Coloquem essa música para carregar, tem um aviso quando for para dar play: http://www.youtube.com/watch?v=KTXxhvIkVto
Pov's Bieber
Não resisti em não sair do carro.
-
Lua!? – ela olhou direto para mim, mas não parecia ser ela. – Que diabos você
está fazendo aqui?
-
Você conhece esse cara? – um cara, o que estava do lado esquerdo, e que tinha o
cabelo raspado, perguntou pra ela, que não respondeu.
-
Você não conhece esse cara? – um loiro, do lado direito perguntou para o cara
do lado esquerdo que negou com a cabeça.
- É
aquele viadinho cantor que passa na televisão – uma mulher chegou perto do
carro em que estavam encostados. Mas afinal, quem diabos eram aquelas pessoas?
Eu estava confuso! E aquilo era ilegal! E a Lua nem se movia, nem desviava os
olhos! O que estava acontecendo?
- Lua! – eu já estava desesperado, ela só desencostou
do carro, e veio andando devagar, com a mão no bolso da calça jeans preta,
jogando a jaqueta para trás deixando a blusa branca mais a mostra.
- O
que você está fazendo aqui? – seus olhos eram frios assim como a sua voz.
- Vim
atrás de você, sabia que tinha algo de errado – disse no mesmo tom que o dela.
-
Você não tinha esse direito.
-
D.A! Esse magricelo está te incomodando? – magricelo? Ou!
-
D.A? – perguntei.
- Não
Dragon! Não! Deixa que eu resolvo – Lua gritou de volta.
-
D.A? – perguntei de novo.
-
Dangerous Angel – respondeu.
-
Você usou o apelido que eu te dei! – gritei, foi incontrolável.
-
Cala a boca! Você não tem nada a ver com isso, Bieber! O que veio fazer aqui
afinal?
Aquela não era a minha Lua, era o corpo, mas
até a voz parecia diferente, o fogo nos olhos, o gelo no coração, minha Lua
nunca me trataria assim, minha Lua nunca estaria num lugar desses. Isso me fez
lembrar de todas as vezes nas quais ela me disse para não achar que ela era a
mesma garota, comecei a acreditar que a mudança era uma ali, outra cá, pequenas
coisas que estavam tão evidentes que até um cego veria, mas, ela estava falando
daquela nova postura. Uma garota irreconhecível.
-
Vamos pra casa – ela riu.
- E
quem você acha que é para mandar em mim assim?
-
Você realmente quer que eu diga? Para todo mundo ouvir? – ela trincou os
dentes. Se quer jogar, então vamos jogar.
- Eu
não vou.
- Vai
sim.
-
Quero ver me obrigar – virou as costas e começou a se afastar.
- Que
tal uma corrida!? – quando pensei já tinha gritado.
Ela se virou.
-
Como?
-
Isso mesmo que me ouviu! Uma corrida! Uma aposta. Se eu ganhar, você volta
comigo, caso você ganhe, fica aqui se quiser.
-
Você está brincando? Sabe que te ganho dirigindo com os pés!
-
Então não tem porque não aceitar!
-
Você está maluco! – riu sarcástica e virou as costas de novo.
-
Então está amarelando? Se me ganha tão fácil, não precisa ter medo de aceitar.
- Eu não
estou com medo! – gritou tão alto que quase se fez silêncio absoluto. – Vai lá!
Pegue seu lindo carro então, a gente se ver na pista.
(Play na música a partir daqui) Voltei até o carro
com passos pesados, mas só foi entrar para pensar na merda que tinha feito.
Sim! Ela me ganharia com os pés se quisesse, mas eu não poderia fugir, já que
inventei, tenho que encarar e fazer o máximo para poder vencer. Racha! Ela
estava metida em racha! Já fiz muita coisa errada, mas isso é ilegal! Ok, já
fiz coisas que não são muito permitidas pela lei, levei algumas multas por
velocidade, mas racha? É quase um crime organizado! Ela poderia ser presa, por
muito tempo.
Dei partida no carro e entrei no meio daquelas
pessoas mantinham os olhos em mim. Lua me esperava do lado de fora do carro,
parei o meu paralelo ao dela e saí.
-
Está pronto? – ela sorriu irônica, quase um sorriso doentio.
-
Mais pronto do que nunca.
Ela entrou, eu também, as pessoas gritaram.
Abaixei a janela, e a dela estava baixa também, nos olhamos ao ligar o carro. O
olhar dela também era quase doentio. Subimos as janelas ao roncar do motor.
3... 2... 1... uma mulher deixou a bandeira cair, não pensei mais nada e pisei
no acelerador. Ouvia os motores, as pessoas gritarem, ou talvez fosse maluquice
da minha cabeça. Apenas enxergava a chegada. Eu acelerava, e acelerava, o
volante oscilava na minha mão, e eu tentava mantê-lo fixo. Era difícil, era
muito forte. Minha mão começou a soar quando a chegada ficava mais próxima, o
carro da Lua estava exatamente do meu lado, ela ia me ultrapassar nos metros
finais, já conhecia esse truque.
A chegada estava mais perto, faltavam poucos
metros, minha mão soava, minha cabeça fervilhava, a chegada estava perto, o
volante fazia pressão nas minhas mãos, ele queria rodar sozinho e se... e se
eu...
Afrouxei os dedos, o carro deu uma escapada
para o lado esquerdo, e então segurei firme de novo colocando exatamente na
reta. Lua freou bruscamente, e eu passei a chegada, freando tão forte que os
pneus cantaram e o carro pôs-se de lado.
Não sabia que conseguia fazer isso.
Lua saiu furiosa do carro, xingando tudo o que
era conhecido de palavrão.
-
Você é maluco!? – gritava. – Poderia ter causado um acidente seu imbecil! – ela
tinha fúria nos olhos e nas palavras. – Se tivesse arranhado meu carro... –
disse entre dentes.
- Mas
não arranhei, nem amassei... pelo que vejo daqui, não houve nenhum dano e ainda
ganhei a aposta – disse com todo o sarcasmo que nunca tive na vida. Mas não
consegui evitar. Então era essa a sensação...
Lua
contraiu o maxilar, quase trincando os dentes, mesmo a coisa que a possuiu
sabia que eu estava certo.
-
D.A... – algum cara falou que atrás dela.
Mais tempo de silêncio por parte dela, afinal,
todos a nossa volta sussurravam.
-
Você sabe que...
- Se
falar mais alguma palavra – ela respirou fundo, com ódio – eu quebro teu
pescoço durante a viagem de volta.
Tentei esconder meu sorriso de satisfação, e
fiz uma reverencia como se tivesse aceitando de boa maneira a condição que ela
impôs. Todos a nossa volta estavam em silêncio – talvez, nunca tivessem visto a
Lua (ou D.A) nesse estado, e, talvez, nunca a viram perder, e eu não duvidaria
de nenhuma das duas hipóteses.
Fiz uma referencia para que ela entrasse no
meu carro.
-
Não, eu vou no meu – disse ainda entre dentes.
- Mas
aí você pode fugir.
- Não
confia em mim?
-
Sinceramente? Depois de hoje, não mais – silêncio, ainda maior do que antes, se
era possível.
- Não
vou deixar meu carro aqui – realmente, nem deveria deixar.
-
Então, tudo bem, a gente segue separados até a metade do caminho, você
estaciona num lugar seguro, depois entra no meu carro e eu te levo até em casa.
-
Mas... – ela começou a protestar, mas eu a interrompi.
- Que
bom que aceitou a minha ideia, então vamos logo, já está tarde demais – cruzei
os braços, firme, ela ficou me encarando por um tempo, com ódio, até que bufou
e entrou no carro.
Entrei no meu, e ela deu partida, dirigindo
lentamente enquanto abria espaço entre as pessoas, e eu a seguia praticamente
colado com a traseira. Fomos até o parque – uma longa distancia até lá – e ela
estacionou em uma das várias vagas vazias. Parei paralelo ao estacionamento,
atrás do Porsche amarelo, para impedir que ela tentasse qualquer mínima maneira
de fuga, até que saiu do carro e veio com passos pesados até o meu, e entrou,
não batendo a porta pelo menos.
- Foi
não difícil assim?
-
Nenhuma. Palavra. – Disse com o maxilar tenso, sem olhar pra mim.
Dirigi devagar até as nossas casas, a
distância não era tão longa assim, principalmente de carro, mas eu esperava que
Lua melhorasse de humor. O que não aconteceu. Nunca a vi assim.
Ao chegar estacionei o carro quase em frente à
casa dela, larguei o volante e encarei o breu na rua, esperando que ela falasse
alguma coisa, mas ao invés disso, apenas tentou abrir a porta do carro e sair o
mais rápido que pudesse.
-
Lua, espera! – ela parou. – Você ainda vai me agradecer por isso.
- Por
que eu agradeceria? – Me encarou. – Por um frangote como você ter me feito
passar a maior vergonha na frente de todo mundo? Sabe que nunca mais vou poder
voltar lá, não sabe? Graças a você, minha credibilidade foi jogada no lixo!
-
Ainda bem que não vai poder voltar lá, aquilo é ilegal Lua! Pelo amor! E se
você acabasse sendo presa?
-
Isso não aconteceria, além do mais, quem diabos é você para falar alguma coisa
sobre ilegalidade comigo? Me poupe.
- É
que...
-
Cala a boca Bieber! Você não é meu pai e nem nada meu para querer me dar lição
de moral, absolutamente nada meu Bieber! Você entendeu? Nada!
Saiu.
Dei a volta na rua e estacionei em frente à
minha casa. Estava zonzo, não sabia o que pensar direito, a noite toda foi uma
confusão! Entrei em casa sem fazer barulho, fui para o meu quarto no maior
silêncio possível, por sorte minha mãe não pareceu notar. Pelas horas, o dia
logo iria amanhecer, mas eu precisava dormir, e muito, mas minha cabeça não
deixava, ela não estava cheia, nem vazia, eu estava assustado. A Lua de hoje... ela não era a minha Lua, não
era nenhuma das “Lua’s” que já cheguei a conhecer, era uma total estranha. Fiquei
pensando no que deveria ter acontecido para ela se transformar assim, pensei
que talvez a culpa fosse minha, mas não consegui achar no “em que”.
E foi me perguntando no que aconteceu com ela,
que peguei no sono.
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