domingo, 13 de julho de 2014

15º Capitulo: We aren't Longer as Before. Parte Final.

(...)
 Desci as escadas depressa, cheguei à cozinha, pus o pé numa cadeira para colocar o cadarço para dentro do tênis de novo e depois passei a mão no assento para dar uma limpada.
- Vai sair? – meu pai apareceu na porta da cozinha, com seu habitual terno e sua gravata não presa.
- Vou à casa da Karol hoje – me aproximei e comecei a amarrar a gravata. – Por falar nisso pai, pode me dar dinheiro?
- Para que?
- Para eu ter oras, não precisa ser muito, é só porque to sem grana nenhuma mesmo. – soltei a gravata com uma versão bem feita do nó que aprendi dá quando ainda era criança. – Ta lindo como sempre! – sorri.
- Obrigado filha – me deu um beijo na testa –, mas não precisa me bajular para ganhar dinheiro – ri.
- Não era essa a minha intenção, juro.
 Papai foi até a cafeteira e pegou uma xícara de café recém preparado e enquanto bebia, tirou algumas notas soltas do bolso.
- É o que eu tenho agora – me entregou, peguei e eu contei 23 dólares.
- Tem 23, ta bom. Realmente não preciso de muito.
- Uma filha econômica era tudo que um pai poderia pedir a Deus! – ele ergueu a mão livre para o céu e eu ri.
- Vai nessa, praticamente é você que paga a gasolina do meu carro. Junta isso, com o que falta para pagar – eu não era rica e um Porsche era caro demais, logo, meu pai não poderia ter comprado de uma só vez, tinha que ser um pouco dividido – e ainda o dinheiro extra que me dá. Pensa bem pai, até eu começar a trabalhar, não sou nada econômica.
 Ele olhou para cima, como se pensasse e tomou os últimos goles de café, depois colocou a xícara na mesa e se voltou para mim.
- Pelo menos você não gasta em shopping – nós dois caímos na gargalhada, ele disse isso por causa da mamãe.
 Saímos de casa juntos, ele me ofereceu carona, mas resolvi andar um pouco mais de skate.
 Fui sem pressa até a loja que Justin e eu nos escondemos quando fomos perseguidos. Cumprimentei Angel no balcão e fui até uma porta na parte de trás, que daria numa escada semi escura até a parte dos fundos da casa que ficava em cima. Quando mal comecei a subir, Sra. Clark apareceu no topo, sorriu para mim e desceu, me encontrando no meio da escada.
- Oi Lua! Quanto tempo querida.
- Oi Sra. Clark, Karol está em casa né? Sabe, realmente faz muito tempo!
- Ela está sim, pode subir, Luka está com ela. Vou dar uma saída agora, deixei a porta destrancada.
- Obrigada Sra. Clark. Até mais ver! – continuei a subir os degraus.
- Até Lua, aparece mais vezes! – e ela a descer.
- Pode deixar – me virei e terminei de subir correndo.
 Abri a porta que dava na cozinha, andei devagar estranhando o silêncio. Saí do cômodo dando de cara com o sofá da sala, a TV estava ligada, Luka realmente estava lá e nenhum dos dois prestava atenção no que estava passando, afinal, estavam ocupados demais tirando a roupa um do outro.
 Soltei um som involuntário e os dois olharam para mim.
- Lua! – Karol exclamou surpresa.
 Não falei nada, apenas me virei e corri de volta para a porta dos fundos tropeçando numa cadeira enquanto Karol chamava meu nome e pedia para eu esperar. Como eles puderam fazer isso? Como? Desde quando isso estava acontecendo? Quem mais sabia? Corri escada a baixo, confusa e sem saber o que pensar.
- Lua! Deixa eu te explicar, por favor! – Karol estava atrás de mim, no meio da escada. Me virei para ela com raiva.
- Como vocês puderam fazer isso com a Hayley? Como Karol? – gritei.
- Eu posso explicar tudo Lua! Por favor! Não conte a ninguém! Por favor!
 Olhei para o topo da escada e Luka tinha acabado de aparecer, sem dizer nada, sabia que não tinha o que fazer por enquanto.
- Agora nós dois temos um segredo a guardar – disse a ele que assentiu, sabendo que eu estava me referindo ao que aconteceu com Gabe ontem no parque.
- Você deve estar me achando um monstro – Karol lamentou –, mas se você subir posso explicar o que aconteceu!
- Não quero explicação nenhuma! Não agora – disse com raiva quase aos berros.
 Me virei e saí dali.

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