Pov's Bieber
As coisas andavam muito corridas para mim, o
CD estava quase sendo lançado e é nesse momento que o trabalho realmente começa
devido à divulgação do novo álbum. Eu já tinha lançado um clipe, o outro está
quase pronto para ser lançado semanas antes do álbum, automaticamente vem a
divulgação da música do clipe, projetos, entrevistas... está tudo muito
acelerado o tempo todo.
Fazia algumas semanas que eu via pouco a Lua, ela
ia para minha casa, me ajudava nas coisas da escola, então ficávamos juntos o
tanto que desse, às vezes nos encontrávamos na escola no dia seguinte, mas,
depois eu tinha que viajar de novo. Só essa última semana faltei três dias e,
um dos outros dois, só fui porque tinha um teste de história. Cada vez mais eu
acho que, o que Lua me disse em Nova York é verdade, principalmente, agora que
eu sei que ela não vai fugir de mim – sim, estou falando de sexo – e sequer
tenho tempo para isso, porque quando não estou ocupado com a minha carreira,
estou tentando não reprovar, isso é de deixar qualquer cara louco! Muito, muito
louco!
Cheguei em casa na terça de tarde, pretendia
não faltar mais até sexta – ordens da minha mãe – está cada vez mais próximo do
fim do ano e as coisas começam a apertar agora, o pior é que para mim aperta
dos dois lados. Enfim, eu tiraria a tarde para descansar e isso no meu
dicionário quer dizer dormir, mas resolvi ligar para Lua, não sei bem porque ao
mesmo tempo que sei, afinal, eu amo ela, mas ela não atendeu o telefone, apesar
disso não me importei e resolvi mesmo dormir. Porém, bastou eu largar o celular
para ele tocar de novo.
- Chris!?
- Irmão! Quanto tempo!
- Cara, pior que é mesmo! Mas eu tenho
andado muito ocupado, você sabe...
- Eu sei, sua mãe disse que você ia
ficar em casa até o final da semana.
- Até agora o plano é esse, nunca se
sabe.
- Então a gente marca alguma coisa, é
difícil quando seu melhor amigo não tem tempo para você! – juro que ele deve ter feito bico do
outro lado da linha, o que me fez gargalhar alto.
- Relaxa cara! Aposto que você gosta
de ficar tanto tempo com a Lua quando não estou por aqui.
- É legal cara, é muito legal – ele riu –, mas ela é menina!
- E desde quando isso faz diferença? – eu ria mais.
- Ah! Sei lá! Mas do mesmo jeito que
ela tem amigas meninas eu tenho amigos meninos, mas ando mais com meninas do
que meninos. Ah não ser o Kyle, ele é legal, mas você que é meu melhor amigo!
- Certo, certo Chris! – paramos um tempo, para recuperar o
fôlego e parar de rir. – Cara, acho que
vou desligar e dormir um pouco, to morto!
- Não, espera! Eu queria falar com
você.
- Mas já não falou?
- Não, não era isso. É uma coisa
séria.
- Séria como Chris?
- Muito séria! Posso aparecer aí?
- Não pode esperar?
- Sinceramente, não. É sobre a Lua.
- O que tem de sério sobre ela? O que
houve?
- Posso ir aí cara? Prefiro não falar
pelo telefone.
- Ta, ok. Pode vir, vou te esperar. Se
eu cair no sono pode me acordar.
- Beleza, já eu apareço.
- Ok.
Desliguei
e, apesar de eu ter dito, duvido que iria dormir, mas também, como poderia? Tem
algo sério acontecendo com a Lua e eu não sei.
Resolvi assistir televisão, mas acabou que ela
ficou ligada enquanto minha mente fervilhava e eu sequer piscava, até alguém
bater na porta. Levantei do sofá em pulo e abri a porta, ansioso e nervoso.
Chris entrou antes mesmo que eu dissesse alguma coisa e foi direto para a sala,
afinal, ele já era de casa e sabia disso.
-
Então, o que tem de tanto importante para falar?
- Sua
mãe está aí? – se sentou.
- Está
lá em cima dormindo, coisa que eu deveria estar fazendo também, então acelera o
assunto.
- Ok,
ok – ele deixou o olhar disperso, sem saber por onde começar, depois chegou o
corpo para frente e fechou a mão uma na outra, apoiando os braços no joelho.
Então olhou para mim. – A Lua está estranha – xinguei.
-
Você veio aqui e me deixou todo preocupado para dizer isso? Lua é estranha cara!
- E
eu não sei disso? Sou amigo dela, idiota! Se fosse um estranho “normal” eu não
estaria aqui falando com você! E nem estaria tão preocupado. – Chris não estava
simplesmente sério, ele estava sério demais, não só para ele, mas para qualquer
um. Isso me deixou preocupado de novo.
- Mas
eu nunca vi nada de estranho nela ultimamente.
-
Ultimamente você quase não está aqui e sempre acontece quando você não está.
- O
que acontece? Diz logo!
- Ela
parece cansada o tempo todo, dorme durante a escola e ta estranha, cheia de
segredinhos por aí, já ouvi umas conversas estranhas... ou melhor uns pedaços
delas.
- Que
conversas?
- Não
sei que conversas.
-
Como você ouve e não sabe que conversas? Tem que saber!
- Eu
realmente não sei que conversas são, irmão! Não dá para entender.
- Já
perguntou a ela?
-
Claro que já! Mas ela fugiu do assunto, todas às vezes que perguntei, sem
contar o quanto ela parece distante.
Eu estava confuso, nunca tinha percebido nada
de errado, mas parecia que o mundo era outro quando eu não estava aqui, minha
cabeça borbulhava naquele instante de silêncio. Chris sério demais, e tudo isso
que ele falou, boa coisa não poderia ser.
- Justin
– o olhei –, acho que ela pode estar metida em encrenca, das feias.