segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Epílogo

Claro que quando me inscrevi na Geogia State University eu não pensava realmente em ir estudar lá, eu só precisava de opções. Lembro que na época até me arrependi porque tive que fazer testes extras para uma vaga como intercambista. Agora, se eu ter sido aceita na GSU foi sorte, destino ou intervenção divina, não faço a menor ideia, tudo o que interessa é que estou estudando e morando na mesma cidade que Justin vive. E bem longe da minha.
 Parece que aquela carta foi o “finalmente” que a gente precisava, Justin e eu sempre nos perguntamos quando conseguiríamos ser felizes sem nenhuma interrupção, e agora até para Atlanta eu fui, e assim poderíamos nos ver mais do que se eu tivesse ido para Toronto. O problema é que eu estava entrando em uma vida acadêmica e Justin em tour, como se ver mais desse jeito? Inclusive, fora o horário que eu estudava, passei a trabalhar no laboratório de informática da faculdade para conseguir pagar meu quarto no alojamento estudantil, era difícil ter tempo até para dormir! Os primeiros meses foram sufocantes para mim até eu conseguir me acostumar com a rotina, e também tinha o fato que minha colega de quarto não ia muito com a minha cara porque o campus inteiro sabia que eu era a namorada de Justin Bieber.
 Ele ficava bravo quando estava na cidade e queria me ver, mas ou eu estava trabalhando ou devorando livros de uma forma que jamais fiz, então vivia me pedindo para ir morar com ele, assim poderíamos nos ver mais porque eu não teria que trabalhar, mas eu negava incansavelmente até que parei para pensar no fato que eu dividia o quarto com uma pessoa que me odiava e tinha dias de cão constantemente por causa da falta de tempo, então, por que não?
 Pois é, como se não bastasse ir cursar faculdade na mesma cidade que Justin está, ainda estou morando com ele. É até divertido, cada um tem o seu quarto – não que dormíamos todas as noites cada um no seu – e eu fazia companhia a Pattie quando ele viajava, e ganhei até um motorista particular já que Jake recebeu ordens explícitas de me acompanhar. Convenhamos também que ser amiga do seu segurança é muito vantajoso.
 Bem, quando fui viajar as coisas foram tristes pelo tom de despedida, mas alegres ao mesmo tempo porque todos os meus amigos também iriam seguir seu futuro. Eu estava feliz principalmente por saber que apesar do furacão que passou na vida de todo mundo, ninguém ficou para trás. Luka, que não é tão vagabundo como pensávamos, passou para a York University em Toronto e está estudando para ser designer de games; Megan e Taylor foram para Vancouver, ambos conseguiram bolsa de esporte e estão fazendo o que queriam, Megan cursa jornalismo e Taylor educação física, e o namoro continua firme e forte; Hayley conseguiu passar em Stanford, na Califórnia, as notas dela foram tão altas que se quisesse largar Arquitetura e ir para medicina, ela poderia; Karol foi o orgulho de toda a escola, a garota simplesmente foi um crânio nos testes e conseguiu ir para Havard estudar direito; Kyle foi o único que não quis ir para faculdade, ele ficaria trabalhando com o pai por cerca de um ano até realmente decidir o que quer, mas é provável que ele tente alguma coisa relacionada à mecânica; E Chris era o nosso caçula e ficou para baixo por um tempo, porque todos os amigos deles, os melhores amigos, iriam embora e ele ficaria lá ainda por um bom tempo. Por causa disso, no dia que fomos todos à pizzaria para uma singela despedida, prometemos uns ao outros que todos voltariam a Stratford no verão.
 E voltamos. Fazia um mês que estávamos todos nós em casa – menos o Justin que ainda estava ocupado com a interminável turnê. Eu não sabia que sentia tantas saudades do Chris, e os meus amigos me faziam uma falta absurda! Colocamos os papos em dia, saímos e aprontamos como nos velhos tempos. Depois do primeiro mês eu resolvi tirar um tempo para mim, para não só matar a saudades, mas pensar na minha vida nos últimos anos, onde Stratford foi o cenário principal. Afinal, tanta coisa aconteceu por aqui, coisas que transformaram a minha vida dia após dia.
 Peguei meu carro e dirigi até os limites da cidade, saindo do asfalto onde Justin me ensinou e estacionei antes que me lançasse penhasco a baixo. Tirei uma toalha de piquenique do banco de trás e estendi no meio das folhas caídas e pedras, e me perdi no tempo, fazendo um flashback completo de tudo o que conseguia me lembrar.
- Lua? – me assuntei, quando olhei para trás, sentia meu coração saindo pela boca de tão forte que batia.
- Você me assustou, Jus. Não ouvi seu carro, estava com a cabeça na lua. Chegou faz muito tempo?
- Faz uma hora, mais ou menos. Me fizeram ir para casa descansar da viagem antes que eu viesse atrás de você. Estava pensando em que? – sentou ao meu lado.
- Em tudo, há muita coisa o que se pensar. Depois de um ano vivendo num país diferente, ora num dormitório, ora na sua casa, e agora estar de volta na casa dos meus pais, sentindo o cheiro da madeira que eu sequer reparei que tinha e que eu sabia que existia, e o perfume da minha mãe, a voz do meu pai vindo da cozinha enquanto ele bebe café e reclama da página de esportes do jornal... Não só isso também, aqui, olhando toda essa cidade de cima, eu consigo pensar em todos os anos que vivi aqui e todos os momentos importantes, como aquele em que te vi pela primeira vez, e ali – a pontei para um ponto na cidade abaixo de nós – sabia que ali é o restaurante que fomos comer naquele primeiro dia que nos encontramos?
- Não... quero dizer, eu lembro do dia, mas não lembrava exatamente qual restaurante foi.
- Foi aquele ali – apontei de novo. – Jus, a nossa vida começou nessa cidade.
- E agora uma nova fase dela começa em Atlanta – concordei. – E é por isso que queria te pedir uma coisa.
- Hum? – murmurei, tirando os olhos da paisagem à frente para o olhar. E quando me virei, dei de cara com o ursinho que ele me deu no dia que me pediu em namoro pela primeira vez, há 3 anos. E, como da primeira vez, tinha um anel amarrado no laço ao redor do bichinho de pelúcia, porém a aliança de prata ainda estava no meu dedo. – Jus... o que...
- Bem, Lua, não tem porque eu fazer delongas, você sabe o que eu sinto por você e depois desse tempo todo, sabe também que não é uma coisa que vamos conseguir deixar para lá algum dia. Eu quero você para sempre, então, por favor, me diz, aceita se casar comigo?
  Por mais que eu estivesse completamente pasma e boquiaberta, não demorei para dar a resposta.
- Mas é claro que não! – Foi a vez dele de ficar surpreso. – Justin, eu tenho 19 anos e acabei de sobreviver ao meu primeiro ano de faculdade e nem sei se vou sobreviver os outros que ainda me restam. Psicologia não é um curso fácil, sabia? Meu amor, nós não precisamos de uma pedra de diamante para provar que seremos um do outro para sempre, porque nós já somos. Pertencemos um ao outro desde o primeiro dia que nos vimos, desde que trocamos palavras tímidas naquele dia no restaurante, e quando você quase me beijou no seu quarto quando estava te ajudando a arrumar o resto das caixas da mudança, desde o dia que se declarou para mim com uma música que virou seu primeiro single, e quando foi atrás de mim naquele maldito dia chuvoso, que você foi o único a conseguir me encontrar e me levar para casa mesmo que eu estivesse namorando o Taylor na época, afinal, até ele sabia que não importa o que houvesse eu sempre seria a sua garota. Jus, a mídia nos esqueceu agora, não vamos causa outro rebuliço, além do mais, eu já moro com você! Estou tão inserida no seu mundo que só se eu subisse no palco e cantasse também.
- Bem que você podia...
- Eu já vetei essa sua ideia maluca, o famoso aqui é você, gracinha. Sou só uma universitária.
- Mas bem que podia – sorriu travesso, como se imaginasse um dueto nosso ou coisa que o valha.
- Enfim! Voltando para o momento, por favor. Pois bem, já ouviu falar que não se mexe em time que está ganhando? – assentiu. – Então, pela primeira vez desde que nos conhecemos, tudo finalmente está dando certo! Para que mudar isso logo agora? – ele me pareceu pensativo por alguns instantes.
- Você está certa. Pena que comprei esse anel atoa...
- Guarda. Certeza que no futuro esse diamante vai estar no dedo de alguém – sorri marota e ele riu.
- Boa ideia.
- Aproveita e guarda meu ursinho no mesmo lugar que achou, ok Sr. Bieber? Já disse para não invadir meu quarto quando eu não estivesse em casa. Lembra? Privacidade?
- Você já foi menos chata.
- E você menos ladrão de ursinho de pelúcia.
 Justin riu mais uma vez e depois encarou no fundo dos meus olhos e disse com uma sinceridade vinda diretamente do coração:
- Eu te amo, Lua.
- Eu também te amo, Jus.

 Deitamos na toalha e ficamos olhando o céu por entre os galhos das arvores, conversando sobre a vida e coisas avulsas. Era mais um dos típicos e raros momentos em que nós dois apenas aproveitávamos o instante como se nada mais importasse, não ligávamos para o passado ou para o futuro, só para o que éramos e o que sentíamos naquela passagem de tempo. Viver o presente praticamente virou o lema para nós dois, ninguém se importava com o que fomos nem com o que seriamos daqui para frente, porque haja o que houver, temos a certeza, que estaremos juntos. Para sempre.

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   Aqui estou eu exatos um mês depois para postar o Epílogo e o fim, de vez, de Lua e Justin. Senhor! Que tristeza! Acho que acabei demorando apenas para prolongar esse momento o máximo possível. Vou sentir falta desses dois, por Zeus! Foram longos anos acompanhada dessa história e, por mais que esteja finalizadas a meses, postar de vez o último capítulo marca o fim oficial de anos e mais anos!
 Enfim, espero que (se ainda há alguém aí, por favor, apareça, POR FAAAAAAAVOOOOOOOOOOOR!) vocês também tenham gostado!
   Tenho outras histórias também para quem quiser acompanhar (os nomes e onde estão postadas estão na minha bio ali no canto <~) e também estou com uma conta no Wattpad, é: @TahRodriguess (como qualquer outra conta minha nessa internet a fora de meu deus).
     Foi um prazer todo esse tempo, obrigado por me acompanharem! 

sexta-feira, 31 de julho de 2015

24º Capitulo: Each End is a New Beginning - Parte Final

O aniversário é meu, mas o presente é pra vocês! A última parte do último capitulo
Are you ready?

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Acordei com o sol batendo no meu rosto, tentei me mexer, mas as partes do meu corpo que não doíam, ardiam que nem o inferno, então evitei movimentos bruscos, e virei o corpo, tentando evitar fazer caretas. Olhei para o meu lado na cama e Justin não estava lá, olhei ao redor a procura de algum vestígio de que ele ainda estivesse ali, porém nada. Por um segundo me senti estranha, mas passou logo, nunca fui do tipo que choraminga porque um cara não continuou ao meu lado depois de acordar, por isso respirei fundo e levantei da cama num pulo e fui tomar um banho, para relaxar meu corpo. Vesti uma roupa qualquer e desci as escadas na esperança de um café bem forte.
- Olha só quem finalmente acordou! Pelo jeito a noite foi boa, né? – minha mãe veio com um tom irônico que não é muito comum para ela, então entrei em um desespero controlado achando que ela possa ter visto a minha bagunça com o Justin, mas tentei não transparecer nada até ela terminar de falar. – Chegamos hoje cedo e seus sapatos ainda estavam no meio da sala! Lua, Lua... achei que finalmente tinha parado de deixar as suas coisas pelo meio da casa – nenhum comentário sobre coisas que não são minhas, menos mal. Justin deve ter saído antes que eles chegassem.
- Sobre noite boa acho que não fui bem eu que tive uma, mas como vocês são meus pais, eu prefiro não comentar nada sobre o que devem ter feito para só terem chegado hoje de manhã.
- Boa garota! – meu pai comentou enquanto eu procurava meus sapatos pela sala.
- Me agradeça com uma xícara de café, pai!
- E você pegando as cartas perto da porta, filha!
 Achei minhas sandálias mais perto do sofá, e as cartas estavam quase coladas na porta. Segurei os calçados com os dedos, e peguei as cartas passando uma por uma.
- Contas, contas e mais contas... opa!
- O que foi? – meu pai veio até mim com a minha xícara de café.
- Cartas da faculdade – dei a ele os outros envelopes e logo abri a primeira endereçada a mim.
- O que diz aí?
- A Universidade de Toronto me aceitou! – ele abriu um sorriso enorme e eu larguei o café na estante da televisão, já tinha perdido totalmente a vontade de tomar. Agora eu tinha a certeza que tinha um futuro pela frente e ainda nem precisaria sair de Ontario para isso.
- Parabéns! – ele me abraçou – Anna! Anna! Nossa filha foi aceita na UToronto! Anna! – ele subiu as escadas gritando. Eu nem tinha reparado que minha mãe não estava mais ali.
 Dei um gole no café e coloquei de volta no mesmo lugar, ainda precisava abrir duas cartas. A seguinte era da UBC (University of British Columbia) em Vancouver. Me inscrevi mais como mais uma opção, já que meu objetivo mesmo era passar na de Toronto, então quando vi que fui negada nem me doeu e logo fui para a próxima. Essa sim foi só uma brincadeira, mas hoje, saber se fui aceita ou não poderia definir totalmente meu futuro. Claro, para faculdade eu iria de qualquer jeito, isso era certo! Mas já faz tempo que escolaridade não era a única preocupação da minha vida.
 Abri a carta, tentei beber outro gole do café, mas mal consegui encostar a boca. Li linha após linha com um receio diabólico do que eu poderia ler ao final.
- Eu fui...
- Lua? – olhei para meu pai no pé da escada, e para minha mãe atrás dele – Você ta branca, o que houve?
 Larguei os sapatos no chão de novo, e o todo o resto que ainda estava na minha mão e saí porta a fora, atravessando a rua toda correndo e mais o jardim todo da casa da frente. Bati na porta ofegante e desesperada, eu não fazia ideia se Justin ainda estaria lá, mas pelo movimento que podia perceber do lado de fora, pelo menos alguém estava na casa.
- Lua? – Pattie abriu a porta, me olhando completamente confusa.
- Pattie, por favor, Justin está aí? Eu preciso muito... – antes que eu terminasse de falar, Justin apareceu ao lado dela, que se afastou sem que pedíssemos.
- Lua? O que... olha se foi porque, sabe...
- Porque eu acordei e você não estava lá? Não, não tem nada a ver com isso – ele parecer ainda mais confuso.
- Então o que... – estendi a carta para ele. – O que é isso?
- Pergunta menos e lê mais! 
 Ele começou a passar os olhos pela carta e eu esperei impacientemente por um sinal de que ele entendesse onde eu queria chegar. Até que ele me olhou tão surpreso que seus olhos pareciam que iam saltar para fora do corpo.

- A gente se vê em Atlanta, astrozinho.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

24º Capitulo: Each End is a New Beginning - Parte 3

Outro n/a no inicio do capitulo para pedir um favor a vocês!
Esse cap tem uma música que ali pro meio ta indicado onde vocês devem da play, mas o link para vocês colocarem o vídeo para carregar ta aqui oh:

Blink-182 - Feeling This - https://www.youtube.com/watch?v=4kMZ23T9VHE

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Eu definitivamente estava sentimental como há muito tempo não me sentia, parecia que tínhamos realmente voltado no tempo e agora éramos o mesmo Justin e a mesma Lua que se conheceram e se apaixonaram e mudaram a vida um do outro. E acho que Bieber sentia o mesmo, pelo menos foi o que pareceu quando ele segurou a minha mão direita e puxou para baixo, e antes que eu pudesse ter qualquer reação ele começou a sussurrar no meu ouvido.
- Uma vez, um garoto mudou de cidade e ele achava que isso transformaria a vida dele num desastre maior do que já estava. Assim que chegou, ele viu uma garota sair da casa em frente a sua, ela olhou na direção que ele estava por um breve tempo, e foi embora. A partir daí, ele não conseguia pensar mais em outra coisa além dela até ter a oportunidade de vê-la de perto e perceber que ela realmente era tão linda... ela é tão linda. – Justin tirou a mão da minha, mas continuou a falar. – Ele e ela ficaram cada vez mais próximos, até que um dia – os dedos dele encostaram na palma da minha mão e deixou algo gelado tocar minha pele – ele fez um pedido à ela – olhei discretamente para baixo, observando o objeto prateado que reconheci ser a nossa aliança de namoro.
- Você... você guardou isso esse tempo todo – falei baixo, mais para mim do que para ele.
- Lua Houston, quer namorar comigo? – ele sussurrou no meu ouvido de novo.
 Não respondi imediatamente, apenas soltei uma breve risada nasalada e então foi minha vez de sussurrar no ouvido dele.
- Achei que já estivéssemos namorando.
 Eu sorria igual uma besta e ele também passou a sorrir assim depois de colocar a aliança no meu dedo. E então voltamos a dançar o que parecia ainda ser a mesma música, mas eu não estava ouvindo muito bem, estava me sentindo entorpecida e percebi que sentia falta de me sentir assim. Esse baile estava trazendo a tona todos os primórdios sentimentos que eu possuía pelo Justin.
- Eu te amo.
 Justin parou de dançar imediatamente e me encarou com os olhos arregalados, podia jurar também que sua respiração estava praticamente ofegante.
- O que foi? – perguntei confusa.
- Me diz que dessa vez foi de verdade!? – continuei confusa, então ele continuou. – Na França, a primeira vez que fomos, durante a festa na casa da Louise, eu pude jurar que ouvi você dizer que me amava, mas quando te perguntei se tinha dito alguma coisa, você fez essa mesma cara confusa de agora. A duvida se você realmente disse ou não me corroeu por dias, Lua! Agora, por favor, me diz que eu não estou maluco, que dessa vez foi verdade – me olhava com súplica.
- Bem... Se essa vez na França foi verdade, não posso garantir – sorri de lado –, mas, dessa vez eu juro que foi verdade! Eu te amo, Jus. E não deveria ter demorado tanto tempo para te dizer isso, mas sei que nunca teve duvidas disso, mas agora confirmo quantas vezes você quiser que eu te amo, Justin Drew Bieber.
 Ele me deu um beijo, selando nossos lábios por longos segundos, e quando se afastou, permaneceu de olhos fechados e sorrindo, depois abriu e segurou meu rosto com uma das mãos, acariciando minha bochecha com o dedo e suas íris fixas em mim.
- Eu também te amo, meu anjo perigoso.
 Eu já tinha esquecido completamente de onde a gente estava, se tinha alguma câmera ao nosso redor ou se a música era a mesma, não fazia ideia sequer de quanto tempo havia passado, a gente só continuava se balançando para cá e para lá, no nosso próprio espaço e tempo.
 Porém – claro que tem um “porém” –, por mais que estivéssemos nos sentido como no passado, não éramos mais aquelas pessoas. Fizemos coisas novas, vivemos coisas novas, somos pessoas novas. E foi durante aquela dança interminável que me lembrei disso, mas não queria estragar a noite, talvez nada disso chegaria nem perto de acontecer novamente, então resolvi esquecer o amanhã, o futuro, o depois, e qualquer ponto negativo ou duvidoso. Como também resolvi ignorar o passado e lembrar unicamente do presente, do que eu gostaria de fazer agora e como aproveitar o agora como se o dia jamais fosse amanhecer.
- Sabe, Jus... meus pais sumiram de casa essa noite.
- É? – perguntou num tom maroto.
- Uhum, mas eu não queria ficar sozinha em casa. Não sei que horas eles podem chegar – ele parou quase tão instantaneamente como pouco antes, mas dessa vez, tinha um sorrisinho malicioso de canto de boca.
- No seu carro, ou no meu?
- Não costumo dirigir de salto – e, de qualquer jeito, meu pai que me trouxe, então estava sem carro, mas eu não precisava dizer mais nada.
(Feeling This – Blink 182 começa aqui) Justin segurou meu pulso e me puxou para fora do salão. Certeza que tinha várias pessoas nos observando agora, mas quem estava se importando, afinal? A gente só queria sair dali. E foi o que fizemos. Corremos pelo estacionamento, eu tropeçava por causa do salto, então parei de repente, arranquei o sapatos, e continuei correndo com ele, com os pés tocando o asfalto enquanto não chegávamos no carro. Quando entramos, Justin deu partida o mais rápido que conseguiu, e foi tão veloz que – talvez – nem eu conseguiria fazer tão bem. Os pneus cantaram ao virar para sair pelo portão, nós dois riamos alto, travessos, sedentos e inconsequentes a toda velocidade pelas ruas quase vazias da cidade. Nós sentíamos o momento, sentíamos cada segundo e toda a adrenalina que passeava por nossas veias. Estávamos felizes como se nada mais no mundo importasse se não a gente ali, naquele momento, excitados com o vento cortando nossos rostos e com os olhares trocados durante o caminho todo.
 Ele estacionou o carro em frente a minha casa. Nós entramos desesperados, nos beijamos desesperados e meus sapatos, de repente, não estavam mais na minha mão e Justin já estava sem camisa quando subimos as escadas, acho que sem sapato também, pelo menos um dos, acho que o outro pé ficou perto da porta do meu quarto. Sei que meu vestido ficou no meio do quarto, esse era o mais complicado de todo o resto de tirar então tivemos que dar uma pausa, mas em compensação, sem ele eu já estava praticamente nua.

 Posso não saber onde tudo o que vestíamos foi parar, mas sei onde nós fomos parar nos primeiros instantes, nas primeiras vezes daquela noite. Foi tudo mais intenso do que a primeira vez de todas em Paris, se eu estivesse conseguindo raciocinar como de costume teria até agradecido por meus pais não estarem em casa e rezando para que ninguém chegasse enquanto estávamos naquele momento. Não fazia ideia se tudo era desespero, saudade ou despedida, desde a nossa última viagem à Paris muita coisa aconteceu, teve o acidente e a notícia de que ele iria embora, e isso fez a gente cair em pedaços, mas agora tudo parecia unido, não só dentro da gente, mas um com o outro em perfeita sintonia. A gente se pertencia e isso ficou bem claro durante a noite toda.

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Mais uma breve nota para dizer que: falta só mais uma parte para o capítulo acabar! Só mais uma... não sei se tenho coração para isso! 
Bem, até a lá então!

sábado, 27 de junho de 2015

24º Capitulo: Each End is a New Beginning - Parte 2

n/a: Esqueci de postar a foto do vestido da Lua, pois sou espertissima .Q mas aqui está!
E agora vamos para mais um pedaço do ~último~ capítulo!
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Saímos de perto da escada e fomos para um canto, olhando todo mundo dançando e se divertindo e curtindo o último dia definitivo de Ensino Médio. Hayley apareceu com Kyle não muito tempo depois que Karol chegou, os dois cumprimentaram a gente e trocaram meia dúzia de palavras, depois trataram logo de ir dançar uma música que Hayley adora, mas que confesso não ter prestado muita atenção em qual era. Por mais que eu estivesse vendo a banda, não estava propriamente ouvindo.
- Cara, eu ia adorar uma bebida agora.
- Leu meus pensamentos.
- Achei que não bebesse mais.
- Bem, eu costumava encher a cara e fazer besteira. Mas sou capaz de fazer besteira sem bebida nenhuma, então que mal tem? – dei de ombros.
- Quer ver se alguém fez o favor de batizar o ponche?
- Quero, e vou de dedos cruzados.
 Fomos até a mesa de petiscos, pegamos alguns salgadinhos e tomamos ponche que, para nossa tristeza, ainda continuava limpo. Mas mesmo assim bebemos. Não tínhamos mais nada para fazer, não queríamos dançar e ninguém chegava perto para tirar a gente. Na verdade, acho que estava até empacando a Karol, talvez se eu saísse de perto alguém a chamasse para dançar, afinal, eu percebia os olhares de alguns garotos para a gente, mas, sou a Favorite Girl de Justin Bieber, desde que todo mundo ficou sabendo disso, parece que virei um desafio e ao mesmo tempo uma área proibida protegida pelo governo. Em outras palavras, eles preferiam não arriscar – como se Bieber fosse algo para alguém ter medo, mas tudo bem, fico até feliz com isso.
 Karol e eu conversávamos e comentávamos sobre algumas roupas das pessoas do baile – vamos dizer que nem todo mundo acertou no caimento do vestido – até que a música parou, mas nem liguei, continuei curtindo os salgadinhos de queijo.
- Lua? – Karol me cutucou – Lua! – a olhei inocente e percebi que ela olhava pasma para algum ponto mais á frente do salão. Fiquei confusa por breves segundos até a música começar a tocar de novo e eu reconhecer as notas, e perceber quem ia cantar não seria o Aaron.
 Virei minha cabeça na direção do palco e por uma breve vertigem achei que era ilusão ver Justin Bieber no palco cantando First Dance e olhando para mim. 
 Minha boca deveria estar lá no chão, ele realmente foi! Ele estava lá, e estava por mim! Era tão estranho ouvir First Dance com a sua voz tão mais madura do que quando cantou para mim pela primeira vez no aniversário de 15 anos da irmã do Erik, mas agora ela pareceu se encaixar mais perfeitamente. A letra e o ritmo entravam no meu ouvido e eu me sentia completamente hipnotizada por toda a situação. De repente, só havia nós dois, só havia os olhos cor de avelã do garoto que conheci há dois anos e que virou a minha vida de cabeça para baixo, que trazia o melhor e o pior de mim e coisas que eu nem conhecia mais. Estava sendo divertido e nostálgico ouvir aquilo, me fez pensar em como as coisas eram dois anos atrás, nós dois tão inocentes sem fazer ideia de onde a vida ia nos levar. As músicas do Justin eram algo que ele fazia por diversão, eu não tinha uma farmácia inteira me esperando no armário do banheiro por surtos psicóticos e acidentes de transito, tudo o que precisávamos fazer era sentar no jardim, com o violão nas mãos e cantar um para o outro.
 Ouvir aquilo agora estava me fazendo sentimental como não me sentia há muito tempo, acho que ao saber que Justin ia embora já tinha me deixado emocionalmente fragilizada – ou eu não teria desmaiado – e agora esse flashback ao passado só não me fazia chorar porque os sentimentos estavam espalhados e vibrando pelo meu corpo e tudo o que eu conseguia demonstrar ali, naquele momento, encarando diretamente nos olhos dele, era o quanto eu estava pasma e aliviada por ele realmente ter vindo naquele baile besta de escola. Afinal, talvez esse seja um único momento “besta” que a gente poderia ter na nossa vida daqui para frente.
 Ele terminou de cantar a música e desviou os olhos por alguns breves segundos para dizer alguma coisa para o resto do salão. Eu não queria saber o que era, não ouvia nada além de um zunido da confusão que acontecia dentro de mim. Olhei para trás desnorteada procurando Karol, mas ela não estava mais lá. Olhei para frente e Justin vinha na minha direção com um sorriso largo, quase tão inocente como o do garoto que conheci antes da fama, e eu sorri junto, aposto que quase tão inocente como eu já fui uma vez na minha vida.
- Você está linda. Tudo isso é para mim? – ele me lançou um olhar de cima a baixo, e isso me fez despertar um pouco.
- Não. Você não iria vir, lembra? – estreitei os olhos, provocando.
- Você acha mesmo que eu ia deixar tudo isso – ele fez um gesto com a mão esquerda fazendo referência a mim – sozinha em um baile? Não mesmo! Além do mais, o mundo inteiro sabe que você é a minha Favorite Girl, shawty. Já era Lua, você é minha pelo resto da sua vida – ri e mantive o sorriso.
- Tudo bem – joguei os braços para o alto. – Eu me rendo! Mas... já que veio até aqui, bem que poderia dançar com tudo isso, né? – Minha vez de fazer o gesto se referindo a mim. – Estou aqui há horas! E ninguém fez sequer o favor de batizar o ponche! – revirei os olhos e ele riu.
 Justin segurou minha mão e me puxou para o canto da pista de dança. Como acontecia nas típicas cenas de românticas em qualquer história de ficção, naquele momento tocava uma música lenta, então ele pôs as mãos na minha cintura, eu abracei seu pescoço e começamos a nos balançar para lá e para cá. Não sei se estávamos indo bem, se estávamos no mesmo ritmo ou coisa que o valha, eu apenas sentia que o tempo corria devagar enquanto estava li sentindo o perfume dele. Aquele perfume... eu sentia tantas saudades... 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

24º Capitulo: Each End is a New Beginning - Parte 1

Desci as escadas do salão onde estava sendo o baile da escola, isso mesmo, sem par nem nada eu resolvi sofrer essa tortura não sei exatamente por qual razão.
 Exato! Sem par. Bieber deveria estar colocando o resto das roupas no armário da casa que moraria de agora em diante enquanto eu estava aqui, com uma sandália prateada com strass que fazia um X no peito do pé e no calcanhar onde prendia, um vestido tomara que caia longo em dégradé azul quase para um branco. A parte da frente do vestido era como faixas entrelaçadas até a cintura e atrás tinha faixas mais finas só para prender o vestido em mim e ele realmente não cair, deixando minhas costas praticamente nua. No dedo do meio da mão esquerda eu usava um anel escuro com assas de anjo abertas e no pescoço... bem, eu usava o colar que Justin me deu. Eu sei que não combinava em nada com o resto do look, então, pelo menos, deixei o pingente por dentro do vestido, só que eu precisava usar essa noite.
 A verdade era que eu estava me sentindo estranha com essa roupa toda, coisa que não acontecia há muito tempo por causa de Nova York. Vestido longo, salto alto era uma coisa comum lá, mas nunca foi comum para mim. Então, assim que fiquei pronta fui ao quarto dos meus pais me olhar no espelho – o de lá era maior do que o do meu quarto – e me analisei de cima em baixo. O cabelo, a roupa e como eu ficava bem naquilo tudo, mas não me sentia propriamente bem. E como se adivinhasse tudo o que eu estava sentindo aquele momento, Harper me ligou, histérica como sempre. Ela sabia de tudo o que estava acontecendo, sempre fiz questão de mantê-la atualizada de todas as tretas da minha vida.
- Espero que esteja divina como te ensinei a ser, ou te aterrorizarei nos seus sonhos essa noite, Houston. – ri.
- Se orgulharia de mim, Collins.
- Acho que a Channel vai estar feliz que não tem você para competir com ela para rainha do baile.
- Channel é uma vadia, Har. Quem se importa? – ela gargalhou.
- É verdade! Mas e aí, gata, o que tem de errado? Seus sapatos não estão combinando?
- Me poupe, Collins! – ela me acompanhou nas risadas.
- Não te poupo nadinha, Houston. Me conta qual o problema dessa vez. – eu poderia muito bem bancar a quem não sabe de nada e ignorar que ela percebeu a entonação diferente na minha voz, mas do que adiantaria? Ela sabe mesmo, e para que não contar a verdade?
- Sei lá, Harper. Isso tudo não parece mais fazer sentido, to me sentindo como se nenhum esforço fosse o suficiente mais. O que adianta esse baile estúpido? Essa roupa e todo o babyliss? Acho que se não tivesse me dado tanto trabalho e eu não tivesse gastado tanto dinheiro com essa roupa, arrancaria agora mesmo e voltava pra minha cama. Porém, ao mesmo tempo acho que não sou tão abalável assim.
- Não, você não é. Então vá para o seu baile e beba uns drinks que a noite é sua, gata!
- Uns drinks? Harper, é uma festa de colegial, a escola não ia financiar álcool para menores de 21.
- Então finja que tem, oras! Você nunca precisou, necessariamente, de estar bêbada mesmo!
- Pena que minhas noites de subir em mesas e fazer metade do bar babar pela minha bunda, já passou.
- Uma pena mesmo, aposto que tem muita gente sentindo saudades das suas dancinhas – eu estava gargalhando a essa altura da conversa. – Agora vamos falar de um assunto sério.
- Oh, não.
- Oh, sim. Biebs realmente está em Atlanta?
- Biebs realmente está em Atlanta.
- E tudo o que você está fazendo sobre isso é ir ao baile de formatura sozinha?
- Exatamente.
- Você é muito trouxa, Houston.
- Nenhuma novidade, Collins, mas o que eu posso fazer?
- Vão nem se ver nas férias?
- Estava pensando em ir pra Nova York essas férias, mas claro, to dependendo das cartas das faculdades. Falando em faculdade, como está por aí?
- Tenho nota para a NYU, vou ficar por aqui mesmo para fazer faculdade.
- Você nunca me disse o que pretendia fazer.
- É artes, mas.. mas... Lua! Não foge do assunto!
- O que, oras?
- O que? Sua vida uma bagunça amorosa e você quer voltar pra Nova York? Por favor, em!
- Oh, ok! Como se for estar com o Justin esses meses fosse adiantar alguma coisa! Se alguma faculdade me aceitar vai ser mais outra despedida com cara de “foi bom enquanto durou” pela milésima vez.
- Evitar o Justin? É isso que pretende então? Isso já aconteceu e eu sou a prova viva que não houve bons resultados.
- Harper, tudo isso já aconteceu antes. Absolutamente tudo.
O resto da conversa não interessa muito, o caminho todo até o baile também não. Então a questão volta a ser eu estar sozinha olhando para um bando de adolescente espalhados pelo salão.
 Continuei parada em frente à escada assistindo a banda que tocava. Marc já havia me falado desses garotos, o vocalista se chamava Aaron e era um secundarista novato extremamente talentoso, o garoto realmente mandava bem.
- Lua? – reagi de sobressalto com a voz da Karol vindo repentinamente atrás de mim.
- Hey, Karol. Está sozinha?
- Se quer saber do Luka, não estamos juntos. Isso foi um erro desde o começo, não só pela Halle, mas também porque não tinha nada a ver, sabe? A gente sempre foi amigo, e é só isso. O que aconteceu foi só... só um momento confuso.
- E a Halle? Como ela está? Desculpa, mas essas últimas semanas foram tão conturbadas, e ainda teve o acidente e...
- A gente sabe, Lua. Você tem a sua vida né, não dá para ficar se preocupando com a gente o tempo todo. – Lancei um olhar de alívio com gratidão. – Halle está bem, superou tudo muito mais fácil do que a gente. Também, com o gato do Kyle ao lado servindo de apoio! Um belo de um apoio.
- Karol, Karol... – ela riu.
- Relaxa, ele é bonito sim, não tem como negar. Poxa, não sou cega! Mas é só isso, chega dessa vida de roubar namorado de amiga!
- O mundo agradece – ri de volta. – Kyle e ela estão juntos? Da última vez que a gente se viu, ele me garantiu que era só amizade.
- Eles ainda estão garantindo que é só amizade, mas você acredita? Por que eu sinceramente não! Vão vir até ao baile juntos, devem chegar aí em breve.
- Então, somos nós duas sem par essa noite?

- É o que parece.

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Aqui começa o fim, haja coração! 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

23º Capitulo: Over and Over Again - Parte Final

Corri até a casa da frente e bati na porta tentando respirar o menos afobada possível, eu sabia que Pattie estaria em casa resolvendo coisas da mudança, ou seja, ela poderia estar muito ocupada nesse momento ou ter saído para resolver alguma coisa, mas logo bati de novo, mais ansiosa do que da primeira vez. E então ela abriu.
- Lua, querida!
- Oi Pattie, por favor, onde Justin está? Ele não atende o telefone, eu preciso muito falar com ele. Ele ta com Ryan, ou com alguém que eu possa ligar?
- Justin não está viajando. Querida, está tudo bem?
- Ele está em casa?
- Não, ele foi à escola fazer as últimas provas. Querida, está tudo bem?
- Ele foi há muito tempo?
- Não, saiu agora pouco. Lua, o que aconteceu? Você está chorando? Teve algum problema?
- Não, Pattie, está... bem, obrigado pela informação, ok? Eu tenho que ir!
- Mas Lua...!
 Saí em disparada de volta para minha casa, eu não deveria dirigir nesse estado e muito menos depois de um recente acidente de transito, porém, precisava chegar à escola o mais rápido possível e não seria andando que eu conseguiria. Então, entrei no carro e assim que o portão da garagem abriu todo, arranquei do melhor jeito que eu sabia.
 Minha ansiedade era tão grande que todos os semáforos do mundo resolveram fechar, isso porque a escola nem era assim tão longe da minha casa, imagina só se fosse! Por isso, quando cheguei, fiquei com medo de ser tarde demais e corri para dentro do colégio que estava completamente vazio devido ao horário, mas, o pior de tudo foi perceber que eu não fazia ideia de onde podia o procurar. Minha primeira ideia foi ligar, mas para o meu desespero maior, ainda dava caixa postal, então parti para a segunda ideia: subi as escadas correndo até a nossa sala, talvez ele fizesse as provas lá, só que foi mais uma decepção. Desci as escadas devagar tentando pensar a todo custo quando ouvi barulhos de vozes ecoando os corredores, e, quando prestei mais atenção percebi que estava vindo do corredor da diretoria, claro! A diretoria! Como não pensei isso antes.
 Corri até lá, e conforme eu me aproximava a voz ficava mais forte e eu pude reconhecer perfeitamente que era a do Justin, até tinha outra voz no primeiro instante, mas depois só ficou a dele. Cheguei no corredor, e ele estave se afastando da porta da diretoria e eu parei tão abruptamente que meu tênis fez barulho.
- Justin! – minha voz ecoou e eu pude perceber o tom de desespero diluído com alívio por finalmente o ter achado.
Ele se virou.
- Lua? – dei uma pequena corrida até ele, enquanto ele se despedia e desligava o telefone. – Minha mãe estava me ligando, acabou de dizer que esteve lá. Eu vi suas ligações, mas eu estava fazendo prova e o celular não estava comigo, só me deram porque viram que era minha mãe. Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu! Você está fazendo essas provas antes de todo mundo porque vai se mudar daqui a poucos dias, e ainda por cima, vai entrar em turnê por causa de um CD que pediu ao Chris para me entregar, porque não saberia como agir perto de mim na situação que a gente se encontra – dei uma risada forçada pra completar o tom de desespero das palavras que saiam da minha boca sem que eu sequer pensasse nelas, e, pela primeira vez desde que eu começara a falar, olhei para ele. – Engraçado, não? Depois de tudo, depois de tanto tempo, a gente não sabe o que fazer perto um do outro.
- Lua, tudo isso eu sei, mas o que você quer de mim? – sua voz era tranquila, mesmo ele estando confuso. Possivelmente, sabendo que eu estava nervosa, tentava falar do melhor jeito possível pra entender a situação. – Por que veio aqui? Podíamos conversar melhor quando eu chegasse em casa.
- Eu não quero conversar melhor, sabe, eu ouvi o CD que você me deu e sabe Bieber, eu não posso deixar a história se repetir de novo.
- O que?
- Não vê, Bieber? Primeiro, a gente briga e eu vou embora e quase acabamos com as nossas vidas, longe um do outro. Agora é sua vez de ir, eu não quero passar por nada daquilo de novo, eu não quero ficar sem você – minha cabeça funcionava a mil, eu chegava a conclusões que não tinham pensado antes, só esperava que todas essas conclusões fizessem sentido afinal.
- E o que você sugere? Tem alguma ideia de como podemos resolver isso? – senti um fio de esperança em sua voz.
- Não, me desculpa, mas não tenho. Mas...
- Mas o que? Lua, diz, eu preciso voltar a fazer as provas.
- Você pode ficar até o baile pelo menos – ele me olhou meio confuso. – É, isso mesmo, o baile de formandos. Por favor, Jus, por favor! Eu sei que é só um baile estúpido de escola, mas, seria pelo menos uma despedida, ou você preferia que as coisas terminassem como foi da última vez?
- Ta me convidando para ir ao baile, Houston? – um sorriso quase escapou dos seus lábios e só com esse “quase”, eu já me senti mais aliviada.
- Que seja, Bieber, que seja! Eu só não quero que tudo se repita, não quero sentir que tudo está escapando entre os meus dedos. Eu também não estou pronta para desistir - ele pareceu perceber a referência a música do novo álbum.
 Respirei fundo, tentando recuperar todo o ar ao redor de mim e soltei de uma vez:
- Você aceita ir ao baile comigo?

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Okay! Demorei mais tempo do que pretendia, mas pelo menos não foi em um mês, right?
E ah! Tenho uma notícia: o próximo capitulo é o último. 
Não sei em vocês, mas cada vez que abro a I'm Here para postar eu quase tenho um troço de tanto que meu coração fica apertado! Foram tanto tempo escrevendo e postando, tanto que muita gente não ta lendo aqui mais e.e mas enfim! Vou tentar deixar a melancolia para o final mesmo! Espero que estejam aqui quando acabar, e que comentem no final para saber se estamos sharing the same feeling e coisa e tal. Até a próxima!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

23º Capitulo: Over and Over Again - Parte 2

 A gente ficou na cama conversando por horas, depois descemos para a sala e assistimos filme sem comer nada porque não tinha uma migalha de comida na casa. Sinceramente? Não sei como é capaz de viver assim! Então liguei para a minha mãe e avisei que estávamos sem comida, e ela compensou a gente com pizza. Lógico que por isso, obriguei Chris há ficar mais tempo, apesar de que, como era pizza, ele ficaria de qualquer jeito. Então, depois que comemos, subimos para o quarto de novo e voltamos a conversar sobre as coisas mais avulsas possíveis, ele estava me mantendo atualizada sobre as questões da escola, às vezes, me dava notícia dos meus próprios amigos que mal me ligavam e entre outras coisas.
- Tem falado com o Justin?
- Não vejo nem sombra dele desde o dia que saí do hospital.
- Vocês brigaram de novo, foi?
- Até que não, só que desde que ele me disse que ia embora, as coisas estão estranhas demais e, naquele dia que a gente se viu, apenas lembramos que tinha uma coisa dando errado.
- Cara, vocês dão tantas vezes errado, que acabam dando certo!
- Mas bem que a gente podia dar mais certo do que errado, não acha? Achei que teria que me preocupar com isso só depois que as aulas acabassem e as cartas da faculdade chegassem, mas Scooter me fez o favor de adiantar isso para bem antes e deixar a gente totalmente perdido no que fazer! Sinceramente, não ta nada fácil.
- Acho que vai ficar mais complicado, então – o olhei confusa. – Ou mais fácil, não sei – deu de ombros.
- Direto ao ponto, Chris, direto ao ponto – ele se levantou e pegou a mochila jogada no pé da cama, demorou um tempo vasculhando até que tirou uma embalagem e me estendeu. – O que...
- Ele pediu para te entregar, achou que seria melhor – fui desembrulhando, mas só de tocar eu já sabia o que era. – A data de lançamento é daqui a duas semanas, e logo depois do baile de final de ano ele sai em tour pra divulgação. Ele quer que você seja a primeira pessoa a escutar.
 A capa do CD era roxa – a cor favorita do Justin – e tinha uma foto dele, a parte de trás tinha o nome de 12 músicas, sendo as duas últimas bônus e, a 10º a That Should Be Me, e, só de ler o nome senti meu peito apertar.
- Bem, eu tenho que ir pra casa, amanhã ainda tenho aula. Tchau fantasminha, eu volto amanhã.
- Tchau, Tigrão.


(...)
 Os hematomas na minha cara tomaram uma cor amarelada doentia, mas se misturava mais fácil ao meu tom de pele ainda meio pálido, os cortes também estavam quase imperceptíveis, então, segunda eu já podia voltar pra aula para as provas finais. Estava até feliz de sair de casa de novo, sem ser pra ir ao hospital, mas só por isso mesmo porque o resto da minha vida estava aos pedaços.
 Justin ia viajar na próxima semana e nada entre a gente estava resolvido, nenhum de nós dois tínhamos ideia do que fazer a respeito disso então, mesmo se nos falássemos, o que teríamos para dizer um para o outro?
 Passei a maior parte do meu dia sentada na cadeira da mesinha do meu quarto remoendo todos os pesares da minha vida, talvez, alguma solução surgisse no meio desses nós todos. O CD do Bieber estava sobre a mesa e eu o encarava como se nada mais existisse no mundo. Ainda não tinha escutado, só dei uma olhada no encarte e reparei as letras das músicas, o que me deu um receio ainda maior de ouvir, já que eu pude perceber a nossa história em várias entrelinhas de cada música, e, num momento delicado desse, eu não saberia dizer se seria uma boa coisa ouvir. Porém, por outro lado, ele disse que queria que eu escutasse primeiro do que todo mundo, acho que era o mínimo que eu poderia fazer por nós agora.
 Ou seja, deixei de ser frouxa e levantei da cadeira pra por o CD no notebook. Fui acompanhando as músicas com o encarte na mão enquanto tentava não deixar as semelhanças e as lembranças que as letras me traziam, me fazer ficar pra baixo, ao invés disso, me esforçava para me trazerem bons sentimentos, até sorri algumas vezes. Mas teve uma música que me desmontou em mil, e não foi a That Should Be Me.
 No encarte estava escrito que se chamava “Up” e depois da primeira estrofe, quase deixei o objeto que estava em minhas mãos cair de tão estupefata que eu estava, mas durante o refrão, eu já estava agarrada com os meus joelhos tentando assegurar que nada em mim ia se desfazer. E, se eu dissesse que quando a música acabou tudo ficou melhor eu estaria mentindo, inclusive porque eu fiz questão de me levantar e por pra tocar de novo.

It's a big (big) world
It's easy to get lost in it
You've always been my girl
And I'm not ready to call it quits
We make the sunshine in the moonlight
We can make the gray clouds to the blue skies
I know it's hard baby believe me

That we can go nowhere but up
From here, my dear
Baby, we can go nowhere but up
Tell me what we got to fear
We'll take it to the sky
Past the moon to the galaxy
As long as you're with me baby
Honestly (honestly)
With the strength of our love
We can go nowhere but up

Uma parte da música dizia algo sobre Galáxia e disso eu lembro que Justin falou algo semelhante para mim, mas quando ele escreveu esse resto? Será que ele sabia de tudo há mais tempo? Maldito! Maldito! Mas não poderia ser! Ele me disse que Scooter tinha falando com ele pouco antes dele ir falar comigo.
“Você sempre foi a minha menina e eu não estou pronto para ir e desistir” como explicar isso? Será que ele escreveu sem intenção nenhuma? Sem saber que a gente chegaria a um ponto que isso faria total sentindo?

Baby we were underground
We are on the surface now
We are gonna make it girl
I promise
If you believe in love
And you believe in us
We can go nowhere but up

 Talvez seja minha interpretação nesse momento, é impossível uma música escrita há tanto tempo fazer tanto sentindo para uma situação atual. Ah, sei lá! Coisa da minha cabeça ou não, minhas lágrimas não se importaram. Pelo amor! Eu estava entrando em desespero! Uma tristeza enorme se aglomerava dentro de mim! E como não se sentir em milhões e milhões de pedaços escutando coisas como: “Nós vamos conseguir menina, eu prometo, se você acredita no amor e você acredita em nós, nós podemos ir a qualquer lugar”? Como não se sentir como se o mundo pesasse sobre suas costas, como se tudo dependesse de você já que a outra parte, estava ali, mesmo que indiretamente, dizendo que não está pronto para desistir, e que acreditava que com a força do nosso amor, nós poderíamos conseguir tudo o que quiséssemos, mas você, não fazia ideia do que poderia fazer.
 Mas de uma coisa eu tinha certeza absoluta: eu precisava fazer alguma! Nem que seja algo temporário, eu precisava mostrar que eu também não estava pronta para desistir, e precisava fazer isso agora porque, desde que a maldita noticia foi dada, estávamos em uma contagem regressiva, não tínhamos nenhum tempo a perder.

Peguei meu celular e tentei ligar para o Justin, mas só caia na caixa postal, pensei em mandar mensagem, mas a urgência era tamanha para esperar a boa vontade dele ver, já que nem me atendendo estava, então, larguei o aparelho em cima da cama e levantei da cadeira num pulo, passei a mão no rosto pra enxugar as lágrimas que não caiam mais, abaixei a tela do notebook e andei de um lado para outro do quarto por alguns segundos meio sem saber o que fazer. Depois disso, arranquei uma roupa do guarda roupa e tirei meus inseparáveis pijamas – já que eu não saia de casa, eu não precisava vestir outra coisa –; amarrei meu cabelo bem de qualquer jeito, só para dar uma aparência melhor do que não penteado há uma década; pus o tênis que estava mais próximo, já que não teria muito trabalho por já estar de meias; peguei meu celular de volta e desci as escadas a toda velocidade pegando as minhas chaves antes de sair.

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Socorro I'M SO SORRY! Sério, desculpem demorar um mês para atualizar e logo agora que está na reta final, mas é que a faculdade está comendo meu fígado, rim, pulmão e mais tudo o que (não) tem direito! Além do mais, meu computador está péssimo! Então eu tenho ligado realmente pouquíssimas vezes. 
Bem, nesse post eu coloquei duas partes juntas, por causa da demora. Só não coloquei mais porque terminaria o capitulo e não queria fazer isso de uma vez só. Mas tentarei postar o mais breve possível, okay? Nada de um mês de novo!
Desculpa, mais uma vez!

terça-feira, 21 de abril de 2015

23º Capitulo: Over and Over Again - Parte 1

Pov's Houston

 Levantei da cama praticamente me arrastando, não tinha vontade de fazer sequer isso hoje, mas se eu não quisesse parar no hospital de novo, dessa vez por causa de uma convulsão que poderia ser efeito do acidente, era melhor eu tomar meus remédios que, eu juro, estar tentando fazer isso na hora certa – mas é muito difícil!
 To me sentindo uma louca com esses remédios! Como se não bastassem os antigos – que há muito tempo eu parara de tomar – agora tem os novos, e então meus pais me obrigam a tomar todos e eu não aguento mais! Juro que já fui normal uma vez na vida, mas com esses potes laranjas no meu banheiro, quem diria que eu realmente fui? Ta que, os que eu tenho que tomar por causa do acidente são completamente normais pra evitar algum problema, e por causa das dores que ainda sinto, mas o grande problema é que não são só esses. Oras! Já fiz visitas ao setor de psiquiatria quando estava em Nova York.
 Tomei as pílulas e conferi a minha aparência de defunto no espelho. Não sei o que estava me fazendo pior: ficar no hospital com aquele cheiro horrível de... bem, de hospital, ou, ficar em casa olhando para o teto no tédio dos infernos. Por isso, pensei em ligar pro Chris, ele tem sido uma ótima companhia, disse até que passaria a noite aqui no final de semana já que não precisaria ir à escola no outro dia, e, já que, também não vou para a escola até que esses hematomas me deixem com uma cara menos doentia.
 Maldito acidente! Só serviu para ferrar ainda mais a minha vida. Exceto por uma coisa.
 Logo cedo do dia seguinte que eu acordei, Justin apareceu no hospital e dessa vez nem liguei – também não tinha por que. Foi muito bom ele ter aparecido, ficou comigo o dia inteiro e a gente conversava como se não tivesse acontecendo nada no mundo lá fora e quase como se eu não tivesse quase morrido também, porém, sobre essa parte, eu podia observar o desespero misturado com alívio em seus olhos por me ver bem apesar de tudo. Um dos dias que eu estava internada, ele pode passar a noite lá comigo e a gente mal dormiu, sei lá, o clima estava tão leve entre a gente que podia parecer estranho. Mas, como estamos falando de Justin e eu, e nada entre a gente é normal, tranquilo e leve por muito tempo, no dia seguinte do que ele passou a noite no hospital, bem no final da tarde, ele tinha outro show pra ir, e nesse mesmo dia recebi previsão de alta.
 Quando ele voltou eu estava me preparando para ir para casa, me pegou prestes a sair do quarto, e nessa hora eu estava totalmente estranha porque simplesmente tinha me lembrado de tudo o que aconteceu antes de pararmos ali e, não que eu me importe tanto já que seria egoísmo meu querer que ele parasse todos os shows e as divulgações do CD por minha causa, mas, isso não muda o fato que o Chris ficou bem mais comigo no hospital do que ele. Ok, ele ficou uma noite, mas o Chris ficou todas as outras.
 Bem, num resumo, a gente ta todo estranho de novo.
 Voltei para o quarto e liguei para o Chris, ele viria assim que saísse da escola. Enquanto isso, liguei para Harper, não tenho falado com ela há um bom tempo, mal tinha explicado sobre o acidente.
- Oh my gosh! Você está viva!
- Surpreendente, não?
- Pela falta de notícia, sim! Surpreendente.
- Ok, Har, me desculpa! Mas bem, eu passei alguns dias internadas, era difícil dar alguma notícia.
- Só te perdoo, porque você quase morreu – até que eu ri disso. – Mas e como você ta agora? E o Justin? Ele ta aí?
- Justin ta viajando, ele veio me visitar algumas vezes, mas ta lotado de coisas, não pode ficar muito.
- Eu vi o que ele fez no show.
- A That Should Be Me? Aquilo foi incrível e estranho.
- Estranho? O que tem de estranho? Ele ta sofrendo por você, Lua, deixa de ser...
- Não, Har! Não to falando por ele ter cantando, não surta! Foi incrível ele ter feito isso por mim, a parte estranha foi que eu acordei justamente nessa hora.
- Que? Calma! Explica isso! Como assim?
- Eu meio que acordei com essa música na cabeça, não sei explicar, só sei que quando acordei, Chris ligou para o Justin assim que conseguiu controlar a felicidade, Ryan atendeu e disse que ele estava terminando uma música e que não sabia se ia conseguir tirar ele do palco, só que Chris insistiu e disse que era importante, disse que eu tinha acordado. Nisso, Ryan ficou meio perdido, mas não por muito tempo porque logo Justin entrou no backstage chorando feito criança.
- Eu vi ele chorando no palco! Aí Lua, aquilo acabou comigo! Meu coração ficou em mil pedaços.
- Imagine o meu? Vi o vídeo depois, quase chorei junto.
- Juro que se eu não soubesse o quanto você gosta do Justin, eu iria ter certeza que seu acidente fritou seus neurônios, porque só assim para você ter dito “quase chorei junto” – é realmente difícil não rir da Harper, de verdade.
- Não sou uma pessoa tão insensível assim! Mas, hum... Harper...
- Hum? O que foi?
- Ver o vídeo do Justin cantando foi meio familiar, como um déjà vu. Era como se eu sentisse aquilo, sabe?
- E você disse isso pra ele?
- Nem pensei em dizer, tava preocupada com outras coisas.
- Você é doida? O que pode ser mais importante do que dizer coisas importantes para o Justin? – eu já comentei que às vezes ela fala que nem o Chris? Sabe, confuso e sem as pausas das virgulas.
- O fato de eu estar viva, quem sabe?
- Ok! Te perdoo mais uma vez, mas você tem que parar de fazer essas coisas.
- Que coisas? Eu só não disse...
- Já ta errada! Já ta toda errada! Era para dizer! Era para dizer tudo!
- Ta bom! – tive que gritar no telefone pra ver se ela ficasse quieta.
- Não grita comigo, vadia! Eu to falando sério.
- Harper... – e então ela começou a falar sem parar por um segundo, nem mesmo para respirar – Harper... – sequer me deixava falar, continuava batendo na mesma tecla que eu deveria dizer tudo ao Justin, sendo que, na verdade, eu digo! Pelo menos o que julgo ser importante, mesmo que eu demore – Harper!
- Que foi!? – ela gritou também.
- Ele vai embora.
- Mas o que?
- Ele vai embora, vai se mudar pra Atlanta daqui a poucas semanas.
- E você?
- O que tem eu?
- O que vai fazer?
- Como assim? O que eu posso fazer?
- Como assim o que pode fazer? Vai com ele! Já disse que vai com ele?
- Como eu vou com ele, Collins? Preciso, pelo menos, terminar a escola, não acha?
- Ele também, não?
- Vão adiantar as provas para ele e coisa e tal.
- Ta bom, a situação não está nada bem, ele não vai estar aí para o baile.
- Baile? Harper Collins, ele vai embora para outro estado, outro país e você está preocupada com o baile de formatura?
- Aposto que nem tava lembrando disso.
- Claro que não!
- É a sua cara não lembrar do baile.
- Para que eu vou querer lembrar do baile?
- Oh my gosh! Como você pode ser tão rabugenta?
 Ouvi a porta da minha casa bater, e logo em seguida a voz do Chris me gritando.
- Lua! Ta no quarto? To subindo! Espero que esteja vestida.
- Harper eu tenho que desligar, Chris está vindo.
- Vai me trocar assim, é?
- Pelo menos Chris não fica me aporrinhando com histórias do baile.
- Houston, eu juro que às vezes eu não sei como sou sua amiga.
- Collins, eu sei como você é minha amiga, você me ama, querida.
- Vai para o inferno.
- Tudo bem, a gente se vê lá! – ela gargalhou alto e escandalosamente, como sempre.
- Mas Lua, falando sério. Você foi embora uma vez e agora é a vez do Justin, pelo menos, não deixa as coisas ficarem mal, ok? Eu sei bem o estado que te encontrei, não quero que se repita, para nenhum dos dois.
- Tudo bem, agora vaza, Chris ta na minha porta.
- Nossa!
 Encarei o Chris, que estava parado na entrada do quarto.
- Você acreditaria se eu dissesse que ela simplesmente desligou? – ele riu.
- Era a Harper, né? – assenti. – Eu preciso conhecer essa garota, algo me diz que a gente se daria muito bem.
- Credo! – ele fez uma cara de ofendido e a gente riu. – Mas, aproveitando o assunto garotas, Christian Jacob Beadles, me diz uma coisa.
- Vish, você disse meu nome inteiro! Vou acabar me arrependendo por perguntar, mas, que coisa?
- Makena Fox, manda as novidades – ele ficou vermelho de imediato.
- A gente tem ficado, confesso! Ai cara, eu gosto muito daquela garota.
- Eu sabia! – tentei pular pra cima do Chris como tenho o hábito de fazer, porém, o movimento brusco me fez contorcer de dor. – Eu te apertaria se... ai... é, você sabe.
- Dores?
- Uma aqui, outra ali. Pois bem, já estive pior.
- Ah, claro, quantas vezes você tentou se matar mesmo? – foi minha vez de fazer uma cara de ofendida.

- Sabe que não foi minha culpa.