Pov's Bieber
- Eu disse para você tirar aquilo
antes de sair de casa!
- Eu sei, eu sei! E também não estava
louco de deixar, mas não deu tempo!
- Ta, enfim.
- Desculpa ok?
- Não, tranquilo, não precisa pedir
desculpa.
- Tudo bem?
- Tudo sim. Agora eu tenho que
desligar, to com sono.
- Ta tudo bem mesmo? Não quer desligar
para fugir de mim, né? – ela
riu.
- Não Bieber, eu to com sono mesmo. A
gente se vê amanhã?
- Não, semana que vem.
- Vai para onde dessa vez?
- Inglaterra.
- Outcha, ok então. Beijos.
- Beijos, te ligo.
- Ok, tchau.
- Tchau.
Como se não bastasse meu braço rabiscado estar
em todas as fontes de fofocas dos famosos no mesmo dia em que as fotos foram
tiradas, eu tinha que atrasar na viagem de volta e agora só vou sossegar semana
que vem.
Se alguém aí pretende ser um “astro teen”, por
favor, espere terminar a escola pelo menos, se não é esforço em dobro. Outra
dica: não se amarre em ninguém e caso já esteja gostando de alguém se
certifique que esse alguém possa te acompanhar em todos os lugares, ou na
maioria deles, porque isso é um sério problema para mim. Além de ter que me
virar em dobro e ficar duas vezes mais morto de tantas viagens, shows e
entrevistas além da escola, a garota por qual sou completamente apaixonado não
pode me acompanhar – talvez de vez em quando, mas eu gostaria que pudesse mais.
Claro que Lua poderia faltar um dia ou
outro para me acompanhar uma vezinha, é, poderia se ela não tivesse que se
virar lá além de por si mesma, também por mim. Enquanto eu passo a maior parte
do tempo fora, é a Lua que me segura nas matérias, provas e trabalhos.
Falando em trabalho, esqueci completamente de
falar para ela que já tinha feito a minha parte sobre Mitologia – o que muitas
horas de espera não fazem com a pessoa –, droga! Eu podia até ligar de volta,
mas está tarde e se ela disse que estava com sono, já dormiu faz tempo. Posso
passar lá também, mas agora quem está cansado sou eu, então melhor deixar isso
para amanhã, antes de viajar deixo o trabalho na casa dela e está tudo
resolvido.
Por agora só preciso muito dormir.
Acordei no outro dia bem cedo com Scooter me
gritando, arrumei minhas coisas e deixei uma roupa separada, desci com as malas
e subi para tomar um banho ainda bem sonolento. Saí do banheiro, me arrumei,
estava prestes a descer quando me lembrei do pendrive na escrivaninha, então o peguei e, enfim, saí do quarto.
As malas não estavam mais enfrente a porta
como eu tinha deixando, as encontrei do lado de fora, Scott guardava no carro.
- Aonde
você vai?
-
Entregar o trabalho a Lua.
-
Cara, não dá, a gente vai sair logo.
- Dá
sim, ela está dormindo mesmo.
Ao atravessar a rua eu nem olhava mais de um
lado para outro, nunca fiz isso na verdade, aqui era tão parado e calmo que eu
me sentia inalcançável, mas para quem não é constantemente perseguido por
paparazzi, vamos dizer que se quiser morrer essa rua não é a mais recomendada,
é capaz de você morrer de frio esperando um carro, do que ser propriamente
atropelado.
Bati na porta, esperando que alguém estivesse
acordado, mas acho que sim, de completamente preguiçoso nessa casa só tem Lua
mesmo. Abriram.
-
Justin! Oi, entra.
-
Obrigado Sra. Houston.
- Anna
menino.
- Ok,
Anna menino – ela riu.
Ela entrou e eu segui, deixando a porta aberta
atrás de mim, não pretendia demorar.
- Lua
está dormindo.
- É,
eu sei disso, mas precisava entregar a minha parte do trabalho a ela, vou
viajar e não volto tão cedo. Não quero que ela se comprometa por minha causa.
- Você
é um fofo.
-
Er... obrigado – tentei não ficar corado, mas acho que não funcionou bem.
- Quer
que acorde ela?
- Não,
obrigado. Também não é muito seguro fazer isso! Sei como ela fica com um gênio
estressante quando é acordada, principalmente tão cedo!
- Pelo
jeito preza a vida garoto – olhei por cima do ombro da Anna e vi Sr. Philip
Houston, ou apenas Phil, ou simplesmente o pai da Lua, sentado na cozinha com o
jornal nas mãos.
- Você
não faz ideia o quanto, senhor.
- Sem
formalidades garoto, Phil, por favor, “senhor” faz com que eu me sinta um
velho! – ri, não exatamente pelo o que ele falou, mas sim como falou. – Que
foi?
- Nada
não, mas, seu jeito de falar me lembra muito a Lua, ou melhor Lua me lembra
muito o senhor, não, acho melhor o contrário – ele acabou rindo. – Enfim, acho
que você me entendeu.
- Você
a conhece bem, né?
- Acho
que mais do que é saudável – silêncio. – Bom, se vocês não se importarem, eu
poderia subir e deixar o pendrive no
quarto dela? Scooter já deve estar ficando louco!
- Não,
claro! Pode subir sim – Anna me respondeu, passou por mim e fechou a porta
enquanto eu ia para escada.
- Hey!
– antes de subir olhei para Phill. – Lembre-se, silêncio. Não quero ver suas
fças malharem minha filha na cadeia, ok? – sorri.
- Pode
deixar.
Subi as escadas pulando alguns degraus tomando
cuidado em não fazer barulho, o quarto da Lua era o primeiro do corredor. Abri
a porta devagar e entrei no quarto fazendo mais silêncio do que jamais fiz.
Ela estava deitada de barriga para cima,
jogada e com o lençol todo errado, eu simplesmente tinha pensando em entrar,
deixar o pendrive lá e sair, mas ela
estava virada para cima sendo que nunca fica assim, Lua pode dormir de qualquer
jeito, mas simplesmente detesta ficar de barriga para cima, ou seja, isso
queria dizer que logo ela ia virar e que estava num sono bem profundo.
Então me aproximei, controlei a minha
respiração para que fosse a mais leve o possível e a beijei rápido, só para dar
um gostinho. Ela se remexeu e gemeu baixo e eu me afastei devagar com um
sorrisinho incontrolável até ela resmungar:
- Joe.
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