domingo, 23 de junho de 2013

6º capitulo: The California Sun. Parte 9.



De repente, em algum momento da madrugada, meu celular começa a tocar alto a música que eu tinha posto para mensagem, mas meu sono era tanto que nem deu tempo para que eu me assustasse, apenas levantei a cabeça do travesseiro – que por um acaso eu estava abraçada – e o peguei no criado-mudo ao lado da cama. Meu olhos estavam pesados e desacostumados com a claridade do celular, então arderam um pouco quando olhei a tela.
Abri a mensagem e li:
“Não consigo dormir, já tentei, mas não consigo. Me diz pelo menos boa noite? Já que não pude te dar nenhum beijo antes de que parássemos no seu andar e você não quer que eu vá te fazer uma visitinha... Por favor? JB.”
 Normalmente eu ficaria extremamente irritada por ele ter me acordado, mas acho que confiou no seu jeito fofo e mandou a mensagem mesmo assim. Só que, não foi o jeito fofo que me fez responder, e sim, o sono que me deixava completamente lesada. Ok, talvez foi um pouquinho do jeito fofo também.
“Boa noite Jus, vê se dorme ok? Estarei na plateia amanhã e quero ver uma apresentação incrível sua! Coisa que não vai acontecer se estiver com sono, concorda? Então durma bem e até quando... der. Lua”.
 Desliguei o celular de uma vez e dormi logo, eu realmente estava com sono.
E dessa vez eu sonhei, talvez tivesse sonhado antes, mas desse eu me lembrava perfeitamente. Era confuso, as formas não eram completas, demorei para notar que era uma pessoa. Um sorriso tomou conta do fundo preto, um sorriso radiante que uma parte de mim poderia jurar que era do Justin, mas não, tinha algo estranho, algo diferente que fazia a outra parte de mim descordar completamente. O sorriso se ofuscou e se apagou aos poucos dando lugar a íris castanhas extremamente claras que passavam para um cinza. Depois lábios, dois diferentes e ao mesmo tempo parecidos sobrepostos na minha direção dizendo “minha”.
 Abri os olhos de imediato, encarando o teto escuro do quarto. Minha mente havia dado um nó. Ainda era madrugada e uma brisa fria vinda do mar ali perto entrava pela janela, mas mesmo assim o lençol estava de qualquer jeito da cintura para baixo, tampando até o pé da minha perna esquerda flexionada e deixando a direita completamente livre e reta.
 Respirei fundo, e ainda encarando o teto tentei definir cada feição que aparecia no sonho, eu poderia jurar que era o Justin em algumas partes, mas havia outros traços, outro alguém.
 E de repente acordei de novo, dessa vez sim era de dia. Eu não me lembrava de qual momento eu havia pegado no sono essa madrugada depois do sonho, sequer sabia que horas eram, mas precisava me situar daquele momento. Peguei o celular, liguei e vi as horas, já havia passado a hora do café da manhã, então o que restava era esperar o almoço dali a umas duas horas. Droga, eu estava com fome.
 Eu em Los Angeles, não tinha o que fazer. Fiquei enrolando, liguei para os meus pais e disse que estava tudo bem, depois desci para o saguão do hotel e segui à direita, para um – nada – pequeno cybercafé. Acessei algumas coisas e procurei para ver se tinha alguma noticia e quando justamente comecei a ficar aliviada achando que não tinha nada, uma foto do Justin com a roupa que ele foi ao autódromo, cliquei e a foto tomou conta da página, aparecia a Caitlin na foto também, na verdade aparecia um pedaço do Chris de costas e um pedaço da minha blusa e do meu cabelo alvoroçado pelo vento da limusine, mas quem dava para ser identificado, eram os dois.
 A reportagem dizia que ele foi visto no autódromo com a namorada, Caitlin e amigo, Christian e mais uma pessoa não revelada, no caso, eu. Mas isso de “não revelada” me fez pensar que o Justin sabia dessa reportagem e mesmo assim não me falou nada, ou isso não chegou aos ouvidos dele? De qualquer jeito, foi outra que escapei – apesar de que nada se compara a perseguição de paparazzi no começo do ano –, acho que eu não deveria ter vindo, é a segunda vez que quase me descobrem com o Justin, dessa vez foi uma noticia menor, mas, depois do tanto que ele reclamou por terem invadido a privacidade dele. Eu nunca vou esquecer aquela entrevista, ele falava tão irritado com aquela expressão dura que raramente ele tinha – pelo menos antigamente – e no final disse cansado: “Sei que sou famoso e que todos querem saber o que estou fazendo e como está a minha vida pessoal, mas lá é a minha cidade, onde posso ser eu, apenas um garoto normal que não sou mais. Eu só gostaria, pelo menos de vez em quando, de poder me sentir esse garoto normal”.
 Não sei se adiantou muito, acho que sim já que desde então não vi nenhum paparazzi, mas estaria mentindo se não dissesse que às vezes tenho medo de aparecer com o Justin na rua, por mais que seja na frente de nossas casas.
- Lua? – pulei da cadeira de susto, e Chris começou a rir de mim.
- Christian Beadles, eu sou muito nova para morrer, principalmente se for de infarto.
- Desculpa. Desculpa, não quis te assustar. O que você estava vendo tão concentrada? – ele olhou para a tela.
- Saiu uma foto do Justin no autódromo – acho que ele leu.
- Não é nada para se preocupar – devo admitir que alguma parte de mim ficou muito feliz e relaxada depois disso.
- Isso é realmente bom. Vai mexer no computador também?
- Não, estava te procurando – me olhou.
- Bom, já me achou, o que foi?
- O almoço já saiu, que tal depois a gente ir para a praia? Vir a Los Angeles e não dar uma volta pela praia chega a ser pecado! – ri.
- Eu topo! O almoço e a praia.
- Então anda logo, to com fome.
- Ta apressadinho! Eu também! – fechei as minhas coisas no computador e saí dali.
 Fomos comer, e comemos bem, parecíamos esfomeados, ou melhor, esfomeados estávamos, ambos dormimos até tarde e perdemos o café da manhã. Depois do almoço cada um foi para o seu quarto por uma roupa para ir à praia, que ficava perto do hotel, realmente perto.
 Vesti outro biquíni, a mesma saída de praia e mais nada. Esperei o Chris no meu quarto e depois que ele chegou, descemos de elevador calmamente até o saguão onde deixamos os nossos cartões no balcão, assim não precisávamos levar para a praia e correr o risco de perder. Depois fomos, a pé e conversando, para um banho de água salgada.
- Caitlin foi para onde? – perguntei.
- Para algum lugar, não sei, ela saiu antes que eu acordasse.
- Ok então... Justin foi para o show né?
- Foi. Você vai hoje né?
- Vou, tenho que ir.
- Se você visse como ele ficou quando você disse que viria para cá!
- E como ele ficou?
- Ops – ele virou o rosto, provavelmente deixou escapar o que não devia.
- Desembucha Chris, começou termina, agora não vai ter Ryan para te salvar.
- Ele me pediu para não contar.
- Ele não precisa ficar sabendo.
- Promete não contar? – ergui as minhas mãos, lhe mostrando que nenhum dos meus dedos estavam cruzados. – Ele ficou empolgado, pediu para sei lá quem da equipe dele ver lugares aqui em L.A que você iria gostar, para ele te trazer, fez planos e ficou imaginando coisas...
- Que coisas? – ele ficou tímido.
- Coisas... – arregalei os olhos. – Não! Não! Esse tipo de coisa não!
- Então explica! Sabe que eu não tenho uma mente muito “santa”.
- Sei, sei. Bom, ele ficou pensando em invadir o seu quarto a noite – bom, isso ele fez –, ficar com você mais tempo, essas coisas. Cara! Eu tenho vergonha de dizer isso! É meloso demais! – ri.
- Não precisa falar mais então – ele soltou um “ufa”, aliviado. – Que calor!
- Relaxa, já chegamos.
- É, ainda bem que não sou cega né.
- Você vai ficar aí zombando da minha cara, ou vamos para a areia pelo menos? – éramos dois patetas discutindo no calçadão da praia.
- Pode ser os dois? Eu zombando da sua cara na areia? – ele me olhou como se estivesse zangado, depois fez língua e uma careta engraçada que acabei rindo. – Vem tampinha.
 Saímos do calçadão e fomos para a areia. Quando achamos um lugar para ficar, o Chris tirou a camiseta e eu a saída, depois sentamos e ficamos olhando o mar, conversando coisas avulsas.
- Eu to nervosa para o show hoje.
- Justin que vai se apresentar e você que está nervosa?
- E não tenho motivos?
- Pensando bem...
- E aí gatinha? – um cara, de uns vinte anos mais ou menos, loiro, olhos verdes e com a pele levemente queimada de sol, parou na minha frente, tampando o “meu” sol.
 Apenas ergui os olhos, pensando porque diabos ele estaria ali e se realmente estava falando comigo, mas quando notei que sim, era comigo, ergui a cabeça
- Esse tampinha aí é seu namorado? – ele apontou para o Chris.
- Não... – Chris respondeu.
- Que bom, ele é meio “de menos” para você saca!? – continuei o encarando, nada feliz. – Então... – ele disse já, um pouco, constrangido – a gatinha tem nome? – não respondi. – A gatinha pelo menos fala?
- Falar eu falo, só não sabia que tinha orelhas pontiagudas, patas, focinho... – Chris repreendeu o riso.
- Credo gatinha...
- Opa, acho que falo “miau” também, ou você que precisa ir a um médico por não ter visto a deixa para vazar. – ele me olhou, muito, ofendido e depois saiu de perto e o Chris soltou a gargalhada que segurava.
- Fiu-fiu gatinha – e mais risos.
- Repete isso que leva um soco.
- Parei, parei – ele respirou fundo tentando parar de rir.
- Chris? Christian Beadles? – agora, duas garotas, uma ruiva com sardas e olhos castanhos e outra de cabelo e olhos castanhos, pararam na nossa frente. Eu daria uns 12 anos para a ruiva e 13 ou 14 anos para a morena.
 Ele as olhou.
- Eu!?
- Eu não acredito! – dessa vez a morena que falou. – O que faz em L.A?
- Deve ter vindo para o show do Justin Bieber né demente! – a ruiva a respondeu.
- Claro. Claro – os olhos das duas brilhavam e Chris ficava com uma cara de paisagem, como eu com o californiano de olhos verdes.
 Elas, enfim, notaram a minha presença.
- E quem é... ? – as duas nos olhavam atentas, mas foi a ruiva quem teve cara e coragem para perguntar. – Ela é a sua namorada?
- Você é a segunda que pergunta isso em nem 5 minutos. – disse.
- Não, ela é só uma amiga.
- Ah! – as duas fizeram em coro e seus olhos voltaram a brilhar.
- Nós amamos seus vídeos! – a ruiva continuou.
- Assistimos todos! – e a morena concretizou.
- Ah, obrigado meninas... – ele disse tímido, e disso eu tive vontade de rir.
- Pode tirar uma foto com a gente? – a morena perguntou.
- Claro – ele se levantou ainda tímido, e me deu a camiseta.
- Você poderia?... – a morena estendeu a câmera fotográfica para mim.
- Sem problema – sequer me levantei. Eles posaram para a foto e eu apenas tirei, depois entreguei a maquina a mesma garota que me deu.
 Chris voltou a se sentar ao meu lado e eu lhe entreguei a camiseta. As duas viram as fotos – tirei umas três, sei lá, para caso alguma não tenha ficado boa – e fizeram pulinhos e reprimiram gritinhos.
- Obrigada! Muito obrigada! – as duas pediram, uma de cada vez, mas embolados.
- Você é lindo! – a ruiva disse antes de se afastarem e Chris corou violentamente.
Tive que rir.
- Acho que vou ter que mudar seu apelido de tigrinho, para tigrão. – ri.
- Para Lua! Não tem graça!
- Claro que tem!
- Então ta gatinha.
- Tigrão! Rawn! – continuei rindo.
- Pelo menos somos da mesma família, de um jeito bem distante, mas é tudo felino!
 Continuamos rindo, foi realmente engraçado, duas menininhas surtando pelo Chris por causa de alguns vídeos que ele põe na internet – que são bons e engraçados – e um carinha super ignorado depois de me chamar de “gatinha”.
- Olha só aqueles caras – ele olhava para o seu lado direito. – Aposto que passam horas, todas as manhãs na praia para conseguir o músculo todo, e claro, o bronzeado.
- Concordo com isso de todas as manhãs na praia, tanta vitamina C deveria fazer mal a pele, sinceramente acho que aquilo nem é bronze mais, as células da pele devem estar todas queimadas por isso eles estão daquela cor – ele riu.
- Vamos lá!?
- Para que?
- Quero malhar um pouco oras! – franzi o cenho, mas acabei concordando.
- Vamos – dei de ombros.
 Fomos até lá, segurei a camisa dele de novo e o primeiro “aparelho” que ele foi, era um de barras, como uma escada suspensa. Ele subiu e nas primeiras barras de ferro parecia ter um pouco de dificuldade, mas da metade para lá, foi rápido. O próximo era no mesmo estilo do primeiro, mas no lugar de barras eram argolas e daí foi a mesma coisa. Só faltava mais um, que na verdade eram três, no caso era um só, mas três, enfim! Melhor eu explicar isso direito! Eram três da mesma estrutura, uma barra alta, outra média e outra baixa, fixadas no chão paralelamente. Chris parou debaixo da mais alta, ele até alcançava a barra, mas não conseguiria ultrapassar por ter que se esticar todo para segurar, então foi para a média, essa sim dava para ele.
- Quantos?
- Dez.
- Só dez?
- 15 então.
- Só?
- 20 ou quer que eu aumente para 40? – perguntei quase irritada.
- Não, não. 20 ta bom. – Ele acertou as mãos na barra, respirou fundo e subiu na barra.
- 1...2...3... – fui contando, ele fazia isso com facilidade – 20! – se soltou. – Uau – bati palmas devagar.
- Te impressionei gatinha?
- Devo dizer que sim tigrão.
- Que tal a gente tomar um banho agora?
- Concordo! Mas precisamos deixar as nossas coisas em algum lugar – ele pareceu pensar e vagou os olhos por toda a extensão, visível por nós, da praia.
- Já sei, vem comigo.

sábado, 15 de junho de 2013

6º capitulo: The California Sun. Parte 8.


Pov's Houston
 Aqueles lábios nos meu de novo, eu não poderia cometer o mesmo erro do elevador, apesar de ter realmente achado que ele teria algo para conversar comigo. Que inocência a minha! Como eu pude pensar isso? Era o Justin! O jeito que ele me beijava era quase o mesmo de qual eu me lembrava, mas com um jeito quente diferente, com um desejo bem maior do que o de antes, afinal, crescemos.
 Seu beijo, seu toque, era tudo mais ousado e eu não ficava atrás. A carne é fraca, o que eu posso fazer? Ok, nem tão fraca assim. Eu simplesmente não consigo ir muito além, algo me impede e não me refiro ao fato de estar no “camarim” do Justin com, acho que, umas centenas de pessoas passando do lado de fora, sendo que qualquer uma poderia abrir a porta já que ela não estava trancada, me refiro a algo em mim, talvez culpa, não sei, mas de que? Quando tive a oportunidade o afastei então, tinha algo de errado, eu não estava em paz com algo que eu mesma sequer sabia o que.
  Scooter me viu quando eu estava indo junto com Justin para a passagem de som, é, era de se esperar que não fosse um encontro muito amigável – nada entre nós dois é amigável, sequer, agradável – enfim, não resisti em dar algumas respostas, nunca resisto, é sempre automático principalmente quando se trata de Scooter Braun. E quando ele já estava aponto de me matar, Justin me tirou praticamente me arrastando para longe, ele parecia estar bravo por eu ter implicado, mas no final não resistiu em não rir.
 No final, me sentei na arquibancada – onde no dia seguinte teria alguma garota gritando histérica para o garoto que tinha acabado de me agarrar – junto com Chris, Jeremy e a fofa da Jazzy.  As músicas não me fizeram muito bem, senti um nó na garganta e um aperto no coração e o fato dele ter ficado o tempo todo olhando para mim não ajudou em nada, mas sorri, fingi que estava tudo bem e ele, como todos ali, acreditaram.
 Fomos para o hotel e nem sinal da Caitlin, já tinha escurecido e a parte de trás estava vazia. Entramos por lá e fomos direto para o quarto do Justin, não tinha o que fazer, o máximo dormir ou assistir tevê, iria ser tedioso demais, então subimos para o último andar, uma das suítes presidencial do hotel, era enorme e espaçosa, podia juntar o meu quarto com o do Chris e mais um, talvez desse quase o quarto. Tinha uma cama de casal com lençóis brancos de algodão, assim como o do meu quarto, mas, a cama tinha a cabeceira de madeira maciça decorada e com a borda dos lençóis em dourado, além disso, tinha outros móveis de madeira, todas do mesmo tom da cama e com um mesmo enfeite.
 Detalhe a parte: o quarto estava uma zona.
 Ficamos jogando conversa fora, rindo e passando vergonha na medida do possível, até que a Caitlin chegou. Ela ficou irritada por eu está ali, mas que culpa eu tenho se foi ela que sumiu o dia inteiro?
- Eu estou começando a ficar entediado – Chris resmungou e nesse exato momento o telefone do quarto toca e Justin atende.
- Oi? – quem quer que estivesse do outro lado falou um pouco. – Ah claro, obrigado. – ele desligou o telefone e se levantou. – Ok, quem quer sair do quarto um pouco?
- Mas Justin, está bem tarde!
- Relaxa Caitlin, eu não vou sair do hotel.
- Então quer ir aonde? – enfim perguntei.
- À piscina, que tal?
- À piscina? A essa hora? Ta louco? – perguntei.
- Não para entrar, claro, é só ficar lá.
- Sentados olhando para água?
- É – ele balançou a cabeça positivamente na minha direção.
- Mas deve ter gente lá Justin! – Caitlin se preocupou.
- Não tem não, o carinha do hotel me ligou para avisar que está vazio – ele voltou a olhar para mim depois de ter virado a atenção para a Caitlin. – Ninguém vai ver – indireta para mim, acho que só a namorada dele que não percebeu.
Dei de ombros.
- Então vamos! – Chris se levantou num pulo e nós duas, às únicas ainda sentadas, nos levantamos também.
- Vamos – Justin pegou o violão que estava perto da cama.
 Saímos do quarto todos juntos, e fomos para o elevador de serviço, isso já tinha ficado comum e automático, se o Justin estivesse junto era pelos fundos.
 Quando chegamos à piscina, carregamos dois bancos do barzinho que tinha perto para mais próximo a borda. Cada banco dava umas três pessoas, mas Caitlin pegou uma cadeira de plástico qualquer quando notou que Chris não iria ceder o lugar dele no banco junto com Justin, ela poderia sentar ali, mas e o violão? O fato era que comigo ela não sentaria, o que eu achei bom, mais espaço. Deixamos os bancos paralelos e Caitlin deixou a cadeira entre eles, de costas para a água.
- Quem começa? – perguntei e todos olharam para o Justin.
- Não posso, tenho um show amanhã, e o sereno também não ajuda.
- Então toca aí – Chris pediu, então Justin pôs o violão no colo e eles deram um jeito de entrar em sincronia para cantar “Teddy Picker” do Arctic Monkeys.
 Em seguida foi a Caitlin, ela cantou uma música lá, acho que era Demi, tenho quase certeza, mas não posso afirmar porque não ouço as músicas da Demi Lovato. E essa foi à única vez que cantou sozinha, de todos ali ela era quem cantava pior, não que alguém tenha dito ou rido quando ela cantou. Foram várias músicas num coral, era engraçado e riamos muito! Teve algumas dançinhas legais e outras constrangedoras.
 Cantei “Things I’ll Never Say” da Avril Lavigne de primeira, e quando cantei a parte: “Marry me today?”, no refrão da música, Chris gritou: “Sim!” e Justin o chutou sem jeito por causa do violão. Foi engraçado.
 Depois de mais algumas músicas em coral, ficamos sem opções, na verdade eu tinha, mas não estava querendo cantar.
- Alguém quer cantar mais alguma? – Justin perguntou.
Silêncio. Sinceramente, eu já tinha cantado: “Porque eu sei que você vale a pena” e “Casa comigo hoje?” nada o que eu poderia dizer em outras músicas seria pior.
- Dá o violão, quero tocar um pouco, há tempo que não faço isso – Justin me entregou e eu ajeitei em meu colo, tocando até achar o tom certo de começar. – Lá vou eu cantar música de garoto, mas, o que posso fazer? – logo em seguida comecei a tocar a música.

Remember when I touched your hand the ocean faded in the night
Your song, your smile, your texas style, those blue eyes girl they doing by

I'm so sick
If I don't know
It's not that hard to let it show
Just say the word
And we will go from every high to every low
This time

Era uma música de um cara para uma menina, mas eu gostava e sempre me lembro dela quando se trata da Califórnia.

We can't go back,
It's too late to say goodbye
We can't turn back time,
I don't wanna turn back time

We can't go back,
Even if we try
We can't turn back time,
I don't wanna turn back time
I'm not waiting for the day when
You come back to the California Sun
The California Sun

 Acho que o fato do nome da música ser “Califórnia Sun” era o que me fazia lembrar sempre de cá, principalmente a um tempo atrás quando meu sonho era conhecer a Califórnia.

This days are gone I wrote this song to say
The words I never said
Leave you behind I lost my mind can't get you out of my head
And I can't speak and I can't sleep
And I'll tell you what you want in me
Just take my hand
And you will see
Forever yours I could be
This time

“Então pegue a minha mão e você verá que posso ser seu para sempre” Não há o que comentar.

You're beautiful, you're beautiful
Your face has made mazes in my eyes
You have to loose some control
And I don't know why

 Apesar de que, quem deveria está cantando essa música deveria ser um garoto não tira o fato que dava para uma menina cantar para um cara, ficaria estranho, fato, mas naquela situação poderiam usar como se eu estivesse cantando “indiretamente” para o Justin, o que não é verdade, bom, em partes, estaria mentindo se eu dissesse que não lembrei dele, principalmente – talvez, não sei dizer bem, é confuso – quando cantei: “Nós não podemos voltar no tempo, eu não quero voltar no tempo”. Faz sentindo, e nem preciso pensar muito na situação para ver o quanto faz.
 Começou a ficar tarde demais então fomos subir, colocamos os bancos no lugar que estavam antes e fomos para o mesmo lugar que saímos, mas dessa vez o elevador demorou.
 Chris e Caitlin estavam um do lado do outro esperando o elevador, Justin e eu estávamos atrás. Peguei o meu celular e mandei:
“Vê se dessa vez não invade meu quarto, agradeço desde já”.
Logo chegou. Ele se assustou e pegou o celular com a testa franzida, mas quando leu soltou uma gargalhada. Os Beadles olharam para cara dele, mas Chris foi mais esperto, ele olhou para minha e logo teve uma noção do que deveria ser, bom, ele sacou que tinha a ver comigo. Já Caitlin, apenas ficou confusa depois olhou para frente quando o elevador chegou.
 Subimos em silêncio, um mais cansado do que o outro pelo dia agitado, na verdade nem foi tão agitado assim com exceção do Justin, Chris e eu dormimos depois fomos ver ele nos preparativos para o show, Caitlin foi bater perna e fazer compras o dia inteiro, e depois de tudo, apenas uma rodinha de música na piscina. Mas isso não quer dizer que o dia foi ruim, pelo contrário, foi muito bom.
 Quando cheguei ao meu quarto, tomei um banho para refrescar, pus o único pijama que trouxe, me joguei na cama e dormir.