quarta-feira, 30 de abril de 2014

13º capitulo: Headline. Parte 3.

Peguei minhas roupas jogadas e entrei em casa sem me preocupar em molhar o chão. Parei próximo a porta, olhei para todos os cantos e ouvi um barulho vir da lavanderia então fui até lá – era em frente a cozinha, que era o último cômodo antes da área da piscina, então não molhei muito – e encontrei a Lua vestida apenas com a blusa dela, que já estava bem molhada, toda esticada para pegar uma toalha na prateleira de cima.
- O que fez barulho? – ela me olhou ainda de ponta de pé e com a mão esticada até a prateleira. Depois sorriu sem graça e se acertou.
- Um produto de limpeza, mas já coloquei de volta no lugar. Hum... me dá uma toalha?
- Precisava nem pedir amorzinho – sorri. Fui até ela e peguei duas toalhas, uma para cada um, e a entreguei.
- Valeu.
- Tira essa blusa, ta toda molhada.
- Lá em cima eu troco, não quero ficar sem roupa por aqui.
- Ué, deu para ficar tímida agora? – Ri. – Na hora de arrancar a roupa e pular na piscina não pensou duas vezes né? – ela também riu.
- Aí que está amorzinho, se eu tivesse pensado, não teria feito – sorriu de lado, depois mordeu o canto da boca. – Droga, to sentindo frio, não era para eu ter colocado essa blusa agora! – Resmungou.
- Veste essa – joguei a minha camiseta para ela e continuei a enxugar a cabeça com a toalha.
- E o que eu faço com a molhada?
- Deixa aqui que ponho para lavar.
- Ui, diz ele que é prendado – brincou.
 Ela deixou a toalha branca de canto e deslizou a blusa pesada de molhada para cima e a tirou, estremecendo de frio. Pegou a toalha de volta e continuou a enxugar o corpo e eu me encontrei imóvel, olhando a cena como um babaca prestes a babar. Colocou a minha e passou a enxugar de qualquer jeito o cabelo, bagunçando todo e fazendo uma careta para mim.
 Não resisti, larguei a minha toalha de lado, voei para cima dela e a beijei, a abraçando pela cintura e a arrastando até uma espécie de mesa que tinha entre as maquinas de lavar, a puxei para cima e a sentei. Ela logo envolveu as penas entorno a minha cintura e seus braços no meu pescoço, acomodando os dedos em meu cabelo embolado ao mesmo tempo em que levava meu corpo mais próximo ao dela, e eu a trazia para mais perto, sem distância nem frio.
 Logo me senti ainda mais descontrolado, mas ela não continuaria, eu sei que não. “Só mais um pouco”, minha mente dizia ao mesmo tempo que tentava me convencer a parar agora.
- Você não vai continuar, não é? – Tentei dizer, mesmo ofegante, entre o beijo.
- Isso não importa agora – ela caçou meus lábios de novo, me beijando com um gostinho de desespero.
- Importa sim – me afastei, fui para o outro lado da sala, virado para alguma quina e com as mãos apoiada em duas maquinas de lavar. Respirei fundo tentando manter o controle e me acalmar.
 E ela riu. Simplesmente gargalhou alto depois de um tempo, entendendo perfeitamente a situação em que eu me encontrava.
- Está com fome? Bom, eu estou – começou a dizer como se não tivesse acontecido nada. Ouvi seus pés encontrarem o chão. – Então vou preparar algo para a gente comer enquanto você controla o “Jerry” – aposto que dava o sorriso mais cínico do mundo, arght, como ela conseguia isso? Me deixava assim tão...
Espera, ela disse o quem?
- Como você sabe disso? – fui atrás dela, que já tinha pegado algumas coisas atrás da geladeira quando parei do outro lado do balcão da cozinha.
- Ah, qual é. Toda Belieber sabe.
- Mas você não é uma Belieber.
- Pior, eu namoro o dono do Jerry – ela riu de novo. – Isso é muito broxante sabia? – Abaixei a cabeça corando violentamente.
- Elas que colocaram.
- Eu sei disso, mas não deixa de ser broxante.
- Então é por isso que não me dá uma chance? Porque acha broxante meu...
- Não – ela logo me interrompeu. – Não, não tem nada a ver com isso.
- Então por quê?
- É legal.
- É legal me deixar louco assim? – Perguntei indignado. – Que consideração você tem por mim.
- É legal me pegar com você e desculpa, mas é engraçado a maneira que perde o controle – ela sequer olhava para a minha cara, só ficava de costas mexendo com alguma coisa que eu não conseguia ver.
 Fui até ela, e a abracei pelas costas.
- E se uma hora eu não desistir?
- Você não vai seguir enfrente Justin – comecei a beijar o pescoço dela, depois a virei e beijei seus lábios disposto a não parar, mas ela continuava completamente estável. Correspondia como todas as outras vezes, mas parecia que agora era mais “irônica”, como se estivesse me beijando apenas para saber quanto tempo eu me mantenho firme. Me beijava convencida, sabendo que eu ia parar.
E foi exatamente isso que fiz.
- Por que diabos com você sou tão frouxo? – ela riu.
- Não amor, tu não é exatamente frouxo...
- “Não exatamente” – repeti em resmungos e emburrado.
- Não. Você me respeita Jus, só isso, você me ama e me dá o espaço que preciso – eu estava encostado no balcão, com as mãos escoradas no mármore e o rosto virado, completamente frustrado e ela se aproximou, pôs delicadamente as mãos na minha cintura nua e me fez a olhar. – Você não é frouxo Bieber, ou melhor, de é, até que é. Se fosse qualquer outro já tinha dado um jeito, mas, você não, e é por esse motivo que estou com você e não com “qualquer outro”. – Me deu um beijo. – Não se preocupe ok? – Outro beijo. – Tudo tem seu tempo, calma.
- Você – passei meus braços pela sua cintura e a aproximei de mim –, vê se para de me enrolar – ela riu.
- Um dia – sorria – agora que tal comermos alguma coisa? Precisamos ir dormir logo né, quero ver aguentar sua rotina agitada de astrozinho teen, dormindo tarde e ainda com fome.
- Também não sei como vou aguentar, você me deu um canseira hoje.
- Então vamos comer amorzinho – ela se afastou de mim, se virando para onde estava antes.
Sentamos, comemos e rimos como se não tivéssemos absolutamente nada com o que nos preocuparmos. Depois arrumamos o que bagunçamos e subimos. Eu já sentia o cansaço eminente passear pelo meu corpo, espero que meus compromissos sejam em uma hora que eu consiga acordar.
 Lua já estava evidentemente cansada também, se embolava no que dizia e bocejou incontáveis vezes da cozinha até o meu quarto. Quando chegamos, ela pegou alguma roupa no meio das coisas dela e se dirigiu até o banheiro anexo.
- Dorme assim, você está tão linda.
- E molhada – respondeu, sem nem me olhar, poucos antes de entrar no banheiro.
Aproveitei e troquei de roupa logo também, uma calça de moletom e uma regata branca para dormir mesmo e me deitei na cama. Estava quase dormindo quando ela saiu do banheiro, ta que ela demorou um pouco, mas não tanto para eu já dormir se não estivesse tão cansado.
 Usava uma blusa branca de alças azuis que tinha uns desenhos e algumas coisas escritas que não me importava, e um short que era muito curto no mesmo tom de azul da alça da blusa.
 Com certeza, vê-la amarrar o cabelo com aquela roupa curta me deixava mais acordado do que esperar no meio do escuro. Quase acordado demais para estar disposto a passar a noite toda acordado...
- Cuidado babar amorzinho.
- Vem cá comigo logo então – ela se aproximou e deitou ao meu lado.
- To morta!
- Somos dois shawty – nos aconchegamos de baixo dos lençóis, um no outro. – Boa noite meu anjo – sussurrei no seu ouvido.

- Boa.  

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