendeu.
- Você a conhece bem, né?
- Acho que mais do que é saudável – silêncio. – Bom, se vocês não se importarem, eu poderia subir e deixar o pendrive no quarto dela? Scooter já deve estar ficando louco!
- Não, claro! Pode subir sim – Anna me respondeu, passou por mim e fechou a porta enquanto eu ia para escada.
- Hey! – antes de subir olhei para Phill. – Lembre-se, silêncio. Não quero ver suas fças malharem minha filha na cadeia, ok? – sorri.
- Pode deixar.
 Subi as escadas pulando alguns degraus tomando cuidado em não fazer barulho, o quarto da Lua era o primeiro do corredor. Abri a porta devagar e entrei no quarto fazendo mais silêncio do que jamais fiz.
 Ela estava deitada de barriga para cima, jogada e com o lençol todo errado, eu simplesmente tinha pensando em entrar, deixar o pendrive lá e sair, mas ela estava virada para cima sendo que nunca fica assim, Lua pode dormir de qualquer jeito, mas simplesmente detesta ficar de barriga para cima, ou seja, isso queria dizer que logo ela ia virar e que estava num sono bem profundo.
 Então me aproximei, controlei a minha respiração para que fosse a mais leve o possível e a beijei rápido, só para dar um gostinho. Ela se remexeu e gemeu baixo e eu me afastei devagar com um sorrisinho incontrolável até ela resmungar:

- Joe.