Pov's Bieber
Estar em Nova York com a Lua me deu uma
sensação estranha, era como se o passado dela, seja lá qual for, pudesse pesar
sobre a gente, mas até que voltássemos para o hotel, não tinha acontecido nada
demais.
Conheci a famosa Harper Collins, ela é da
Bieber Fever com toda força e fé, gostei dela, se a juntasse com Chris o efeito
seria mais forte do que uma bomba atômica e não estou exagerando. Lua e ela
parecem realmente se dar bem, mesmo sendo o oposto uma da outra. Fiquei feliz
por Harper ser quem estava com Lua aqui, não sei exatamente por qual motivo.
Lua e Harper assistiram um pouco a passagem de
som, depois foram ao backstage, viram os figurinos, conversaram com todo mundo
e Harper se sentiu histericamente à vontade, todos gostaram dela. Enquanto não
éramos liberados para ir para casa, ficamos descansando no meu camarim, eu
bebia água como se nunca tivesse visto na vida e conversávamos livremente,
tentei fazer com que Harper me contasse o que Lua ainda não havia me dito sobre
NY – o que era muita coisa –, mas me pareceu que ela já estava avisada sobre
manter segredo de sei lá o que. Não gostei disso, quanto mais o tempo passa,
menos eu sei e isso me dá ideia de que as coisas foram piores do que eu
imagino.
Antes de voltar para o hotel, levamos Harper
em casa. Dentro do carro, Lua e ela olharam em uma direção qualquer, depois se
entreolharam como se estivessem se comunicando mentalmente e então, Lua
balançou a cabeça negativamente e olhou para frente. Senti o clima pesar, mas
eu não sabia porque e isso até o final da viagem vai me deixar louco, não estou
com um bom pressentimento.
-
Gostei da Harper, achei que não estivesse exagerando sobre ela – Lua riu.
- Eu
sentia saudades dela – sentei na cama, cansado e chamei para que ela se
aproximasse. Mais tarde ainda eu teria uma entrevista numa rádio local, já
estava desanimado só de pensar.
Lua se aproximou e deitou apoiada em mim, se
encaixando e respirou alto, como se estivesse cansada, mas era outro tipo de
cansaço, um que a atingiu assim que trocou olhares estranhar com Harper no
carro e que tinha a deixando quieta. Se a bem conheço, esse silêncio só queria
dizer que sua mente estava fervilhando.
-
Você está precisando de um banho – ri.
-
Depois eu tomo, ainda tenho uma entrevista hoje.
- Eu
queria que você ficasse aqui comigo hoje – ela se afastou um pouco.
- Eu
também queria ficar, mas não tenho muita escolha – fiz uma careta e ela se
afastou, sentando ao meu lado na cama.
Eu já disse que o clima estava meio pesado,
não disse? Então, o silêncio de agora era bem significativo para isso. Ela
estava quieta, quase imóvel – e qualquer um que a conheça, não tem bem como eu
ou como os pais dela, sabe que é quase impossível ela ficar parada – e
respirava silenciosamente e calmamente. Com certeza aí tinha um problema.
-
Hã... Você pretende ir para a faculdade? Eu já sei a resposta, mas esse
silêncio não ta legal, então só to tentando arranjar um assunto – ela deu um
meio sorriso, mas não olhou para mim, só ficou encarando a ponta do pé, mas fui
tentando entrar no assunto para ver se o clima tenso fosse embora.
- É
claro que não – dei uma risada quase forçada. – Não tem nem como também, acho
que só to terminando o médio porque é necessário, mas é muito difícil, uma
faculdade só complicaria mais a minha vida.
- Ah,
sei lá, você poderia querer ir para Julliard – ela deu de ombros, sorrindo um
pouco melhor.
- Acho
que não ficaria bem lá.
-
Oras, é uma escola de música.
-
Estudo música do meu jeito, é uma paixão, mas eu só transformei meu hobby em
carreira, não sei se Julliard seria uma opção... acho que se desse mesmo, faria
um outro curso, assim se minha carreira artística fosse para o lixo, eu teria uma
profissão e não seria “só um cantor”.
- Faz
sentido – ela franziu o cenho e balançou a cabeça afirmativamente.
-
Posso fazer isso, mas mais para frente, agora só quero curtir a fama me
sentindo só “cansado” e não “extremamente morto” – ela riu, de verdade.
-
Como eu disse, só perguntei para puxar assunto.
-
Falando nisso, os testes já foram?
- Já
sim, você estava na Alemanha.
-
Você fez o teste?
- Fiz
sim, mas não sei ainda para qual faculdade quero ir, coloquei algumas, mas sei
lá, espero que tenha tirado uma nota boa o suficiente para ir para alguma, mas
só vou descobrir isso no fim de ano letivo – revirou os olhos.
-
Espera! Você vai para a faculdade? – Me virei para ela, surpreso.
-
Espero que sim, dependendo da minha nota no teste... por que dessa cara?
-
Achei que você não fosse!
- Mas
é obvio que eu vou! Esperava o que?
- Que
não fosse, dã.
- E
por que eu não iria Bieber?
-
Para ficar comigo! – ela relaxou os ombros, inclinou levemente a cabeça para o
lado e levantou os cantos dos lábios, numa expressão: “Isso é sério?” – Eu to
falando sério.
-
Justin, você quer o que? Sabe que eu não quero viver as suas custas, quero ter
a minha vida também, não quero só ser “a namorada de Justin Bieber” e você
sempre soube disso, por que eu sempre deixei bem claro.
- Eu
sei disso, mas não esperava que fosse para faculdade, pelo menos agora! Você
nunca tinha entrado nesse assunto comigo, achei, sei lá, que tivesse adiado a
ideia pelo menos um pouco.
- E
por que entraria nesse assunto? Ah Bieber, a gente tem tanta mais coisa para se
preocupar, isso é um problema meu.
- Que
me afeta também! Poxa Lua, vou ficar mais quatro anos com os segundos contados
para ficar com você? Tendo que procurar uma brecha nos horários para conseguir passar
um tempo contigo, ir te ver ou trazer você a mim porque você estaria fazendo
faculdade aqui e eu sei lá onde!? – Passei a mão no cabelo meio nervoso, esse
ano tava sendo complicado, não queria continuar passando por isso. – Essas suas
escolhas atrapalham a gente.
Ela pareceu se irritar com isso, mas eu até
que não disse por mal, foi só um pensamento que passou pela minha cabeça. Por
um instante, esperei ela explodir e me xingar, mas o que ela fez no segundo
seguinte era ainda mais assustador.
- Não
são as minhas escolhas que nos atrapalham Bieber – disse calma, totalmente
segura. – É a sua carreira.
Aí foi a minha vez para explodir.
-
Agora a culpa é minha!? – levantei num pulo.
- Não
sua, mas da sua fama, seus horários, seu compromissos! Você não entende que
enquanto tiver sempre o que fazer e sem um lugar fixo, a gente sempre vai estar
separado?
-
Você quer o que? Que eu entre numa faculdade como você e faça um curso idiota
qualquer, passe a andar de terno e gravata, em um escritório, só para você
sempre ter um lugar para me encontrar?
-
Essa seria uma vida normal.
- Eu
não quero uma vida normal! – gritei.
- Nem
eu! – e ela gritou de volta, me pareceu querer dizer mais alguma coisa, mas eu
estava irritado demais.
- Se
não quer viver as minhas custas, por que não volta para Stratford então? Liga
para o seus pais, vai, ou pega sua mesada e compra a passagem de volta! Se é
que tem uma mesada, só volta – ela abriu a boca, acho que consegui ferir no
íntimo do seu orgulho.
-
Quer saber? Eu deveria voltar mesmo! Afinal nem deveria ter vindo – ela pegou o
celular e apontou para mim.
-
Então vai! – gritei mais uma vez, abri a porta e saí depressa.
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