domingo, 28 de dezembro de 2014

19º Capitulo: The Time of the Truth - Parte 1

Pov's Houston
 Acordei muito cedo, na verdade, acho que nem dormi. Nas minhas contas só durei três horas na cama. Então logo estava no sofá, de pijamas, abraçada com as pernas, supostamente vendo televisão, sei que passava algum desenho, mas não faço ideia qual, minha mente estava tão agitada que parecia desligada.
 Havia duas semanas e meia que eu não falava com o Bieber, desde o dia que ele me envergonhou no racha. Desde então, já houve quatro outros encontros, mas não fui em nenhum, sempre fui de cumprir com as minhas promessas, tudo bem que a aposta não foi bem: “você volta pra casa comigo e nunca mais participa disso”, mas não era preciso terminar a frase para entender a intenção do que ele estava fazendo ali. De qualquer modo, não teria coragem de voltar lá depois de toda a humilhação publica que ele me fez passar.
 A queridinha estava fora do encontro de racha mais importante da província.
 Mas essa minha insônia não era simplesmente pela quantidade de dia sem falar com Justin, ou abstinência de velocidade e adrenalina, mas sim porque noite passada, no último jornal, passou uma reportagem policial contando que acabaram com um esquema de racha nos limites da cidade vizinha. Liguei pro Luka, e ele me confirmou que o Gabe estava na delegacia, os carros foram apreendidos e mais uns 10 foram presos, o resto conseguiu fugir, mas os líderes estavam entre esses dez. Dragon estava.
 Eu estava com medo, confesso, se não soubessem meu nome talvez eu estaria com menos medo, mas aquele dia que Bieber esteve lá, ele acabou gritando para quem conseguisse ouvir. Eu não era uma líder, e, era novata também, o que não me traria riscos, se não tivesse me tornado a “menina de ouro” tão rápido. Mas eles não iam me dedurar... mas poderiam... e o medo me consumia enquanto isso.
 Luka estava acompanhando o Gabe, provavelmente ele me avisaria se desse algum problema, pelo menos é o que eu espero. Luka não sabe de nada, mas se soubesse me ligaria, eu precisava acreditar nisso, o importante era não me desesperar, nunca! Eu não podia fazer nada, além de esperar, só que, isso não quer dizer que eu deveria ficar sentada no sofá o dia inteiro fazendo exercícios de respiração para não surtar, ainda tinha o assunto Bieber para resolver.
 Justin sempre foi a pessoa com quem mais contei, Chris também sempre ficou do meu lado, mas não queria o envolver nisso, já o astro teen em questão tinha se envolvido a partir do momento que foi me buscar naquela corrida, e, se ele não tivesse ido, talvez eu estivesse mais envolvida com essas prisões do que estou agora.
 Levantei do sofá para comer alguma coisa. Enquanto preparava, mandei uma mensagem pra ele, pedindo para que viesse. Sei que, tinha uma grande possibilidade dele não vir, depois do nosso último encontro, era o de se esperar, mas eu precisava tentar, se ele não viesse aqui, eu iria lá, tanto faz, mas queria falar com ele totalmente a sós e, não sei se na casa dele isso é uma opção, talvez a mãe dele estivesse lá, talvez até mesmo o Scooter, ou seja, melhor que ele viesse até aqui.
 Preparei o lanche, comi e ainda fiz o favor de sujar a minha blusa com maionese, tudo antes dele responder. Quando subi para trocar de roupa, já tinha até perdido as esperanças que ele viesse, mesmo que não havia muito tempo que eu mandei a mensagem. Ao chegar ao quarto, fiquei só com a calça do pijama, enquanto procurava uma camisa para ficar em casa e não achava nenhuma.
- Lua? Está em casa?
- Aqui em cima! Pode subir – gritei da porta.
 Ouvi seus lentos passos na escada, mas eu estava mais preocupada com o fato de ainda estar de sutiã. Porém, assim que peguei a blusa na mão, Justin deu três batidas na porta.
- Oi – me vesti.
- Oi – respondi. – Achei que não viesse.
- Confesso que fiquei em duvida.
- Ainda está bravo comigo?
- Na verdade, cansei de estar bravo ou qualquer coisa do tipo com você, pelo menos por esse motivo, mas, de acordo com o nosso último encontro, você que estava brava comigo.
- Coisas de momento, sabe como é – ele riu sem graça.
- Se tratando de você, sei muito bem – minha vez de rir sem graça.
 Silêncio.
- Achei que estivesse, você não ligou nem nada mais.
- É que, sabe, acho que não fazia muito sentido eu ligar sendo que a besteira, quem fez, foi você.
- É, realmente. Mas enfim, não fica plantado aí, entra e senta, vou por essa roupa no cesto.
 Peguei a blusa do chão e fui até o banheiro por no cesto de roupa suja, quando voltei, ele estava sentado na cama, postura pouco a vontade. Nós tentávamos ficar num clima mais tranquilo, mas dava para sentir certa densidade no ar.
- Bem, sabe que não sou boa em desculpas, mas, elas são necessárias. Você estava certo, o tempo todo, eu não devia ter me comportado daquele jeito, sequer me metido naquilo.
- Pena que percebeu isso só depois do noticiário de ontem. Eu vi que pegaram aquele cara que estava do seu lado, Dragon, não é? – assenti.
- Na verdade, o noticiário de ontem só serviu para eu tomar mais coragem de falar com você. Você estava totalmente certo. Quando surgiu a oportunidade de correr de novo, eu... eu não consegui resistir, estava pirando! Isso me relaxava antes, me ajudava, achei que ajudaria de novo. E não! Antes que você pense, foi a primeira e a última vez que eu me meti em racha! Te juro. Mas a adrenalina... foi mais forte que eu.
- Mas Lua! Você poderia ter se machucado! – ele se levantou subitamente.
- Não ia acontecer nada comigo, Bieber, eu sou boa nisso, nunca aconteceu.
- Mas podia! Eu quase causei um acidente, e devo desculpas por isso porque realmente não foi por querer, mas eu poderia ter te machucado! E se outro fizesse isso por querer?
- Não ia acontecer nada!
- Mas e se acontecesse? – Ele parecia desesperado. – Lua, pelo amor, eu não ia suportar ver você em um hospital de novo.
- Mas... espera! O que você disse?
- Que não ia suportar te ver em um hospital de novo.
- De novo? Como assim “de novo”? – franzi o cenho, e ele pareceu não entender.
- Você sabe o que eu quero dizer com “de novo”...
- Se soubesse não estaria perguntando, como assim “de novo”, Justin?
- Aquela vez, que você ficou internada em Nova York porque...
- Como você sabe disso? – o interrompi aumentando meu tom de voz.
- Eu... eu...
- Justin! Como você sabe disso? Eu não acredito! – minha mente trabalhava a mil, como ele sabia? Não tinha como! Não tínhamos vínculos nenhum em Nova York, fora aquele dia do show que a Harper me obrigou a ir. Só se ele, curiosamente, foi fazer uma visita no hospital que eu estava, ou foi me procurar, ou se... – Minha mãe, a minha mãe te disse!
- Eu estava de passagem em Nova York, ela ficou sabendo e me procurou, disse que você estava muito mal no hospital, havia alguns dias. Me disse o nome do hospital, disse que tudo bem se eu não fosse lá, mas que achava que eu deveria ficar sabendo – xinguei tudo o que veio na minha cabeça naquele momento.
- Ela não devia ter feito isso! Você não deveria ter ido!
- Lua! Eu estava preocupado com você! Como não queria que eu fosse? A garota que eu sempre amei estava internada havia dias num maldito hospital e você queria que eu não fizesse nada?
- Sim! Você podia ter sido descoberto! Poderia... poderia ter dado algum problema!
- Mas não deu!
- Mas poderia! – ele respirou fundo
- Então quer dizer que o que importa é que nosso passado não fosse descoberto? Mais do que até mesmo a sua saúde? Mais do que o nosso bem estar? – ele tentou não gritar, mas em algumas palavras foi inevitável.
- Sim! – respondi sem pensar.
- Eu não deveria ter ido atrás de você naquele racha. Mas eu achei que você ainda se importava com a gente.
- Mas eu me importo!
- Não Lua, você se importa consigo mesma, em como as coisas vão afetar na sua vida. Aposto que esse pedido de desculpas pelo qual me fez vir aqui é uma farsa, ao ver que se eu, Lua, se eu não tivesse ido te tirar de lá, talvez você estivesse na cadeia com seus amiguinhos.
 Ele ficou mais alguns segundos me olhando com reprovação, depois saiu do quarto antes mesmo que eu me movesse.
 O que eu fiz? A minha intenção não era essa! Eu só não queria que ele se colocasse em perigo. O que andei fazendo com o Justin? Eu não queria que acontecesse nada disso, minhas desculpas foram sinceras, eu não me importava só comigo! E eu precisava dizer isso para ele, então corri, talvez conseguisse pega-lo ainda na rua. Corri tão rápido que, como sempre fui desastrada, quase caí na escada, fui aos tropeções até a porta, mas quando abri, o vi ainda na calçada da casa dele.
- Justin! – Gritei e corri, largando a porta a ouvindo bater com força. Ele virou e me viu, mas continuou andando. – Justin! Por favor! Espera! – não parou. Corri mais. – Justin! – o alcancei e segurei pelo braço, o puxando, só assim ele parou e virou para mim, mas não disse nada. – Calma, eu preciso de folego.
 Tentei recuperar todo o ar que perdi.
- Todos me disseram para não ir, mas fui mesmo assim. Queria te ver, saber como você estava, queria ficar contigo alguns minutos, segundos, ou o que fosse! E você agora me diz que eu não devia ter ido, como se... como senão tivesse importância nenhuma!
- Não foi isso que eu quis dizer! Eu fiquei surpresa, só isso, e minhas desculpas foram sim sinceras. Mas oras Bieber, eu pretendia desfazer todos os nossos vínculos para tentar seguir com a vida, e, no momento crítico como aquele, imagina o quanto não ia mexer com a gente caso eu te visse lá? Porque aposto, que mexeu com você mesmo me vendo desacordada – ele abaixou a cabeça, provavelmente vendo a minha ponta de razão. – Só não queria dificultar as coisas pra gente.
- Eu nunca quis deixar os nossos vínculos pra trás.
- Mas era preciso, a gente tinha que deixar a vida acontecer mesmo um sem o outro.
- Tem certeza que é por isso Lua? – Ele me olhou com o cenho franzido.
- Absoluta – continuou me olhando com duvida. – Por que? Por que está me olhando com essa cara? Deveria ter algum outro motivo?
- Não sei, talvez um motivo chamado... ham... Joe – sabe aqueles momentos que você não consegue pensar em mais nada? Até mesmo esquece que sabe falar? Foi praticamente essa a minha reação. – E então?
- Como assim Joe? Que Joe?
- É isso que eu quero saber de você, quem é Joe, Lua?
- Como você sabe dele?
- A minha pergunta primeiro!
- Responde a minha que eu respondo a sua – a gente ficou se encarando por um tempo, esperando quem ia ceder primeiro.
- Fui ao seu quarto uma vez, deixar o trabalho da escola, você estava dormindo, estava tão linda... resolvi te dar um beijo, e você sussurrou esse nome – ótima história para pifar meu cérebro.
- Eu fiz isso? Quando foi no meu quarto? Meu Deus! – levei as mãos até a cabeça, baguncei ainda mais meu cabelo. – Ok, não tem como mais fugir. Você tem que saber.
- Saber o que?

- Sobre Nova York.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte Final

Coloquem essa música para carregar, tem um aviso quando for para dar play:  http://www.youtube.com/watch?v=KTXxhvIkVto

Pov's Bieber
 Não resisti em não sair do carro.
- Lua!? – ela olhou direto para mim, mas não parecia ser ela. – Que diabos você está fazendo aqui?
- Você conhece esse cara? – um cara, o que estava do lado esquerdo, e que tinha o cabelo raspado, perguntou pra ela, que não respondeu.
- Você não conhece esse cara? – um loiro, do lado direito perguntou para o cara do lado esquerdo que negou com a cabeça.
- É aquele viadinho cantor que passa na televisão – uma mulher chegou perto do carro em que estavam encostados. Mas afinal, quem diabos eram aquelas pessoas? Eu estava confuso! E aquilo era ilegal! E a Lua nem se movia, nem desviava os olhos! O que estava acontecendo?
 - Lua! – eu já estava desesperado, ela só desencostou do carro, e veio andando devagar, com a mão no bolso da calça jeans preta, jogando a jaqueta para trás deixando a blusa branca mais a mostra.
- O que você está fazendo aqui? – seus olhos eram frios assim como a sua voz.
- Vim atrás de você, sabia que tinha algo de errado – disse no mesmo tom que o dela.
- Você não tinha esse direito.
- D.A! Esse magricelo está te incomodando? – magricelo? Ou!
- D.A? – perguntei.
- Não Dragon! Não! Deixa que eu resolvo – Lua gritou de volta.
- D.A? – perguntei de novo.
- Dangerous Angel – respondeu.
- Você usou o apelido que eu te dei! – gritei, foi incontrolável.
- Cala a boca! Você não tem nada a ver com isso, Bieber! O que veio fazer aqui afinal?
 Aquela não era a minha Lua, era o corpo, mas até a voz parecia diferente, o fogo nos olhos, o gelo no coração, minha Lua nunca me trataria assim, minha Lua nunca estaria num lugar desses. Isso me fez lembrar de todas as vezes nas quais ela me disse para não achar que ela era a mesma garota, comecei a acreditar que a mudança era uma ali, outra cá, pequenas coisas que estavam tão evidentes que até um cego veria, mas, ela estava falando daquela nova postura. Uma garota irreconhecível.
- Vamos pra casa – ela riu.
- E quem você acha que é para mandar em mim assim?
- Você realmente quer que eu diga? Para todo mundo ouvir? – ela trincou os dentes. Se quer jogar, então vamos jogar.
- Eu não vou.
- Vai sim.
- Quero ver me obrigar – virou as costas e começou a se afastar.
- Que tal uma corrida!? – quando pensei já tinha gritado.
 Ela se virou.
- Como?
- Isso mesmo que me ouviu! Uma corrida! Uma aposta. Se eu ganhar, você volta comigo, caso você ganhe, fica aqui se quiser.
- Você está brincando? Sabe que te ganho dirigindo com os pés!
- Então não tem porque não aceitar!
- Você está maluco! – riu sarcástica e virou as costas de novo.
- Então está amarelando? Se me ganha tão fácil, não precisa ter medo de aceitar.
- Eu não estou com medo! – gritou tão alto que quase se fez silêncio absoluto. – Vai lá! Pegue seu lindo carro então, a gente se ver na pista.
 (Play na música a partir daqui) Voltei até o carro com passos pesados, mas só foi entrar para pensar na merda que tinha feito. Sim! Ela me ganharia com os pés se quisesse, mas eu não poderia fugir, já que inventei, tenho que encarar e fazer o máximo para poder vencer. Racha! Ela estava metida em racha! Já fiz muita coisa errada, mas isso é ilegal! Ok, já fiz coisas que não são muito permitidas pela lei, levei algumas multas por velocidade, mas racha? É quase um crime organizado! Ela poderia ser presa, por muito tempo.
 Dei partida no carro e entrei no meio daquelas pessoas mantinham os olhos em mim. Lua me esperava do lado de fora do carro, parei o meu paralelo ao dela e saí.
- Está pronto? – ela sorriu irônica, quase um sorriso doentio.
- Mais pronto do que nunca.
 Ela entrou, eu também, as pessoas gritaram. Abaixei a janela, e a dela estava baixa também, nos olhamos ao ligar o carro. O olhar dela também era quase doentio. Subimos as janelas ao roncar do motor. 3... 2... 1... uma mulher deixou a bandeira cair, não pensei mais nada e pisei no acelerador. Ouvia os motores, as pessoas gritarem, ou talvez fosse maluquice da minha cabeça. Apenas enxergava a chegada. Eu acelerava, e acelerava, o volante oscilava na minha mão, e eu tentava mantê-lo fixo. Era difícil, era muito forte. Minha mão começou a soar quando a chegada ficava mais próxima, o carro da Lua estava exatamente do meu lado, ela ia me ultrapassar nos metros finais, já conhecia esse truque.
 A chegada estava mais perto, faltavam poucos metros, minha mão soava, minha cabeça fervilhava, a chegada estava perto, o volante fazia pressão nas minhas mãos, ele queria rodar sozinho e se... e se eu...
 Afrouxei os dedos, o carro deu uma escapada para o lado esquerdo, e então segurei firme de novo colocando exatamente na reta. Lua freou bruscamente, e eu passei a chegada, freando tão forte que os pneus cantaram e o carro pôs-se de lado.
 Não sabia que conseguia fazer isso.
 Lua saiu furiosa do carro, xingando tudo o que era conhecido de palavrão.
- Você é maluco!? – gritava. – Poderia ter causado um acidente seu imbecil! – ela tinha fúria nos olhos e nas palavras. – Se tivesse arranhado meu carro... – disse entre dentes.
- Mas não arranhei, nem amassei... pelo que vejo daqui, não houve nenhum dano e ainda ganhei a aposta – disse com todo o sarcasmo que nunca tive na vida. Mas não consegui evitar. Então era essa a sensação...
Lua contraiu o maxilar, quase trincando os dentes, mesmo a coisa que a possuiu sabia que eu estava certo.
- D.A... – algum cara falou que atrás dela.
 Mais tempo de silêncio por parte dela, afinal, todos a nossa volta sussurravam.
- Você sabe que...
- Se falar mais alguma palavra – ela respirou fundo, com ódio – eu quebro teu pescoço durante a viagem de volta.
 Tentei esconder meu sorriso de satisfação, e fiz uma reverencia como se tivesse aceitando de boa maneira a condição que ela impôs. Todos a nossa volta estavam em silêncio – talvez, nunca tivessem visto a Lua (ou D.A) nesse estado, e, talvez, nunca a viram perder, e eu não duvidaria de nenhuma das duas hipóteses.
 Fiz uma referencia para que ela entrasse no meu carro.
- Não, eu vou no meu – disse ainda entre dentes.
- Mas aí você pode fugir.
- Não confia em mim?
- Sinceramente? Depois de hoje, não mais – silêncio, ainda maior do que antes, se era possível.
- Não vou deixar meu carro aqui – realmente, nem deveria deixar.
- Então, tudo bem, a gente segue separados até a metade do caminho, você estaciona num lugar seguro, depois entra no meu carro e eu te levo até em casa.
- Mas... – ela começou a protestar, mas eu a interrompi.
- Que bom que aceitou a minha ideia, então vamos logo, já está tarde demais – cruzei os braços, firme, ela ficou me encarando por um tempo, com ódio, até que bufou e entrou no carro.
 Entrei no meu, e ela deu partida, dirigindo lentamente enquanto abria espaço entre as pessoas, e eu a seguia praticamente colado com a traseira. Fomos até o parque – uma longa distancia até lá – e ela estacionou em uma das várias vagas vazias. Parei paralelo ao estacionamento, atrás do Porsche amarelo, para impedir que ela tentasse qualquer mínima maneira de fuga, até que saiu do carro e veio com passos pesados até o meu, e entrou, não batendo a porta pelo menos.
- Foi não difícil assim?
- Nenhuma. Palavra. – Disse com o maxilar tenso, sem olhar pra mim.
 Dirigi devagar até as nossas casas, a distância não era tão longa assim, principalmente de carro, mas eu esperava que Lua melhorasse de humor. O que não aconteceu. Nunca a vi assim.
 Ao chegar estacionei o carro quase em frente à casa dela, larguei o volante e encarei o breu na rua, esperando que ela falasse alguma coisa, mas ao invés disso, apenas tentou abrir a porta do carro e sair o mais rápido que pudesse.
- Lua, espera! – ela parou. – Você ainda vai me agradecer por isso.
- Por que eu agradeceria? – Me encarou. – Por um frangote como você ter me feito passar a maior vergonha na frente de todo mundo? Sabe que nunca mais vou poder voltar lá, não sabe? Graças a você, minha credibilidade foi jogada no lixo!
- Ainda bem que não vai poder voltar lá, aquilo é ilegal Lua! Pelo amor! E se você acabasse sendo presa?
- Isso não aconteceria, além do mais, quem diabos é você para falar alguma coisa sobre ilegalidade comigo? Me poupe.
- É que...
- Cala a boca Bieber! Você não é meu pai e nem nada meu para querer me dar lição de moral, absolutamente nada meu Bieber! Você entendeu? Nada!
 Saiu.
 Dei a volta na rua e estacionei em frente à minha casa. Estava zonzo, não sabia o que pensar direito, a noite toda foi uma confusão! Entrei em casa sem fazer barulho, fui para o meu quarto no maior silêncio possível, por sorte minha mãe não pareceu notar. Pelas horas, o dia logo iria amanhecer, mas eu precisava dormir, e muito, mas minha cabeça não deixava, ela não estava cheia, nem vazia, eu estava assustado.  A Lua de hoje... ela não era a minha Lua, não era nenhuma das “Lua’s” que já cheguei a conhecer, era uma total estranha. Fiquei pensando no que deveria ter acontecido para ela se transformar assim, pensei que talvez a culpa fosse minha, mas não consegui achar no “em que”.
 E foi me perguntando no que aconteceu com ela, que peguei no sono.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 4

Ele me levou pelo galpão e me contou como as coisas como funcionavam, aos poucos fui descobrindo o que tinha me metido e não estava com medo e nem vontade de voltar atrás, eu tinha a chance de ser um pouquinho do que fui em Nova York, isso não deveria ser bom, ou melhor, não é. A última coisa que eu deveria querer é ser aquela garota, mas parece que era o que eu precisava. 
 As corridas, aquilo me excitava. Eu corria com o meu Porsche mesmo, e ganhava todas, em pouco tempo eu era a garotinha de ouro da “Categoria Carro Esporte”, nem sabia que tinha dessas frescuras, mas as coisas eram muito bem organizadas. Eu fazia corridas curtas, de alguns metros, era mais aceleração e aquilo acabava com os meus pneus, mas eu conseguia me virar. Ia muito bem, mas nem todos os encontros eu corria, ia lá só para ver o outro “clã”, ou marcar futuras corridas, ou conhecer futuros concorrentes. Quem diz que racha é uma bagunça, está enganado, é muito bem planejado.
 Naquela sexta eu não ia correr, esse era o plano inicial, estacionei meu carro no meio dos outros, e fui para o lado do líder, Dragon – ninguém usava o nome verdadeiro, para evitar que alguém seja dedurado também, Gabe era Waithair devido a cor esbranquiçada do cabelo, achei pouco criativo, mas Dragon tem esse nome pela enorme tatuagem de dragão pelas costas e que sai pelo braço, era enorme! E nomes poucos criativos era o que mais existia. Gabe, Dragon e eu conversávamos, eu tinha certa intimidade com ele já, e isso causava certa inveja, principalmente nas mulheres, mas eu era uma das poucas que competia e a melhor de lá, isso fez com que ele tivesse um pouco de admiração por mim. Acho que a palavra certa é essa.
- Lua!? – gritaram. Ninguém sabia meu nome fora Gabe, e ele estava ao meu lado.

 E a voz...

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Putz! Nem percebi que o post era tão pequenininho! Damn! Hum.... Ok! Vou postar outro ainda essa semana. Provavelmente na sexta. 
O próximo também não é muito grande (com certeza maior do que esse), mas dessa vez é fato que vou postar muito mais! Essa fic está realmente entrando na reta final e já faz muito tempo que ela é postada, então vou tentar acelerar um pouco as coisas e postar bem mais.
I swear!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 3

Pov's Houston

E todos os dias a tarde eu pensava que eu estava louca e que deveria parar, mas de noite não conseguia dormir, e então sempre me via saindo de casa no meio da madrugada.
Gabe, Gabe, que diabos você fez comigo? Despertou uma parte que deveria continuar adormecida, até sumir de vez. Isso não foi certo, nem um pouco.
  Assim que me viu na escola, Gabe praticamente me jogou dentro do carro – quase um sonho andar em um carro como aquele, a culpa foi minha também estar lá – e eu praticamente esqueci tudo o que aconteceu durante a escola, eu era de novo aquela garota que conversou com ele, aquele dia no parque. A pose de badboy do cabeça branca devia fazer isso.
- Então, Gabe, vai me dizer o que está rolando ou só vai me carregar por aí?
- E se eu não quiser dizer? Que diferença vai fazer? Você está aqui dentro, e as portas fechadas – essa frase não me traria uma sensação boa caso eu não soubesse que Gabe se metia em outro tipo de problema.
- Eu posso me jogar.
- Do carro em movimento? Você sabe que não daria um bom resultado – ele estava certo, eu podia me ferir muito saltando da velocidade que ele estava. – Relaxa gata, já estamos chegando.
 Um galpão fora da cidade, ele me levou para um galpão fora da cidade. Eu estava metida em problemas e isso era inevitável, apenas tive mais certeza quando uns caras mal encarados abriram o portão e Gabe entrou com aquela máquina que chamava de carro.
- Desce gata, você vai gostar disso – não se engane, eu estava odiando o fato dele me chamar de “gata” o tempo todo, mas fiz o que ele mandou, e continuei em silêncio. – Hey brô! – ele gritou e todo mundo olhou em nossa direção.
 O lugar estava lotado! Tinha várias garotas com cara de vadia e roupas sexy’s, mas não do tipo Louise ou Channel, mas sexy tipo aquelas que dão partidas em corridas dos filmes como “Velozes e Furiosos”, os carros que tinham lá também pareciam ter saído desse filme, os caras também. E todos olhavam para mim e para Gabe que parecia menos assustador do que todos lá, apenas um peixe pequeno.
 E mais uma vez não se engane, eu não estava assustada, sequer, arrependida.
 Gabe foi até um cara de cabelo raspado, não muito musculoso e bem tatuado. Fizeram um toque.
- Lembra do que comentei com você? De que conheci alguém e...
- Sim, sim, lembro – o tal cara o interrompei e desviou o olhar para mim, me analisado de cima a baixo.
- Então, aqui está ela – Gabe apontou pra mim.
- Ela? – o cara contraiu o rosto como se a fala de Gabe tivesse o desmoralizado.
- Não se engane cara! A garota entende bem. Confia em mim, é uma boa opção! Eu fiz minha pesquisa direitinho dessa vez, sei do que estou falando.
- Acho bom – o cara desdobrou os braços e desencostou do carro que nem reparei qual era, eu me esforçava para continuar mantendo contado direto com ele, e ele me olhava fundo dos olhos, o suficiente para qualquer um tremer, mas eu continuei firme.
- Te garanto brother! Te garanto – veio até mim, chegou bem perto, levou a mão até o meu rosto e alisou minha bochecha com o polegar.
- Coragem ela tem, ou é muito burra para não desviar a atenção, mas parece frágil, tem o rosto de um anjo...
- Mesmo assim posso ser muito perigosa – disse e ele gargalhou alto, ou talvez foi o eco do lugar já que estava praticamente em silêncio absoluto.
- Sim! Corajosa! E se diz temida! – riu.
- Já ouviu falar que em toda boa garota existe uma má? Posso ter cara de anjo, mas isso é a última coisa que eu sou.
- Não é frágil, então? É forte? Oh céus! Essa garotinha se diz forte! Estou começando que não é coragem, é burrice!
- Você acha que ele me encontrou onde? – apontei para o Gabe. – No lixo? Por favor! – revirei os olhos. – Eu posso ser muito mais perigosa do que você pensa – falei num tom mais baixo e ele ficou em silêncio por algum tempo.
- Parece que você acertou dessa vez Whitehair. – Disse ao Gabe, e voltou a se encostou no carro. – Ela já me parece pronta pra entrar na brincadeira. – eu queria perguntar “Que brincadeira?”, mas acho que isso ia acabar com a moral que eu tinha acabado de construir. – Galera! – ele gritou e o silêncio se tornou absoluto. – Temos uma nova integrante no grupo! D.A! A nossa Dangerous Angel – gritaram, e ele abaixou a voz para mim. – Prazer, sou Dragon.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 2

(...)
 Realmente tinha algo de errado, e eu não podia imaginar o quanto! Se não tivesse visto com meus próprios olhos, jamais acreditaria.
 A história foi o seguinte: eu continuava viajando muito, então pedi ao Chris para que ficasse de olho na Lua, o máximo que pudesse, e que me dissesse tudo, todos os detalhes, então, todas as noites de quando eu estava fora, ele me ligava e me dava um relatório completo. Ela faltou à escola algumas vezes – ela nunca falta, a não ser que seja extremamente necessário –, dormia durante os intervalos e as aulas e sempre parecia muito cansada, uma vez chegou até a ir para escola virada, sem um minuto de sono sequer. O porquê, ninguém sabia.
  Então eu resolvi fazer alguma coisa.
Disse que sexta eu teria que fazer uma viagem, disse para minha mãe que esse final de semana eu não poderia viajar – aleguei que estava cansado demais, ela ficou preocupada e convenceu o Scooter a me deixar em casa. Fingi sair, fui de taxi para não ter problemas com o carro, falei para Lua que minha mãe não ia comigo, falei para minha mãe dizer que eu não estava em casa caso alguém fosse perguntar por mim. Ela não entendeu muito bem, mas eu expliquei a situação, ela achou errado eu bisbilhotar a Lua, ao invés de perguntar a ela, mas a convenci que se fosse tudo às claras, Lua continuaria obscura, ou seja, não me diria nada.
 Enfim, o que importa é que meu plano deu certo. Mesmo me ligando antes de dormir, Lua acreditou que eu estava em algum hotel.
 Ela disse boa noite e desligou, pensei comigo que Chris deveria estar tendo alucinações ou algo do tipo, porque não tinha acontecido nada demais o dia inteiro! Ou será que deixei passar alguma coisa despercebida? Não! Não! Ela estava normal, todo mundo estava normal. Nenhum indicio diferente. Então... o que... ?
 Ouvi algum barulho e abri os olhos na hora, como se já esperasse pelo som, então percebi que eu dormi do mesmo jeito que estava deitado quando estava falando com a Lua, a mesma roupa e o celular sobre a barriga. Levantei depressa e olhei para a janela, do momento do som até sair da cama foi fração de segundos, meu cérebro assimilou tudo rápido demais.
 Talvez eu não tivesse percebido a Lua sair escondido de casa caso o carro dela não fosse amarelo. Os faróis estavam desligados, o motor é silencioso... sinceramente? Não sei como escutei ela dar partida. Sendo mais sincero ainda, não sei como estava conseguindo assimilar tudo tão rápido. Apenas me vi pegando as chaves, vestindo uma jaqueta enquanto descia as escadas tentando fazer silêncio, entrei no carro, saí da garagem, segui a Lua de muito longe e de farol baixo.

 Uma missão quase impossível, para uma visão quase impossível.