Flashback
on.
“ – Eu não acredito! Não acredito!
Daqui a pouco os portões se abrem e nós temos lugares excelentes para ver
aquele lindo! E você veio!
- Você encheu meu ouvido por quase um
mês Harper, e ainda por cima, só vim porque seus pais não deixariam você vir
sozinha, ou eu teria que aguentar você lamentando pelo resto da minha vida.
- Você é incrível Lua! Eu te amo
sabia?
- E eu acho que deveria ser menos leal
aos meus amigos.
- Credo!
Harper ficou meio horrorizada com o que eu disse, mas não foi por mal, a
questão é que eu passei a maior tortura interna, uma verdadeira guerra
aconteceu dentro de mim para que eu não me sentisse mais culpada e nem impedida
de seguir em frente por causa do Justin, mas agora, eu estava prestes a entrar
no show dele.
- Os portões abriram!”
Flashback
off.
Pov's Bieber
Enquanto não chegávamos em casa, deixei minha
cabeça descansar no encosto e tentava não dormir, realmente estava morto! Quase
não consegui ficar acordado até que meu telefone tocou.
- Oi?
- Justin?
- Eu?
- Quase não reconheci a voz, você me
parece tão...
- Cansado? Pior que to Luka.
- Putz, acho que encontrei uma hora
ruim para dizer isso então.
- Dizer o que?
- Lua descobriu.
- Descobriu o que? Aquilo en...
- Entre Karol e eu.
- Você a contou?
- Quem dera.
- Karol disse então?
- Pior, ela viu.
Soltei
um palavrão baixo e de repente meu sono foi embora, eu precisava ver a Lua,
urgente.
- E como ela reagiu?
- Saiu correndo ignorando ou gritando
com Karol que foi atrás dela.
- E você não fez nada?
- O que eu poderia fazer Justin?
Naquela hora nada e agora ela não quer ver ninguém, quase despachou Karol a
chutes.
- Cara, to chegando em casa, vou ver o
que faço ok?
- Beleza, qualquer coisa me diz.
- Tranquilo.
Desliguei quase no mesmo momento que o carro
parou, abri a porta sem me importar com os outros ou dar satisfações a alguém,
apenas contornei o carro e esperei na beirada da calçada até alguns carros
passarem.
- JB!
Onde você vai cara?
-
Preciso ver a Lua, Scott!
-
Depois você vai lá filho, entra primeiro.
- Não
posso mãe, tem que ser agora – atravessei a rua sem nem olhar para trás, subi
as escadas da varanda correndo e pensei em bater na porta, mas apenas coloquei
a mão na maçaneta e como imaginei, ela estava aberta.
Entrei na casa vazia e a vi sentada na
cozinha, com uma perna flexionada e a outra esticada, uma das mãos estava
entorno de sua barriga enquanto a outra estava ocupada com uma xícara de café
próxima a sua boca, e encarava o nada com uma expressão vazia. Ela estava
pensando, provavelmente no que descobriu.
-
Você foi à casa da Karol, não foi? – assentiu de leve. – E descobriu tudo não
foi? – ele levantou o olhar para mim com uma sobrancelha erguida.
-
Você já sabia?
-
Luka me contou faz um tempo.
- E
por que não me disse nada?
-
Luka é meu amigo, não posso sair contando segredos dos outros assim, quanto
mais dos meus amigos. Outra que quem deveria ter te contado era ele ou Karol.
- É,
você tem razão – aproximou a xícara dos lábios de novo e voltou a posição
inicial.
O silêncio reinou durante um tempo, eu não
sabia se deveria falar e o que dizer ao certo, mas acabou que nem precisei.
- O
que aconteceu com todo mundo? – Ela começou depois de dar o último gole no
café, deixando a xícara na mesa. – A minha mudança e a sua eu até entendo, mas
e eles? – Ainda sim ela não me olhava. – Acho que a minha ida não deveria ter
os afetados, mas parece que afetou tanto quanto afetou a gente.
-
Acho que Luka sentiu falta de quem lhe puxasse as rédeas, aí Halle se entregou
por estar tão “apaixonada” e Karol desolada pelo termino com Nat e no primeiro
carinho se entregou. – Disse depois de alguns segundos de silêncio e mais
segundos de silêncio depois continuei: – Todos sentiram falta da amiga sensata
com o juízo no lugar e os neurônios fora – ela me olhou –, todos se
desesperaram e caíram no erro sem ninguém lúcido o suficiente para ajudá-los a
sair.
- Mas
eu ainda não sei como foram fazer isso uns com os outros! Justin! Nós somos
amigos há anos! Eles são amigos há anos. Por favor, como puderam destruir uns
aos outros em tão pouco tempo? – ela realmente queria uma resposta.
-
Luka me disse que Hayley e ele estavam brigando muito, numa briga mais séria,
Hayley foi viajar com os pais e coincidiu com o termino do Nat com Karol. Sem
nenhuma amiga, Karol foi contar com Luka. Dois arrasados se consolando, ou ia
dar nisso ou em suicídio – tentei fazer graça, mas não funcionou muito. – Eles
se beijaram, se sentiram culpado e disseram que jamais iria se repetir.
- Mas
aconteceu de novo – ela disse quase num fio de voz.
- E
de novo, e de novo, até que eles transaram e aí a coisa foi aumentando feito
uma bola de neve e de repente, passou esse tempo todo, nós voltamos e as coisas
estavam complicadas do jeito que estão. Claro que antes não tão pior quanto
ultimamente – ficou em silêncio e isso durou até eu notar que se eu não
continuasse não sairia mais nada. – A questão é, estavam todos numa mesma bola
de neve, ninguém de fora podia olhar. Se eu ou você estivéssemos aqui, não estaríamos
envolvidos como eles e saberíamos o que poderia ser feito.
-
Agora a culpa é minha? – ela me olhou zangada.
-
Não! A culpa não é minha, muito menos sua! A culpa é deles por terem deixado
tudo acontecer, mas Lua, tente entender, pessoa comentem erros e às vezes se
prendem nele. Você sabe o que eles devem fazer, eu também sei, agora eles
também sabem, mas não é tão fácil.
Ela balançou a cabeça.
- Eu
to pirando com essa notícia.
- To
percebendo.
- Não
to conseguindo ficar por aqui olhando eles, vendo tudo. A cena sempre vem a
minha cabeça.
- Bom
– cocei a nuca e desviei o olhar tentando dizer a ideia que me ocorreu – amanhã
eu viajo de novo, você sabe – a olhei brevemente e ela assentiu – bem que você
poderia ir comigo, vai ser...
- Eu
vou – ela me cortou, não quis saber sequer para onde. Pelo jeito, Lua só queria
fugir.
-
Mesmo? Sem voltar atrás? – A olhei surpreso e ela assentiu. – Sem nem querer
saber para onde?
-
Qualquer lugar é longe daqui. Eu vou.
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