(...)
-
Lua! Anda! Estamos atrasados!
- Nem
estamos! Faltam duas horas para meia noite ainda. Vamos chegar esse ano,
relaxa.
- O
que tanto faz aí em cima?
-
Tentando encaixar o tênis!
- Não
acredito que vai de tênis!
- Não
acredito que ainda me diz isso.
- Ok,
Ok...
-
Encaixa! – praticamente gritei com o tênis, como se ele fosse ouvir.
- Por
que você não amarra? – minha passou reto pelo corredor.
- Eu?
Amarrar um all star? Nunca! Amém! Encaixou! – levantei, dei alguns passos para
lá e para cá para vê se estava frouxo, depois saí do quarto correndo pelo
corredor até o quarto dos meus pais. – Pronta.
-
Agora espera – minha estava sentada enfrente ao espelho da penteadeira
retocando a maquiagem feita há nem 20 minutos atrás.
-
Estamos atrasados! – fui irônica ao dizer.
- Nem
estamos! Faltam duas horas para meia noite ainda – e minha mãe também ao
responder.
-
Espero vocês lá em baixo – gritei já correndo até a escada.
- Ok
– e minha mãe gritou de volta.
Fui até o quarto só para pegar o celular,
então mal entrei, depois desci as escadas e me joguei no sofá. Fique brincando
com o celular, entrei na internet e fiquei jogando palavras fora no twitter,
dizia qualquer coisa, cantava o que vinha à minha cabeça, enfim, fique fazendo
nada.
- Com
que casaco você vai? – minha mãe parou no pé da escada e ficou me encarando, mas
eu não tirava os olhos do celular.
- Com
o marrom.
- Mas
você foi com ele no natal.
- E
vou de novo.
- Por
que vai repetir?
-
Qual o problema de repetir?
- Tem
que ter roupas novas – agora a olhei.
-
Mãe, é festa de Ano Novo e não de Roupa Nova – depois voltei para o celular –,
além do mais não tenho qual outro usar.
-
Claro que têm, aquele meio bege que eu comprei para você no inverno passado,
você nunca usou, é uma boa.
-
Mãe! Aquilo não tem nada haver comigo – agora ela tem a minha total atenção.
-
Claro que tem, super combina com você.
- Ah!
Combina muito, aquele troço todo chique e eu com all star, calça jeans e
camiseta.
-
Troca – ela sorriu. Essa ideia realmente passou pela cabeça dela?
-
Fico sem combinar, mas não troco meu all star – levantei do sofá com os olhos
semicerrados para ela. – Você venceu – dita essas palavras, ela me deu espaço
na frente da escada para eu passar. Subi correndo e quase entrando no meu
quarto vi meu pai vindo em direção contraria.
- Já
está pronta Lua?
-
Estava, agora sua mulher me mandou pegar outro casaco. Sorte é que eu puxei a
ti e não a ela.
- Por
quê?
-
Porque dona Anna trocaria cada peça de roupa só por um casaco, como a mesma
sugeriu – ele riu.
- Que
sorte que você não é a sua mãe – ele continuou andando.
- Sorte
mesmo. Desço assim que achar o casaco. Dois minutos pretendo.
- Ok
– e ele sumiu descendo as escadas.
Se eu
não achasse o casaco em dois minutos, desistiria de procurar, mas a minha mãe é
mais esperta do que eu imaginava. Assim que abri o guarda roupa lá estava ele
prontinho para ser usado, bastava apenas vestir.
Revirei os olhos com a cena e vesti aquilo
para terminar de montar o look.
-
Sabe que all star não combina com isso né? – a minha perguntou logo que desci
as escadas.
-
Sabe que foi você que me “obrigou” a usar isso né? – fiz as aspas.
- Não
acredito que você vai assim.
- Não
acredito que você ainda me faz essa pergunta.
- É
ano novo, sem brigas, por favor – meu pai entrou no meio. – Vamos, antes que o
ano acabe ou que vocês se matem – ele passou na nossa frente acabando com a
batalha visual entre minha mãe e eu.
Querido Deus, por que minha mãe tinha que ser assim?
Pior, por que ela ainda insiste em ser assim? Já não passou um pouquinho da
hora dela querer mandar no meu modo de agir e de vestir? Ok, ela é a minha mãe,
mas essa briga dura há anos! Uma coisa era quando eu tinha 10, 12 anos, agora
já irei para os 18 e ela ainda quer escolher o que eu vou vestir. Se ela
reclama do que eu uso, vou sair de vestido colado e mini saia para ver o que
ela vai falar, que droga!
Não,
por mais que eu não goste disso, eu nunca faria uma besteira dessa comigo
mesma.
Quando
chegamos à casa do Justin minha preguiça não me deixou tirar o casaco, nem
precisou também.
- Aí
uma coisa que eu não imaginaria você usando.
- Se
refere ao casaco? – ele assentiu. – Nem eu.
-
Então... – ele franziu o cenho confuso.
-
Presente da minha querida mãe.
-
Então é por isso que não tem nada haver com você.
-
Pois é. Nem iria usar. Sabe, já pus uma camisa branca mesmo, porque se não
fosse ela não me deixaria sair de casa.
-
Você acredita nessas coisas?
-
Não! Mas ela sim – ele riu, talvez da minha careta ou do meu modo de falar, não
importa.
- Ela
não muda nunca né?
- Não
mesmo! – acabei sorrindo, assim como ele que me encarava nos olhos e sabe qual
o mais legal? Eu não conseguia desviar os meus dos dele.
- E
cadê o... – olhei para os lados com certo sacrifício.
-
Chris? Ele vai chegar daqui a pouco. A Sra. Beadles e a Caitlin demoram um
pouco para se arrumar, do tipo que faz dez minutos virar meia hora, sabe?
-
Tipo, uma Anna Houston?
- Por
aí! – e ele riu de novo. – Se não fosse pelo Chris, eu preferia que eles nem
viessem, ou sei lá, que simplesmente a Caitlin já tivesse arranjado amigas o
suficiente para não vir.
-
Cara! Que amor pela namoradinha.
-
Amor? Eu to é de saco cheio! Ela não larga do meu pé! Desde que você chegou
então! Nem comento.
- Ah cara, viu, fica de joguinho de marketing
para cima da mídia, se livra dessa Bieber.
- Eu achei que depois de tudo ela ia ser
legal, mas nem uma semana depois que começamos a namorar vi que não tinha mais
jeito. Pode parecer maldade da minha parte, mas não a suporto.
- E por que não
terminam?
- Você acha que eu já
não tentei? Mas mesmo assim ela fica no meu pé. Ultimamente então!
- Por que ultimamente?
- Você ainda pergunta?
- Não foi o que eu
acabei de fazer?
- Realmente não sabe a
resposta?
- Se você não me contar,
não vou saber mesmo.
- Ela ficou pior por
causa de...
- “De...” o que
criatura?
- Você.
Gelei, sem mais. Procurei em cada centímetro
do meu cérebro uma resposta rápida e eficiente, mas não dava. Talvez o fato dos
meus olhos estarem fixados nos seus fazia com que simplesmente qualquer parte
de mim que exigia algum esforço a mais, ou seja, que não tão básico quando
respirar – o que se bobear eu também esqueceria, ou talvez já passei dessa
“fase” – não funcionasse muito bem.
- Sabe que já passou
tempo demais para me dar uma resposta convincente né?
- Sei, pior que sei
muito bem – ele deu um sorrisinho satisfeito. – Mas não entendo esse seu
sorrisinho satisfeito, isso só quer dizer que ela sente um ciúmes idiota de
mim.
- E você não acha isso
motivo suficiente?
- Não, é tudo coisa
dela.
- Para ter ciúmes, tem
que ter alguma coisa haver não acha?
- Sei lá, isso é como
esse seu ciúme sem sentido com relação ao Chris.
- Mas isso eu já
expliquei.
- Mas ainda não entra na
minha cabeça! É tão sem sentido.
- Já disse, é que vocês
ficaram próximos demais, em tão pouco tempo.
- Ok, mas sempre foi
assim com o Luka. Notou que a gente só inverteu? Tipo, eu conhecia o Luka, aí
te apresentei e vocês ficaram amigos. Você conhecia o Chris, me apresentou, e
ficamos amigos.
- Amigos demais para o
meu gosto – ele fechou a cara, como se não gostasse da ideia, o que, pelo que
me parecia, realmente não gostava.
- Ah qual é? Sou uma
pessoa carente ta? Tenho vários amigos, mas parece que todos me abandonaram!
Nem os mais chegados, nem os mais distantes estão por perto – fiz um bico
aborrecida. – Chris é o mais perto de mim porque é o único que sempre está
aqui, e não adianta dizer que não é verdade porque é sim! Você vive viajando, o
trio, Luka, Hayely e Karol parecem que nem me conhecem mais! Entendo os
problemas entre Halle e Luka, mas sei lá, acho tão estranho. Nos conhecemos
toda a vida e agora é como se acabássemos de nos tornar amigos.
- Tenta entender esses
dois, não é de hoje que estão com problemas. Espera aí! Você mudou de assunto!
– sorri, apesar de que foi sem querer, sorri de um modo que dava para entender
que fiz de propósito.
Ele parou de me olhar com aquela expressão
brincalhona com os olhos semicerrados e eu pude notar seus olhos passearem pelo
meu rosto fazendo com que meu sorriso se desfizesse de imediato, transmitindo certa
tensão pelos meus olhos.
- A Caitlin tem motivos
de sobra para ter ciúmes de você, e você sabe disso.
- Mas nós terminamos há
muito tempo e não temos nada demais.
- Você fala isso como se
não lembrasse do beijo.
- Eu já pedi para
esquecer aquilo, já até te dei um motivo.
- Mas você acha
realmente que eu acreditei? – assenti. – Fala sério Lua! Aquilo de que você se
sentiu mal por não ter me dado nada no natal, não colou.
- Mas ela não sabe! Ou
sabe?
- Não. Não.
- Então eu não entendo,
não dou razão para ela sentir isso.
- Mas talvez eu dê.
Eu estava tão atordoada com aquilo que nem
sequer notei a proximidade de nossos rostos. Eu sentia seu hálito quente bater
um pouco forte devido a pouca distância. Meus olhos até já começavam a se
fechar e a minha boca a abrir.
- Just! – tinha um
detalhe, quem chegasse poderia nos ver perfeitamente e logo quem eu menos
queria sequer ver mais uma vez na minha vida, chegou.
Nos afastamos, ou melhor, Justin se afastou de
mim, eu apenas virei o rosto desejando que ela morresse, por causa da raiva.
Mas logo voltei, tentando uma expressão mais relaxada, aí a vi perdurada no
pescoço dele com um braço sendo que ele estava esticando o mesmo para o lado
tentando se afastar dela e olhando para cima, depois me olhou ainda esticando o
pescoço.
- Meu irmão está para lá
– ela apontou para um lugar qualquer –, pode ir, deixa que eu cuido do Justin –
fique a encarando meio “fala sério”. – Vai, vai.. está esperando o que?
- Caitlin, você fez
algum curso para ser chata ou é assim mesmo? – esperei só o tempo de perceber
que ela se irritou e saí dali.
Calma Lua, é ano novo,
não precisar se irritar com alguém tão inútil como Caitlin Beadles.
- Posso matar a sua
irmã? – perguntei ao Chris, depois bufei e me joguei no sofá da sala.
- Ela te atrapalhou com
o Justin? – assenti. – Isso era de se imaginar, por que está tão aborrecida?
- Por que era para eu
não estar? – me sentei. – Não dá mais e eu lembro disso todos os segundos da
minha vida, mas quando estou com ele daquele jeito, parece que esqueço até que
o mundo existe.
- Por que “não dá mais”?
- Eu não quero mais
ficar com o Justin!
- Não quer? Não foi o
que me pareceu quando cheguei.
- Eu não posso –
praticamente sussurrei.
- Po...
- Chris! Esquece isso
ok? Já to legal, é que às vezes eu esqueço como a sua irmã pode ser estúpida.
- Tem certeza?
- Claro! Já se passaram
dois minutos desde o que aconteceu – fechei meus olhos firmes e fiz um biquinho
para o Chris, depois abri os olhos e sorri. Ele riu.
- Você é louca.
- Me conte uma novidade!
– ri também.
- Vamos! Vamos todos!
Vai dar meia noite! – Pattie gritou de sei lá onde.
- Vem! – Chris se
levantou do braço do sofá e eu me levantei logo em seguida, mas ele correu até
o jardim interno e eu fiquei um para trás, mas depois driblei as pessoas e
fiquei ao lado dele.
- Faça um pedido – Chris
disse sorrindo para mim.
5... 4... 3... 2... 1... FELIZ ANO NOVO!
Fechei meus olhos e fiz um pedido, rápido, simples,
e quando abri, era aquela maratona de fogos de artifícios no céu e abraços na
terra, sem contar os desejos de “feliz ano novo”. Fiquei um pouco perdida no
meio daqueles abraços, era um de um lado, outros do outro até que eu nem sabia
quem já tinha me abraçado – como se tivesse muita gente.
- Feliz ano novo Lua –
ele me abraçou.
- Feliz ano novo
tigrinho.
- Essa você não se esquece né? – nos
afastamos.
- Nunca – Chris passou a
olhar um ponto atrás de mim. Franzi o cenho ainda sorrindo e ele deu um aceno
discreto com a cabeça ainda olhando para trás de mim. Me virei e senti alguém
me abraçar.
- Não poderia deixar de
te desejar feliz ano novo.
- Para você também
Justin – ele se afastou. – Fez seu pedido?
- Fiz sim e você?
- Fiz.
- E qual é?
- Se eu contar não vai
acontecer.
- Tem haver comigo? –
ri.
- Se eu disser não vai
ter graça.
- Por quê?
- Porque não oras! E sua
namoradinha?
- Por que você liga
tanto para Caitlin!?
- Eu não me importo com
ela, sério, mas se ela aparecer e fazer o mesmo showzinho do que agora pouco, vai
levar outro soco de mim – ele riu.
- Relaxa, fugi dela por
alguns segundos.
- Resta saber quantos.
- Queria que fosse pelo
resto da vida.
- Pelo resto da vida é
muito tempo.
- Longe da Caitlin? Para
mim ainda é pouco.
- Quanto ódio.
- Não é ódio, estou
apenas no meu limite.
- Justin! – por que ela
não vai embora? Não desaparece? Não vai para marte ou plutão que nem planeta é
mais? Por quê?
- Vai lá Justin, é
melhor que ela não venha aqui – ele revirou os olhos.
- Fazer o que?
Virei para o Chris assim que ele se foi,
respirei fundo de olhos fechados e depois os abri.
- Assim não dá – disse.
-----------Sim, acabou, comemorem! UHASUDHASUHASUHAUS
nao acredito que você ainda não continuou!! CONTINUA, CAT!!
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