E mais uma vez dentro de um avião, dessa vez eu sentia um enorme frio na
barriga, eu estaria de volta, depois de um ano, confesso que achei rápido,
apenas um ano e não foi tão ruim esse tempo que fiquei longe, mas eu nunca vou
esquecer o que senti quando meus pais disseram que poderíamos voltar para
Stratford, e aqui estou eu, prestes a pousar no meu lugar.
Flashback on:
- Me conta mais uma vez como Ele era!
- Para que Harper? Toda semana você me pede isso.
- Você fala tão bonito Dele. Afinal, você nunca me disse o nome do dito
cujo.
- Para que? É apenas um detalhe.
- Ah! Fala Lua! Pelo menos então diz sobre Ele.
- Quer que eu comece por onde?
- Pode ser pelos olhos... É dessa vez pelos olhos – os olhos da minha
amiga brilharam e eu revirei os meus rindo da situação.
- Os olhos Dele eram uma coisa de outro mundo, era perigoso, eu me
perdia completamente, não via as horas passar, se ele resolvesse sorrir, aí que
era um desastre! Muito, realmente muito, perigoso.
- Por quê? – ela me perguntava como se não soubesse.
- Não iria resistir, eu faria o que seus lábios dissessem, desistiria de
mim por ele.
- Que ruim!
- Não, era bom. Seu sorriso era perfeito, podia viver dele. Com aquele
sorriso ele me tinha nas mãos.
- Que lindo – seus olhos verdes brilharam ainda mais – deveria ser só o
rosto também – ri.
- Harper! Para! Você sabe que não!
- Então continua sem eu precisar perguntar!
- Ok, ok. Hum... Ele era perfeito em um todo, seus olhos me
hipnotizavam, seu sorriso me dominava, como se não bastasse Ele fazia e dizia
coisas que me faziam sair do chão, Ele tinha o controle total sobre mim, não
importa quanto eu parecesse, sempre, sempre eu me importava com Ele, o que
fazia, dizia ou sentia. Meu mundo, simplesmente de repente, passou a girar
entorno Dele, meu coração simplesmente não bate quando estamos longe.
- Está batendo agora, você está viva.
- Você entendeu Harper! – ela sorriu.
- Sabe Lua, você o descreve com tanta perfeição, às vezes acho que ele
nem existe, você simplesmente mistura esses montes de livros que sempre lê e
diz que é o seu garoto perfeito – eu voltava para casa da biblioteca, com o meu
“Ladrão de Raios” numa mão e a minha melhor amiga nova yorkina, Harper Collins,
me enchendo de perguntas sobre o amor da minha vida do Canadá. Pior, ela
conhecia e nem sabia.
- Não Harper, por mais estranho que pareça, Ele é real, ainda é, eu
acho.
- Acha?
- Já se passaram um ano Har, e não nos vemos desde que vim para cá, todo
mundo muda, se eu mudei o que garante que Ele não? Essa minha vinda também, foi
um grande passo para que mudanças acontecessem.
- Mas, nos conhecemos há um ano e você nunca me disse o nome Dele, nem
me mostrou foto ou coisa do tipo – para que? Ela tem tantas.
- Já disse, nome é apenas um detalhe – paramos enfrente ao meu prédio,
ela morava a alguns quarteirões dali. – Agora é melhor eu ir para casa, meus
pais devem estar preocupados já, meu pai então! Sem comentários! Sabe como é o
Sr. Philip Houston! – rimos.
- Oh se sei! Aquele dia da festa achei que ele iria voar em cima de mim
por ter te atrasado um pouquinho.
- Pouquinho? Você me enrolou por três horas! Cheguei em casa quase
quatro da manhã – ela riu.
- Certo, muito. Agora tchau. Até mais.
- Até mais Har!
Subi as escadas do meu prédio
vermelho de tijolinhos o mais rápido que deu, esperei o elevador – que demorou
pela minha pressa – e logo cheguei ao meu andar, abri a porta do apartamento e
meus pais me esperavam na mesa de jantar.
- Cheguei.
- Lua, preciso falar com você.
- Ih sempre que ouço isso nunca é bom – fui até lá – sem contar que a
última vez que você me disse isso eu tinha que escolher entre vir para
Manhattan ou continuar em Stratford.
- A situação não é muito diferente agora – meu pai mal me olhava
enquanto falava, já minha mãe não desviava os olhos de mim.
- Para de enrolar pai, fala logo.
- Parece que um tal de... agora eu não me recordo o nome, mas o
sobrenome é algo como, Beatles...
- Beadles – corrigi e cheguei a sorri só de lembrar do meu pestinha,
Christian.
- Isso. Parece que esse tal de Beadles, foi contratado pela empresa para
exercer o mesmo que eu, mas precisariam de mais alguém já que a produção dobrou
então me chamaram para voltar.
- Isso quer dizer que meu Chris vai para Stratford? – meu pai pareceu
não entender. – Melhor, quer dizer que nós vamos para Straford? – agora sim
meus olhos brilharam.
- Se você quiser – dei um pulo da cadeira.
- E quando vamos? – eu tinha quase certeza que meus olhos brilhavam sem
contar que estava com um sorriso de atravessar o rosto.
- Final de semana que vem se preferir – gritei e pulei de felicidade.
Meus pais riam e sorriam de mim.
- Droga! Sempre têm a parte difícil – parei de pular.
- O que você quer dizer? – minha mãe perguntou.
- Joe.
Flashback off
Lembro que voei para dentro do
meu quarto, mas o resto da lembrança de nada importa agora, o que eu realmente
deveria me importar era que o avião estava prestes a pousar, estava com um frio
na barriga de dar medo. Eu estava de volta depois de um ano.
- Pronta? – meu pai perguntou.
- Mais do que nunca – segurava firme no braço do assento, meu sorriso
era de doer às bochechas e enfim o avião pousa, dando aquela sensação estranha,
um frio na barriga ainda mais forte.
Queria correr dali, sair do
avião, pular caso a escada ainda não estivesse lá, mas tentei disfarçar o
sorriso, ficar calma e esperar algumas pessoas saírem, mas graças a minha
ansiedade tudo isso demorava, eu sussurrava “anda”, “rápido” e “lerdos”
enquanto revirava os olhos e batia o pé no chão cheia da pressa. Já estava
ficando com pena do boné roxo em minhas mãos – se fui com ele, nada mais justo
do que voltar – já que o torcia, então o coloquei na cabeça com a aba virada
para trás e passei a bater o pé em um ritmo mais acelerado até que pude entrar
no corredor. Respirei fundo e andei normalmente, desci as escadas devagar mesmo
querendo correr. Acertei minha mochila, que havia levado como bagagem de mão,
nas costas enquanto esperava a minha mala maior passar na esteira, aquilo
estava me matando, parecia que tudo demorava mais. Enfim ela veio, toda azul
marinho, é grandinha até, a peguei e abri a paradinha que eu nunca soube o nome
para poder arrastá-la por aí até chegar em um taxi, mas minha mãe tinha que
esperar o dobro de malas que havia levado para Manhattan, o que demorou e
aumentou ainda mais a minha ansiedade.
Eu queria voltar para minha casa.
Andei pelo aeroporto
aparentemente tranquila, mas analisando cada centímetro quadrado até achar
alguém que eu conhecia, daí sorrir foi inevitável, todo o sorriso que eu
controlava se soltou de uma vez forçando as minhas covinhas rasas aparecerem.
Todos os quatro sorriram para mim, fiquei em duvida de quem abraçar primeiro, fiz
mamãe mandou e eles riram disso. Quando meu dedo escolheu o primeiro para ser
abraçado, soltei a mala e fui em direção a minha ex-ruivinha.
- Halle.
- Lua! Que saudades! – nos abraçamos forte.
- Eu também estava – me soltei dela e fui abraçar a Karol do seu lado.
- Você vai ser o último – disse ao serzinho que estava ao outro lado da
minha, agora, ar... minha guria de cabelo laranja e abracei firme a minha outra
melhor amiga.
- Na verdade todos nós estávamos! – Luka disse enquanto eu já ia dar o
meu abraço apertado. Depois me afastei e fiquei encarando os quatro.
- Eu também estava morrendo de saudade de todos vocês! – um certo
baixinho, mais novo pigarreou. – Não esqueci de você Chris – ele sorriu fazendo
as covinhas aparecerem. – Ah! – gritei. – Você tirou o aparelho! – voei para
cima dele toda animada, com um sorriso na cara enquanto todos riam da minha
histeria.
- Bom te ver também Lua! Só não gostei de ter me deixado por último – me
afastei.
- Para de show pestinha. Agora vamos morar pertinho! E eu tenho que
agradecer seu pai, graças a ele voltamos.
- Como assim?
- Meu pai vai trabalhar com ele anta!
- Ah! Que máximo! – ele disse todo mais empolgado.
- Own que saudades! – disse depois de um tempo em silêncio e fazendo uma
rodinha abraçando todo mundo. Me deu vontade até de chorar.
- Fantasminha...
- Você ainda lembra disso Chris! – ri.
- Nunca esquecerei – acabou que todo mundo riu – continuando: Justin
viria aqui ao aeroporto, mas, teve uns problemas em Atlanta e ele acabou
atrasando.
- Hum – tentei não dar importância, caso contrário iria gritar para quem
bem quisesse ouvir que iria o matar por não ter vindo, do jeito que eu estava
atacada, sim eu iria gritar e isso não daria muito certo.
Olhei para cada um ali, e todos
me encaravam atentamente.
- Que foi?
- Sei lá... Justin – Hayley disse dando de ombros, o resto assentiu e
também deram de ombros.
- Nháh! – juro que estava tentando dar o mínimo de importância
possível.
Cumprimentei os pais dos meus amigos, Sr. e
Sra. White, Clark, Brass e conheci os Beadles. Na hora de ir embora, minha mãe
foi com os White, meu pai com os Brass e eu acabei tendo que ir com os Beadles,
caso contrário, Christian iria fazer um escândalo, o que era bem capaz e
também, eles moravam mais perto da minha casa, foi melhor, mas acabou que
chagamos todos ao mesmo tempo.
Me despedi e entrei na minha
antiga casa, meus pais foram na frente e eu fiquei para fechar a porta. Ela
estava com um leve cheiro de mofo, alguns moveis já estavam no lugar, mas os
eletrodomésticos como a televisão e a geladeira chegariam ainda hoje, daqui a
poucas horas, a minha nova velha casa estaria cheia de caixas e coisas espalhadas,
mas mesmo assim, fiquei que nem besta parada na sala lembrando de tudo e até
mesmo do meu último dia ali.
- Mãe! Vou para o meu quarto – subi as escadas e abri a porta repintada
de branco.
O meu quarto ainda era em um azul
bebê, e dessa vez mais forte já que reformaram toda a casa antes que pudéssemos
voltar definitivamente. Eu ainda sentia o cheiro de tinta fresca. Meu quarto
fora pintado ontem e minha cama mais meu guarda roupa estavam montados. As
estrelinhas florescentes no teto foram retiradas e permaneceu apenas uma
iluminaria simples. Nas paredes foram colocados – pintados, ou sei lá como –
adesivos decorativos na cor branca, eram flores, gatos e mais cabos com folhas
e pequenas flores. Estava lindo.
Guardei minhas coisas no meu
guarda-roupa novo – preto e branco, com porta de correr e um enorme espelho na
porta do meio – e na minha escrivaninha coloquei o notebook – dessa vez o único
computador que eu tinha –, mas senti falta do meu violão, que droga, por que eu
tinha que perdê-lo? Agora, do jeito que meus pais são enrolados, nem sei quando
ganharei outro!
Depois de tudo mais ou menos
jogado e socado dentro das gavetas, deitei na cama imaginando o que seria
diferente dessa vez, mal estava acreditando que era Stratford enfim! O que deixei
para trás em Manhattan nem se compara ao que eu havia deixado para trás aqui no
Canadá. Em Nova York, deixei a Harper, minha única e melhor amiga de lá e uma
conta na biblioteca na qual há uma lista enorme de livros que eu havia pegado –
vamos dizer que Manhattan não tem muitas coisas que pessoas como eu gostavam de
fazer, como nunca gostei de compras, quando não estava em um coffee, ou em alguma lojinha de cupcake, estava na biblioteca fuçando em
meio de prateleiras e mais prateleiras de livros velhos e outros nem tanto.
Dormi.
------------------------------
SURPRISE! Postei agora porque... sei lá, porque deu vontade de postar agora. Ainda não tenho uma sequencia para posts como eu fazia com a TSBM, a I'm Here ainda nem ta terminada e eu to meio ocupada com outra história então não to conseguindo dar total atenção, mas estou tentando.
Resumindo: Vou postar quando der na telha.
Obrigado a quem está seguindo <3
Valeu por não me abandonarem <3
Valeu por não me abandonarem <3
Obrigado por dar as caras <3
Valeu pelos comentários <3
Só posso dizer que espero que vocês gostem da I'm Here assim como gostavam da TSBM, mas as coisas aqui estão um pouco... diferentes!
Enfim! Até o próximo post!
Por que tudo que tudo que você escreve tem que ser tão viciante? Entro aqui quase todos os dias -se não for todos-, e espero por algo novo. Está tudo perfeito e só no primeiro post... Poste o mais rápido possível.
ResponderExcluirE o justin agora é famoso :D
ResponderExcluirEsses parecem nunca poderem se resolver de vez eim kkkkkk
Completamente viciada :D
Continua logo :D
OMFB!! Vamos ver se eles conseguem se acertar agora né \o/
ResponderExcluir