Pov's Houston
Flashback on:
“- Nossos lugares são ótimos!
- Mais ótimos do que eu pensei –
resmunguei baixo, para mim mesma.
- Você está muito rabugenta Lua! Ou
melhor, mais do que o normal – dei uma risada falsa e um sorriso cínico para
ela. – Abre um sorriso direito vai! Se for para ficar emburrada assim nem
precisava vir comigo.
- Ah claro, e você ia acabar com a
minha vida Har.
- Ia mesmo, mas vou acabar se você não
deixar de ser chata e curtir comigo. Sei que não vai ser tanto quanto eu, mas,
por favor – ela me olhou suplicante.
- Ok Har, desculpa, vou tentar ser
legal.
Harper Collins é minha única amiga em Nova
York, infelizmente fã do Justin. Tenho que me lembrar disso sempre, principalmente
durante o show. Meu mau humor era para evitar qualquer surto que pudesse me dar
ao lembrar do passado, mas por ela, eu teria que deixar de ser chata e
rabugenta.
“Bieber vai aparecer, não vou chorar, vou
manter a calma”.
É disso que eu tenho que me lembrar, o
tempo todo, para não descontrolar.
- Olha Lua! É o Justin!”
Flashback
off.
Nova
York. E a viagem dessa vez é para minha antiga cidade, só descobri isso quando
vi na minha passagem, mas já não tinha como voltar atrás. O problema todo é que
não sei se estou pronta para voltar à paisagem da minha antiga vida.
-
Jake!
- E
aí Lua! – fizemos um toque.
-
Quanto tempo em – ele pegou minhas malas.
-
Pois é. Vou viajar mais só para te ver – ele riu.
-
Alguém não ia gostar de ouvir isso – ri também.
-
Também acho.
Jake me levou do portão de desembarque até o
carro parado mais atrás do estacionamento do aeroporto. A gente conversava
animadamente, éramos amigos e tínhamos coisas a contar um ao outro. Será que
Justin tinha ideia do quanto Jake e eu já éramos próximos? Mas enfim, isso é
legal, eu ser amiga do meu segurança, mais legal ainda é eu ter um segurança.
Jake guardou minhas coisas no porta malas e eu
agia sem pressa, achava que Bieber estaria no hotel, roendo as unhas enquanto
eu não chegava, mas então abro a porta e quase tenho um ataque do coração pelo
susto.
-
Você é doido?
- Um
pouco.
-
Achei que você estivesse no hotel!
-
Resolvi dar uma volta com você.
-
Você é realmente doido!
-
Relaxa amor – ele se inclinou para frente e me deu um beijo. – Ninguém supera
você em quesito “doideira” – ri alto, e todo mundo no carro riu também.
Jake estava no carona, quem dirigia o carro
era Kenny. O cumprimentei e então começamos a andar, íamos dar um passeio antes
de ir para o hotel – imagino eu, que não ficaríamos hospedados no Palace. De
repente me bateu uma certa nostalgia, oras, é completamente normal, não? Eu
andava por aquelas ruas, ia a aqueles lugares, entrava naqueles prédios... vivi
coisas naquela cidade, coisas intensas, inexplicáveis e fiz as maiores merdas
da minha vida aqui em Manhattan. Era completamente compreensível toda aquela
bagunça que estava sentindo e aquilo subindo no meu peito.
Apesar de tudo, eu sentia saudades.
Comecei a contar algumas coisas ao Justin,
alguns lugares que fui com Harper ou sozinha, algumas coisas que fiz ou que
fizemos. Ele ria da maioria das coisas, eram realmente divertidas, engraçadas e
sem noção.
- Ela
mora a dois quarteirões daqui.
- E
por que não vai visitá-la?
- Nem
sei se é bom ela saber que to aqui.
-
Você ainda não contou sobre mim, né? – neguei. – E quando pretende contar?
- Não
sei, é muito difícil para mim e quanto mais deixo passar... mais fica difícil.
Acho que ela vai me odiar por não ter contado antes. Sabe, sempre falei de
você, mas nunca falei quem era você.
-
Sério? Você sempre falava de mim para ela? – ele semicerrou os olhos e levantou
os cantos da boa em um sorrisinho.
- Ela
me pedia sempre – sorri ao lembrar – dizia que eu falava tão bem, que você
parecia de mentira – fez uma cara de indignado depois riu. – Ela pedia fotos,
sempre, para ver se você era tudo o que eu dizia, mas eu sempre fugia, sempre
dava um jeito, mas uma vez quase que escapou: “Para que você quer mais fotos?
Acho que suas paredes não tem mais espaço!” – todos no carro gargalharam alto,
foi inevitável que eu risse também.
-
Lua, acho melhor você contar para sua amiga logo – Jake se entortou para me
olhar. Eu disse, nós somos amigos.
- Mas
Jake... – eu estava praticamente implorando para ninguém me obrigar a fazer
isso.
-
Olha, já que ta todo mundo dando palpite vou dar também – Kenny disse sem tirar
os olhos do carro a sua frente. – Acho que, melhor ela saber por você, mesmo
que seja muito tempo depois, do que quando sair uma foto sua com Justin em
qualquer jornal e revista. Se ela for sua amiga mesmo, vai entender e te
perdoar por não ter contado antes, mas, se ela saber por outros vai se sentir
traída e, ninguém gosta de se sentir traído.
- Mas
se ela não gostar... pode ferrar a gente – Justin pareceu estar reconsiderando
sobre ter que contar a Harper, mas eu também estava.
- Ela
não vai ferrar a gente – peguei meu telefone.
Kenny estava certo, era melhor saber por mim
do que por terceiros. Harper é minha amiga, ela gosta de mim e me perdoaria por
isso, mas se magoaria muito se eu não tivesse confiado a ela um segredo como
esse antes que deixasse de ser segredo.
- Lua! – ela gritou, literalmente.
- Harper! – gritei de volta, mas um pouco menos
histérica.
- Até que enfim lembrou dos amigos, em!?
- Desculpa Har, mas eu ando atolada
com a escola e com alguns outros problemas, por isso quase não falo com você.
- Atolada com a escola? – Ela gargalhou alto. – Desde quando Houston?
- Ora Collins, não moro mais em Nova
York, posso voltar a me dar o trabalho de pensar na escola.
- Ah, qual é, você não gosta de
estudar.
- Isso não tem como negar, mas... – nós duas rimos. – Mas Har, te liguei porque tenho uma coisa muito maneira para te contar.
- Então fala logo!
- To em Manhattan, baby.
- Sua vagabunda! Desde quando? Espero
que não seja muito tempo! OMG!
- Calma! Cheguei faz pouco tempo!
- E quando pretende me ver em? Espero
que venha aqui em casa ou te mato! Vai ficar no seu apartamento? Lua!
- Calma Har! Não, não vou ficar no meu
apartamento, mas que tal me encontrar naquele Starbucks que a gente sempre
parava depois da escola daqui a meia hora?
- Só meia hora?
- Qual é! Você vai me ver, não vai a
uma Festa Chanel.
- Ok, ok. A gente se vê em meia hora!
- E se prepare, tenho mais coisas para
te contar.
- Então conta logo!
- De jeito nenhum, não teria graça.
- Você vai mesmo fazer isso comigo?
- Claro que vou!
- Você não mudou nada.
- Quem sabe – ri. – Até daqui a pouco, Har.
Ela desligou sem me dizer tchau. Primeiro
motivo: Ficou com raiva por eu ter a deixado curiosa. Segundo motivo: Quer se
apressar para chegar ao Starbucks.
Indiquei o caminho ao Kenny, passamos pelo
Empire State e deixei me levar um pouco na visão enquanto seguíamos reto na
5th, Bieber queria passar pela 7th, só para poder olhar o Madson Square Garden,
mas todo mundo achou melhor continuar na minha direção e ele ficou emburrado
por isso, mas não o culpo, The Garden é o paraíso para qualquer ser humano
mortal quanto mais para um artista. Continuamos pela 5th Avenue, passamos pela
Biblioteca Pública e me deu uma vontade súbita de chorar, mas segurei. Eu tinha
passado a maior parte sossegada da minha vida enquanto estava morando em Nova
York, naquela biblioteca. Continuamos em frente, passamos pela Catedral de St.
Patrick e do Museu de Arte Moderna, então viramos na terceira rua a esquerda,
no centro oeste da cidade e pedi ao Kenny que me deixasse na primeira curva.
-
Melhor te levar até lá Lua.
-
Qual é Bieber, eu já vivi aqui, eu andava por aqui todos os dias, minha antiga
escola fica um pouco mais a frente. Acho melhor eu andar e me acalmar um pouco
antes de entrar, respirar o ar poluído nova yorkino, vou me sentir melhor.
- Mas
Lua...
-
Justin, calma oras! Não precisa nem vir me buscar, só me diga para onde tenho
que ir – ele me olhou meio “ta falando sério?”. – O Starbucks é daqui a duas
quadras, não venha me buscar, isso é sério – fiquei o olhando até ter certeza
que ele não viria.
- Ok!
– Levantou as mãos se rendendo. – Eu não vou.
-
Acho bom – dei-lhe um beijo. – Até mais tarde – falei para todos e saí do
carro.-------
Eu tenho grandes chances de me decepcionar fazendo isso, MAS, vale a tentativa.
Queridas leitoras, sabem que vocês estarão sempre no meu coração, não é? E, eu sei que entram aqui, que leem, porque vocês são uns amores e aguentam a demora que essa fic ta pra acabar (to postando desde de 2012! Cara! Já pararam pra pensar?), mas eu gostaria de saber quem está aqui, porque bem, eu não recebo comentários e as visualizações de post caíram drasticamente. Só quero saber quem ainda está comigo.
E, agradeço a todas que ainda estão aqui.
E, agradeço a todas que começaram a ler mais tarde (se é que há alguma).
E até mesmo, agradeço as que começaram comigo mesmo não estando mais aqui.
É por vocês que essa história acontece <3