domingo, 28 de dezembro de 2014

19º Capitulo: The Time of the Truth - Parte 1

Pov's Houston
 Acordei muito cedo, na verdade, acho que nem dormi. Nas minhas contas só durei três horas na cama. Então logo estava no sofá, de pijamas, abraçada com as pernas, supostamente vendo televisão, sei que passava algum desenho, mas não faço ideia qual, minha mente estava tão agitada que parecia desligada.
 Havia duas semanas e meia que eu não falava com o Bieber, desde o dia que ele me envergonhou no racha. Desde então, já houve quatro outros encontros, mas não fui em nenhum, sempre fui de cumprir com as minhas promessas, tudo bem que a aposta não foi bem: “você volta pra casa comigo e nunca mais participa disso”, mas não era preciso terminar a frase para entender a intenção do que ele estava fazendo ali. De qualquer modo, não teria coragem de voltar lá depois de toda a humilhação publica que ele me fez passar.
 A queridinha estava fora do encontro de racha mais importante da província.
 Mas essa minha insônia não era simplesmente pela quantidade de dia sem falar com Justin, ou abstinência de velocidade e adrenalina, mas sim porque noite passada, no último jornal, passou uma reportagem policial contando que acabaram com um esquema de racha nos limites da cidade vizinha. Liguei pro Luka, e ele me confirmou que o Gabe estava na delegacia, os carros foram apreendidos e mais uns 10 foram presos, o resto conseguiu fugir, mas os líderes estavam entre esses dez. Dragon estava.
 Eu estava com medo, confesso, se não soubessem meu nome talvez eu estaria com menos medo, mas aquele dia que Bieber esteve lá, ele acabou gritando para quem conseguisse ouvir. Eu não era uma líder, e, era novata também, o que não me traria riscos, se não tivesse me tornado a “menina de ouro” tão rápido. Mas eles não iam me dedurar... mas poderiam... e o medo me consumia enquanto isso.
 Luka estava acompanhando o Gabe, provavelmente ele me avisaria se desse algum problema, pelo menos é o que eu espero. Luka não sabe de nada, mas se soubesse me ligaria, eu precisava acreditar nisso, o importante era não me desesperar, nunca! Eu não podia fazer nada, além de esperar, só que, isso não quer dizer que eu deveria ficar sentada no sofá o dia inteiro fazendo exercícios de respiração para não surtar, ainda tinha o assunto Bieber para resolver.
 Justin sempre foi a pessoa com quem mais contei, Chris também sempre ficou do meu lado, mas não queria o envolver nisso, já o astro teen em questão tinha se envolvido a partir do momento que foi me buscar naquela corrida, e, se ele não tivesse ido, talvez eu estivesse mais envolvida com essas prisões do que estou agora.
 Levantei do sofá para comer alguma coisa. Enquanto preparava, mandei uma mensagem pra ele, pedindo para que viesse. Sei que, tinha uma grande possibilidade dele não vir, depois do nosso último encontro, era o de se esperar, mas eu precisava tentar, se ele não viesse aqui, eu iria lá, tanto faz, mas queria falar com ele totalmente a sós e, não sei se na casa dele isso é uma opção, talvez a mãe dele estivesse lá, talvez até mesmo o Scooter, ou seja, melhor que ele viesse até aqui.
 Preparei o lanche, comi e ainda fiz o favor de sujar a minha blusa com maionese, tudo antes dele responder. Quando subi para trocar de roupa, já tinha até perdido as esperanças que ele viesse, mesmo que não havia muito tempo que eu mandei a mensagem. Ao chegar ao quarto, fiquei só com a calça do pijama, enquanto procurava uma camisa para ficar em casa e não achava nenhuma.
- Lua? Está em casa?
- Aqui em cima! Pode subir – gritei da porta.
 Ouvi seus lentos passos na escada, mas eu estava mais preocupada com o fato de ainda estar de sutiã. Porém, assim que peguei a blusa na mão, Justin deu três batidas na porta.
- Oi – me vesti.
- Oi – respondi. – Achei que não viesse.
- Confesso que fiquei em duvida.
- Ainda está bravo comigo?
- Na verdade, cansei de estar bravo ou qualquer coisa do tipo com você, pelo menos por esse motivo, mas, de acordo com o nosso último encontro, você que estava brava comigo.
- Coisas de momento, sabe como é – ele riu sem graça.
- Se tratando de você, sei muito bem – minha vez de rir sem graça.
 Silêncio.
- Achei que estivesse, você não ligou nem nada mais.
- É que, sabe, acho que não fazia muito sentido eu ligar sendo que a besteira, quem fez, foi você.
- É, realmente. Mas enfim, não fica plantado aí, entra e senta, vou por essa roupa no cesto.
 Peguei a blusa do chão e fui até o banheiro por no cesto de roupa suja, quando voltei, ele estava sentado na cama, postura pouco a vontade. Nós tentávamos ficar num clima mais tranquilo, mas dava para sentir certa densidade no ar.
- Bem, sabe que não sou boa em desculpas, mas, elas são necessárias. Você estava certo, o tempo todo, eu não devia ter me comportado daquele jeito, sequer me metido naquilo.
- Pena que percebeu isso só depois do noticiário de ontem. Eu vi que pegaram aquele cara que estava do seu lado, Dragon, não é? – assenti.
- Na verdade, o noticiário de ontem só serviu para eu tomar mais coragem de falar com você. Você estava totalmente certo. Quando surgiu a oportunidade de correr de novo, eu... eu não consegui resistir, estava pirando! Isso me relaxava antes, me ajudava, achei que ajudaria de novo. E não! Antes que você pense, foi a primeira e a última vez que eu me meti em racha! Te juro. Mas a adrenalina... foi mais forte que eu.
- Mas Lua! Você poderia ter se machucado! – ele se levantou subitamente.
- Não ia acontecer nada comigo, Bieber, eu sou boa nisso, nunca aconteceu.
- Mas podia! Eu quase causei um acidente, e devo desculpas por isso porque realmente não foi por querer, mas eu poderia ter te machucado! E se outro fizesse isso por querer?
- Não ia acontecer nada!
- Mas e se acontecesse? – Ele parecia desesperado. – Lua, pelo amor, eu não ia suportar ver você em um hospital de novo.
- Mas... espera! O que você disse?
- Que não ia suportar te ver em um hospital de novo.
- De novo? Como assim “de novo”? – franzi o cenho, e ele pareceu não entender.
- Você sabe o que eu quero dizer com “de novo”...
- Se soubesse não estaria perguntando, como assim “de novo”, Justin?
- Aquela vez, que você ficou internada em Nova York porque...
- Como você sabe disso? – o interrompi aumentando meu tom de voz.
- Eu... eu...
- Justin! Como você sabe disso? Eu não acredito! – minha mente trabalhava a mil, como ele sabia? Não tinha como! Não tínhamos vínculos nenhum em Nova York, fora aquele dia do show que a Harper me obrigou a ir. Só se ele, curiosamente, foi fazer uma visita no hospital que eu estava, ou foi me procurar, ou se... – Minha mãe, a minha mãe te disse!
- Eu estava de passagem em Nova York, ela ficou sabendo e me procurou, disse que você estava muito mal no hospital, havia alguns dias. Me disse o nome do hospital, disse que tudo bem se eu não fosse lá, mas que achava que eu deveria ficar sabendo – xinguei tudo o que veio na minha cabeça naquele momento.
- Ela não devia ter feito isso! Você não deveria ter ido!
- Lua! Eu estava preocupado com você! Como não queria que eu fosse? A garota que eu sempre amei estava internada havia dias num maldito hospital e você queria que eu não fizesse nada?
- Sim! Você podia ter sido descoberto! Poderia... poderia ter dado algum problema!
- Mas não deu!
- Mas poderia! – ele respirou fundo
- Então quer dizer que o que importa é que nosso passado não fosse descoberto? Mais do que até mesmo a sua saúde? Mais do que o nosso bem estar? – ele tentou não gritar, mas em algumas palavras foi inevitável.
- Sim! – respondi sem pensar.
- Eu não deveria ter ido atrás de você naquele racha. Mas eu achei que você ainda se importava com a gente.
- Mas eu me importo!
- Não Lua, você se importa consigo mesma, em como as coisas vão afetar na sua vida. Aposto que esse pedido de desculpas pelo qual me fez vir aqui é uma farsa, ao ver que se eu, Lua, se eu não tivesse ido te tirar de lá, talvez você estivesse na cadeia com seus amiguinhos.
 Ele ficou mais alguns segundos me olhando com reprovação, depois saiu do quarto antes mesmo que eu me movesse.
 O que eu fiz? A minha intenção não era essa! Eu só não queria que ele se colocasse em perigo. O que andei fazendo com o Justin? Eu não queria que acontecesse nada disso, minhas desculpas foram sinceras, eu não me importava só comigo! E eu precisava dizer isso para ele, então corri, talvez conseguisse pega-lo ainda na rua. Corri tão rápido que, como sempre fui desastrada, quase caí na escada, fui aos tropeções até a porta, mas quando abri, o vi ainda na calçada da casa dele.
- Justin! – Gritei e corri, largando a porta a ouvindo bater com força. Ele virou e me viu, mas continuou andando. – Justin! Por favor! Espera! – não parou. Corri mais. – Justin! – o alcancei e segurei pelo braço, o puxando, só assim ele parou e virou para mim, mas não disse nada. – Calma, eu preciso de folego.
 Tentei recuperar todo o ar que perdi.
- Todos me disseram para não ir, mas fui mesmo assim. Queria te ver, saber como você estava, queria ficar contigo alguns minutos, segundos, ou o que fosse! E você agora me diz que eu não devia ter ido, como se... como senão tivesse importância nenhuma!
- Não foi isso que eu quis dizer! Eu fiquei surpresa, só isso, e minhas desculpas foram sim sinceras. Mas oras Bieber, eu pretendia desfazer todos os nossos vínculos para tentar seguir com a vida, e, no momento crítico como aquele, imagina o quanto não ia mexer com a gente caso eu te visse lá? Porque aposto, que mexeu com você mesmo me vendo desacordada – ele abaixou a cabeça, provavelmente vendo a minha ponta de razão. – Só não queria dificultar as coisas pra gente.
- Eu nunca quis deixar os nossos vínculos pra trás.
- Mas era preciso, a gente tinha que deixar a vida acontecer mesmo um sem o outro.
- Tem certeza que é por isso Lua? – Ele me olhou com o cenho franzido.
- Absoluta – continuou me olhando com duvida. – Por que? Por que está me olhando com essa cara? Deveria ter algum outro motivo?
- Não sei, talvez um motivo chamado... ham... Joe – sabe aqueles momentos que você não consegue pensar em mais nada? Até mesmo esquece que sabe falar? Foi praticamente essa a minha reação. – E então?
- Como assim Joe? Que Joe?
- É isso que eu quero saber de você, quem é Joe, Lua?
- Como você sabe dele?
- A minha pergunta primeiro!
- Responde a minha que eu respondo a sua – a gente ficou se encarando por um tempo, esperando quem ia ceder primeiro.
- Fui ao seu quarto uma vez, deixar o trabalho da escola, você estava dormindo, estava tão linda... resolvi te dar um beijo, e você sussurrou esse nome – ótima história para pifar meu cérebro.
- Eu fiz isso? Quando foi no meu quarto? Meu Deus! – levei as mãos até a cabeça, baguncei ainda mais meu cabelo. – Ok, não tem como mais fugir. Você tem que saber.
- Saber o que?

- Sobre Nova York.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte Final

Coloquem essa música para carregar, tem um aviso quando for para dar play:  http://www.youtube.com/watch?v=KTXxhvIkVto

Pov's Bieber
 Não resisti em não sair do carro.
- Lua!? – ela olhou direto para mim, mas não parecia ser ela. – Que diabos você está fazendo aqui?
- Você conhece esse cara? – um cara, o que estava do lado esquerdo, e que tinha o cabelo raspado, perguntou pra ela, que não respondeu.
- Você não conhece esse cara? – um loiro, do lado direito perguntou para o cara do lado esquerdo que negou com a cabeça.
- É aquele viadinho cantor que passa na televisão – uma mulher chegou perto do carro em que estavam encostados. Mas afinal, quem diabos eram aquelas pessoas? Eu estava confuso! E aquilo era ilegal! E a Lua nem se movia, nem desviava os olhos! O que estava acontecendo?
 - Lua! – eu já estava desesperado, ela só desencostou do carro, e veio andando devagar, com a mão no bolso da calça jeans preta, jogando a jaqueta para trás deixando a blusa branca mais a mostra.
- O que você está fazendo aqui? – seus olhos eram frios assim como a sua voz.
- Vim atrás de você, sabia que tinha algo de errado – disse no mesmo tom que o dela.
- Você não tinha esse direito.
- D.A! Esse magricelo está te incomodando? – magricelo? Ou!
- D.A? – perguntei.
- Não Dragon! Não! Deixa que eu resolvo – Lua gritou de volta.
- D.A? – perguntei de novo.
- Dangerous Angel – respondeu.
- Você usou o apelido que eu te dei! – gritei, foi incontrolável.
- Cala a boca! Você não tem nada a ver com isso, Bieber! O que veio fazer aqui afinal?
 Aquela não era a minha Lua, era o corpo, mas até a voz parecia diferente, o fogo nos olhos, o gelo no coração, minha Lua nunca me trataria assim, minha Lua nunca estaria num lugar desses. Isso me fez lembrar de todas as vezes nas quais ela me disse para não achar que ela era a mesma garota, comecei a acreditar que a mudança era uma ali, outra cá, pequenas coisas que estavam tão evidentes que até um cego veria, mas, ela estava falando daquela nova postura. Uma garota irreconhecível.
- Vamos pra casa – ela riu.
- E quem você acha que é para mandar em mim assim?
- Você realmente quer que eu diga? Para todo mundo ouvir? – ela trincou os dentes. Se quer jogar, então vamos jogar.
- Eu não vou.
- Vai sim.
- Quero ver me obrigar – virou as costas e começou a se afastar.
- Que tal uma corrida!? – quando pensei já tinha gritado.
 Ela se virou.
- Como?
- Isso mesmo que me ouviu! Uma corrida! Uma aposta. Se eu ganhar, você volta comigo, caso você ganhe, fica aqui se quiser.
- Você está brincando? Sabe que te ganho dirigindo com os pés!
- Então não tem porque não aceitar!
- Você está maluco! – riu sarcástica e virou as costas de novo.
- Então está amarelando? Se me ganha tão fácil, não precisa ter medo de aceitar.
- Eu não estou com medo! – gritou tão alto que quase se fez silêncio absoluto. – Vai lá! Pegue seu lindo carro então, a gente se ver na pista.
 (Play na música a partir daqui) Voltei até o carro com passos pesados, mas só foi entrar para pensar na merda que tinha feito. Sim! Ela me ganharia com os pés se quisesse, mas eu não poderia fugir, já que inventei, tenho que encarar e fazer o máximo para poder vencer. Racha! Ela estava metida em racha! Já fiz muita coisa errada, mas isso é ilegal! Ok, já fiz coisas que não são muito permitidas pela lei, levei algumas multas por velocidade, mas racha? É quase um crime organizado! Ela poderia ser presa, por muito tempo.
 Dei partida no carro e entrei no meio daquelas pessoas mantinham os olhos em mim. Lua me esperava do lado de fora do carro, parei o meu paralelo ao dela e saí.
- Está pronto? – ela sorriu irônica, quase um sorriso doentio.
- Mais pronto do que nunca.
 Ela entrou, eu também, as pessoas gritaram. Abaixei a janela, e a dela estava baixa também, nos olhamos ao ligar o carro. O olhar dela também era quase doentio. Subimos as janelas ao roncar do motor. 3... 2... 1... uma mulher deixou a bandeira cair, não pensei mais nada e pisei no acelerador. Ouvia os motores, as pessoas gritarem, ou talvez fosse maluquice da minha cabeça. Apenas enxergava a chegada. Eu acelerava, e acelerava, o volante oscilava na minha mão, e eu tentava mantê-lo fixo. Era difícil, era muito forte. Minha mão começou a soar quando a chegada ficava mais próxima, o carro da Lua estava exatamente do meu lado, ela ia me ultrapassar nos metros finais, já conhecia esse truque.
 A chegada estava mais perto, faltavam poucos metros, minha mão soava, minha cabeça fervilhava, a chegada estava perto, o volante fazia pressão nas minhas mãos, ele queria rodar sozinho e se... e se eu...
 Afrouxei os dedos, o carro deu uma escapada para o lado esquerdo, e então segurei firme de novo colocando exatamente na reta. Lua freou bruscamente, e eu passei a chegada, freando tão forte que os pneus cantaram e o carro pôs-se de lado.
 Não sabia que conseguia fazer isso.
 Lua saiu furiosa do carro, xingando tudo o que era conhecido de palavrão.
- Você é maluco!? – gritava. – Poderia ter causado um acidente seu imbecil! – ela tinha fúria nos olhos e nas palavras. – Se tivesse arranhado meu carro... – disse entre dentes.
- Mas não arranhei, nem amassei... pelo que vejo daqui, não houve nenhum dano e ainda ganhei a aposta – disse com todo o sarcasmo que nunca tive na vida. Mas não consegui evitar. Então era essa a sensação...
Lua contraiu o maxilar, quase trincando os dentes, mesmo a coisa que a possuiu sabia que eu estava certo.
- D.A... – algum cara falou que atrás dela.
 Mais tempo de silêncio por parte dela, afinal, todos a nossa volta sussurravam.
- Você sabe que...
- Se falar mais alguma palavra – ela respirou fundo, com ódio – eu quebro teu pescoço durante a viagem de volta.
 Tentei esconder meu sorriso de satisfação, e fiz uma reverencia como se tivesse aceitando de boa maneira a condição que ela impôs. Todos a nossa volta estavam em silêncio – talvez, nunca tivessem visto a Lua (ou D.A) nesse estado, e, talvez, nunca a viram perder, e eu não duvidaria de nenhuma das duas hipóteses.
 Fiz uma referencia para que ela entrasse no meu carro.
- Não, eu vou no meu – disse ainda entre dentes.
- Mas aí você pode fugir.
- Não confia em mim?
- Sinceramente? Depois de hoje, não mais – silêncio, ainda maior do que antes, se era possível.
- Não vou deixar meu carro aqui – realmente, nem deveria deixar.
- Então, tudo bem, a gente segue separados até a metade do caminho, você estaciona num lugar seguro, depois entra no meu carro e eu te levo até em casa.
- Mas... – ela começou a protestar, mas eu a interrompi.
- Que bom que aceitou a minha ideia, então vamos logo, já está tarde demais – cruzei os braços, firme, ela ficou me encarando por um tempo, com ódio, até que bufou e entrou no carro.
 Entrei no meu, e ela deu partida, dirigindo lentamente enquanto abria espaço entre as pessoas, e eu a seguia praticamente colado com a traseira. Fomos até o parque – uma longa distancia até lá – e ela estacionou em uma das várias vagas vazias. Parei paralelo ao estacionamento, atrás do Porsche amarelo, para impedir que ela tentasse qualquer mínima maneira de fuga, até que saiu do carro e veio com passos pesados até o meu, e entrou, não batendo a porta pelo menos.
- Foi não difícil assim?
- Nenhuma. Palavra. – Disse com o maxilar tenso, sem olhar pra mim.
 Dirigi devagar até as nossas casas, a distância não era tão longa assim, principalmente de carro, mas eu esperava que Lua melhorasse de humor. O que não aconteceu. Nunca a vi assim.
 Ao chegar estacionei o carro quase em frente à casa dela, larguei o volante e encarei o breu na rua, esperando que ela falasse alguma coisa, mas ao invés disso, apenas tentou abrir a porta do carro e sair o mais rápido que pudesse.
- Lua, espera! – ela parou. – Você ainda vai me agradecer por isso.
- Por que eu agradeceria? – Me encarou. – Por um frangote como você ter me feito passar a maior vergonha na frente de todo mundo? Sabe que nunca mais vou poder voltar lá, não sabe? Graças a você, minha credibilidade foi jogada no lixo!
- Ainda bem que não vai poder voltar lá, aquilo é ilegal Lua! Pelo amor! E se você acabasse sendo presa?
- Isso não aconteceria, além do mais, quem diabos é você para falar alguma coisa sobre ilegalidade comigo? Me poupe.
- É que...
- Cala a boca Bieber! Você não é meu pai e nem nada meu para querer me dar lição de moral, absolutamente nada meu Bieber! Você entendeu? Nada!
 Saiu.
 Dei a volta na rua e estacionei em frente à minha casa. Estava zonzo, não sabia o que pensar direito, a noite toda foi uma confusão! Entrei em casa sem fazer barulho, fui para o meu quarto no maior silêncio possível, por sorte minha mãe não pareceu notar. Pelas horas, o dia logo iria amanhecer, mas eu precisava dormir, e muito, mas minha cabeça não deixava, ela não estava cheia, nem vazia, eu estava assustado.  A Lua de hoje... ela não era a minha Lua, não era nenhuma das “Lua’s” que já cheguei a conhecer, era uma total estranha. Fiquei pensando no que deveria ter acontecido para ela se transformar assim, pensei que talvez a culpa fosse minha, mas não consegui achar no “em que”.
 E foi me perguntando no que aconteceu com ela, que peguei no sono.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 4

Ele me levou pelo galpão e me contou como as coisas como funcionavam, aos poucos fui descobrindo o que tinha me metido e não estava com medo e nem vontade de voltar atrás, eu tinha a chance de ser um pouquinho do que fui em Nova York, isso não deveria ser bom, ou melhor, não é. A última coisa que eu deveria querer é ser aquela garota, mas parece que era o que eu precisava. 
 As corridas, aquilo me excitava. Eu corria com o meu Porsche mesmo, e ganhava todas, em pouco tempo eu era a garotinha de ouro da “Categoria Carro Esporte”, nem sabia que tinha dessas frescuras, mas as coisas eram muito bem organizadas. Eu fazia corridas curtas, de alguns metros, era mais aceleração e aquilo acabava com os meus pneus, mas eu conseguia me virar. Ia muito bem, mas nem todos os encontros eu corria, ia lá só para ver o outro “clã”, ou marcar futuras corridas, ou conhecer futuros concorrentes. Quem diz que racha é uma bagunça, está enganado, é muito bem planejado.
 Naquela sexta eu não ia correr, esse era o plano inicial, estacionei meu carro no meio dos outros, e fui para o lado do líder, Dragon – ninguém usava o nome verdadeiro, para evitar que alguém seja dedurado também, Gabe era Waithair devido a cor esbranquiçada do cabelo, achei pouco criativo, mas Dragon tem esse nome pela enorme tatuagem de dragão pelas costas e que sai pelo braço, era enorme! E nomes poucos criativos era o que mais existia. Gabe, Dragon e eu conversávamos, eu tinha certa intimidade com ele já, e isso causava certa inveja, principalmente nas mulheres, mas eu era uma das poucas que competia e a melhor de lá, isso fez com que ele tivesse um pouco de admiração por mim. Acho que a palavra certa é essa.
- Lua!? – gritaram. Ninguém sabia meu nome fora Gabe, e ele estava ao meu lado.

 E a voz...

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Putz! Nem percebi que o post era tão pequenininho! Damn! Hum.... Ok! Vou postar outro ainda essa semana. Provavelmente na sexta. 
O próximo também não é muito grande (com certeza maior do que esse), mas dessa vez é fato que vou postar muito mais! Essa fic está realmente entrando na reta final e já faz muito tempo que ela é postada, então vou tentar acelerar um pouco as coisas e postar bem mais.
I swear!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 3

Pov's Houston

E todos os dias a tarde eu pensava que eu estava louca e que deveria parar, mas de noite não conseguia dormir, e então sempre me via saindo de casa no meio da madrugada.
Gabe, Gabe, que diabos você fez comigo? Despertou uma parte que deveria continuar adormecida, até sumir de vez. Isso não foi certo, nem um pouco.
  Assim que me viu na escola, Gabe praticamente me jogou dentro do carro – quase um sonho andar em um carro como aquele, a culpa foi minha também estar lá – e eu praticamente esqueci tudo o que aconteceu durante a escola, eu era de novo aquela garota que conversou com ele, aquele dia no parque. A pose de badboy do cabeça branca devia fazer isso.
- Então, Gabe, vai me dizer o que está rolando ou só vai me carregar por aí?
- E se eu não quiser dizer? Que diferença vai fazer? Você está aqui dentro, e as portas fechadas – essa frase não me traria uma sensação boa caso eu não soubesse que Gabe se metia em outro tipo de problema.
- Eu posso me jogar.
- Do carro em movimento? Você sabe que não daria um bom resultado – ele estava certo, eu podia me ferir muito saltando da velocidade que ele estava. – Relaxa gata, já estamos chegando.
 Um galpão fora da cidade, ele me levou para um galpão fora da cidade. Eu estava metida em problemas e isso era inevitável, apenas tive mais certeza quando uns caras mal encarados abriram o portão e Gabe entrou com aquela máquina que chamava de carro.
- Desce gata, você vai gostar disso – não se engane, eu estava odiando o fato dele me chamar de “gata” o tempo todo, mas fiz o que ele mandou, e continuei em silêncio. – Hey brô! – ele gritou e todo mundo olhou em nossa direção.
 O lugar estava lotado! Tinha várias garotas com cara de vadia e roupas sexy’s, mas não do tipo Louise ou Channel, mas sexy tipo aquelas que dão partidas em corridas dos filmes como “Velozes e Furiosos”, os carros que tinham lá também pareciam ter saído desse filme, os caras também. E todos olhavam para mim e para Gabe que parecia menos assustador do que todos lá, apenas um peixe pequeno.
 E mais uma vez não se engane, eu não estava assustada, sequer, arrependida.
 Gabe foi até um cara de cabelo raspado, não muito musculoso e bem tatuado. Fizeram um toque.
- Lembra do que comentei com você? De que conheci alguém e...
- Sim, sim, lembro – o tal cara o interrompei e desviou o olhar para mim, me analisado de cima a baixo.
- Então, aqui está ela – Gabe apontou pra mim.
- Ela? – o cara contraiu o rosto como se a fala de Gabe tivesse o desmoralizado.
- Não se engane cara! A garota entende bem. Confia em mim, é uma boa opção! Eu fiz minha pesquisa direitinho dessa vez, sei do que estou falando.
- Acho bom – o cara desdobrou os braços e desencostou do carro que nem reparei qual era, eu me esforçava para continuar mantendo contado direto com ele, e ele me olhava fundo dos olhos, o suficiente para qualquer um tremer, mas eu continuei firme.
- Te garanto brother! Te garanto – veio até mim, chegou bem perto, levou a mão até o meu rosto e alisou minha bochecha com o polegar.
- Coragem ela tem, ou é muito burra para não desviar a atenção, mas parece frágil, tem o rosto de um anjo...
- Mesmo assim posso ser muito perigosa – disse e ele gargalhou alto, ou talvez foi o eco do lugar já que estava praticamente em silêncio absoluto.
- Sim! Corajosa! E se diz temida! – riu.
- Já ouviu falar que em toda boa garota existe uma má? Posso ter cara de anjo, mas isso é a última coisa que eu sou.
- Não é frágil, então? É forte? Oh céus! Essa garotinha se diz forte! Estou começando que não é coragem, é burrice!
- Você acha que ele me encontrou onde? – apontei para o Gabe. – No lixo? Por favor! – revirei os olhos. – Eu posso ser muito mais perigosa do que você pensa – falei num tom mais baixo e ele ficou em silêncio por algum tempo.
- Parece que você acertou dessa vez Whitehair. – Disse ao Gabe, e voltou a se encostou no carro. – Ela já me parece pronta pra entrar na brincadeira. – eu queria perguntar “Que brincadeira?”, mas acho que isso ia acabar com a moral que eu tinha acabado de construir. – Galera! – ele gritou e o silêncio se tornou absoluto. – Temos uma nova integrante no grupo! D.A! A nossa Dangerous Angel – gritaram, e ele abaixou a voz para mim. – Prazer, sou Dragon.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 2

(...)
 Realmente tinha algo de errado, e eu não podia imaginar o quanto! Se não tivesse visto com meus próprios olhos, jamais acreditaria.
 A história foi o seguinte: eu continuava viajando muito, então pedi ao Chris para que ficasse de olho na Lua, o máximo que pudesse, e que me dissesse tudo, todos os detalhes, então, todas as noites de quando eu estava fora, ele me ligava e me dava um relatório completo. Ela faltou à escola algumas vezes – ela nunca falta, a não ser que seja extremamente necessário –, dormia durante os intervalos e as aulas e sempre parecia muito cansada, uma vez chegou até a ir para escola virada, sem um minuto de sono sequer. O porquê, ninguém sabia.
  Então eu resolvi fazer alguma coisa.
Disse que sexta eu teria que fazer uma viagem, disse para minha mãe que esse final de semana eu não poderia viajar – aleguei que estava cansado demais, ela ficou preocupada e convenceu o Scooter a me deixar em casa. Fingi sair, fui de taxi para não ter problemas com o carro, falei para Lua que minha mãe não ia comigo, falei para minha mãe dizer que eu não estava em casa caso alguém fosse perguntar por mim. Ela não entendeu muito bem, mas eu expliquei a situação, ela achou errado eu bisbilhotar a Lua, ao invés de perguntar a ela, mas a convenci que se fosse tudo às claras, Lua continuaria obscura, ou seja, não me diria nada.
 Enfim, o que importa é que meu plano deu certo. Mesmo me ligando antes de dormir, Lua acreditou que eu estava em algum hotel.
 Ela disse boa noite e desligou, pensei comigo que Chris deveria estar tendo alucinações ou algo do tipo, porque não tinha acontecido nada demais o dia inteiro! Ou será que deixei passar alguma coisa despercebida? Não! Não! Ela estava normal, todo mundo estava normal. Nenhum indicio diferente. Então... o que... ?
 Ouvi algum barulho e abri os olhos na hora, como se já esperasse pelo som, então percebi que eu dormi do mesmo jeito que estava deitado quando estava falando com a Lua, a mesma roupa e o celular sobre a barriga. Levantei depressa e olhei para a janela, do momento do som até sair da cama foi fração de segundos, meu cérebro assimilou tudo rápido demais.
 Talvez eu não tivesse percebido a Lua sair escondido de casa caso o carro dela não fosse amarelo. Os faróis estavam desligados, o motor é silencioso... sinceramente? Não sei como escutei ela dar partida. Sendo mais sincero ainda, não sei como estava conseguindo assimilar tudo tão rápido. Apenas me vi pegando as chaves, vestindo uma jaqueta enquanto descia as escadas tentando fazer silêncio, entrei no carro, saí da garagem, segui a Lua de muito longe e de farol baixo.

 Uma missão quase impossível, para uma visão quase impossível.

sábado, 29 de novembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 1

Pov's Bieber

 As coisas andavam muito corridas para mim, o CD estava quase sendo lançado e é nesse momento que o trabalho realmente começa devido à divulgação do novo álbum. Eu já tinha lançado um clipe, o outro está quase pronto para ser lançado semanas antes do álbum, automaticamente vem a divulgação da música do clipe, projetos, entrevistas... está tudo muito acelerado o tempo todo.
 Fazia algumas semanas que eu via pouco a Lua, ela ia para minha casa, me ajudava nas coisas da escola, então ficávamos juntos o tanto que desse, às vezes nos encontrávamos na escola no dia seguinte, mas, depois eu tinha que viajar de novo. Só essa última semana faltei três dias e, um dos outros dois, só fui porque tinha um teste de história. Cada vez mais eu acho que, o que Lua me disse em Nova York é verdade, principalmente, agora que eu sei que ela não vai fugir de mim – sim, estou falando de sexo – e sequer tenho tempo para isso, porque quando não estou ocupado com a minha carreira, estou tentando não reprovar, isso é de deixar qualquer cara louco! Muito, muito louco!
 Cheguei em casa na terça de tarde, pretendia não faltar mais até sexta – ordens da minha mãe – está cada vez mais próximo do fim do ano e as coisas começam a apertar agora, o pior é que para mim aperta dos dois lados. Enfim, eu tiraria a tarde para descansar e isso no meu dicionário quer dizer dormir, mas resolvi ligar para Lua, não sei bem porque ao mesmo tempo que sei, afinal, eu amo ela, mas ela não atendeu o telefone, apesar disso não me importei e resolvi mesmo dormir. Porém, bastou eu largar o celular para ele tocar de novo.
- Chris!?
- Irmão! Quanto tempo!
- Cara, pior que é mesmo! Mas eu tenho andado muito ocupado, você sabe...
- Eu sei, sua mãe disse que você ia ficar em casa até o final da semana.
- Até agora o plano é esse, nunca se sabe.
- Então a gente marca alguma coisa, é difícil quando seu melhor amigo não tem tempo para você! – juro que ele deve ter feito bico do outro lado da linha, o que me fez gargalhar alto.
- Relaxa cara! Aposto que você gosta de ficar tanto tempo com a Lua quando não estou por aqui.
- É legal cara, é muito legal – ele riu –, mas ela é menina!
- E desde quando isso faz diferença? – eu ria mais.
- Ah! Sei lá! Mas do mesmo jeito que ela tem amigas meninas eu tenho amigos meninos, mas ando mais com meninas do que meninos. Ah não ser o Kyle, ele é legal, mas você que é meu melhor amigo!
- Certo, certo Chris! – paramos um tempo, para recuperar o fôlego e parar de rir. – Cara, acho que vou desligar e dormir um pouco, to morto!
- Não, espera! Eu queria falar com você.
- Mas já não falou?
- Não, não era isso. É uma coisa séria.
- Séria como Chris?
- Muito séria! Posso aparecer aí?
- Não pode esperar?
- Sinceramente, não. É sobre a Lua.
- O que tem de sério sobre ela? O que houve?
- Posso ir aí cara? Prefiro não falar pelo telefone.
- Ta, ok. Pode vir, vou te esperar. Se eu cair no sono pode me acordar.
- Beleza, já eu apareço.
- Ok.
Desliguei e, apesar de eu ter dito, duvido que iria dormir, mas também, como poderia? Tem algo sério acontecendo com a Lua e eu não sei.
 Resolvi assistir televisão, mas acabou que ela ficou ligada enquanto minha mente fervilhava e eu sequer piscava, até alguém bater na porta. Levantei do sofá em pulo e abri a porta, ansioso e nervoso. Chris entrou antes mesmo que eu dissesse alguma coisa e foi direto para a sala, afinal, ele já era de casa e sabia disso.
- Então, o que tem de tanto importante para falar?
- Sua mãe está aí? – se sentou.
- Está lá em cima dormindo, coisa que eu deveria estar fazendo também, então acelera o assunto.
- Ok, ok – ele deixou o olhar disperso, sem saber por onde começar, depois chegou o corpo para frente e fechou a mão uma na outra, apoiando os braços no joelho. Então olhou para mim. – A Lua está estranha – xinguei.
- Você veio aqui e me deixou todo preocupado para dizer isso? Lua é estranha cara!
- E eu não sei disso? Sou amigo dela, idiota! Se fosse um estranho “normal” eu não estaria aqui falando com você! E nem estaria tão preocupado. – Chris não estava simplesmente sério, ele estava sério demais, não só para ele, mas para qualquer um. Isso me deixou preocupado de novo.
- Mas eu nunca vi nada de estranho nela ultimamente.
- Ultimamente você quase não está aqui e sempre acontece quando você não está.
- O que acontece? Diz logo!
- Ela parece cansada o tempo todo, dorme durante a escola e ta estranha, cheia de segredinhos por aí, já ouvi umas conversas estranhas... ou melhor uns pedaços delas.
- Que conversas?
- Não sei que conversas.
- Como você ouve e não sabe que conversas? Tem que saber!
- Eu realmente não sei que conversas são, irmão! Não dá para entender.
- Já perguntou a ela?
- Claro que já! Mas ela fugiu do assunto, todas às vezes que perguntei, sem contar o quanto ela parece distante.
 Eu estava confuso, nunca tinha percebido nada de errado, mas parecia que o mundo era outro quando eu não estava aqui, minha cabeça borbulhava naquele instante de silêncio. Chris sério demais, e tudo isso que ele falou, boa coisa não poderia ser.

- Justin – o olhei –, acho que ela pode estar metida em encrenca, das feias.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

17º Capitulo: I'm Lost in My Mind - Part Final

Naquele momento, ouvimos a porta se abrir, Lana e eu olhamos na direção e vimos Marc entrar.
- Desculpa, não sabia que estava em sessão – disse olhando para mim.
- Não é uma sessão, estamos apenas conversando. – Lana respondeu.
- Desde que horas você está aqui Lua?
- Vim para cá quando a aula acabou.
- E você sabe que isso já faz quase três horas?
- Sério? – perguntei surpresa e me levantei na mesma hora. – Bom, sabe que eu tive uma vida agitada ultimamente – brinquei, Lana e ele riram pelo menos. – Posso te perguntar uma coisa?
- Acho justo que possa – Lana respondeu.
- Vocês estão namorando? – os dois se entreolharam e sorriram um para o outro.
- É, estamos. Está tão descarado assim? – Marc perguntou.
- Um pouco – ri.
- Talvez devêssemos aprender com você e o Justin – Lana disse.
- Não, nós não somos o melhor exemplo, não mesmo! – Todos nós rimos.
- Por que não? Juro que não esperaria que estivessem juntos.
- Mas é muito descarado, muito mesmo! – ela olhou para Marc que concordou comigo com um aceno de cabeça e nós dois rimos alto.
 Lana acabou rindo com a gente também e demoramos um tempo para conseguir parar.
- Vocês ficam bem juntos – disse por fim. Marc abraçou Lana de lado e ela passou o braço pela cintura dele. Eles sorriam.
- Hum, obrigado. – Marc respondeu pelos dois.
- Não temos o que Justin e você tem, mas, estamos bem felizes.
- Sorte de vocês! Não desejo o que eu sinto por aquele astrozinho teen, para ninguém!
- Por quê? – Marc perguntou, Lana já deveria imaginar a resposta.
- Porque dói – respondi de uma vez e o clima pesou.
- E então Lua, Sabrina voltou a te perturbar? – Marc tentou mudar de assunto logo e quase imediatamente o ar ficou mais leve.
- Não! Ainda bem! Megan disse a Sabrina, que não gostava dela e que se mexesse comigo ou com qualquer outro amigo dela, a expulsaria do time de cheeleaders, o que realmente pode fazer, porque Megan é a chefe daquilo e Sabrina valoriza demais o status de líder de torcida.
- Uau – ele riu.
- Falando na Megan, como ela está com Taylor? – Lana perguntou.
 Acho ótimo ter duas pessoas jovens ocupando os cargos com mais facilidade de chegar até a gente, se é que me entendem.
- Eles brigam, voltam e se separam de novo, mas eles se gostam mesmo, só que essa questão toda de popularidade e tal, acaba tendo muita coisa entre eles. Como Justin e eu, apesar de que, as coisas entre a gente são de proporções bem maiores.
- E a peça de teatro Lua? Aquela que a professora de literatura disse que você seria responsável porque respondeu ela na sala. – Marc queria rir ao dizer isso, era tão evidente que só faltava estar escrito na testa dele.
- Ah, isso! – ri. – O diretor não permitiu que fizesse, por sorte, minha conversa com ele deu certo, afinal ele não vai muito com a minha cara – fiz uma careta e eles riram de leve.
- E por que não? – Lana perguntou com a testa franzida e sorrindo.
- O chamei de subordinado do Scooter e mais várias coisas desagradáveis logo no começo do ano, porque ele não queria me deixar na mesma sala que o Justin – dei de ombros e eles gargalharam.
- Bom, acho melhor todos nós irmos – Marc disse ao olhar o relógio depois de rir.
- Também acho – concordei. – To com fome! – eles riram.
- Só vou pegar minha bolsa – Lana disse e foi até a mesa que estava quando cheguei.
- Então, tchau para vocês, vou logo para casa.
- Não quer uma carona Lua? Ou está de carro?
- Não Marc, estou sem carro, mas prefiro ir andando mesmo.
- Ok então, até outro dia.
- Até. Tchau Lana!
- Tchau Lua.
 Saí de lá e meio que corri pelos corredores, estavam extremamente vazios, os alunos que ainda estavam lá deveriam estar no ginásio treinando ou, talvez, na detenção. Mas já se passaram muito tempo desde o final das aulas, então esses já deveriam ter ido. Parei para recuperar o ar antes de passar pela porta e saí, descendo as escadas sem mais pressa.
 De repente um carro parou de supetão em frente ao portão principal, franzi a testa, mas continuei andando. Um garoto de cabelos quase branco e arrepiado saiu de dentro. Eu sabia que conhecia aquele carro de algum lugar.
- Então é aí que você estuda? – ele sorriu de canto.
- Gabe!?
- Oi, gata.
- Que diabos está fazendo aqui?

- Que tal pagar aquela aposta?

domingo, 26 de outubro de 2014

17º Capitulo: I'm Lost in My Mind - Part 2

- Lua? – olhei para frente e dei de cara com a Srta. Anderson. – Tudo bem com você?
- Desculpa Srta. Anderson, mas eu pareço bem?
- Já pedi para que me chamasse de Lana.
- Desculpa.
- Você quer conversar?
- Não sei, está tudo rodando. Por enquanto quero ficar na minha.
- Bom, que tal me ver depois da aula? Ainda está me devendo essa – ela falou num tom brincalhão e eu soltei um sorrisinho.
- Tudo bem, acho que vou aparecer.
- Vou estar te esperando. Agora vai para sala, o intervalo já acabou.
 Assenti e segui caminho, depois disso não lembro mais de nada o que aconteceu, sequer sei se aconteceu mesmo. Eu estava perdida. Lembro da Hayley me parar no corredor, enquanto eu ia para a sala da Lana.
- Lua? – ela disse com a voz mansa, arrastada.
 Soltei algum som estranho parecido com um “hum?”.
- Karol, Luka e eu conversamos brevemente agora, estamos consideravelmente bem. Resolvemos conversar melhor mais tarde. Achei que você deveria saber disso.
- Fico feliz em saber – dei um sorriso desajeitado, mas sincero, eu realmente estava feliz em saber disso.
- Então... eu to indo, preciso pensar. Você vai agora?
- Não, ainda tenho alguma coisa para fazer.
- Tudo bem então, até outra hora.
- Até.
 Ela se afastou, nós duas não falávamos com muita emoção, de um jeito ou de outro, ambas estávamos melancólicas do nosso próprio jeito, mas tentei acordar e procurar o Kyle pela escola, mandei uma mensagem para ele perguntando onde estava, ele me respondeu e eu disse para me esperar lá, que queria falar com ele. Andei depressa, até o achar no pátio, próximo a grade do lado esquerdo, com alguns outros garotos.
 Não fui até lá, mas quando ele me viu, fiz um sinal para que ele viesse até mim, e veio.
- Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu muita coisa! Mas preciso da sua ajuda.
- Qualquer coisa, só dizer.
- Hayley e Luka brigaram, ta sabendo né? – ele assentiu, a escola toda sabia disso. – Então, é o fim de uma vez, quero que fique de tocaia na casa da Hayley hoje a tarde, pode ser mais para a noite e converse com ela quando ela chegar, converse como amigo e não tente se aproveitar de qualquer coisa, ok? Ela precisa de apoio agora, e eu não vou poder ajudar, quero que faça isso para mim. Confio em você Kyle, quero que Halle também confie. – ele assentiu, preocupado.
- Obrigado, Lua.
- Não há de que.
 Nos afastamos, ele voltou para os amigos, mas antes de entrar na escola de novo, pude ver que estava um tanto pensativo.
 Fui até a sala da Lana mais desperta do que antes, minha cabeça tinha voltado a ficar a mil, mas dessa vez eu estava pronta para falar. Bati na porta e abri, Lana estava atrás de uma mesa com cara de quem sabia que eu viria.
- Estava esperando por você – ela se levantou e me apontou uma poltrona para me sentar.
- Não deveria me sentar no divã?
- Não encare isso como uma consulta Lua, apenas como uma conversa – ela se sentou numa poltrona na minha frente. Dei de ombros e me sentei também.
- Antes de tudo, por que você está sendo tão legal comigo? Tipo, você está fazendo parecer que somos amigas, duvido que faça isso com os outros alunos, ou o divã é só para enfeite? – ela riu.
- Não é de enfeite, você que é especial. Marc me falou sobre você, e eu só gostaria que tivesse comigo a mesma cumplicidade que tem com ele, porque, te acho uma garota muito especial.
- Mas você mal me conhece, ou falou comigo direito.
- Eu sou uma psicóloga Lua, meu trabalho é “ver” através das pessoas, entender o que se passam na cabeça delas, talvez, o que eu sei sobre você não faz com que eu realmente te conheça, mas é o suficiente para saber que você não é como todas as outras.
- Isso foi... comovente, e não é ironia, juro – ela riu de novo. Eu já estava me sentindo muito melhor, talvez devido a minha “instabilidade emocional”.
- Você já fez terapia alguma vez?
- Já sim, mas foi por pouco mais de um mês.
- E por que só esse tempo?
- Eu teimei em não ir e meus pais também não quiseram mais que eu fosse, eles acharam que eu estava ficando pior, ou invés de melhor.
- E você estava piorando?
- Acho que sim, eu me sentia muito mal.
- Por que se sentia tão mal?
- Porque... calma aí, se eu te explicar o porque você não vai entender e a história vai ficar maior. Você precisa saber desde o começo, absolutamente tudo, desde meu primeiro namoro com Justin, até esse relacionamento de agora. Aí você vai entender direito.
- Espera, você está namorando Justin Bieber? – ela me pareceu ficar realmente surpresa, mas quem que não nos conhecesse bem, não ficaria?
 Foi a minha vez de rir.
- Você tem tempo? Essa história vai demorar.
 Comecei a contar tudo a ela, desde quando vi Justin pela primeira vez até quando o vi pela última, tentei dizer apenas os detalhes importantes que conseguia me lembrar, mas, infelizmente – ou felizmente – eram muitos. A voz da Lana era calma e suave, me dava vontade de falar sem medo, então eu disse tudo, como me lembrava e respondi todas as suas perguntas. Contei sobre Louise, meu namoro relâmpago com Taylor, minhas viagens atuais com Bieber, minha amizade com Chris... contei até sobre eu estar tentando “empurrar” Kyle para Halle e sobre o tal triangulo entre meus amigos mais antigos.
 Lana ficou surpresa em muita das partes, e ela não tentou esconder isso em nenhum momento e nem qualquer outro sentimento, acho que realmente estava fazendo daquilo uma conversa amigável e não uma consulta terapêutica, o que me deixava com ainda mais vontade de falar e por incrível que pareça, não chorei nos momentos ruins que eu dizia, o que ela transmitia para mim não permitia tal coisa, e o que eu mais queria era que ela soubesse absolutamente tudo e que me ajudasse a entender sem que eu quase estourasse minha cabeça na parede para saber o que se passa dentro de mim.
 Um erro da minha terapia do ano passado foi que tinha coisas que eu não contei ao terapeuta, eu não queria remexer no que estava querendo esquecer e muito menos o que ele soubesse dessas coisas, mas com Lana não estava sendo bem assim, afinal, a partir do momento que eu voltei, aquelas lembranças estavam sendo remexidas e eu confiava nela, confiava de verdade que ela me ajudaria.
- Então, é isso.
- Meu Deus – ela demorou um tempo para continuar a falar. – Eu nunca vi algo assim, isso entre você e o Justin... não sei dizer se é amor ou se vai além.
- Vai além, isso eu posso te garantir.
- Vocês são feitos um para o outro, literalmente.
- É o que parece.
- Meu Deus – ela repetiu.
- Te dou um tempo para digerir tudo, eu entendo – rimos.
- Tudo é bem surpreendente, mas, você ainda não respondeu a minha pergunta sobre sua terapia, você disse que foi quando morava em Nova York, mas não me disse porque você se sentia pior – minha expressão fechou.
- Eu devo contar isso a você.
- De preferência, mas se não quiser...
- Não, não, eu devo, eu preciso dizer.
- Tudo bem, mas eu não quero te obrigar a nada, ok?
- Ta tudo bem, eu só peço a você que guarde segredo de absolutamente tudo sobre o que vou te contar agora, fora meus pais, ninguém mais sabe e, é uma coisa que me sufoca, mas, tenho que resolver isso sozinha, principalmente em relação ao Justin. Me promete?
- Claro! Por mais que seja só uma conversa, seria antiético da minha parte dizer para outros, o que conversamos aqui.
 Então eu contei, era a primeira vez que eu falava sobre minha vida em Manhattan tão abertamente para alguém, no começo me senti travada e envergonhada por tudo o que eu dizia que fiz, mas Lana me incentivava a continuar, não por curiosidade, mas, era como se ela soubesse que falar fosse o melhor para mim. E talvez realmente era, porque me senti bem melhor quando terminei.
- Que vida a sua – ri.
- Isso tudo só tem três anos, fico pensando, que se eu não tivesse conhecido o Justin, talvez nada disso teria acontecido comigo.
- Você se arrepende de ter o conhecido?
- Não, de jeito nenhum! Apesar de tudo. Mas... e se eu não tivesse conhecido? Como estaríamos agora? Será que ele seria famoso? Será que ele ainda estaria com a Caitlin? Será que eu ia para Nova York ou que tivesse feito todas aquelas coisas lá? Será...
- Lua, você precisa parar de pensar sobre isso. As coisas acontecem por uma única razão, se você conheceu o Justin, você deveria conhecê-lo.
- Mesmo se ele não tivesse se mudado?
- Talvez vocês se encontrariam em outro momento.
- Você realmente acredita nisso?
- Acredito.

 Parei para pensar. No final de tudo, meu destino era o Justin.