Pov's Bieber
Saí do colégio com umas 17 cartas a mais, de
fãs na mochila e uns 7 perfumes femininos misturados ao meu, no mínimo! Essas
coisas não aconteciam – tanto – quando Lua está por perto, mas ela me abandonou
na última aula sei lá por que. Quando ela está comigo, ao invés de 20, só 10
meninas se aproximam na cara dura – não sei porque, já que Lua apenas ri da
minha cara e me zoa o resto do dia, talvez tenham medo de que ela quebre o
nariz delas como fez com Louise a dois anos atrás.
Mal sabem elas que Lua sequer é ciumenta, nem
como amiga, nem como namorada, muito menos como quase namorada.
Do lado de fora não tinha tanta gente
aglomerada no pátio, consegui encontrar Lua com os olhos. Ela estava ao lado do
portão, rindo feito louca junto com Kyle, eles conversavam animados e o assunto
parecia render bastante.
Eu gostava desse cara, gostava, mas ele já
está começando a me dar dor de cabeça – sim, estou com ciúmes e não nego.
Fui até os dois, andando depressa para que
ninguém me parasse – o que foi em vão, mas não totalmente – e quando me
aproximei, resisti ao impulso de abraça-la pela cintura, de qualquer modo, Kyle
sabia da nossa história, mas ainda sim tenho ciúmes e que se dane.
-
Obrigado por ter me abandonado Srta. Houston! Agora vai ter que me ajudar a dar
um jeito nessas mil cartas na minha mochila – ela me olhou confusa por alguns
segundos, afinal, não me viu aproximar, depois riu.
- De
nada Sr. Bieber. Deveria agradecer ao amor das suas Beliebers – disse sorrindo
e segurando uma das alças da mochila, a que estava no ombro.
-
Todos os dias! Mas agora vamos antes que me ataquem.
-
Neurótico! – riu. – Tchau Kyle, a gente se fala depois!?
-
Beleza. Tchau – ele respondeu.
-
Tchau cara.
-
Tchau – disse e ele respondeu já se afastando, assim como nós. – E esse cara...
-
Amigos – ela me cortou –, apenas amigos nada mais do que isso.
- Você
disse a mesma coisa do Taylor.
- Por
favor Justin, sem crises de ciúmes – disse sorrindo.
- É
mais forte do que eu, você sabe.
Andamos de pressa, já foi o tempo que
conseguíamos andar com calma e fazer o que quiséssemos na rua, desde aquele dia
da perseguição dos paparazzis, Lua e eu estávamos mais cuidadosos, mas somos
adolescentes irresponsáveis de um jeito ou de outro, o que queríamos mesmo é
nos agarrar sempre que tivéssemos vontade sem se importar com o lugar. E essa
vontade surgia várias e várias vezes durante o caminho.
- O álbum está pronto?
-
Quase, falta só algumas produções serem terminadas e pronto, lançamos logo antes
que todas as músicas sejam lançadas como singles e os CD mesmo nada.
- São
quantas músicas?
-
Doze, duas são Bonus Track.
-
Quais eu já conheço? – franzi o cenho, pensando.
- A
“Stuck In The Moment” que foi a que fomos a Atlanta gravar, e a “Overboard” que
você cantou comigo, “Kiss & Tell” que foi a do show de talentos e “Up”, que
foi a que eu citei na piscina.
- Acho
que eu lembro. A minha música está nesse CD? Não ouvi ela no primeiro.
- Mas
todas são para você.
- Não
Justin, aquela música!
- Qual
louca? São tantas.
-
Aquela Justin! – ela começou a olhar para todos os cantos e um som estranho
começou a sair do fundo da garganta, até que começou a ganhar ritmo. – Holding your hand... laugh... be me so sad –
mais alguns múrmuros – this is so wrong,
I can’t go on, till you believe... – ela me olhou.
- That Should Be Me.
- Essa mesmo! Está
no álbum?
- Não.
- E
por que não?
- Não
tive coragem, é uma música particular demais.
-
Particular para quem? É uma música sua Justin, suas fãs merecem ouvir, afinal,
ela é ótima! Como todas as outras.
- Mas
ela não é como todas as outras, foi escrita mais especialmente do que todas as
outras. Ela é sua Lua, não teria coragem de por no CD.
- Ok,
e eu preciso o que? Assinar uma autorização para você tocar? – ela me olhou
impaciente, parou na porta da minha casa e se virou para mim. – Justin, lança a
música, aposto que vai fazer sucesso, ela é sua! Você escreveu e se precisa que
eu diga que está tudo bem, então eu digo, está tudo bem você tocar! Agora trate
de ver com aquele seu produtorzinho e providenciar essa gravação logo! Nem que
eu tenha que fazer uma procuração e esfregar na tua cara – ri e ela arqueou a
sobrancelha. – Entendeu?
- Ok.
Ok! Agora vamos entrar, vem!
Passei a sua frente e abri a porta, sendo
seguido por ela. Eu tentava, sequer, segurar a mão dela na rua depois daquela
perseguição e mais os flagras que sempre aparecem nos jornais, mas, dentro de
casa estávamos mais seguros, então fechei a porta e em um movimento rápido, a
puxei pelo braço, a abracei pela cintura enquanto ela passou os braços pelo meu
ombro segurando minha nuca com uma das mãos. E ficamos nos agarrando ali mesmo,
até minha mãe me gritar.
- Eu
ouvi vocês chegarem! Parem de se agarrar na frente da porta e Justin, vem cá! –
Lua estava meio inclinada para o lado de frente da casa e eu de costas para a
porta. Então apenas a parei de beijar e levantei a cabeça, mas minha mãe não
estava nos olhando. Pelo menos não naquele momento.
Nos pomos direito em pé, recuperando o ar.
- Vou
lá ver o que ela quer – apontei para a cozinha já andando até lá.
- Vou
ficar aqui na sala de bobeira – Lua entrou na sala e deu tempo de eu a ver
pulando as costas do sofá e cair sentada.
Cheguei à cozinha e ouvi a TV ser ligada.
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