sexta-feira, 31 de maio de 2013

6º capitulo: The California Sun. Parte 6.



Acordei com dedos passeando pelas minhas costas, como quando meu pai brincava comigo quando eu era criança, e desfilava dois dedos subindo das minhas pernas para me fazer cócegas. Eu sabia que era alguém bem mais mal intencionado, e tive certeza disso quando esse alguém beijou a curvatura do meu pescoço.
 Virei o rosto e abri os olhos devagar, sorrindo que nem idiota.
- Devo me atrever a perguntar como entrou aqui, dessa vez tenho certeza que o cartão está comigo.
- Peguei com a camareira.
- Qual foi o suborno?
- Dois ingressos Vips para o show de amanhã – ele coçou a nuca e abaixou a cabeça e eu ri. Me levantei e ele acertou a coluna ficando em pé.
 Depois que me levantei lhe dei um beijo. A questão era: eu não estava mais pasma sobre o que aconteceu no elevador, como eu disse era de se esperar e desde a semana passada estávamos tendo um “rolo” o que era estranho porque, nós nunca passamos por esse ponto, mas nós não podíamos ficar juntos o que fazia com que ficássemos juntos, a ideia de que era proibido deixava as coisas um pouco mais “divertidas”, mesmo sabendo que era errado, sei lá, era nesses momentos que eu esquecia do que estava acontecendo de verdade. É mais complicado do que eu imaginava.
- Por que você veio me acordar dessa vez? – perguntei ainda com os braços entorno do pescoço dele e ele com as mãos na minha cintura.
- Ah, obrigado por lembrar! – ele resmungou.
- Ué não tenho culpa.
- Vamos enrolar mais um pouquinho!?
- Por mim tanto faz, quem deve ter compromisso é você – o soltei e dei de ombros e ele resmungou de novo.
- Tenho que ir para a passagem de som, ver cenário, essas coisas – falou aborrecido.
- Ok. Tchau.
- É assim agora? Simplesmente “tchau”?
- Quer que eu diga o que oras?
- Ah não! Você me paga – pensei que fosse melhor correr, me afastar dele, sei lá, me esconder no banheiro, mas antes que eu chegasse lá ele me alcançou, me agarrando pela cintura e me fazendo cócegas.
- Para! – eu ria. – Para! Para! Por favor, para! – ele também ria. – Para Justin! – acabei desabando no chão de tanto rir e ele acabou parando e se sentando no chão eu meu lado também. – Sem graça! – disse ofegante e depois fiz língua, seguida por um bico no qual ele me deu um selinho.
- Vai me tratar direito agora?
- Eu nuca te tratei errado.
- Ah não? O que tem de certo em me tratar com ignorância?
- Ih! Que foi? Por que ficou bravinho?
- Isso Srta. Lua Houston, provoca mesmo... – sorri. – Eu te amo sabia?
- Você não me deixa esquecer isso – antes que isso pudesse ficar ainda mais meloso, o telefone dele toca.
- Merda – ele tirou do bolso e atendeu. – Oi Scott!? – ele disse desanimado. – Não, não, está tudo bem. Diz o que foi. – eu apenas ouvia o som estranho, mas não entendia o que Scooter falava. – Eu sei – Scooter falou alguma coisa. – Não, eu sei – parecia está brigando com Justin. – Eu sei cara! – e mais reclamações do outro lado da linha. – Okay, vem então! E pede o Ryan para vir buscar Chris e Caitlin depois – acho que o Scooter questionou. – E daí? Quero que eles vão, qual o problema? – ele ia falar, mas Justin o interrompeu. – Ah! Vem logo Scooter! Quando chegar aqui me liga – ele respondeu e Justin desligou.
- Scooter não sabe que estou aqui né?
- Ainda não – se levantou e me ajudou a levantar.
- Bom tenho que ir – rerevirou os olhos. – Se arruma, sabe, não quero que você vá vestido um biquíni.
- E eu não sou louca a esse ponto.
- Então a gente se ver depois!?
- Certo – ele me deu um beijo de despedidas. – Até – e saiu do quarto bem aborrecido, se devo dizer.
 Fui até o banheiro e tomei um banho rápido, demorando apenas para tirar o cloro do cabelo, então saí e vesti um dos conjuntos de roupa que eu tinha separado na mala, penteei o cabelo, depois lápis de olho e um gloss incolor. Quando terminei recebi uma mensagem no celular:
“Cadê você? Estou te esperando no saguão há séculos! Chris.”
 Depois disso o mínimo que eu poderia fazer era sair.
 Fui para o elevador e quando chegou ao meu andar estava lotado, então resolvi esperar mais um pouco até que voltasse. Quando consegui entrar fui até o saguão, vamos dizer, “acompanhada”, pessoas saiam e entravam a cada andar, mas a maioria saiu comigo.
- Sua lerda.
- Vai para o inferno Chris, não foi você que teve que esperar um elevador cheio e ainda parar de andar em andar – ele fez uma careta me mostrando a língua. – Então criança, Ryan chegou? – ele olhou para a para o lado esquerdo da rua enfrente ao hotel.
- O carro está ali, agora que você chegou, ele deve vir para cá – foi só terminar de falar que o carro, o mesmo Citroën de quando cheguei, começou a vir em nossa direção.
 Quando ele parou na nossa frente, entramos.
- Oi Chris, Lua...
- Oi Ryan – respondi. – E aí James!?
- E aí garota! – ele me respondeu.
- Oi Ryan e James, certo vamos – Chris apressou.
- Ainda acho que esse moleque nasceu antes de hora, sempre apressado, sempre – Ryan disse. – Vamos James, entes que o Christian tenha um infarto. E cadê sua irmã?
- Ela foi fazer compras acho, ela nunca gostou muito de ver os ensaios – ele deu de ombros.
- Caitlin está bem Chris? – perguntei e ele olhou para mim franzindo o cenho.
- Está, mas por quê?
- Ah! Já sei, ela não sabe que eu iria, acertei?
- É, acho que não sabia, mas por quê?
- Porque ela nunca se afastaria do Justin sendo que eu estou aqui, você sabe como ela é.
- Você tem razão.
- Você e Caitlin não se dão bem? – Ryan me perguntou.
- Desde o dia em que nos conhecemos.
- E isso faz quanto tempo?
- Acho que um ano e meio, quase dois.
- Não acha que já é tempo demais?
- Ele me rendeu uma boca muito das doloridas em duas semanas que tínhamos nos visto pela primeira vez...
- E você deu a ela um olho roxo – Chris lembrou.
- É, é... o olho, mas enfim, ela que enche o saco, ela que irrita e vive de bla, bla, bla por causa do Justin. Eu não tenho culpa!
- Ok, não está mais aqui quem falou – Ryan deve ter notado certo tom, involuntário, na minha voz, então eu resolvi ficar quieta.  
  Chegamos a um enorme teatro, era ali que seria o show dele na noite do dia seguinte, afinal o letreiro e os cartazes não deixavam mentir, tinha escrito “Justin Bieber” em todo o canto fora do teatro, e quando entramos, Justin não estava no palco, apenas instrumentos e alguém passando o som do baixo.
- E aí Kenny!
- E aí tampinha – Chris e o segurança do Justin se cumprimentaram e se abraçaram de lado. Eu nunca tinha visto ele na minha vida, mas de tanto ouvir “saiu uma foto do Justin! Está ele e o Kenny”, “Ai... o Justin é lindo! E o Kenny sempre está com ele”, “mais uma foto com o Kenny”, “Justin se dá muito bem com o Kenny”. Para está ali, deveria ser o mesmo. – E quem é a garota? – Kenny olhou para mim.
- Lua Houston, prazer.
- Ah! A tal garota...
- Acho que todo mundo já me conhece e eu não conheço ninguém. Duvido que Justin falava tanto assim de mim.
- Ele não falava, ele fala. De qualquer jeito, é um prazer conhecer a Garota Favorita do Justin – senti minhas bochechas queimarem.
- É um prazer conhecer o cara que tenta manter aquela peste do Bieber em controle – ele riu.
- É, eu tento.
- Falando no Justin, cadê ele? – Chris perguntou.
- Está provando as roupas. Vem! Vamos ver os bastidores – ele andou na frente pelo corredor em que estávamos conversando algumas coisas com Ryan, Chris e eu os seguimos.
 Atrás do palco era uma coisa embolada, era fios e pessoas para todos os lados, um gritando com o outro, chamando, andando para lá e para cá, era confuso e apressado.
- Lua? – me virei.
- Sr. Bieber – ele franziu o cenho –, quer dizer, Jeremy.
- Isso garota.
- Desculpa, sou uma garota educada e delicada.
- É, sei bem como – ele riu, só então olhei para baixo e vi uma menininha fofa, escondida atrás das pernas do pai do Justin, então me agachei.
- E quem essa menininha fofa?
- É a minha filha Jazmyn – ah claro, a irmã do Justin, já tinha visto fotos dela, mas não reconheci de cara, claro, linda igual ao irmão.
- Oi Jazmyn, prazer Lua – estendi a mão, ela recuou um pouco, mas depois saiu de trás do Jeremy e estendeu a mãozinha para mim. – Dá um abraço? – ela deu. – Você é uma fofa sabia?
- Obrigada – disse tímida.
- Jeremy – alguém que eu não vi chamou atrás dele. – Poderia vir aqui, por favor?
- Lua, preciso ir ali. Pode tomar conta da Jazzy um pouco?
- Claro! – ela se foi e eu me levantei. – Chris você... – olhei par um lado e para outro, nem Chris, nem Kenny, muito menos Ryan estavam ali. – Legal, ele sumiu – ela riu. – Hum... que tal a gente ir procurar seu irmão Jazzy? – ela sorriu e concordado.
 Andamos pelos bastidores de mãos dadas sem rumo nenhum, conversando muitas coisas, ela acabou se soltando e se mostrando mais fofa do que já parecia.
- Meu rimão fala muito de você.
- É, todo mundo fala isso.
- Uma vez, ele disse pala o Cuis que você patiu o colação dele, eu não entendi – ela fez uma cara emburrada – e ele nem me plicou. Você rasgou um desenho que Justin fez? – ri.
- Não princesa, como eu posso te explicar – sentei num banco que tinha ao nosso lado. – Vem cá – e a pus no colo. – Nós dois nos gostávamos muito, muito, muito. Mas brigamos, e quando ficamos de bem de novo eu tive que ir embora, por isso ele ficou triste.
- E você ficou tiste?
- Fiquei.
- Mas você gostava dele?

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