sexta-feira, 20 de setembro de 2013

8º Capitulo: Dream. Parte Final.



Pov's Bieber
 
Sabe o que é ter o paraíso tão próximo e de repente ser puxado para o inferno? Bom, foi mais ou menos isso que aconteceu naquela manhã de sábado.
 Abri meus olhos com dificuldade, sentindo um cansaço eminente – talvez eu não tenha dormido o suficiente para recuperar toda a minha energia perdida – e minha mente estava zonza. As coisas estavam mais “quentes” do que deveriam e quando abri meus olhos descobri o motivo. Aqueles olhos mais castanhos do que eu já notara estavam me encarando de tão perto que eu podia sentir o calor de seu corpo quase sem distância nenhuma do meu, seus lábios praticamente já nos meus e sua respiração quente – agora mais acelerada por ter acordado – roçava a minha pele me fazendo entrar em êxtase.
 Eu não lembrava de ter ido dormir assim, mas acordar desse jeito realmente é algo que eu iria querer facilmente por toda a minha vida. Eu podia ficar horas ali que sequer me incomodaria ou faria questão de levantar.
 Essa é a parte do paraíso, agora deixa eu dizer a do inferno.
 Caitlin era uma garota excelente quando a conheci, bonita, legal, simpática... mas de repente se tornou um monstro com certa obsessão que nunca imaginei que ela teria. E o pior de tudo: dizia tanto que me amava e que isso tudo não era para me perder, que estava me deixando infeliz! E queria terminar com ela, ser um garoto “livre” para o mundo inteiro, para eu finalmente poder ser da garota que eu quero – que faz um bom tempo que quero –, mas por falta de tentativa não foi que não consegui, às vezes ela é persuasiva demais e eu me sinto culpado a deixando ir embora sem por um ponto final.
 E para ajudar, para me tirar de um instante rápido – até demais do que eu gostaria – entorpecido, ela andava de um lado para outro, com seu salto fazendo um barulho irritante ao chocar com o piso.
- Acho que... – pareceu que a cabeça da Lua enfim começou a entrar em ordem assim como a minha.
 Fechei os olhos e respirei fundo, pensei em dar um beijo de bom dia, mas não sei se o clima era o melhor para isso. De qualquer modo, ela se levantou tão depressa que um piloto de Formula 1 sentiria inveja, achando que seu carro era estupidamente lento.
 Me levantei espreguiçando, me sentindo um pouco dolorido e a Caitlin, tagarelava e tagarelava, reclamava de coisas e eu sequer ouvia. Meu cérebro ainda estava lento, oras, eu acabara de acordar.
- Eu não acredito! Eu chego, depois de uma semana sem te ver! Querendo fazer uma boa surpresa e é isso que eu ganho de bom dia? Você e essa garotinha dormindo abraçados? – ela me olhava furiosa e eu só notei isso agora, mas ainda estava sem reação, talvez eu esperasse que a Lua gritasse “Ou! Garotinha não!” como normalmente faria, mas acho que estava tão lenta como eu. – O que foi em Justin? Desde que essa garota voltou você não é o mesmo!
- Talvez seja porque ela me deixa feliz ao contrário de você – respondi sem sequer pensar e com uma firmeza que não sei de onde surgiu.
- Quer dizer que eu te deixo infeliz? – ela perguntou me encarando com os olhos verdes me fazendo, por um segundo, sentir culpado, mas culpado de que? De querer ser feliz?
 Eu disse, muito persuasiva.  
Fechei os olhos e respirei fundo.
- Vem Caitlin, nós precisamos conversar. De novo.
 Passei pelo sofá, indo até a escada e me sentando lá. Caitlin se sentou ao meu lado. Olhei para a cozinha e pude ver o Chris super empolgado brincando com algum biscoito e a Lua dizendo o quanto ele é idiota e rindo, fiquei olhando até que ela notou, olhou para mim de volta e deu um sorrisinho confiante.
- Então Bieber? Vai me explicar o que aconteceu?
- Sim Beadles, vou te contar o que aconteceu – a olhei. – Eu tive um sonho, ou melhor, uma lembrança, de quando eu era apenas eu, sem fama. Sabe quem estava no sonho? Aquela garota ali, sentada na minha cozinha agora – apontei com o polegar para a garota que estava atrás de mim, mas sem tirar os olhos da que estava na minha frente – e sabe, eu estava feliz. Agora, eu me sinto completamente acabado e infeliz, com um namoro forçado e mentiroso com uma garota que sequer gosto, sem poder ser feliz, porque essa mesma garota, sempre aparece nas horas mais inconvenientes fazendo a minha felicidade ir para o espaço. Sabe quem é essa garota que me inferniza Caitlin?
- Espera, esse não é mais um daqueles papos de terminar com tudo né? Por que Bieber eu não vou...
- “Aceitar isso porque eu te amo”, se me amasse de verdade já teria me deixado em paz.
- Não Just, por favor, eu realmente te amo. O que aconteceu com você? O que aquela garotinha fez com você em? Você costumava me amar, você me amava.
- Parabéns, você disse no passado e o que é passado, é para ficar no passado. E a Caitlin que eu amava não era esse monstro que você é agora.
- Eu não sou um monstro! Eu faço isso por amor, não vê?
- Isso não é amor Cait, é obsessão. Isso sufoca, faz mal, o amor não – seus olhos pareciam que estavam tão tristes, que eu quase me senti obrigado a calar a boca, mas consegui falar, calmo, o que eu tinha para dizer. – Se você realmente me ama, me deixe livre.
- Para você ficar com aquelazinha lá!? – ela gritou e apontou com desdém para a cozinha ainda me olhando. – Jamais Bieber! Jamais!
- Entenda Caitlin, acabou! – ela levantou com raiva, pegou a bolsa que estava ao seu lado na escada e me olhou furiosa.
- Não acabou Justin! Não acabou! – e então saiu da minha casa, batendo tudo o que foi possível.
 Respirei fundo. A minha casa de repente ficou silenciosa, como se não tivesse mais ninguém além de mim. Apoiei meus braços nas minhas pernas e passei a mão no cabelo e pondo para trás e fiquei assim por alguns instantes, tentando me acostumar com a ideia que foi mais uma tentativa, entre tantas, em vão.
- Jus? – Lua sentou ao meu lado e pôs uma das mãos no meu ombro.
 Abaixei um dos meus braços, e a encarei.
- Você ouviu, eu tentei.
- Para falar a verdade, acho que essa última parte o bairro inteiro ouviu – ela riu e eu não pude deixar de rir também.
- Eu to cansado disso Lua – disse ainda com um sorrisinho, só o fato de estar a olhando me faz sorrir.
 O cabelo estava bagunçado e uma parte jogada para seu lado esquerdo, ela sorria confiante de um jeito “está tudo bem” e parecia não se importar com a cara de “acabei de acordar” – pelo o que conheço da Lua, ela realmente não se importava. Eu gostava de vê-la assim, “normal”, sem maquiagem, nem nada – apesar de que ela nunca usou muita – e mesmo ainda com a cara amassada e a voz rouca de sono estar começando a passar, eu estava a achando linda.
- Justin?
- Eu – abaixei a cabeça tentando disfarçar minha “hipnose” – só queria acabar com isso de uma vez. Me sinto preso e quando estou com você, sei lá, parece tão certo e tão errado ao mesmo tempo, me sinto sufocado.
- Você tentou Jus, você disse que acabou e mais de uma vez ainda, não é culpa sua se ela não quer aceitar.
- E o que sugere espertinha? – ela sorriu de novo.
- Eu diria para jogar na internet, não dizer que terminou, assim na cara dura, mas diretamente ou indiretamente não importa, não faz seu tipo. Então – ela torceu a boca como um sinal de que estava pensando – fica tranquilo, aja normalmente como se fosse um cara solteiro, Caitlin não vai poder fazer nada.
- Tem certeza? Ela pode falar de você ou...
- Ela não vai falar de mim.
- Como pode ter certeza?
- Me jogar na boca da mídia é a maior carta que ela tem e ainda é inserta, então não vai desperdiçar assim. Olha, deixa as pessoas especularem que vocês não estão juntos, depois só afirma, sem dizer sim nem não. Deu para entender? – ela fez uma careta achando que se embolou demais ao explicar. Ri.
- Entendi sim. Você é um gênio para desculpas – ela sorriu.
- Tenho que ser um gênio para alguma coisa – ela me olhava nos olhos e de repente eu me senti bem, mais do que bem. – Vai dar tudo certo, mas agora vem! Estou com fome e aposto que você também – ela segurou a minha mão e se levantou, me obrigando a andar e ir até a cozinha.  
- Filho, está tudo bem?
- Na medida do possível mãe – ela sorriu confortante.
 Lua se sentou onde estava antes e eu me sentei ao lado dela, oposto ao Chris.
- E como foi o filme crianças?
- Mãe, crianças? – ela me olhou.
- Que foi? Às vezes é difícil acreditar o quanto vocês cresceram! – rimos. – Mas então, e o filme?
- Ah! Foi muito irado! E aquela mulher invisível é muito gata!
- Jessica Alba – Lua disse sem tirar a atenção do que comia.
- Que foi? – Chris perguntou.
- A mulher invisível é a Jessica Alba – ela o olhou. – Que foi?
- Nada, nada. Continuando o filme foi...
- Chris, fica quieto que você dormiu ele todo, os dois – disse.
- E você também não pode falar nada Justin, perdeu o segundo filme inteirinho. – minha mãe e o Chris riram.
- Você adora fazer isso né?
- Isso o que?
- Tirar minha moral, na frente de todo mundo ainda!
- Parabéns querida, você consegue uma façanha e tanta! – minha mãe continuou se controlando para não rir mais.
 O assunto se desfez como fumaça, com Chris fazendo palhaçada e Lua dando corda era impossível continuar com o clima meio tenso.
 Depois de muita zoação, gargalhadas e comidas mastigadas a mostra – prefiro não comentar sobre isso – nos levantamos e fomos arrumar a sala. Talvez não tivesse demorado tanto se ninguém – lê-se Christian Beadles – não ficasse se jogando em cima dos lençóis ou coisa do tipo e se também não puxasse a gente para o chão, mas isso é irrelevante. Subimos com tudo, depois Chris e Lua pegaram as coisas para irem para suas devidas casas.
- A gente devia fazer isso mais vezes! – Chris disse enquanto pulava os degraus da escada.
- Sim, mas se você dormir em todos os filmes não vai ter graça – Lua respondeu. Ri.
- Tchau para vocês – ele disse emburrado, desceu a escada correndo e saiu da minha casa.
- Você entendeu? – perguntei.
- Nunca entendi.
- Então – terminamos de descer sem pressa, fui até a porta e a abri –, tchau né. – sorri fraco.
- É... – estávamos, constrangidos? Mas de que? E desde quando nos sentimos constrangidos um perto do outro?
- Justin? Venha cá, por favor! – minha mãe gritou do jardim interno, eu acho.
- Já vou! – gritei de volta – fecha a porta para mim? – ela assentiu e eu soltei a maçaneta me afastando um pouco.
- Justin? – me virei para a Lua de novo – Eu topo.
- O que? Topa o que?
- O pedido que você me fez ontem, eu topo.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

8º Capitulo: Dream. Parte 3.




Pov's Houston
 


Quando os meninos desceram eu estava, vamos dizer, “melhor”, com tanta coisa para pensar eu acabava ficando irritada, ignorante é a palavra certa, mas foi só por um instante, sou muito de momentos.
- Você precisa de um microondas novo – disse ao Justin antes de começarmos a comer – afinal, o que aconteceu com o outro?
- Estragou.
- Como você conseguiu estragar um microondas?
- Vai por mim Lua – Chris me olhou –, você realmente não vai querer saber.
- Então ta – dei de ombros e dei a primeira garfada.
- Eu disse para o Justin pedir uma pizza.
- Eu não podia fazer isso Chris, te expliquei o porque! – o sorriso do Justin que surgiu talvez com a lembrança do microondas, sei lá, explodindo, desapareceu quando olhou para o Chris.
- Me falava então! Que eu ligava que eles entregariam na minha casa e eu traria para cá. – os dois se entreolharam, depois voltara a comer. – Mas claro, vocês são inteligentes demais para isso – ri.

(...)
 O segundo filme acabou, comecei a procurar os controles – da TV e do DVD – para desligar os aparelhos em meio à sala apenas iluminada pela televisão e para ajudar, eu sequer sabia onde Justin tinham colocado o controle.
 Enfim achei e fiquei tentando desligar o DVD que por milagre consegui logo, mas a TV foi o que deu mais trabalho, mexi a mão para cima e para baixo e nada de desligar.
- O que eu perdi? – Chris levantou um pouco o corpo, com os olhos abertos e, mesmo no escuro, consegui notar que ainda estava cheio de sono.
- Praticamente o final do primeiro e o segundo filme todo – respondi baixo – pode voltar a dormir Chris.
- Não, eu não quero mais dormir – ele abraçou o travesseiro – estou completamente – bocejou, fechou os olhos e se aconchegou – sem sono – então respirou fundo e voltou a dormir.
 Enfim consegui desligar a televisão, então fui deslizando devagar para não acordar mais ninguém, o que foi em vão.
- O filme já acabou? – Justin abriu os olhos evidentemente cansado e se sentou.
- Já sim astrozinho.
- Cara eu estou muito cansado – ele esfregou os olhos.
- Nota-se. Pode voltar a dormir Justin, vou fazer isso agora também – ele deitou virado para mim e eu para ele. – Boa noite Jus.
- Boa – suspirou alto com os olhos já fechados.
 Bom, dormiu.
 Eu estava mais cansada do que imaginava, de primeira achei que não iria dormir, mas peguei no sono sem sequer notar.
- Você é o meu amor, você é o meu coração e ninguém nunca, nunca, nunca, vai nos separar.
- Promete? Tem certeza absoluta disso?
- Prometo, e claro que tenho – ele me olhou com uma cara desconfiada, acho.
- Que foi?
- Achei que você iria dizer algo como: “Nunca é muito tempo, e você sabe disso”
- Sinceramente? Depois de um tempo para cá passei a acreditar nisso de nunca, sempre e eterno, apesar de que um “se” como condição é sempre bem vindo.
- Como assim, um “se” ainda é bem vindo?
- Não sei dizer – nossos rostos estavam pertos, testa praticamente colada com testa, podia sentir sua respiração quente roçar por todo e meu rosto – na maioria das vezes que um “nunca” e um “sempre” vêm acompanhados de condições, tem mais chances de ser “eternos” se é que me entende.
- Acho que entendi, mas, neste caso não tenho condições, não importa o que acontecer, vou estar ao seu lado, não importa a distância, sempre vou estar com você, e antes que peça, eu prometo! – sorri e ele retribuiu, aquele sorriso era tudo o que eu mais amava, junto com aquele olhar, aquelas feições, aquele tudo que ele era.
- Quantas vezes eu já disse que te amo?
- Não sei, mas custa nada dizer de novo, não me canso de ouvir você dizer.
- Eu te amo.
- Eu também te amo, mas, por favor, deixa eu te beijar, isso está me deixando louco.
- Não sei o que você está esperando para tirar o resto da minha sanidade.
- O resto? Por que “o resto”?
- O que eu tinha de sã, que já não era muita coisa, está se desgastando desde o dia que eu te conheci. E o que você está esperando para me beijar? – ele sorriu de canto de boca, chegou ainda mais perto do meu rosto, aquilo estava me enlouquecendo cada vez mais, até que seus lábios encostaram nos meus, o que me restava de sã, já havia sumido.”
- Eu não acredito no que estou vendo! – abri os olhos assustada devido ao grito, mas não movi qualquer outra parte do meu corpo.
Demorei um tempo para me acostumar com a claridade da sala de estar e demorei ainda mais para meu cérebro funcionasse e eu desse parte da situação.
 Meu corpo estava quase completamente entrelaçado ao do Justin, uma das mãos dele estava na minha cintura e a minha estava em seu ombro – a outra estava dormente pelo peso do meu corpo estar em cima dela. Seu rosto estava tão perto que a respiração quente dele roçando a minha pele não ajudou em nada para que meu cérebro funcionasse logo, e eu podia sentir perfeitamente o calor de seu corpo de tão próximos que estávamos, nossos lábios estavam a poucos centímetros um do outro, e talvez se não tivéssemos dormido, teríamos nos beijado.
- Acho que você estava tendo o mesmo sonho que eu – sussurrei encarando aqueles olhos claros, entorpecida, assim como ele parecia.
- Não tenho duvidas. Algo sobre sanidade? – ele sorriu bem entorpecido pela falta de distância e pelos meus lábios tão próximos, talvez.
Assenti discreta.
- Não acredito! Eu não... arght! – isso me fez prestar atenção em outra coisa, mas mesmo assim sem me mexer ou tirar meus olhos dos do Justin.
 Ouvi o som de um par de saltos batendo no chão freneticamente ecoar pela sala, parecia que alguém andava nervosamente de um lado para o outro e resmungava, pela voz, fazia isso por motivos.
 Ótimo, acordar já ouvindo berros de Caitlin Beadles é tudo que eu mais amo.