sexta-feira, 31 de maio de 2013

6º capitulo: The California Sun. Parte 6.



Acordei com dedos passeando pelas minhas costas, como quando meu pai brincava comigo quando eu era criança, e desfilava dois dedos subindo das minhas pernas para me fazer cócegas. Eu sabia que era alguém bem mais mal intencionado, e tive certeza disso quando esse alguém beijou a curvatura do meu pescoço.
 Virei o rosto e abri os olhos devagar, sorrindo que nem idiota.
- Devo me atrever a perguntar como entrou aqui, dessa vez tenho certeza que o cartão está comigo.
- Peguei com a camareira.
- Qual foi o suborno?
- Dois ingressos Vips para o show de amanhã – ele coçou a nuca e abaixou a cabeça e eu ri. Me levantei e ele acertou a coluna ficando em pé.
 Depois que me levantei lhe dei um beijo. A questão era: eu não estava mais pasma sobre o que aconteceu no elevador, como eu disse era de se esperar e desde a semana passada estávamos tendo um “rolo” o que era estranho porque, nós nunca passamos por esse ponto, mas nós não podíamos ficar juntos o que fazia com que ficássemos juntos, a ideia de que era proibido deixava as coisas um pouco mais “divertidas”, mesmo sabendo que era errado, sei lá, era nesses momentos que eu esquecia do que estava acontecendo de verdade. É mais complicado do que eu imaginava.
- Por que você veio me acordar dessa vez? – perguntei ainda com os braços entorno do pescoço dele e ele com as mãos na minha cintura.
- Ah, obrigado por lembrar! – ele resmungou.
- Ué não tenho culpa.
- Vamos enrolar mais um pouquinho!?
- Por mim tanto faz, quem deve ter compromisso é você – o soltei e dei de ombros e ele resmungou de novo.
- Tenho que ir para a passagem de som, ver cenário, essas coisas – falou aborrecido.
- Ok. Tchau.
- É assim agora? Simplesmente “tchau”?
- Quer que eu diga o que oras?
- Ah não! Você me paga – pensei que fosse melhor correr, me afastar dele, sei lá, me esconder no banheiro, mas antes que eu chegasse lá ele me alcançou, me agarrando pela cintura e me fazendo cócegas.
- Para! – eu ria. – Para! Para! Por favor, para! – ele também ria. – Para Justin! – acabei desabando no chão de tanto rir e ele acabou parando e se sentando no chão eu meu lado também. – Sem graça! – disse ofegante e depois fiz língua, seguida por um bico no qual ele me deu um selinho.
- Vai me tratar direito agora?
- Eu nuca te tratei errado.
- Ah não? O que tem de certo em me tratar com ignorância?
- Ih! Que foi? Por que ficou bravinho?
- Isso Srta. Lua Houston, provoca mesmo... – sorri. – Eu te amo sabia?
- Você não me deixa esquecer isso – antes que isso pudesse ficar ainda mais meloso, o telefone dele toca.
- Merda – ele tirou do bolso e atendeu. – Oi Scott!? – ele disse desanimado. – Não, não, está tudo bem. Diz o que foi. – eu apenas ouvia o som estranho, mas não entendia o que Scooter falava. – Eu sei – Scooter falou alguma coisa. – Não, eu sei – parecia está brigando com Justin. – Eu sei cara! – e mais reclamações do outro lado da linha. – Okay, vem então! E pede o Ryan para vir buscar Chris e Caitlin depois – acho que o Scooter questionou. – E daí? Quero que eles vão, qual o problema? – ele ia falar, mas Justin o interrompeu. – Ah! Vem logo Scooter! Quando chegar aqui me liga – ele respondeu e Justin desligou.
- Scooter não sabe que estou aqui né?
- Ainda não – se levantou e me ajudou a levantar.
- Bom tenho que ir – rerevirou os olhos. – Se arruma, sabe, não quero que você vá vestido um biquíni.
- E eu não sou louca a esse ponto.
- Então a gente se ver depois!?
- Certo – ele me deu um beijo de despedidas. – Até – e saiu do quarto bem aborrecido, se devo dizer.
 Fui até o banheiro e tomei um banho rápido, demorando apenas para tirar o cloro do cabelo, então saí e vesti um dos conjuntos de roupa que eu tinha separado na mala, penteei o cabelo, depois lápis de olho e um gloss incolor. Quando terminei recebi uma mensagem no celular:
“Cadê você? Estou te esperando no saguão há séculos! Chris.”
 Depois disso o mínimo que eu poderia fazer era sair.
 Fui para o elevador e quando chegou ao meu andar estava lotado, então resolvi esperar mais um pouco até que voltasse. Quando consegui entrar fui até o saguão, vamos dizer, “acompanhada”, pessoas saiam e entravam a cada andar, mas a maioria saiu comigo.
- Sua lerda.
- Vai para o inferno Chris, não foi você que teve que esperar um elevador cheio e ainda parar de andar em andar – ele fez uma careta me mostrando a língua. – Então criança, Ryan chegou? – ele olhou para a para o lado esquerdo da rua enfrente ao hotel.
- O carro está ali, agora que você chegou, ele deve vir para cá – foi só terminar de falar que o carro, o mesmo Citroën de quando cheguei, começou a vir em nossa direção.
 Quando ele parou na nossa frente, entramos.
- Oi Chris, Lua...
- Oi Ryan – respondi. – E aí James!?
- E aí garota! – ele me respondeu.
- Oi Ryan e James, certo vamos – Chris apressou.
- Ainda acho que esse moleque nasceu antes de hora, sempre apressado, sempre – Ryan disse. – Vamos James, entes que o Christian tenha um infarto. E cadê sua irmã?
- Ela foi fazer compras acho, ela nunca gostou muito de ver os ensaios – ele deu de ombros.
- Caitlin está bem Chris? – perguntei e ele olhou para mim franzindo o cenho.
- Está, mas por quê?
- Ah! Já sei, ela não sabe que eu iria, acertei?
- É, acho que não sabia, mas por quê?
- Porque ela nunca se afastaria do Justin sendo que eu estou aqui, você sabe como ela é.
- Você tem razão.
- Você e Caitlin não se dão bem? – Ryan me perguntou.
- Desde o dia em que nos conhecemos.
- E isso faz quanto tempo?
- Acho que um ano e meio, quase dois.
- Não acha que já é tempo demais?
- Ele me rendeu uma boca muito das doloridas em duas semanas que tínhamos nos visto pela primeira vez...
- E você deu a ela um olho roxo – Chris lembrou.
- É, é... o olho, mas enfim, ela que enche o saco, ela que irrita e vive de bla, bla, bla por causa do Justin. Eu não tenho culpa!
- Ok, não está mais aqui quem falou – Ryan deve ter notado certo tom, involuntário, na minha voz, então eu resolvi ficar quieta.  
  Chegamos a um enorme teatro, era ali que seria o show dele na noite do dia seguinte, afinal o letreiro e os cartazes não deixavam mentir, tinha escrito “Justin Bieber” em todo o canto fora do teatro, e quando entramos, Justin não estava no palco, apenas instrumentos e alguém passando o som do baixo.
- E aí Kenny!
- E aí tampinha – Chris e o segurança do Justin se cumprimentaram e se abraçaram de lado. Eu nunca tinha visto ele na minha vida, mas de tanto ouvir “saiu uma foto do Justin! Está ele e o Kenny”, “Ai... o Justin é lindo! E o Kenny sempre está com ele”, “mais uma foto com o Kenny”, “Justin se dá muito bem com o Kenny”. Para está ali, deveria ser o mesmo. – E quem é a garota? – Kenny olhou para mim.
- Lua Houston, prazer.
- Ah! A tal garota...
- Acho que todo mundo já me conhece e eu não conheço ninguém. Duvido que Justin falava tanto assim de mim.
- Ele não falava, ele fala. De qualquer jeito, é um prazer conhecer a Garota Favorita do Justin – senti minhas bochechas queimarem.
- É um prazer conhecer o cara que tenta manter aquela peste do Bieber em controle – ele riu.
- É, eu tento.
- Falando no Justin, cadê ele? – Chris perguntou.
- Está provando as roupas. Vem! Vamos ver os bastidores – ele andou na frente pelo corredor em que estávamos conversando algumas coisas com Ryan, Chris e eu os seguimos.
 Atrás do palco era uma coisa embolada, era fios e pessoas para todos os lados, um gritando com o outro, chamando, andando para lá e para cá, era confuso e apressado.
- Lua? – me virei.
- Sr. Bieber – ele franziu o cenho –, quer dizer, Jeremy.
- Isso garota.
- Desculpa, sou uma garota educada e delicada.
- É, sei bem como – ele riu, só então olhei para baixo e vi uma menininha fofa, escondida atrás das pernas do pai do Justin, então me agachei.
- E quem essa menininha fofa?
- É a minha filha Jazmyn – ah claro, a irmã do Justin, já tinha visto fotos dela, mas não reconheci de cara, claro, linda igual ao irmão.
- Oi Jazmyn, prazer Lua – estendi a mão, ela recuou um pouco, mas depois saiu de trás do Jeremy e estendeu a mãozinha para mim. – Dá um abraço? – ela deu. – Você é uma fofa sabia?
- Obrigada – disse tímida.
- Jeremy – alguém que eu não vi chamou atrás dele. – Poderia vir aqui, por favor?
- Lua, preciso ir ali. Pode tomar conta da Jazzy um pouco?
- Claro! – ela se foi e eu me levantei. – Chris você... – olhei par um lado e para outro, nem Chris, nem Kenny, muito menos Ryan estavam ali. – Legal, ele sumiu – ela riu. – Hum... que tal a gente ir procurar seu irmão Jazzy? – ela sorriu e concordado.
 Andamos pelos bastidores de mãos dadas sem rumo nenhum, conversando muitas coisas, ela acabou se soltando e se mostrando mais fofa do que já parecia.
- Meu rimão fala muito de você.
- É, todo mundo fala isso.
- Uma vez, ele disse pala o Cuis que você patiu o colação dele, eu não entendi – ela fez uma cara emburrada – e ele nem me plicou. Você rasgou um desenho que Justin fez? – ri.
- Não princesa, como eu posso te explicar – sentei num banco que tinha ao nosso lado. – Vem cá – e a pus no colo. – Nós dois nos gostávamos muito, muito, muito. Mas brigamos, e quando ficamos de bem de novo eu tive que ir embora, por isso ele ficou triste.
- E você ficou tiste?
- Fiquei.
- Mas você gostava dele?

quinta-feira, 23 de maio de 2013

6º capitulo: The California Sun. Parte 5.



Lua Houston
 Há realmente muito tempo que não corria assim, foi ótimo ter aquela sensação mais uma vez, até do calor que o macacão fazia, uma corrida de verdade – apesar de ser com o Justin que, não é querendo me gabar, mas, ele não é um desafio para mim – não se compara as minhas “brincadeiras” nos limites da cidade.
 A sensação de adrenalina correndo pelo meu corpo daquele jeito sempre foi extremamente viciante, é por isso que as pessoas usam drogas, certos entorpecentes dão a sensação de adrenalina e isso da prazer, a substancia em si, natural, já da prazer, a diferença é que drogas viciam e fazem mal, ferram contigo e além do fato de viciar, o efeito é rápido. A adrenalina tem um problema, apesar de extremamente boa ela mascara como está o seu corpo, por isso pessoas entupidas até a alma de drogas, se ralam, quebram, se esfoliam, mas não sentem dor, neste caso, não me quebrei ou esfoliei alguma parte do meu corpo deixando em carne viva, mas foi só eu parar que senti como estava cansada.
  Fui para o hotel quase dormindo, Chris e Justin também estavam assim, então a volta para casa foi menos animada.
  Eu estava tão cansada que assim que entrei no quarto me joguei na cama e apaguei na hora, acordando duas horas depois – que por acaso passaram sem que eu percebesse – com dificuldades para continuar dormir, já que eu não tinha tomado banho e a sensação de estar suja estava me atrapalhando a relaxar, então levantei e tomei um banho rápido me sentindo um pouco mais acesa.
 Quando saí do banho, acertei as minhas malas, jogadas de qualquer jeito no chão, quando bateram na porta. Fui abrir sem sequer ver pelo olho mágico, ainda estava meio desligada.
- O que está fazendo aqui?
- Esperava outro alguém?
- Não esperava nem outro, nem você, na verdade nem sei por que estou tão surpresa, é sempre você que aparece do nada – larguei a porta e voltei para dentro do quarto. – Acho melhor você entrar Justin, se não quiser, cai fora.
- Ah ta – ele entrou e fechou a porta que fez um “clique” de trancada, depois veio até mim para me dar um abraço que não devolvi seguido de um simples beijo. – Até parece que você queria que eu fosse embora – dei de ombros. – Credo! – ele deu um tom aterrorizado, acabei rindo da cara de incrédulo que ele fez, fingindo estar sentido por ter tratado com desdém o fato de ele vir ao meu quarto a sei lá que horas da noite.
- O que você veio fazer aqui em? Está tarde, era para eu estar dormindo, mas tive que levantar para tomar um banho. Cheguei e caí na cama de imediato.
- Idem, mas agora fiquei sem sono, resolvi vir aqui, tinha esperanças que você estivesse acordada.
- Mas não seria melhor você, sei lá, falar com o Christian? Caitlin está aí, sabe...
- Por isso mesmo que não fui lá, primeiro que é quase cem por cento de certo que o Chris ainda esteja dormindo, segundo que a Caitlin está lá.
- Caitlin está dormindo no mesmo quarto que o Chris? – Ele assentiu. – Coitado do meu tigrinho.
- Eu não gosto disso.
- Disso o que?
- De você ter dado um apelido para o Chris e para mim não.
- Chris tem um apelido idiota, você é apenas Jus, está ótimo, não?
- Você me chamou de que?
- Jus – ele deu um sorrisinho de canto de boca, como sempre fazia se algo simples o tivesse realmente agradado.
- Repete? – falou baixinho, chegando um pouquinho mais perto.
- Jus – repeti no mesmo tom de voz, então ele me deu outro beijo, também simples, mas envolvendo a minha cintura com um dos braços dessa vez, como anda acontecendo ultimamente. – Se você quiser arranjo um apelido idiota para você também, sabe que sou excelente nisso – sorri assim que ele afastou o rosto.
- Não, não. Estava brincando, “Jus” está ótimo, obrigado – ri.
- Vem palhaço, você não vai querer sair daqui tão cedo mesmo, então não vamos ficar parados enfrente a porta – segurei a sua mão e o puxei até a cama, depois soltei subindo no lado direito e ele dando à volta para o esquerdo.
- Trouxe o IPad.
- Desde quando você tem um Ipad?  – ele parou para pensar.
- Desde... de um tempo aí – ele pareceu não lembrar.
 Dei de ombros e comecei a mexer no Ipad ainda nas mãos dele.
- Onde você aprendeu a mexer assim? Eu mesmo demorei um tempão! – ri em resposta. – Não vai me contar né? – neguei. – Então ta...
- Entra no seu twitter – eu já tinha entrado na pagina principal e até posto o login dele, bastava à senha.
- O meu? Mas ele é... como eu posso dizer... extremamente agitado, não é melhor entrar no seu? Deve ser mais calmo.
- Por isso mesmo eu quero que você entre no seu, o meu é calmo até demais.
- Lembre-se que foi você quem pediu – ele pôs a senha e logo entrou.
 Tudo começou a ir rápido demais, na home o tempo todo tinha tweet novo, sem que eu notasse, havia para lá de 100.
- Aqui não me interessa, veremos as mentions...
- Aí que vai te interessar menos.
- Claro que não, quero ver o que mais de 12milhões de pessoas falam de você, ou para você.
 Era o seguinte, Justin tinha realmente muitos seguires, mais de 12 milhões – conquistados há nem um mês atrás, já que da última vez que olhei tinha nem 10milhões – então a caixa de mentions ficava simplesmente lotada e a todo o momento chegava mais.
Algumas replys o xingava, outras eram bem indecentes, indiscretas, enquanto outras, eram fãs dizendo o quanto o amava, apenas na esperança que ele visse e mandasse nem que fosse um “Eu te amo também” ou sequer uma carinha feliz.
- Você poderia responder suas fãs.
- Não tenho tempo.
- Sei que você arranja.
- Mas não para responder todas, é muita gente, acho que seria meio injusto.
- Ainda acho que você deveria tentar, mas tudo bem.
 As horas se passaram que a gente nem mesmo notou, e não fizemos nada além de ficar lendo e rindo de algumas coisas no twitter dele – e não conseguimos ver muita coisa antiga, era muita reply que chegava ao mesmo tempo – praticamente o obriguei a responder alguns comentários e fiz um favor a minha amiga em realizar ao sonho dela de receber uma reply – o menor dos sonhos dela quando se tratava do Bieber, o maior é conhecê-lo, lógico – do ídolo de sua vida, talvez assim, ela fique tão eufórica com o fato que esqueça que a deixei de cara na internet antes de viajar.
 Comecei a bocejar, e quando olhei à hora descobri o porquê.
- Jus, é melhor você ir para o seu quarto, já é de madrugada.
- Mas ainda estou sem sono.
- Mas eu estou com sono.
- Deixa eu ficar mais um pouquinho? – ele fez carinha de cachorro sem dono, quase irresistível, quase.
- Não! Você tem o que fazer amanhã não é? Se não for dormir logo, vai fazer as trezentas coisas, sei lá, os preparativos para o show, tudo morrendo de sono. Vai lá dormir, a gente se vê amanhã.
- Mas amanhã a gente não vai poder ficar junto.
- Mas amanhã, a gente vê isso, agora vai.
- Você venceu! Boa noite então – ele não gostou muito da ideia, estava saindo do meu quarto como se fosse expulso. – Boa noite.
- Boa – respondi, ele me deu um selinho ainda mal humorado. – Own, tadinho, ficou bravinho.
- Não provoca – ele pegou o cartão em cima de uma pequena mesa ao lado da porta e abriu a mesma, desligado a luz antes de fechar.
 Ri sozinha com aquela cena, mas eu estava tão cansada que nem notei em qual momento e quanto tempo depois que Justin saiu de lá, fui dormir.
Acordei sendo sacudida.
- Só mais um pouco pai – murmurei. Uma risada conhecida ecoou pelo quarto.
- Deus foi bom comigo não me trazendo a essa vida para ser seu pai – abri os olhos devagar vendo aquela criatura e imaginando como ela entrou no quarto.
- O que você está fazendo aqui Justin? Como você entrou? – ele me mostrou o cartão, sorrindo – Você levou o cartão ontem? – assentiu. – Então quer dizer que se aqui pegasse fogo eu iria morrer torrada por que você levou o cartão? – ele pareceu pensar no assunto.
- Sim.
- Eu não te mereço não – me levantei, sentando na cama. Olhei pela janela, estava bem claro – Que horas?
- Seis e meia.
- O que? – gritei. – Você tem noção que horas fui dormir ontem?
- Tenho.
- Então porque diabos me acorda agora? É muito cedo!
- Você deu sorte, iria te acordar às seis.
- Você está aqui desde as seis da manhã? – gritei, de novo.
- Sim. Mas não te acordei porque achei que ficaria ainda mais brava se não visse o sol, então fiquei vendo você dormir, aí perdi a hora e te acordei agora.
- Ainda bem que perdeu a hora, foi pelo menos meia hora a mais dormindo. Mas enfim, o que você quer?
- Credo! É assim agora? “O que você quer”? Sem nem um “carinho”, nem um “amor”?
- Você me acorda às seis da manhã, sendo que eu não dormi nem cinco horas direito e ainda quer algum “carinho”? – ele assentiu. – Você anda muito abusado.
- E você agressiva.
- Mas você não veio aqui para me dizer isso. Diz logo Justin.
- A piscina do hotel está vazia, sabe é bem sedo e estaria mentindo se dissesse que não estou por trás disso – ele sorriu de bochecha a bochecha.
- Já entendi aonde você quer chegar.
- Então termine de acordar que te espero lá fora, temos que acordar o Chris ainda – arqueei a sobrancelha confusa. – Pode não parecer, mas às vezes tenho juízo – ele sorriu. – Já disse que estou te esperando lá fora? – ele saiu do quarto.
 Fiquei um tempo na cama olhando para a porta tentando entender o que aconteceu, depois pulei da cama e fui ao banheiro, fiz minha higiene matinal, sabe, aquelas coisas que não digam “Oi, um idiota me acordou cedo” e saí do quarto, sim, de pijama, ele não era do tipo “Olha aquela louca está andando por ai de pijama!” então, achei que não teria importância.
 É, Justin realmente me irritou.
- Você vai de pijama?
- É exatamente isso que estou fazendo – apertei o botão do elevador.
- Mas, é um pijama! E se encontrarmos alguém no corredor?
- Vai estranhar o fato de eu estar com você, o pijama é o menor dos detalhes – a porta do elevador se abriu e nós dois entramos.
- Então ta de qualquer jeito, você tem razão – e depois de segundos de silêncio a porta abre. 13º andar.
 Andamos até o quarto e o Justin bateu na porta, fiquei do lado, meio que “escondida” encostada na parede, imaginei que quem fosse abrir a porta seria a Caitlin, já que, o Chris, assim como eu, nunca iria acordar tão cedo.
 - Oi amor! Você demorou! – como assim “você demorou”? Ele já tinha combinando isso com ela?
O olhei zangada e ele riu, mas a Caitlin achou que fosse para ela, porque soltou um “own”.
- Bom, entra, Christian não quer acordar.
- Eu dou um jeito nisso – entrei no quarto quase esbarrando nela ao passar pela porta, mas consegui desviar.
- O que ela está fazendo aqui? – Justin não respondeu.
 Pulei na cama do Chris e depois caí de joelhos em cima dele e comecei a sacudi-lo.
- Acorda! Acorda! Acorda! – sacudir, pular... ninguém conseguiria dormir com tanta bagunça encima de si. Ou acordava ou estava morto.
 - Eles se dão bem – ouvi Caitlin dizer.
- Eles são melhores amigos – e Justin replicar.
- Acorda infeliz! – pulei e o sacudi mais forte.
- Você venceu! – ele gritou. – Se quiser sair de cima de mim agora eu agradeço – me joguei para trás sentando sem jeito. – Para que você está me acordado? – ele olhou no celular ao lado da cama – Ás seis da manhã!? – e gritou mais uma vez.
- Já vai dar sete. Piscina em 10minutos, não demore tigrinho – me levantei e sair do quarto indo direto para o elevador.
- Como ela faz isso? Ele teria me xingado toda, ou não teria acordado de jeito nenhum. Ou me xingado e voltado a dormir.
- Eu já disse eles são amigos, melhores amigos, então se batem, se xingam, se acordam, fazem tudo o que o outro odeia para irritar, mas no final está tudo bem – o elevador abriu e eu entrei. – Lua, segura aí! – segurei o botão para que a porta não se fechasse logo. – A gente se vê lá embaixo – ele disse para a Caitlin. – Vê se não demora tigrinho! – e gritou para o Chris. Pus a cabeça para fora do elevador e vi um travesseiro voar pelo corredor, vi também a Caitlin fazer bico para o Justin lhe dar um beijo, quando o que ele fez foi virar as costas e entrar no elevador.
- Você deixou a Caitlin de cara.
- Deixei? – assenti – Nem notei – Ri.
 Nós subimos e Justin ficou no andar dele, que era o último, 14º – como eu disse, o hotel não era alto e sim comprido – e eu desci para o meu, sozinha.
 Entrei no quarto e vasculhei as malas até achar o biquíni que eu queria – isso fez com que a minha mala ficasse toda bagunçada, de qualquer jeito ela ficaria assim quando fossemos voltar para casa – e quando achei, fui para o banheiro por costume e medida de segurança, me trocar. Pus o biquíni e uma saída de praia, algo que fosse fácil tirar e de por e que não me fizesse desfilar quase sem nada pelo hotel.
 Achei que fui rápida demais, então olhei pela janela para ver a piscina, porém esqueci do detalhe que o meu quarto era para frente do hotel e a piscina ficava nos fundos. Então fiquei enrolando por um tempo, para ter certeza de que quando eu descesse, eles estariam lá. E quando desci, realmente estavam.
- Você demorou – Chris disse saindo da piscina.
- Enrolei para ter certeza que quando descesse vocês estariam aqui – fui até uma mesa à única ocupada por coisas e coloquei o cartão do hotel, a única coisa que eu tinha levado.
- Achei que você não viria – Justin disse quando cheguei perto.
- Eu? Não vir à piscina depois que você me acordou às 6:30 da manhã? Conta outra – ele riu. – Saiu da piscina por que Chris? Vou entrar agora! – tirei a saída, pus em cima da mesa com o cartão e fui em direção da piscina.
- Me esperem! – Justin veio até nós e foi um de cada vez pulando.
Éramos três adolescentes, que mais parecíamos criança, dentro da piscina do hotel. Caitlin ficou do lado de fora e durante o tempo que ficamos lá, apenas entrou uma vez e sem molhar o cabelo, preferiu apenas o sol ao cloro da água, já eu não me importei com cabelo nem nada, sabe quando iria para uma piscina de novo? Com certeza não tão cedo.
 Os meninos estavam sem camisa, o que para mim não era nenhuma surpresa, eu já os vira assim antes ao vivo e em cores e com esse novo físico, em fotos apenas. Os dois haviam “crescido” muito, Justin que era todo magrelo ganhou um “corpo”, mas ainda sim  Chris o vencia – e olha que a diferença é de uns dois anos –, meu tigrinho já tinha um abdômen bem formado, já Justin, bom, era seco, não magrelo, mas um carinha bombado seco, sem nem as curvinhas que Chris já tinha.
 Ri quando pensei isso, Chris que era mais novo tinha um corpo mais bem formado do que Justin, mas preferi não comentar nada, deixar esse assunto baixo.
 Os Beadles receberam uma ligação dos pais, então os dois tiveram que entrar e apenas Justin e eu ficamos ali. Nessa hora eu já me sentia cansada e com sono – sempre fico assim quando vou à piscinha ou à praia – então, saí e me sentei na beira da piscina para me secar um pouco, deixando apenas meus pés na água.
 Justin se sentou ao meu lado, virado para a direção oposta, ficando de costas para a água.
- Você ficou nervosa, olhou o tempo inteiro para as janelas.
- Jura?
- Não precisava ficar nervosa.
- Para você é fácil falar.
- Pior que não é não, eu não quero que ninguém te veja, mas não quero que você deixe de estar presente nessa nova fase da minha vida.
- Então deve entender porque fiquei assim, já que é justamente isso que eu não quero – abaixei a cabeça e ele se inclinou pondo o rosto na frente do meu fazendo com que eu erguesse de novo.
- Eu não vou deixar que ninguém descubra quem você é, confia em mim ok? – os olhos do Justin sempre me deixaram fora de mim e eu acabara de descobrir que ainda deixavam.
- Tudo bem – balancei a cabeça, desviando o olhar do rosto dele.  
- Acho melhor a gente sair daqui, está ficando tarde, as pessoas do hotel devem estar querendo descer e eu tenho que passar lá onde vai ser o show, testar as coisas, você sabe...
- Sei não, mas ok – ele sorriu. – Pega a toalha para mim em cima da mesa? Chega de mostrar a minha bunda por hoje – ele riu e levantou para pegar a toalha, depois estendeu para mim, mas quando fui pegar ele puxou.
- Ah não. Levanta! – ele ria.
- Deixa de ser tarado Bieber! Dá aqui a toalha! – puxei da mão dele e levantei, enrolando apenas a cintura, na verdade, só tampei a parte de trás, porque nem cheguei a enrolar.
 Levantei e fui até a mesa, e Justin olhando para mim.
- Cansa de olhar não? – perguntei rindo.
- Sinceramente, não – ele avançou para um beijo na bochecha e eu não consegui desviar o suficiente para que ele conseguisse me dar o beijo onde queria.
- Sua peste! – pus a saída de praia, deixando a parte de cima caída, era frente única, então ao invés de amarrar no pescoço tampei apenas a cintura, deixando a barriga a mostra e a parte de cima do biquíni. – Quem vai pela entrada de serviço?
- Eu – ele revirou os olhos. – Odeio essas coisas, mas você, por mais que esteja de biquíni e... – ele foi descendo os olhos, mas depois balançou a cabeça olhando para o meu rosto de novo. – Bom, você passa mais despercebida pelo saguão do que eu.
- O certo é irmos juntos né? O saguão vai estar cheio à uma hora dessas, e vão saber quem estava aqui era você.
- Mas e quando chegarmos lá em cima?
- Você sobe pelo elevador de serviço até o seu andar, eu paro no andar antes e subo um lance de escada, simples – ele pensou um pouco.
- Por mim tudo bem – e deu de ombros.
- Só uma pergunta antes de irmos: Preciso ter medo de você dentro do elevador não né? – ele franziu o cenho, mas depois relaxou com uma expressão de “ah!”.
- Isso veremos – ele sorriu como uma criança que planejava algo, mas eu só ri, mais nada.
- Então vamos logo! – falei um pouco mais séria, mas ele ficou me encarando, por sei lá qual motivo, e depois me abraçou pela cintura e eu devolvi o segurando pelo pescoço.
- Você não tem noção do quanto senti a sua falta.
-Tenho sim, pior que tenho – nos afastei. – Agora vamos? Antes que eu desista, o que já é um quase.
- Desistir? – assenti. – Não, não. Vamos – ele segurou a minha mão e praticamente me arrastou até a entrada de serviço.
 Vamos dizer que Justin não sabe o que quer dizer “se comportar”.
Entrei quase arrastada no elevador de serviço, e Justin parecia nervoso para que a porta se fechasse, na verdade, ele ficou nervoso por uns oito ou nove andares e eu só fiquei olhando ele bater o pé e se mexer agitado, até que, eu simplesmente não entendi bem, mas é, ele me beijou.  
 Eu fiquei surpresa demais então a minha reação foi tentar o afastar, mas ele não deixou, segurou meus braços na parede do elevador e tentava me envolver cada vez mais no beijo, mas eu estava surpresa, o pior que era de se imaginar essa atitude dele, mas mesmo assim fiquei assustada.
 Ele soltou meus braços que caíram sem nenhuma reação, eu estava sem nenhuma reação e quando ele se afastou e abriu os olhos deu de cara com uma garota pasma, e para ajudar, ele passou as costas da mão na boca e se afastou um pouco no exato momento em que a porta abriu.
- Você fica aqui – ele sorriu de lado e eu não respondi, apenas andei para fora do elevador em estado automático, com os pensamentos voando e fora do lugar.  
 Eu estava perplexa, não sabia bem o que fazer quando entrei no quarto, mas eu estava cansada, muito cansada então bati na cama e dormir.