Pov's Houston
Quando
os meninos desceram eu estava, vamos dizer, “melhor”, com tanta coisa para
pensar eu acabava ficando irritada, ignorante é a palavra certa, mas foi só por
um instante, sou muito de momentos.
- Você
precisa de um microondas novo – disse ao Justin antes de começarmos a comer –
afinal, o que aconteceu com o outro?
-
Estragou.
- Como
você conseguiu estragar um microondas?
- Vai
por mim Lua – Chris me olhou –, você realmente não vai querer saber.
-
Então ta – dei de ombros e dei a primeira garfada.
- Eu
disse para o Justin pedir uma pizza.
- Eu
não podia fazer isso Chris, te expliquei o porque! – o sorriso do Justin que
surgiu talvez com a lembrança do microondas, sei lá, explodindo, desapareceu
quando olhou para o Chris.
- Me
falava então! Que eu ligava que eles entregariam na minha casa e eu traria para
cá. – os dois se entreolharam, depois voltara a comer. – Mas claro, vocês são
inteligentes demais para isso – ri.
(...)
O segundo filme acabou, comecei a procurar os
controles – da TV e do DVD – para desligar os aparelhos em meio à sala apenas
iluminada pela televisão e para ajudar, eu sequer sabia onde Justin tinham
colocado o controle.
Enfim achei e fiquei tentando desligar o DVD
que por milagre consegui logo, mas a TV foi o que deu mais trabalho, mexi a mão
para cima e para baixo e nada de desligar.
- O
que eu perdi? – Chris levantou um pouco o corpo, com os olhos abertos e, mesmo
no escuro, consegui notar que ainda estava cheio de sono.
-
Praticamente o final do primeiro e o segundo filme todo – respondi baixo – pode
voltar a dormir Chris.
- Não,
eu não quero mais dormir – ele abraçou o travesseiro – estou completamente –
bocejou, fechou os olhos e se aconchegou – sem sono – então respirou fundo e
voltou a dormir.
Enfim consegui desligar a televisão, então fui
deslizando devagar para não acordar mais ninguém, o que foi em vão.
- O
filme já acabou? – Justin abriu os olhos evidentemente cansado e se sentou.
- Já
sim astrozinho.
- Cara
eu estou muito cansado – ele esfregou os olhos.
-
Nota-se. Pode voltar a dormir Justin, vou fazer isso agora também – ele deitou
virado para mim e eu para ele. – Boa noite Jus.
- Boa
– suspirou alto com os olhos já fechados.
Bom, dormiu.
Eu estava mais cansada do que imaginava, de
primeira achei que não iria dormir, mas peguei no sono sem sequer notar.
“ - Você é o meu amor,
você é o meu coração e ninguém nunca, nunca, nunca, vai nos separar.
- Promete? Tem certeza absoluta disso?
- Prometo, e claro que tenho – ele me
olhou com uma cara desconfiada, acho.
- Que foi?
- Achei que você iria dizer algo como:
“Nunca é muito tempo, e você sabe disso”
- Sinceramente? Depois de um tempo
para cá passei a acreditar nisso de nunca, sempre e eterno, apesar de que um
“se” como condição é sempre bem vindo.
- Como assim, um “se” ainda é bem
vindo?
- Não sei dizer – nossos rostos
estavam pertos, testa praticamente colada com testa, podia sentir sua
respiração quente roçar por todo e meu rosto – na maioria das vezes que um
“nunca” e um “sempre” vêm acompanhados de condições, tem mais chances de ser
“eternos” se é que me entende.
- Acho que entendi, mas, neste caso
não tenho condições, não importa o que acontecer, vou estar ao seu lado, não
importa a distância, sempre vou estar com você, e antes que peça, eu prometo! –
sorri e ele retribuiu, aquele sorriso era tudo o que eu mais amava, junto com
aquele olhar, aquelas feições, aquele tudo que ele era.
- Quantas vezes eu já disse que te
amo?
- Não sei, mas custa nada dizer de
novo, não me canso de ouvir você dizer.
- Eu te amo.
- Eu também te amo, mas, por favor,
deixa eu te beijar, isso está me deixando louco.
- Não sei o que você está esperando
para tirar o resto da minha sanidade.
- O resto? Por que “o resto”?
- O que eu tinha de sã, que já não era
muita coisa, está se desgastando desde o dia que eu te conheci. E o que você está
esperando para me beijar? – ele sorriu de canto de boca, chegou ainda mais
perto do meu rosto, aquilo estava me enlouquecendo cada vez mais, até que seus
lábios encostaram nos meus, o que me restava de sã, já havia sumido.”
- Eu
não acredito no que estou vendo! – abri os olhos assustada devido ao grito, mas
não movi qualquer outra parte do meu corpo.
Demorei
um tempo para me acostumar com a claridade da sala de estar e demorei ainda
mais para meu cérebro funcionasse e eu desse parte da situação.
Meu corpo estava quase completamente
entrelaçado ao do Justin, uma das mãos dele estava na minha cintura e a minha
estava em seu ombro – a outra estava dormente pelo peso do meu corpo estar em
cima dela. Seu rosto estava tão perto que a respiração quente dele roçando a
minha pele não ajudou em nada para que meu cérebro funcionasse logo, e eu podia
sentir perfeitamente o calor de seu corpo de tão próximos que estávamos, nossos
lábios estavam a poucos centímetros um do outro, e talvez se não tivéssemos
dormido, teríamos nos beijado.
- Acho
que você estava tendo o mesmo sonho que eu – sussurrei encarando aqueles olhos
claros, entorpecida, assim como ele parecia.
- Não
tenho duvidas. Algo sobre sanidade? – ele sorriu bem entorpecido pela falta de
distância e pelos meus lábios tão próximos, talvez.
Assenti
discreta.
- Não
acredito! Eu não... arght! – isso me fez prestar atenção em outra coisa, mas
mesmo assim sem me mexer ou tirar meus olhos dos do Justin.
Ouvi o som de um par de saltos batendo no chão
freneticamente ecoar pela sala, parecia que alguém andava nervosamente de um
lado para o outro e resmungava, pela voz, fazia isso por motivos.
Ótimo, acordar já ouvindo berros de Caitlin
Beadles é tudo que eu mais amo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário