sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

18º Capitulo: There’s a Bad Girl in Every Good Girl - Parte 2

(...)
 Realmente tinha algo de errado, e eu não podia imaginar o quanto! Se não tivesse visto com meus próprios olhos, jamais acreditaria.
 A história foi o seguinte: eu continuava viajando muito, então pedi ao Chris para que ficasse de olho na Lua, o máximo que pudesse, e que me dissesse tudo, todos os detalhes, então, todas as noites de quando eu estava fora, ele me ligava e me dava um relatório completo. Ela faltou à escola algumas vezes – ela nunca falta, a não ser que seja extremamente necessário –, dormia durante os intervalos e as aulas e sempre parecia muito cansada, uma vez chegou até a ir para escola virada, sem um minuto de sono sequer. O porquê, ninguém sabia.
  Então eu resolvi fazer alguma coisa.
Disse que sexta eu teria que fazer uma viagem, disse para minha mãe que esse final de semana eu não poderia viajar – aleguei que estava cansado demais, ela ficou preocupada e convenceu o Scooter a me deixar em casa. Fingi sair, fui de taxi para não ter problemas com o carro, falei para Lua que minha mãe não ia comigo, falei para minha mãe dizer que eu não estava em casa caso alguém fosse perguntar por mim. Ela não entendeu muito bem, mas eu expliquei a situação, ela achou errado eu bisbilhotar a Lua, ao invés de perguntar a ela, mas a convenci que se fosse tudo às claras, Lua continuaria obscura, ou seja, não me diria nada.
 Enfim, o que importa é que meu plano deu certo. Mesmo me ligando antes de dormir, Lua acreditou que eu estava em algum hotel.
 Ela disse boa noite e desligou, pensei comigo que Chris deveria estar tendo alucinações ou algo do tipo, porque não tinha acontecido nada demais o dia inteiro! Ou será que deixei passar alguma coisa despercebida? Não! Não! Ela estava normal, todo mundo estava normal. Nenhum indicio diferente. Então... o que... ?
 Ouvi algum barulho e abri os olhos na hora, como se já esperasse pelo som, então percebi que eu dormi do mesmo jeito que estava deitado quando estava falando com a Lua, a mesma roupa e o celular sobre a barriga. Levantei depressa e olhei para a janela, do momento do som até sair da cama foi fração de segundos, meu cérebro assimilou tudo rápido demais.
 Talvez eu não tivesse percebido a Lua sair escondido de casa caso o carro dela não fosse amarelo. Os faróis estavam desligados, o motor é silencioso... sinceramente? Não sei como escutei ela dar partida. Sendo mais sincero ainda, não sei como estava conseguindo assimilar tudo tão rápido. Apenas me vi pegando as chaves, vestindo uma jaqueta enquanto descia as escadas tentando fazer silêncio, entrei no carro, saí da garagem, segui a Lua de muito longe e de farol baixo.

 Uma missão quase impossível, para uma visão quase impossível.

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