sexta-feira, 6 de setembro de 2013

8º Capitulo: Dream. Parte 3.




Pov's Houston
 


Quando os meninos desceram eu estava, vamos dizer, “melhor”, com tanta coisa para pensar eu acabava ficando irritada, ignorante é a palavra certa, mas foi só por um instante, sou muito de momentos.
- Você precisa de um microondas novo – disse ao Justin antes de começarmos a comer – afinal, o que aconteceu com o outro?
- Estragou.
- Como você conseguiu estragar um microondas?
- Vai por mim Lua – Chris me olhou –, você realmente não vai querer saber.
- Então ta – dei de ombros e dei a primeira garfada.
- Eu disse para o Justin pedir uma pizza.
- Eu não podia fazer isso Chris, te expliquei o porque! – o sorriso do Justin que surgiu talvez com a lembrança do microondas, sei lá, explodindo, desapareceu quando olhou para o Chris.
- Me falava então! Que eu ligava que eles entregariam na minha casa e eu traria para cá. – os dois se entreolharam, depois voltara a comer. – Mas claro, vocês são inteligentes demais para isso – ri.

(...)
 O segundo filme acabou, comecei a procurar os controles – da TV e do DVD – para desligar os aparelhos em meio à sala apenas iluminada pela televisão e para ajudar, eu sequer sabia onde Justin tinham colocado o controle.
 Enfim achei e fiquei tentando desligar o DVD que por milagre consegui logo, mas a TV foi o que deu mais trabalho, mexi a mão para cima e para baixo e nada de desligar.
- O que eu perdi? – Chris levantou um pouco o corpo, com os olhos abertos e, mesmo no escuro, consegui notar que ainda estava cheio de sono.
- Praticamente o final do primeiro e o segundo filme todo – respondi baixo – pode voltar a dormir Chris.
- Não, eu não quero mais dormir – ele abraçou o travesseiro – estou completamente – bocejou, fechou os olhos e se aconchegou – sem sono – então respirou fundo e voltou a dormir.
 Enfim consegui desligar a televisão, então fui deslizando devagar para não acordar mais ninguém, o que foi em vão.
- O filme já acabou? – Justin abriu os olhos evidentemente cansado e se sentou.
- Já sim astrozinho.
- Cara eu estou muito cansado – ele esfregou os olhos.
- Nota-se. Pode voltar a dormir Justin, vou fazer isso agora também – ele deitou virado para mim e eu para ele. – Boa noite Jus.
- Boa – suspirou alto com os olhos já fechados.
 Bom, dormiu.
 Eu estava mais cansada do que imaginava, de primeira achei que não iria dormir, mas peguei no sono sem sequer notar.
- Você é o meu amor, você é o meu coração e ninguém nunca, nunca, nunca, vai nos separar.
- Promete? Tem certeza absoluta disso?
- Prometo, e claro que tenho – ele me olhou com uma cara desconfiada, acho.
- Que foi?
- Achei que você iria dizer algo como: “Nunca é muito tempo, e você sabe disso”
- Sinceramente? Depois de um tempo para cá passei a acreditar nisso de nunca, sempre e eterno, apesar de que um “se” como condição é sempre bem vindo.
- Como assim, um “se” ainda é bem vindo?
- Não sei dizer – nossos rostos estavam pertos, testa praticamente colada com testa, podia sentir sua respiração quente roçar por todo e meu rosto – na maioria das vezes que um “nunca” e um “sempre” vêm acompanhados de condições, tem mais chances de ser “eternos” se é que me entende.
- Acho que entendi, mas, neste caso não tenho condições, não importa o que acontecer, vou estar ao seu lado, não importa a distância, sempre vou estar com você, e antes que peça, eu prometo! – sorri e ele retribuiu, aquele sorriso era tudo o que eu mais amava, junto com aquele olhar, aquelas feições, aquele tudo que ele era.
- Quantas vezes eu já disse que te amo?
- Não sei, mas custa nada dizer de novo, não me canso de ouvir você dizer.
- Eu te amo.
- Eu também te amo, mas, por favor, deixa eu te beijar, isso está me deixando louco.
- Não sei o que você está esperando para tirar o resto da minha sanidade.
- O resto? Por que “o resto”?
- O que eu tinha de sã, que já não era muita coisa, está se desgastando desde o dia que eu te conheci. E o que você está esperando para me beijar? – ele sorriu de canto de boca, chegou ainda mais perto do meu rosto, aquilo estava me enlouquecendo cada vez mais, até que seus lábios encostaram nos meus, o que me restava de sã, já havia sumido.”
- Eu não acredito no que estou vendo! – abri os olhos assustada devido ao grito, mas não movi qualquer outra parte do meu corpo.
Demorei um tempo para me acostumar com a claridade da sala de estar e demorei ainda mais para meu cérebro funcionasse e eu desse parte da situação.
 Meu corpo estava quase completamente entrelaçado ao do Justin, uma das mãos dele estava na minha cintura e a minha estava em seu ombro – a outra estava dormente pelo peso do meu corpo estar em cima dela. Seu rosto estava tão perto que a respiração quente dele roçando a minha pele não ajudou em nada para que meu cérebro funcionasse logo, e eu podia sentir perfeitamente o calor de seu corpo de tão próximos que estávamos, nossos lábios estavam a poucos centímetros um do outro, e talvez se não tivéssemos dormido, teríamos nos beijado.
- Acho que você estava tendo o mesmo sonho que eu – sussurrei encarando aqueles olhos claros, entorpecida, assim como ele parecia.
- Não tenho duvidas. Algo sobre sanidade? – ele sorriu bem entorpecido pela falta de distância e pelos meus lábios tão próximos, talvez.
Assenti discreta.
- Não acredito! Eu não... arght! – isso me fez prestar atenção em outra coisa, mas mesmo assim sem me mexer ou tirar meus olhos dos do Justin.
 Ouvi o som de um par de saltos batendo no chão freneticamente ecoar pela sala, parecia que alguém andava nervosamente de um lado para o outro e resmungava, pela voz, fazia isso por motivos.
 Ótimo, acordar já ouvindo berros de Caitlin Beadles é tudo que eu mais amo.

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