terça-feira, 19 de novembro de 2013

9º capitulo: Bonjour la France. Parte 4.

Pov's Houston

 “Brincar” com o Justin assim pode até não ser certo, mas é divertido e tentador, vou confessar que adoro o ver tão desnorteado e saber que eu causei aquilo. O provocar é divertido. Só que é melhor quando não invade um senso de razão que ele não tinha e então dispara a falar coisas mais realistas do que eu gostaria ou sem sentido.
 Ele sussurrou algo no meu ouvido antes que eu realmente pegasse no sono, e sua voz consideravelmente mais grossa tão baixa e perto do meu ouvido fez com que um arrepio corresse por todo meu corpo e depois me deixasse ainda mais confortável envolvida em seu abraço.
 Acordei me sentindo bem, me espreguicei esticando todo o braço e batendo o esquerdo com tudo na cama até que lembrei que era para ter alguém ao meu lado.
 O que era para ser um erro na frase: o “era”, mas de fato, Justin não estava lá.
 Abri os olhos e olhei para o lado, de fato ele não estava. Franzi o cenho e procurei pelo quarto até o notar em pé perto da porta, então me levantei, sentando na cama e encarando as costas nuas dele ainda de testa franzida sem nem pensar – muito – no quanto maior aquilo estava, Justin era magrelo, agora ele só ta seco, mas...
- Justin? Algum problema?
- Acho que sim, nossa tarde livre hoje furou.
- Por quê? – ele se virou, mas não me olhou, apenas ficou encarando um pedaço de papel que segurava, que ali de longe me parecia um convite daqueles de casamento ou coisa parecida.
- Nos convidaram para uma festa – ele me olhou.
- Festa? Como assim nós? Não seria: você tem uma festa para ir?
- Não, nós temos e acho melhor irmos.
- Mas como Justin? E de onde saiu isso? Alguém descobriu a gente aqui? De quem é essa tal festa?
- Acho melhor você mesma ver – ele me entregou o papel.
- Você está maluco? – gritei e levantei da cama num pulo depois de ler o “remetente” – E tem a cara de pau de dizer que acha melhor nós irmos? – continuei a falar bem alto.
- Você leu o resto?
- Não e nem quero ler! Nós não vamos!
- Vamos sim.
- Eu pelo menos não vou.
- Quando eu digo “vamos” quer dizer que sou eu e mais alguém que esteja comigo, nesse caso, você.
- Justin! Não acha que é um pouquinho demais?
- Eu sei que ela atormentou a gente muito...
- Não – o interrompi – ela me infernizou!
- Eu sei, eu sei.
- Justin! Já parou para pensar que se não fosse ela poderíamos ter evitado muita coisa?
- Claro que já! Eu sei disso! Mas Lua, tenta entender! Ela sabe onde estamos, se não soubesse isso não teria chegado aqui! Ela diz no convite que se não formos virá nos ver e te conhecer.
- Ah ótimo! E ela ainda não sabe que sou eu com você, sério, não sei se devo achar isso bom ou ruim, afinal, você quer ir e me carregar junto para o covil dela!
- É uma festa a fantasia! Ela não vai de reconhecer.
- Justin! É a Louise! Eu a conheço desde o que? Desde os meus dois anos de idade!?
- Quer saber? Você decide! A gente pode ir só para dizer e vir embora logo ou ficar de bobeira “em casa” até que ela resolva aparecer do nada! Você escolhe – que merda, nunca gosto quando Justin tem razão.
 Bufei involuntariamente e só aí percebi o bico que fazia. Ora, era mais do que obvio que eu estaria com medo, gente, é a Louise! E o pior, eu não conseguia imaginar que droga ela faria se descobrisse sua “pior amiga” de volta com o cara que ela sempre quis – para arrancar de mim, mas queria – e que agora ainda era famoso.
 Mas o cara famoso em questão, infelizmente tinha razão, podíamos muito bem não irmos na festa e ir atrás do meu Mc’Lanche que ele me devia, para ela aparecer aqui, de repente e descobrisse tudo. Se eu fosse, poderia disfarçar, maquiagem, máscara, cabelo diferente... poderia até dar certo se eu também não falasse nada, mas também tinha chances de dar errado.
Eu realmente detesto quando ele tem razão.
- Você não é a única que pode estar certa Lua – ele respondeu como se lesse o que eu estava pensando.
- Isso eu sei, o meu problema é você estar certo.
- E isso quer dizer? – o olhei bem desagradada, com os olhos semicerrados.
- Vou escovar os dentes e trocar de roupa para ir atrás de uma maldita fantasia.
 Peguei uma roupa e fui para o banheiro, escovei os dentes e lavei a cara – o que não tirou a minha feição malcriada –, troquei de roupa, arrumei o cabelo que mais parecia um ninho e saí do quarto.
- Vou pedir para um segurança ir com você, pode ser?
- Desde que ele fale francês, por mim tudo bem – dei de ombros.
- Vou ligar para o Kenny então.
 Guardei meu pijama na bala e peguei a minha nécessaire e passei só um lápis de olho e joguei dentro da mala de novo quando Justin voltou.
- Eles estão vindo, Kenny vai me mandar uma mensagem quando pudermos descer. O Jake vai com você – estremeci.
- Eu gostava muito desse nome, Jake, agora tenho tanto nojo.
- Por quê? – ele me olhou com a testa franzida.
- Aniversário de 15 anos da Kelly, lembra?
- Ah claro! O cara que te agarrou.
- E que você, Taylor e Erik me protegeram dele – certa raiva passou, bem rápido, pelo rosto do Justin, aquele dia foi estranho, ele deu dois socos se me lembro bem naquele brutamontes, eu tinha ficado assustada.
De fato, essa parte da noite não é uma boa lembrança.
- Ele era amigo do seu ex-namordinho né?
- Não, ele era amigo de faculdade do Erik.
- Então, ele mesmo.
- Eu nunca namorei com o Erik, você sabe disso, Louise não deixou. Eu só perdi a BV com ele.
- Você o que? – ele praticamente gritou. – Por que não me contou isso antes? – e nesse exato momento o celular dele apitou e eu sabia exatamente porque. Ele olhou no celular e depois me encarou ainda com um uma mistura de raiva e surpresa nos olhos.
Sorri provocando, de novo. Duvido que dessa vez ele estivesse gostando desse sorriso.
- E por um acaso, alguma vez você perguntou? – peguei meu celular e passei por ele.
- Lua!
- Tchau Justin.
  Entrei no elevador rápido e apertei freneticamente o botão como se assim as portas fossem se fechar mais rápido, eu não queria que Justin me alcançasse e tivéssemos uma discussão feia dentro do elevador.
Quando saí do hotel tinha um cara apoiado em um carro preto com as janelas escuras como. Ela era consideravelmente alto, só um pouquinho mais alto que Justin, mas dava três dele em relação a músculo, o cabelo tinha um corte moderno e meio bagunçado e arrepiado puxada para a cor de areia – mais ou menos – e os olhos tinham o mesmo tom de castanho. Quando me viu, ele sorriu e então eu descobri que tinha um sorriso perfeito e branco. Deuses! O cara era a perfeita copia de Apolo! Talvez seja por isso que gostei dele assim que vi.
- Jake? – perguntei.
- Srta. Houston?
- Qual é! Sou a garota do Justin, mas não sou besta como ele – abriu a porta e eu entrei no carro. Ele então deu a volta e entrou no banco do motorista. – Fala francês certo? – assentiu. – Então pisa fundo, quero deixar a discussão para mais tarde.
- Desculpa a pergunta indelicada senhorita.
- Por favor, sem senhora, senhorita, nem mesmo me chamar pelo sobrenome ok? Lua, apenas isso. Detesto essas “formalidades” – ele disfarçou o riso. – Vai, pergunta.
- Vocês brigaram?
- Pois é, sou um poço de ignorância ambulante e cada dia estou pior, isso está me irritando e essa festa a noite não me agradou em nada.
- Vocês conhecem a dona da festa?
- Sim, conheço bem até demais. Vem cá, você sabe onde tem lojas de fantasias por aqui?
- Sei sim.
- Cara, gostei de você. – sorri.
- Isso é bom – ele sorriu também. – Desculpa continuar com as perguntas indelicadas, mas...
- Para de pedir desculpas e desembucha logo.
- Por que não quer ir à festa?
- Eu sou medrosa desde sempre! Justin sabe disso! Não sei porque insistiu – ele franziu a testa, claro, eu não tinha respondido a pergunta. – Olha, vou te contar a história...
- Espera aí, você não tem medo de me contar e isso se espalhar?
- De ter eu tenho, mas se sair na mídia todo mundo vai saber que foi você, então o problema vai ser seu.
- Nossa! Nunca imaginei o Sr. Bieber com uma garota como você.
- Deixa eu adivinhar, nada fofa? – ele me olhou pelo retrovisor não querendo admitir que era isso o que pensava. – É, eu até era fofa.
- E o que aconteceu?

- A heart breaker when I was little, but I'm bigger, I'm bigger [Um quebra-coração quando eu era pequeno, mas agora eu sou maior, eu sou maior]– ele riu. – Vou te contar enquanto a gente não chega.

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