sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

11º capitulo: We're made for one another. Parte 2.

Pov's Bieber
Acordei sem vontade, então não abri os olhos, a dor na minha garganta já tinha se suavizado, o que me fez pensar porque fui tão teimoso em tomar o remédio, mas pensando por outro lado, ganhei um beijo.
 Beijo... Lua... ela tinha ficado ou foi só alucinação minha? Não! Ela tinha ficado sim! Eu tinha certeza, mas... não a sinto perto de mim e Lua Houston não costuma quebrar promessas, apesar de que, ela não me prometeu nada.
 Levantei da cama num pulo, abrindo os olhos de imediato deixando toda a preguiça de lado e ela realmente não estava lá. A luz da manhã invadia todo o meu quarto, mas senti falta da brisa friazinha da manhã, foi quando notei minha janela fechada, talvez por causa da minha garganta, tanto faz, o importante mesmo era que Lua não estava ali.
 Cheguei um pouco para trás e encostei na cabeceira enquanto deixava minha mente vagar em possíveis motivos dela não estar ali e claro que, nessas horas e circunstâncias, sempre vaga para o lado errado, procurando possibilidades que não me agradavam em nada.
 Me forcei a pensar em bons motivos, e não pensar em “porém” negativos, mas mal deu tempo. Antes que eu conseguisse controlar o meu inicio de decepção interna, minha mãe abriu a porta e sorriu ao me ver acordado.
- Que bom que acordou, bem que o médico disse que o remédio pode dar sono – não respondi, nem queria, minha cara continuou a mesma de paisagem apenas acompanhando a minha mãe indo até a janela para abri-la. – Caso queria saber o Scott já sabe o que aconteceu, ele viria hoje, mas precisa adiar todos seus compromissos a uma margem de tempo em que supostamente você esteja bem, mas amanhã ou depois ele está aqui.
- Eu não – minha voz estava horrivelmente rouca devido ao problema na garganta e ao fato de eu ter acordado agora, notando isso pigarreei para falar numa rouquidão mais razoável – eu não quero saber do Scooter – e então não dava para continuar mais, minha garganta doía demais, era como se tivessem jogado ácido pela minha goela a baixo, não que eu já tenha bebido ácido, afinal, ainda estou vivo, mas agora foi a única coisa que consegui pensar para tentar explicar a dor que eu estava sentido.  
 Ela abriu a janela e passou pelo meu quarto recolhendo algumas peças de roupas minhas espalhadas pelo chão. Minha mãe jamais faria isso, ela sempre me mandava arrumar, mesmo depois de que fiquei famoso, mas o nervosismo mesclado com a alegria de me ver um pouco melhor estava evidente e esse era o jeito dela de não pular em cima de mim e me encher de beijos enquanto briga comigo por ter sido tão teimoso e dizendo que é melhor eu continuar tomando os remédios direito ou ela me faria engolir de um jeito ou de outro. Mas nem se ela arrumasse a casa inteira a impediria de fazer isso mais cedo ou mais tarde.
- Lua está lá em baixo comendo alguma coisa, ela ficou a noite toda com você, nem mesmo pregou o olho. Ela não quis ir embora, não quis deixar você.
 Então ela ficou, a noite inteira lutando contra o sono para ficar comigo, porque eu pedi. Ela veio quando minha mãe pediu, veio por mim, e ficou por mim. Era para eu estar feliz, com um sorriso que mal cabia no meu rosto, animado com a ideia que ela ficou cuidando de mim a noite toda, mas eu só sabia encarar a minha mãe com a mesma cara de paisagem desde que acordei, enquanto mais pensamentos negativos me invadiam.
 Ela estava aqui, mas eu não podia falar.
- Desce para comer alguma coisa, deve estar com fome e mesmo se não estiver desce, se não você vai piorar, tomando o remédio e não comendo.
 Não discuti, continuei sem falar nada – de qualquer modo eu não podia – apenas me levantei e me dirigi porta a fora do meu quarto, ainda com uma calça de moletom cinza e uma regata justa branca, com meu cabelo bagunçado e com um sapato – que não chegava a ser pantufa, só quase isso.
 Desci as escadas enquanto ouvia o som da televisão, fui até a sala com passos leves, nem eu me ouvia. Depois que notei Lua sentada, nem me preocupei em prestar atenção no que ela via na TV.
 Fui até lado oposto do que ela estava sentada e me sentei, Lua apenas me encarou enquanto mordia um pedaço de pão e depois voltou a ficar concentrada na TV. Achei que ela não ia falar nada e eu ainda não estava em condições de incentivar a fazer isso, mas, como sempre desde que voltou, ela me surpreendeu.
- Eu pretendia voltar antes que você acordasse – ela terminou de engolir e ainda encarava a televisão –, mas sua mãe me convenceu a comer, agradeço por isso, não sabia que estava com tanta fome – ela então mordeu outro pedaço e não largou os olhos da TV.
 Eu queria falar alguma coisa, precisava dizer, mas não podia se não levaria uma bronca ou será que ganharia outro beijo? Mesmo que a dúvida fosse tentadora, me lembrei da dor que senti quando falei com a minha mãe, então resolvi não arriscar.
 - Me empresta uma blusa sua? Por mais que essa blusa de frio esteja arregaçada eu estou com calor e não quero ter que ir lá em casa só para pegar uma blusa e depois voltar – ela pôs o último pedaço na boca e me olhou para ver a resposta já que tinha se lembrado de que eu não podia falar.
 Assenti.
- Valeu – ela voltou a olhar o desenho animado, que só agora eu notei ser “Os Padrinhos Mágicos”, enquanto tomava uma caneca de, se a conheço bem, café.
Silêncio, mais silêncio mortal que começava a me sufocar e a me deixar irritado, eu gosto de falar, nessas horas ainda mais, mas não dava.  
 Acho que nem se eu ganhasse o Grammy encararia da mesma forma que eu estava a olhando agora, Lua passou a noite aqui e nem ir embora queria, pensei em perguntar porque, mas além da impossibilidade eu não sei se queria saber da resposta, afinal, pouco importava. Quando eu receber um Grammy – o que com certeza receberei, um dia e espero que seja logo – precisarei pelo menos de um mini discurso antes de poder deslumbrar aquela cor dourada, mas ali eu não precisava de tempo e nem de disfarçar meu eterno deslumbre por aqueles cabelos castanhos e lábios que sempre me calam. Eu estava simplesmente vidrado, enquanto ela nem me dava moral, apenas tomando café – saia fumaça, ou seja, era café ou chá, ela ama café e odeia chá – encarando a televisão e dando sorrisinho com algumas coisas, mas sem desviar atenção e nem falar nada até que o episódio acabasse.
- É melhor você comer alguma coisa não? – bati a mão na testa indicando que esqueci desse detalhe.
 Agora como se esquece de comer eu não sei, mas esqueci.
- Sobe para continuar descansando, vou levar algo para você comer – ela se levantou. – Você tem que tomar o remédio daqui a pouco mesmo e aposto que vai dormir depois disso, então o bom é que já está na cama – e sumiu cozinha adentro.
 Ela não foi embora porque queria continuar cuidando de mim, por mim, por ela, pela minha mãe, tanto faz o motivo, mas ela estava disposta a ficar o tempo todo aqui até que eu me sinta melhor. Ela está e vai continuar cuidando de mim. Mas eu que deveria cuidar dela, de algum modo, não gosto de me senti incapacitado – apesar de que estou gostando dessa ideia – gosto de poder sempre senti que posso cuidar dela.
 Peguei uma folha e uma caneta que não faço ideia do porque estava ali já que a minha mãe normalmente nunca deixava nada além de alguns enfeites de vidro na mesinha, escrevi nele – meio obvio – e deixei bem visível, depois subir correndo escada à cima.
 Quando cheguei ao meu quarto, me aconcheguei de baixo dos lençóis, mas permaneci sentado e resolvi mexer no meu Ipad, mas antes que alguma coisa carregasse minha mãe apareceu na porta com uma bandeja que tinha pães, um prato colorido de frutas e um suco de maracujá – minha mãe queria mesmo que eu apagasse de vez. Comi tudo numa velocidade sub-humana, eu sinceramente não tinha notado que estava com tanta fome.
 Minha mãe me deu o remédio e pegou a bandeja, descendo depois de ter dito “vê se dorme em!” pela quinta vez. Mas eu ainda não estava com sono, resolvi esperar o remédio fazer efeito enquanto mexia um pouco na internet, minhas beliebers precisam de noticias minhas.
 Enquanto eu estava entretido com a barrinha carregando o tweet para ser postado, alguém pigarreia ganhando minha atenção. Lua estava na porta com uma camiseta branca minha, como a que estou usando – por eu usar muitos com camisas xadrez, por exemplo, e em casa mesmo, tenho várias delas – e com aquele sorrisinho miserável de sempre e levanta o papel que eu deixei na mesinha da sala com a sobrancelha arqueada.
 Dei de ombros.
 Ela encostou no batente da porta sorrindo um pouco mais e soltando curtas risadas.
- Você não toma jeito nunca? – neguei de leve com um sorriso quase nas orelhas. O dela pedia o meu e eu não podia e nem conseguia controlar que fosse tão grande, Lua também não apagava o sorriso do rosto, deixando mais radiante.
 Depois de alguns segundos de silêncio fiz um sinal para que ela viesse até mim e depois bati na cama para que ela se deitasse ali comigo. Senti que ela hesitou um pouco, mas desencostou do batente e veio na direção da cama, ainda sorrindo como eu.

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