A gente ficou na cama conversando por horas,
depois descemos para a sala e assistimos filme sem comer nada porque não tinha
uma migalha de comida na casa. Sinceramente? Não sei como é capaz de viver
assim! Então liguei para a minha mãe e avisei que estávamos sem comida, e ela
compensou a gente com pizza. Lógico que por isso, obriguei Chris há ficar mais
tempo, apesar de que, como era pizza, ele ficaria de qualquer jeito. Então,
depois que comemos, subimos para o quarto de novo e voltamos a conversar sobre
as coisas mais avulsas possíveis, ele estava me mantendo atualizada sobre as
questões da escola, às vezes, me dava notícia dos meus próprios amigos que mal
me ligavam e entre outras coisas.
-
Tem falado com o Justin?
-
Não vejo nem sombra dele desde o dia que saí do hospital.
-
Vocês brigaram de novo, foi?
-
Até que não, só que desde que ele me disse que ia embora, as coisas estão
estranhas demais e, naquele dia que a gente se viu, apenas lembramos que tinha
uma coisa dando errado.
-
Cara, vocês dão tantas vezes errado, que acabam dando certo!
-
Mas bem que a gente podia dar mais certo do que errado, não acha? Achei que
teria que me preocupar com isso só depois que as aulas acabassem e as cartas da
faculdade chegassem, mas Scooter me fez o favor de adiantar isso para bem antes
e deixar a gente totalmente perdido no que fazer! Sinceramente, não ta nada
fácil.
-
Acho que vai ficar mais complicado, então – o olhei confusa. – Ou mais fácil,
não sei – deu de ombros.
-
Direto ao ponto, Chris, direto ao ponto – ele se levantou e pegou a mochila
jogada no pé da cama, demorou um tempo vasculhando até que tirou uma embalagem
e me estendeu. – O que...
-
Ele pediu para te entregar, achou que seria melhor – fui desembrulhando, mas só
de tocar eu já sabia o que era. – A data de lançamento é daqui a duas semanas,
e logo depois do baile de final de ano ele sai em tour pra divulgação. Ele quer
que você seja a primeira pessoa a escutar.
A capa do CD era roxa – a cor favorita do
Justin – e tinha uma foto dele, a parte de trás tinha o nome de 12 músicas,
sendo as duas últimas bônus e, a 10º a That Should Be Me, e, só de ler o nome
senti meu peito apertar.
-
Bem, eu tenho que ir pra casa, amanhã ainda tenho aula. Tchau fantasminha, eu
volto amanhã.
-
Tchau, Tigrão.
(...)
Os hematomas na minha cara tomaram uma cor
amarelada doentia, mas se misturava mais fácil ao meu tom de pele ainda meio
pálido, os cortes também estavam quase imperceptíveis, então, segunda eu já
podia voltar pra aula para as provas finais. Estava até feliz de sair de casa
de novo, sem ser pra ir ao hospital, mas só por isso mesmo porque o resto da
minha vida estava aos pedaços.
Justin ia viajar na próxima semana e nada
entre a gente estava resolvido, nenhum de nós dois tínhamos ideia do que fazer
a respeito disso então, mesmo se nos falássemos, o que teríamos para dizer um
para o outro?
Passei a maior parte do meu dia sentada na
cadeira da mesinha do meu quarto remoendo todos os pesares da minha vida,
talvez, alguma solução surgisse no meio desses nós todos. O CD do Bieber estava
sobre a mesa e eu o encarava como se nada mais existisse no mundo. Ainda não
tinha escutado, só dei uma olhada no encarte e reparei as letras das músicas, o
que me deu um receio ainda maior de ouvir, já que eu pude perceber a nossa
história em várias entrelinhas de cada música, e, num momento delicado desse,
eu não saberia dizer se seria uma boa coisa ouvir. Porém, por outro lado, ele
disse que queria que eu escutasse primeiro do que todo mundo, acho que era o
mínimo que eu poderia fazer por nós agora.
Ou seja, deixei de ser frouxa e levantei da
cadeira pra por o CD no notebook. Fui acompanhando as músicas com o encarte na
mão enquanto tentava não deixar as semelhanças e as lembranças que as letras me
traziam, me fazer ficar pra baixo, ao invés disso, me esforçava para me
trazerem bons sentimentos, até sorri algumas vezes. Mas teve uma música que me
desmontou em mil, e não foi a That Should Be Me.
No encarte estava escrito que se chamava “Up”
e depois da primeira estrofe, quase deixei o objeto que estava em minhas mãos
cair de tão estupefata que eu estava, mas durante o refrão, eu já estava
agarrada com os meus joelhos tentando assegurar que nada em mim ia se desfazer.
E, se eu dissesse que quando a música acabou tudo ficou melhor eu estaria
mentindo, inclusive porque eu fiz questão de me levantar e por pra tocar de novo.
It's
a big (big) world
It's
easy to get lost in it
You've
always been my girl
And
I'm not ready to call it quits
We
make the sunshine in the moonlight
We
can make the gray clouds to the blue skies
I
know it's hard baby believe me
That
we can go nowhere but up
From
here, my dear
Baby,
we can go nowhere but up
Tell
me what we got to fear
We'll
take it to the sky
Past
the moon to the galaxy
As
long as you're with me baby
Honestly
(honestly)
With
the strength of our love
We
can go nowhere but up
Uma
parte da música dizia algo sobre Galáxia e disso eu lembro que Justin falou
algo semelhante para mim, mas quando ele escreveu esse resto? Será que ele
sabia de tudo há mais tempo? Maldito! Maldito! Mas não poderia ser! Ele me
disse que Scooter tinha falando com ele pouco antes dele ir falar comigo.
“Você sempre foi a minha menina e eu
não estou pronto para ir e desistir”
como explicar isso? Será que ele escreveu sem intenção nenhuma? Sem saber que a
gente chegaria a um ponto que isso faria total sentindo?
Baby
we were underground
We
are on the surface now
We
are gonna make it girl
I
promise
If
you believe in love
And
you believe in us
We
can go nowhere but up
Talvez seja minha interpretação nesse
momento, é impossível uma música escrita há tanto tempo fazer tanto sentindo
para uma situação atual. Ah, sei lá! Coisa da minha cabeça ou não, minhas
lágrimas não se importaram. Pelo amor! Eu estava entrando em desespero! Uma
tristeza enorme se aglomerava dentro de mim! E como não se sentir em milhões e
milhões de pedaços escutando coisas como: “Nós
vamos conseguir menina, eu prometo, se você acredita no amor e você acredita em
nós, nós podemos ir a qualquer lugar”? Como não se sentir como se o mundo
pesasse sobre suas costas, como se tudo dependesse de você já que a outra
parte, estava ali, mesmo que indiretamente, dizendo que não está pronto para
desistir, e que acreditava que com a força do nosso amor, nós poderíamos
conseguir tudo o que quiséssemos, mas você, não fazia ideia do que poderia
fazer.
Mas de uma coisa eu tinha certeza absoluta: eu
precisava fazer alguma! Nem que seja
algo temporário, eu precisava mostrar que eu também não estava pronta para
desistir, e precisava fazer isso agora
porque, desde que a maldita noticia foi dada, estávamos em uma contagem
regressiva, não tínhamos nenhum tempo a perder.
Peguei
meu celular e tentei ligar para o Justin, mas só caia na caixa postal, pensei
em mandar mensagem, mas a urgência era tamanha para esperar a boa vontade dele
ver, já que nem me atendendo estava, então, larguei o aparelho em cima da cama
e levantei da cadeira num pulo, passei a mão no rosto pra enxugar as lágrimas
que não caiam mais, abaixei a tela do notebook e andei de um lado para outro do
quarto por alguns segundos meio sem saber o que fazer. Depois disso, arranquei
uma roupa do guarda roupa e tirei meus inseparáveis pijamas – já que eu não
saia de casa, eu não precisava vestir outra coisa –; amarrei meu cabelo bem de
qualquer jeito, só para dar uma aparência melhor do que não penteado há uma
década; pus o tênis que estava mais próximo, já que não teria muito trabalho
por já estar de meias; peguei meu celular de volta e desci as escadas a toda
velocidade pegando as minhas chaves antes de sair.
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Socorro I'M SO SORRY! Sério, desculpem demorar um mês para atualizar e logo agora que está na reta final, mas é que a faculdade está comendo meu fígado, rim, pulmão e mais tudo o que (não) tem direito! Além do mais, meu computador está péssimo! Então eu tenho ligado realmente pouquíssimas vezes.
Bem, nesse post eu coloquei duas partes juntas, por causa da demora. Só não coloquei mais porque terminaria o capitulo e não queria fazer isso de uma vez só. Mas tentarei postar o mais breve possível, okay? Nada de um mês de novo!
Desculpa, mais uma vez!