quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Capitulo 4 - Merry Christmas and Happy New Year. Parte 3.



Andei mais um pouco olhando para o lado de fora, não sei como as pessoas conseguiam ficar lá, apesar de não estar nevando exatamente naquele momento, tinha neve espalhada, estava frio, mas enfim, andei sem rumo, não querendo ir para lá, mas indo naquela direção lentamente.
- Lua!?
- Chris! Até que em fim te achei.
- Você realmente estava me procurando? – ele não pareceu acreditar muito.
- Tecnicamente sim – ele deu de ombros. – Ta gatinho em menino!
- Eu sou gatinho! – ele sorriu se gabando.
- Não, você é o meu tigrinho!
- Shii! Fala mais baixo! E se alguém ouvir?
- Que você é meu tigrinho?
- Para Lua! É sério! Fala mais baixo, já basta o Justin saber.
- Qual o problema dele saber?
- Ele vai contar!
- Relaxa Chris, não vai não.
- Claro que vai.
- Cara, eu te prometi, não é mesmo? Minhas promessas eu cumpro.
- Melhor mesmo – ele cruzou os braços emburrados.
- Ah não ser que eu ache necessário contar.
- Necessário como? – ele me olhou preocupado.
- Tipo, se alguém muito malcriado ficar de birra e se achar demais...
- Desculpa, desculpa, retiro o que acabei de dizer! – ri.
- Perdoado – a sua expressão aliviou. – Por enquanto – mas voltou a ficar tensa enquanto eu o olhava com a sobrancelha arqueada.
- Você é muito má.
- E você ainda não viu nada – sorri vitoriosa.
- Mudando de assunto, é natal e você está me apavorando – ri –, viu algum aperitivo por aí?
- Já está pensando em comida?
- Ah poxa! Sempre rola algumas coisas para comer antes da ceia e eu cheguei há um tempo e ainda não comi nada.
- To aqui a menos tempo do que você, então... – o olhei com lamentação, ele se virou para a porta de vidro e ficou encarando a Pattie.
- Talvez assim ela note – ri.
- Mas então, como está sendo seu natal? – isso se chama: tentativa de puxar outro assunto.
- Melhor, afinal, ninguém ainda resolveu apertar as minhas bochechas.
- Não seja por isso – apertei de leve a sua bochecha deixando-a um pouco avermelhada.
- Ai! Eu já disse que você é má?
- Já sim, e eu respondi que você ainda não viu nada.
- E nem quero ver! – ri, de novo, fazer o que?
 Meu celular começou a vibrar, então tirei ele da minha cintura e abri uma mensagem que tinha acabado de chegar, o número até então eu não conhecia.
“Não conseguimos nem conversar direito, desculpa por isso. JB”
- Chris, Justin mudou de numero?
- Mudou, parece que, gente demais tinha o numero dele, se é que me entende – ele me olhou rapidamente e depois voltou a encarar a Sra. Pattie. Esfomeado.
”Ih! Tudo bem, a partir de agora terei que me acostumar com isso não é mesmo? Relaxa, estamos na mesma casa e ela não é grande assim, logo a gente se fala.
“Eu queria estar aí, falando com você e com o Chris, mas as pessoas não me deixam passar.”
“Depois a gente se fala, calma.”
“Eu não quero falar contigo depois, quero agora! Preciso te dar uma coisa, mas desse jeito nem sei se vai dar, então, vou subir e te espero lá em cima.”
“Exigente.”
“Você vem ou não?”
Olhei para trás e lá estava ele me encarando no degrau mais largo da escada – onde se faz a curva – com o celular em mãos, e agora?
”Já vou.”
- Chris, eu vou ao banheiro e já volto – guardei o celular no mesmo lugar de antes, reparando na bateria fraca, claro.
- Não precisa mentir.
- Chris, eu vou ver o que Justin quer comigo, já volto – dei-lhe um beijo no rosto e fui para as escadas.
 Em cada degrau as minhas pernas tremiam, não sei por que, talvez medo já que a cada passo eu olhava para os cantos da casa tentando reparar se alguém me notava. Quanto medo! Qual é o problema? Se alguém perguntar, eu sei mentir, sempre soube.
- Justin? Cadê você?
 Eu andava cuidadosamente pelo corredor vazio, só tinha porta fechada de todos os lados, aonde ele iria se enfiar sem que eu notasse? Bom, como ele fez isso eu não sei, mas quando chegou por trás de mim, tampou a minha boca, agarrou a minha cintura e me carregou até o quarto dele em fração de segundos, era à hora de eu morrer de susto. Só faltei cair, porque gelei da cabeça aos pés.
 - Você é louco menino? Queria me matar do coração é? – ele riu.
- Fala mais baixo da próxima vez.
- Não tente me matar da próxima vez – disse do mesmo jeito que ele. – O que quer comigo?
- Sempre curiosa né?
- Você me deve essa depois de quase me matar.
- Nem foi para tanto Lua!
- É porque não foi com você – cruzei os braços e mostrei-lhe a língua e o que ele fez? Isso aí, riu, depois foi até a cama e pegou um pacote roxo, fino, mas grandinho.
- Então Srta. Quasemorri – ele zombou. – Fiz um show em Zurique antes de vir para o natal e bom... – ele me entregou o pacote, peguei e rasguei um enorme pedaço só para ver o que era, meus pais sempre me disseram que era falta de educação, mas e daí? Era o Justin – é na Suíça que se têm os melhores chocolates – o olhei – e como você adora essas porcarias aí...
- Porcaria é você! Chocolate é muito bom, desculpa se você é louco por não gostar – brinquei.
- Isso quer dizer que você gostou né? – ele estava sem graça, qual é Justin?
- Espera aí – arranquei todo o papel de presente. – Meus pais dizem que isso é falta de educação – abri a caixa vermelha com Lindt escrito em dourado passando a tampa para baixo –, mas foi você que me deu – peguei um bombom – então... – dei de ombros e mordi um pedaço do bombom, praticamente a metade dele.
 Justin me olhava um pouco apreensivo – talvez muito, mas tentava disfarçar – enquanto eu saboreava o chocolate ao leite Suíço, que para variar era muito bom, na verdade era extremamente delicioso, desse jeito, amanhã cedo já não há nenhum.
- Hum... – coloquei a outra metade na boca e comi. – Cara isso é muito bom! Quer? – estendi a caixa.
- Um para experimentar – ele estendeu a mão, mas eu puxei a caixa de volta.
- Você disse que não gosta!
- Mas você ofereceu!
- Apenas cortesia.
- Credo Lua, usura, para de ficar emburrada e me dá só um? – Neguei – Meio? – ainda emburrada estendi a caixa para ele já com outro bombom na boca. – Meio? – neguei. – Pode pegar um inteiro?
- Se perguntar de novo eu não deixo – ele pegou um, agora eram quatro a menos na caixa, sim eu já havia comido três.
- Isso é bom mesmo.
- Muito gostoso – assentiu. – Você fica muito usura quando se trata de chocolate!
- Dã! É chocolate – ele riu. – Valeu Justin, e nem tem como dizer que não posso aceitar porque já abri e já comi três bombons, mas, nem comprei nada para te dar de presente.
- Não tem importância.
- Claro que têm! Sem contar que eu não sei o que se compra para ti, já sou péssima em comprar presentes, para um garoto, famoso ainda por cima, ferra tudo! – ele riu, talvez dos meus gestos meio infantis.
- Não liga – deu um passo para frente ficando numa distancia um tanto “perigosa” de mim. – O que eu quero vindo de você não se compra.
- Pode me dizer que coisa é essa?
- Para que? Você sabe muito bem o que é – ele investiu em um beijo, mas me afastei.
- Obrigado pelo presente Justin e desculpa por não te dar nada em troca – fui andando em direção a porta, mas ele segurou meu cotovelo.
- Lua!? – me virei e ele olhou no fundo dos meus olhos, queria dizer alguma coisa eu podia sentir isso, mas as palavras não saiam de sua boca. Aguardei por alguns instantes, mas não podia ficar mais tempo lá, então foi a minha vez de dar um passo “perigoso” em sua direção.
- As coisas mudaram, nada é como antes meu amor. Eu sei muito bem o que você quer, mas nada é tão fácil assim mais – eu não precisava falar nem um pouco alto, minha voz era quase um sussurro já que nossos lábios inferiores estavam roçando levemente um no outro quando me afastei e desci. 

2 comentários: