E agora vamos para mais um pedaço do ~último~ capítulo!
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Saímos
de perto da escada e fomos para um canto, olhando todo mundo dançando e se divertindo
e curtindo o último dia definitivo de Ensino Médio. Hayley apareceu com Kyle
não muito tempo depois que Karol chegou, os dois cumprimentaram a gente e
trocaram meia dúzia de palavras, depois trataram logo de ir dançar uma música
que Hayley adora, mas que confesso não ter prestado muita atenção em qual era.
Por mais que eu estivesse vendo a
banda, não estava propriamente ouvindo.
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Cara, eu ia adorar uma bebida agora.
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Leu meus pensamentos.
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Achei que não bebesse mais.
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Bem, eu costumava encher a cara e fazer besteira. Mas sou capaz de fazer
besteira sem bebida nenhuma, então que mal tem? – dei de ombros.
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Quer ver se alguém fez o favor de batizar o ponche?
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Quero, e vou de dedos cruzados.
Fomos até a mesa de petiscos, pegamos alguns
salgadinhos e tomamos ponche que, para nossa tristeza, ainda continuava limpo.
Mas mesmo assim bebemos. Não tínhamos mais nada para fazer, não queríamos
dançar e ninguém chegava perto para tirar a gente. Na verdade, acho que estava
até empacando a Karol, talvez se eu saísse de perto alguém a chamasse para
dançar, afinal, eu percebia os olhares de alguns garotos para a gente, mas, sou
a Favorite Girl de Justin Bieber, desde que todo mundo ficou sabendo disso,
parece que virei um desafio e ao mesmo tempo uma área proibida protegida pelo
governo. Em outras palavras, eles preferiam não arriscar – como se Bieber fosse
algo para alguém ter medo, mas tudo bem, fico até feliz com isso.
Karol e eu conversávamos e comentávamos sobre
algumas roupas das pessoas do baile – vamos dizer que nem todo mundo acertou no
caimento do vestido – até que a música parou, mas nem liguei, continuei
curtindo os salgadinhos de queijo.
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Lua? – Karol me cutucou – Lua! – a olhei inocente e percebi que ela olhava
pasma para algum ponto mais á frente do salão. Fiquei confusa por breves
segundos até a música começar a tocar de novo e eu reconhecer as notas, e
perceber quem ia cantar não seria o Aaron.
Virei minha cabeça na direção do palco e por
uma breve vertigem achei que era ilusão ver Justin Bieber no palco cantando
First Dance e olhando para mim.
Minha boca deveria estar lá no chão, ele
realmente foi! Ele estava lá, e estava por mim! Era tão estranho ouvir First
Dance com a sua voz tão mais madura do que quando cantou para mim pela primeira
vez no aniversário de 15 anos da irmã do Erik, mas agora ela pareceu se
encaixar mais perfeitamente. A letra e o ritmo entravam no meu ouvido e eu me
sentia completamente hipnotizada por toda a situação. De repente, só havia nós
dois, só havia os olhos cor de avelã do garoto que conheci há dois anos e que
virou a minha vida de cabeça para baixo, que trazia o melhor e o pior de mim e
coisas que eu nem conhecia mais. Estava sendo divertido e nostálgico ouvir
aquilo, me fez pensar em como as coisas eram dois anos atrás, nós dois tão
inocentes sem fazer ideia de onde a vida ia nos levar. As músicas do Justin
eram algo que ele fazia por diversão, eu não tinha uma farmácia inteira me
esperando no armário do banheiro por surtos psicóticos e acidentes de transito,
tudo o que precisávamos fazer era sentar no jardim, com o violão nas mãos e
cantar um para o outro.
Ouvir aquilo agora estava me fazendo
sentimental como não me sentia há muito tempo, acho que ao saber que Justin ia
embora já tinha me deixado emocionalmente fragilizada – ou eu não teria
desmaiado – e agora esse flashback ao passado só não me fazia chorar porque os
sentimentos estavam espalhados e vibrando pelo meu corpo e tudo o que eu
conseguia demonstrar ali, naquele momento, encarando diretamente nos olhos
dele, era o quanto eu estava pasma e aliviada por ele realmente ter vindo
naquele baile besta de escola. Afinal, talvez esse seja um único momento
“besta” que a gente poderia ter na nossa vida daqui para frente.
Ele terminou de cantar a música e desviou os
olhos por alguns breves segundos para dizer alguma coisa para o resto do salão.
Eu não queria saber o que era, não ouvia nada além de um zunido da confusão que
acontecia dentro de mim. Olhei para trás desnorteada procurando Karol, mas ela
não estava mais lá. Olhei para frente e Justin vinha na minha direção com um
sorriso largo, quase tão inocente como o do garoto que conheci antes da fama, e
eu sorri junto, aposto que quase tão inocente como eu já fui uma vez na minha
vida.
- Você está linda. Tudo
isso é para mim? – ele me lançou um olhar de cima a baixo, e isso me fez
despertar um pouco.
- Não. Você não iria
vir, lembra? – estreitei os olhos, provocando.
- Você acha mesmo que eu
ia deixar tudo isso – ele fez um gesto com a mão esquerda fazendo referência a
mim – sozinha em um baile? Não mesmo! Além do mais, o mundo inteiro sabe que
você é a minha Favorite Girl, shawty.
Já era Lua, você é minha pelo resto da sua vida – ri e mantive o sorriso.
- Tudo bem – joguei os
braços para o alto. – Eu me rendo! Mas... já que veio até aqui, bem que poderia
dançar com tudo isso, né? – Minha vez
de fazer o gesto se referindo a mim. – Estou aqui há horas! E ninguém fez
sequer o favor de batizar o ponche! – revirei os olhos e ele riu.
Justin segurou minha mão e me puxou para o
canto da pista de dança. Como acontecia nas típicas cenas de românticas em
qualquer história de ficção, naquele momento tocava uma música lenta, então ele
pôs as mãos na minha cintura, eu abracei seu pescoço e começamos a nos balançar
para lá e para cá. Não sei se estávamos indo bem, se estávamos no mesmo ritmo
ou coisa que o valha, eu apenas sentia que o tempo corria devagar enquanto
estava li sentindo o perfume dele. Aquele perfume... eu sentia tantas
saudades...