Fui
andando até o elevador, não sabia exatamente o que fazer, mas estava de cabeça
quente. Apertei o botão freneticamente, me balançava de um lado para outro
tentando pensar no que faria depois que o elevador chegasse, mas ao invés disso
pensei em outra coisa.
O que eu fiz? Eu não queria que ela fosse!
O elevador chegou, se abriu e eu corri na
direção oposta antes que Lua fizesse alguma coisa, eu não queria ter dito nada
daquilo! Foi completamente por impulso! Fiquei só desesperado de, depois de
tanto tempo, não poder passar um tempo de verdade com ela sem preocupações e
talvez, ela indo para faculdade depois do verão, voltaríamos a um
relacionamento agitado, ocupado e com o tempo planejado.
Quando virei para o corredor do quarto, Lua
estava do lado de fora, me pareceu brincar com o telefone na mão, mas não
prestei atenção, só corri até ela.
-
Lua! – se virou, não disse mais nada e nem dei tempo para que ela dissesse.
A empurrei para a parede já a beijando, ela
não pareceu relutar, o máximo que fez foi arfar depois que suas costas bateu na
parede com certa força. E eu a beijava, como se não fizesse isso há anos, e ela
me beijava de volta, como se não tivesse se magoado com o que eu acabara de
dizer. Eu a sustentava no alto, suas pernas estava em torno da minha cintura e
eu, inconscientemente, a pressionava mais contra a parede até perceber que ali
não era lugar e que se eu quisesse algo a mais, deveria entrar, então me joguei
para o lado em um movimento rápido, era a minha vez de encostar na parede, mas
as pernas dela ainda estavam entorno de mim, o que tornou a minha tentativa de
abrir a porta um tanto mais complicada.
Ela me beijava, eu a beijava, e a porta
parecia estar mais difícil de abrir. Quando consegui e a levei para o quarto
ainda suspensa, fechei a porta com as costas, demorando um tempo ali antes de
ir até a cama, jogá-la e me encaixar entre suas pernas flexionadas.
Tudo
estava bem, só havia um maldito problema: Ar.
Ela
segurou a barra da minha camisa e a puxou para cima, mas não muito, aproveitei
a intenção e nos afastei por breves segundos, tirando a minha camisa e voltei
para ela. Continuei a beijando na boca enquanto ainda me restava fôlego, e
sentia aquele explodir de sensação, sentimento e prazer se fundirem dentro de mim,
fui desabotoando sua camisa xadrez vermelha, sem paciência – acho que arranquei
algum botão – e desci com beijos pelo colo, demorando significativamente em
cada lugar que meus lábios encostavam. Ela arfava, deslizava os dedos e, às
vezes, as unhas pelas minhas costas e eu beijava seus seios a fim de deixar marcas.
Estava tudo indo bem, a gente se tocava de um
jeito extremamente quente, sem pudor, nem medo, mas minha sorte parecia estar
virada ao contrário, como se alguma coisa sobrenatural estivesse contra mim, ou
contra Lua e eu. Porque ali, enquanto uma mão estava completamente ocupada com
a coxa dela e eu beijava seu pescoço me preparando para subir de novo para seus
lábios, meu telefone toca.
Chega a parecer coisa de filme!
Mas
como nos filmes eu estava disposto a esquecer que tocava, Lua também não pareceu
se importar e continuava me beijando e bagunçando meu cabelo até que o som
parou e, nem dois segundos depois voltou a tocar.
Lua desviou a cabeça de mim.
-
Atende – não prestei atenção no seu tom de voz, só xinguei tudo o que consegui
lembrar de xingamentos, enquanto procurava o telefone com a mão, quase
derrubando meu corpo sobre o dela.
Achei, me joguei para o lado e atendi, mas não
falei nada.
- Achei que não iria atender nunca!
- É o que eu pretendia.
- Ah claro, afinal sua namorada é mais
importante do que a entrevista de rádio – a droga da entrevista! Eu já tinha até esquecido! Mas
sim, Lua é mais importante, só não poderia dizer isso para o Scooter.
- Eu tinha esquecido.
- Claro que tinha, por isso to te
ligando. Em meia hora Kenny vai estar passando por aí, entendeu?
- Entendi, Scooter – disse com certa raiva, eu não gostava
quando ele falava comigo desse jeito.
- Beleza então, tchau.
Não disse “tchau”, só desliguei e joguei o
celular longe na cama, lancei um olhar de lamento, misturado com raiva e
frustração para Lua e me levantei, ficando de costas para ela e passando a mão
no cabelo nervoso, mas de um jeito diferente de pouco antes. Eu não gostei nem
um pouco desse maldito telefonema.
- Só
me responde uma coisa – disse –, você iria fugir dessa vez? – a ouvi levantar.
-
Olha para mim Bieber, pareço que iria fugir? – me virei em sua direção.
Ela deu uns três passos para o centro do
quarto e virou para mim colocando a mão na cintura com a blusa xadrez que
vestiu assim que chegou ao quarto de hotel – talvez pretendesse sair para algum
lugar, não sei – ainda aberta, e sorriu com a cabeça levemente inclinada.
Depois olhou para os seios, a parte não tampada pelo sutiã, e riu.
-
Ainda bem que não costumo usar decote, isso seria uma problema!
Acabei rindo também.
-
Lua... desculpa pelo o que disse, eu... eu... não queria dizer aquilo.
-
Olha Bieber, eu acho que isso – ela apontou para as regiões manchadas de
vermelho e roxo nos seios – foi um belo pedido de desculpas – e gargalhou alto
de novo.
Me aproximei dela e segurei sua cintura nua
com um pouco mais de tranquilidade, eu estava frustrado! E dei um selinho nela.
-
Tenho uma entrevista de rádio agora – fiz um careta. – Acho que você tem razão.
- A
gente dá um jeito – ela me deu um beijo – agora vai tomar banho que você está
fedendo mesmo.
Lua me despachou para o banho aos empurro e
risos, eu ria também, o clima ficou bem mais fácil e leve. Aproveitei o banho
para relaxar, respirar e acalmar minha mente e meu corpo – afinal, por mais que
seja uma entrevista de rádio, é melhor evitar possíveis “acidentes” depois do
que aconteceu aqui. Acho que ficar em Nova York não seria tão ruim assim,
apesar de todos os segredos que Lua tem com essa cidade, na verdade, enquanto a
minha Favorite Girl estiver comigo, nenhum lugar ia ser “ruim”.