Pov's Houston
“Brincar” com o Justin assim pode até não ser
certo, mas é divertido e tentador, vou confessar que adoro o ver tão
desnorteado e saber que eu causei aquilo. O provocar é divertido. Só que é
melhor quando não invade um senso de razão que ele não tinha e então dispara a
falar coisas mais realistas do que eu gostaria ou sem sentido.
Ele sussurrou algo no meu ouvido antes que eu
realmente pegasse no sono, e sua voz consideravelmente mais grossa tão baixa e
perto do meu ouvido fez com que um arrepio corresse por todo meu corpo e depois
me deixasse ainda mais confortável envolvida em seu abraço.
Acordei me sentindo bem, me espreguicei
esticando todo o braço e batendo o esquerdo com tudo na cama até que lembrei
que era para ter alguém ao meu lado.
O que era para ser um erro na frase: o “era”,
mas de fato, Justin não estava lá.
Abri os olhos e olhei para o lado, de fato ele
não estava. Franzi o cenho e procurei pelo quarto até o notar em pé perto da
porta, então me levantei, sentando na cama e encarando as costas nuas dele
ainda de testa franzida sem nem pensar – muito – no quanto maior aquilo estava,
Justin era magrelo, agora ele só ta seco, mas...
-
Justin? Algum problema?
- Acho
que sim, nossa tarde livre hoje furou.
- Por
quê? – ele se virou, mas não me olhou, apenas ficou encarando um pedaço de
papel que segurava, que ali de longe me parecia um convite daqueles de
casamento ou coisa parecida.
- Nos
convidaram para uma festa – ele me olhou.
-
Festa? Como assim nós? Não seria: você tem uma festa para ir?
- Não,
nós temos e acho melhor irmos.
- Mas
como Justin? E de onde saiu isso? Alguém descobriu a gente aqui? De quem é essa
tal festa?
- Acho
melhor você mesma ver – ele me entregou o papel.
- Você
está maluco? – gritei e levantei da cama num pulo depois de ler o “remetente” –
E tem a cara de pau de dizer que acha melhor nós irmos? – continuei a falar bem
alto.
- Você
leu o resto?
- Não
e nem quero ler! Nós não vamos!
-
Vamos sim.
- Eu
pelo menos não vou.
-
Quando eu digo “vamos” quer dizer que sou eu e mais alguém que esteja comigo,
nesse caso, você.
-
Justin! Não acha que é um pouquinho demais?
- Eu
sei que ela atormentou a gente muito...
- Não
– o interrompi – ela me infernizou!
- Eu
sei, eu sei.
-
Justin! Já parou para pensar que se não fosse ela poderíamos ter evitado muita
coisa?
-
Claro que já! Eu sei disso! Mas Lua, tenta entender! Ela sabe onde estamos, se
não soubesse isso não teria chegado aqui! Ela diz no convite que se não formos
virá nos ver e te conhecer.
- Ah
ótimo! E ela ainda não sabe que sou eu com você, sério, não sei se devo achar
isso bom ou ruim, afinal, você quer ir e me carregar junto para o covil dela!
- É
uma festa a fantasia! Ela não vai de reconhecer.
-
Justin! É a Louise! Eu a conheço desde o que? Desde os meus dois anos de
idade!?
- Quer
saber? Você decide! A gente pode ir só para dizer e vir embora logo ou ficar de
bobeira “em casa” até que ela resolva aparecer do nada! Você escolhe – que
merda, nunca gosto quando Justin tem razão.
Bufei involuntariamente e só aí percebi o bico
que fazia. Ora, era mais do que obvio que eu estaria com medo, gente, é a
Louise! E o pior, eu não conseguia imaginar que droga ela faria se descobrisse
sua “pior amiga” de volta com o cara que ela sempre quis – para arrancar de
mim, mas queria – e que agora ainda era famoso.
Mas o cara famoso em questão, infelizmente
tinha razão, podíamos muito bem não irmos na festa e ir atrás do meu Mc’Lanche
que ele me devia, para ela aparecer aqui, de repente e descobrisse tudo. Se eu
fosse, poderia disfarçar, maquiagem, máscara, cabelo diferente... poderia até
dar certo se eu também não falasse nada, mas também tinha chances de dar
errado.
Eu
realmente detesto quando ele tem razão.
- Você
não é a única que pode estar certa Lua – ele respondeu como se lesse o que eu
estava pensando.
- Isso
eu sei, o meu problema é você estar certo.
- E
isso quer dizer? – o olhei bem desagradada, com os olhos semicerrados.
- Vou
escovar os dentes e trocar de roupa para ir atrás de uma maldita fantasia.
Peguei uma roupa e fui para o banheiro,
escovei os dentes e lavei a cara – o que não tirou a minha feição malcriada –, troquei
de roupa, arrumei o cabelo que mais parecia um ninho e saí do quarto.
- Vou
pedir para um segurança ir com você, pode ser?
-
Desde que ele fale francês, por mim tudo bem – dei de ombros.
- Vou
ligar para o Kenny então.
Guardei meu pijama na bala e peguei a minha nécessaire
e passei só um lápis de olho e joguei dentro da mala de novo quando Justin
voltou.
- Eles
estão vindo, Kenny vai me mandar uma mensagem quando pudermos descer. O Jake
vai com você – estremeci.
- Eu
gostava muito desse nome, Jake, agora tenho tanto nojo.
- Por
quê? – ele me olhou com a testa franzida.
-
Aniversário de 15 anos da Kelly, lembra?
- Ah
claro! O cara que te agarrou.
- E
que você, Taylor e Erik me protegeram dele – certa raiva passou, bem rápido,
pelo rosto do Justin, aquele dia foi estranho, ele deu dois socos se me lembro
bem naquele brutamontes, eu tinha ficado assustada.
De
fato, essa parte da noite não é uma boa lembrança.
- Ele
era amigo do seu ex-namordinho né?
- Não,
ele era amigo de faculdade do Erik.
-
Então, ele mesmo.
- Eu
nunca namorei com o Erik, você sabe disso, Louise não deixou. Eu só perdi a BV
com ele.
- Você
o que? – ele praticamente gritou. – Por que não me contou isso antes? – e nesse
exato momento o celular dele apitou e eu sabia exatamente porque. Ele olhou no
celular e depois me encarou ainda com um uma mistura de raiva e surpresa nos
olhos.
Sorri
provocando, de novo. Duvido que dessa vez ele estivesse gostando desse sorriso.
- E
por um acaso, alguma vez você perguntou? – peguei meu celular e passei por ele.
- Lua!
-
Tchau Justin.
Entrei no elevador rápido e apertei
freneticamente o botão como se assim as portas fossem se fechar mais rápido, eu
não queria que Justin me alcançasse e tivéssemos uma discussão feia dentro do
elevador.
Quando
saí do hotel tinha um cara apoiado em um carro preto com as janelas escuras
como. Ela era consideravelmente alto, só um pouquinho mais alto que Justin, mas
dava três dele em relação a músculo, o cabelo tinha um corte moderno e meio
bagunçado e arrepiado puxada para a cor de areia – mais ou menos – e os olhos
tinham o mesmo tom de castanho. Quando me viu, ele sorriu e então eu descobri
que tinha um sorriso perfeito e branco. Deuses! O cara era a perfeita copia de
Apolo! Talvez seja por isso que gostei dele assim que vi.
-
Jake? – perguntei.
-
Srta. Houston?
- Qual
é! Sou a garota do Justin, mas não sou besta como ele – abriu a porta e eu
entrei no carro. Ele então deu a volta e entrou no banco do motorista. – Fala
francês certo? – assentiu. – Então pisa fundo, quero deixar a discussão para
mais tarde.
-
Desculpa a pergunta indelicada senhorita.
- Por
favor, sem senhora, senhorita, nem mesmo me chamar pelo sobrenome ok? Lua,
apenas isso. Detesto essas “formalidades” – ele disfarçou o riso. – Vai,
pergunta.
-
Vocês brigaram?
- Pois
é, sou um poço de ignorância ambulante e cada dia estou pior, isso está me
irritando e essa festa a noite não me agradou em nada.
-
Vocês conhecem a dona da festa?
- Sim,
conheço bem até demais. Vem cá, você sabe onde tem lojas de fantasias por aqui?
- Sei
sim.
-
Cara, gostei de você. – sorri.
- Isso
é bom – ele sorriu também. – Desculpa continuar com as perguntas indelicadas,
mas...
- Para
de pedir desculpas e desembucha logo.
- Por
que não quer ir à festa?
- Eu
sou medrosa desde sempre! Justin sabe disso! Não sei porque insistiu – ele
franziu a testa, claro, eu não tinha respondido a pergunta. – Olha, vou te
contar a história...
-
Espera aí, você não tem medo de me contar e isso se espalhar?
- De
ter eu tenho, mas se sair na mídia todo mundo vai saber que foi você, então o
problema vai ser seu.
-
Nossa! Nunca imaginei o Sr. Bieber com uma garota como você.
-
Deixa eu adivinhar, nada fofa? – ele me olhou pelo retrovisor não querendo
admitir que era isso o que pensava. – É, eu até era fofa.
- E o
que aconteceu?
- A
heart breaker when I was little, but I'm bigger, I'm bigger [Um
quebra-coração quando eu era pequeno, mas agora eu sou maior, eu sou maior]–
ele riu. – Vou te contar enquanto a gente não chega.