quinta-feira, 4 de setembro de 2014

16º Capitulo: Everyone has a secret locked but can they keep it? - Parte 5

Pov's Bieber

Estar em Nova York com a Lua me deu uma sensação estranha, era como se o passado dela, seja lá qual for, pudesse pesar sobre a gente, mas até que voltássemos para o hotel, não tinha acontecido nada demais.
 Conheci a famosa Harper Collins, ela é da Bieber Fever com toda força e fé, gostei dela, se a juntasse com Chris o efeito seria mais forte do que uma bomba atômica e não estou exagerando. Lua e ela parecem realmente se dar bem, mesmo sendo o oposto uma da outra. Fiquei feliz por Harper ser quem estava com Lua aqui, não sei exatamente por qual motivo.
 Lua e Harper assistiram um pouco a passagem de som, depois foram ao backstage, viram os figurinos, conversaram com todo mundo e Harper se sentiu histericamente à vontade, todos gostaram dela. Enquanto não éramos liberados para ir para casa, ficamos descansando no meu camarim, eu bebia água como se nunca tivesse visto na vida e conversávamos livremente, tentei fazer com que Harper me contasse o que Lua ainda não havia me dito sobre NY – o que era muita coisa –, mas me pareceu que ela já estava avisada sobre manter segredo de sei lá o que. Não gostei disso, quanto mais o tempo passa, menos eu sei e isso me dá ideia de que as coisas foram piores do que eu imagino.
 Antes de voltar para o hotel, levamos Harper em casa. Dentro do carro, Lua e ela olharam em uma direção qualquer, depois se entreolharam como se estivessem se comunicando mentalmente e então, Lua balançou a cabeça negativamente e olhou para frente. Senti o clima pesar, mas eu não sabia porque e isso até o final da viagem vai me deixar louco, não estou com um bom pressentimento.
- Gostei da Harper, achei que não estivesse exagerando sobre ela – Lua riu.
- Eu sentia saudades dela – sentei na cama, cansado e chamei para que ela se aproximasse. Mais tarde ainda eu teria uma entrevista numa rádio local, já estava desanimado só de pensar.
 Lua se aproximou e deitou apoiada em mim, se encaixando e respirou alto, como se estivesse cansada, mas era outro tipo de cansaço, um que a atingiu assim que trocou olhares estranhar com Harper no carro e que tinha a deixando quieta. Se a bem conheço, esse silêncio só queria dizer que sua mente estava fervilhando.
- Você está precisando de um banho – ri.
- Depois eu tomo, ainda tenho uma entrevista hoje.
- Eu queria que você ficasse aqui comigo hoje – ela se afastou um pouco.
- Eu também queria ficar, mas não tenho muita escolha – fiz uma careta e ela se afastou, sentando ao meu lado na cama.
 Eu já disse que o clima estava meio pesado, não disse? Então, o silêncio de agora era bem significativo para isso. Ela estava quieta, quase imóvel – e qualquer um que a conheça, não tem bem como eu ou como os pais dela, sabe que é quase impossível ela ficar parada – e respirava silenciosamente e calmamente. Com certeza aí tinha um problema.
- Hã... Você pretende ir para a faculdade? Eu já sei a resposta, mas esse silêncio não ta legal, então só to tentando arranjar um assunto – ela deu um meio sorriso, mas não olhou para mim, só ficou encarando a ponta do pé, mas fui tentando entrar no assunto para ver se o clima tenso fosse embora.
- É claro que não – dei uma risada quase forçada. – Não tem nem como também, acho que só to terminando o médio porque é necessário, mas é muito difícil, uma faculdade só complicaria mais a minha vida.
- Ah, sei lá, você poderia querer ir para Julliard – ela deu de ombros, sorrindo um pouco melhor.
- Acho que não ficaria bem lá.
- Oras, é uma escola de música.
- Estudo música do meu jeito, é uma paixão, mas eu só transformei meu hobby em carreira, não sei se Julliard seria uma opção... acho que se desse mesmo, faria um outro curso, assim se minha carreira artística fosse para o lixo, eu teria uma profissão e não seria “só um cantor”.
- Faz sentido – ela franziu o cenho e balançou a cabeça afirmativamente.
- Posso fazer isso, mas mais para frente, agora só quero curtir a fama me sentindo só “cansado” e não “extremamente morto” – ela riu, de verdade.
- Como eu disse, só perguntei para puxar assunto.
- Falando nisso, os testes já foram?
- Já sim, você estava na Alemanha.
- Você fez o teste?
- Fiz sim, mas não sei ainda para qual faculdade quero ir, coloquei algumas, mas sei lá, espero que tenha tirado uma nota boa o suficiente para ir para alguma, mas só vou descobrir isso no fim de ano letivo – revirou os olhos.
- Espera! Você vai para a faculdade? – Me virei para ela, surpreso.
- Espero que sim, dependendo da minha nota no teste... por que dessa cara?
- Achei que você não fosse!
- Mas é obvio que eu vou! Esperava o que?
- Que não fosse, dã.
- E por que eu não iria Bieber?
- Para ficar comigo! – ela relaxou os ombros, inclinou levemente a cabeça para o lado e levantou os cantos dos lábios, numa expressão: “Isso é sério?” – Eu to falando sério.
- Justin, você quer o que? Sabe que eu não quero viver as suas custas, quero ter a minha vida também, não quero só ser “a namorada de Justin Bieber” e você sempre soube disso, por que eu sempre deixei bem claro.
- Eu sei disso, mas não esperava que fosse para faculdade, pelo menos agora! Você nunca tinha entrado nesse assunto comigo, achei, sei lá, que tivesse adiado a ideia pelo menos um pouco.
- E por que entraria nesse assunto? Ah Bieber, a gente tem tanta mais coisa para se preocupar, isso é um problema meu.
- Que me afeta também! Poxa Lua, vou ficar mais quatro anos com os segundos contados para ficar com você? Tendo que procurar uma brecha nos horários para conseguir passar um tempo contigo, ir te ver ou trazer você a mim porque você estaria fazendo faculdade aqui e eu sei lá onde!? – Passei a mão no cabelo meio nervoso, esse ano tava sendo complicado, não queria continuar passando por isso. – Essas suas escolhas atrapalham a gente.
 Ela pareceu se irritar com isso, mas eu até que não disse por mal, foi só um pensamento que passou pela minha cabeça. Por um instante, esperei ela explodir e me xingar, mas o que ela fez no segundo seguinte era ainda mais assustador.
- Não são as minhas escolhas que nos atrapalham Bieber – disse calma, totalmente segura. – É a sua carreira.
 Aí foi a minha vez para explodir.
- Agora a culpa é minha!? – levantei num pulo.
- Não sua, mas da sua fama, seus horários, seu compromissos! Você não entende que enquanto tiver sempre o que fazer e sem um lugar fixo, a gente sempre vai estar separado?
- Você quer o que? Que eu entre numa faculdade como você e faça um curso idiota qualquer, passe a andar de terno e gravata, em um escritório, só para você sempre ter um lugar para me encontrar?
- Essa seria uma vida normal.
- Eu não quero uma vida normal! – gritei.
- Nem eu! – e ela gritou de volta, me pareceu querer dizer mais alguma coisa, mas eu estava irritado demais.
- Se não quer viver as minhas custas, por que não volta para Stratford então? Liga para o seus pais, vai, ou pega sua mesada e compra a passagem de volta! Se é que tem uma mesada, só volta – ela abriu a boca, acho que consegui ferir no íntimo do seu orgulho.
- Quer saber? Eu deveria voltar mesmo! Afinal nem deveria ter vindo – ela pegou o celular e apontou para mim.

- Então vai! – gritei mais uma vez, abri a porta e saí depressa.

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