Certo,
sem sono e “sem” fome, agora? Tédio até a hora de se arrumar. Fiquei na sala
vendo tevê com os meus pais, só que o mais interessante é que foi divertido.
-
Pai! Meu presente de natal?
- Como
assim presente de natal?
- Um
presente que você me dá no natal ué.
- Eu
te dei um carro e você ainda quer outro presente?
-
Claro, o carro foi de aniversário! Quero o de natal agora.
-
Lua, você não é mais criança para ficar pedindo presente desse jeito.
-
Você vai me dar? – perguntei a minha mãe.
-
Não.
-
Então deixa que eu me entendo com o papai – ela riu. – Pai? Papaizinho? Papai
do meu coração?
- Ora
Lua! O que a senhorita quer de natal?
- Eu
sei lá, é presente! Se eu dissesse o que é para comprar não seria presente.
- Não
tem como eu comprar nada hoje.
-
Aceito atrasado.
-
Você já tem um carro.
- Nem
rola juntar presente de aniversário com o natal, principalmente se as datas
forem longe uma da outra.
- Vou
pensar no seu caso...
-
Isso quer dizer que...? – sou alguém muito esperançosa.
- Que
irei pensar.
Fiz bico como sempre, mas meu pai fez com que
eu risse, como sempre também.
Logo
deu à hora para que eu me arrumasse, então fui para o meu quarto e escolhi a
minha roupa tranquilamente enquanto a minha mãe corria pela casa desesperada
atrás do sapato preto que combinava com o vestido vermelho que ela também não
sabia onde estava. Meu pai, muito esperto, foi tomar banho e se livrou da
histeria da minha mãe, já eu, em 5 minutos já estava no banho tranquila, com
tudo pronto.
Tomei
banho e fui para o quarto com uma toalha na cabeça, coloquei a legging, o
sutiã, mais nada e voltei para o banheiro, arrumei o cabelo – aí daria tempo de
ele secar o suficiente para não molhar a blusa – e depois comecei com a maquiagem,
nada pesado como sempre, mas foi à parte que mais demorou. All star, blusa,
casaco de frio na mão e pronta!
O que me restava agora era esperar os meus pais.
Desci e encontrei meu pai todo bem arrumado na
cozinha mexendo em alguma coisa que não deu tempo de ver.
- Oi
pai, cadê a mamãe?
- Se
arrumando oras.
- Ah
claro! Que pergunta besta a minha – ele riu.
-
Onde você pensa que vai desse jeito mocinha?
- Na
comemoração de Natal ué.
-
Assim?
-
Assim...? – estendi meus braços para o lado, me olhei de cima a baixo até onde
podia e depois o olhei, vi ele me olhar de cima baixo.
-
Você está muito linda! – fechei meus braços e arqueei a sobrancelha.
- Foi
mal pai, mas aí não tem como mudar não, você me fez assim e agora não quer
deixar eu sair de casa? – ele riu.
- É
só colocar uma roupa mais “escondida”.
- Eu
em pai! Qual é! Mais escondida do que isso só se eu usasse um habito!
- Boa
ideia!
-
Pai! – rimos.
-
Tudo bem, tudo bem, não é para tanto, mas ainda acho que você poderia está mais
tampada.
- Ah
pai! Eu só vou à frente numa festa de natal, ta achando o que?
- Sei
lá, vai que Justin cai nas suas graças de novo? – ri.
-
Não, não. E mesmo se caísse, qual seria o problema? Ele é famoso, tem dinheiro, bonito...
- É
só com isso que você se importa?
-
Claro que não, mas acho que você não daria moral se eu dissesse: ele é
carinhoso, fofo, uma criança grande! Além de parecer uma boba, claro.
-
Você acha que só me importo com isso?
-
Não. Então mudando a minha fala: Bla, bla, bla, e mesmo se caísse, qual seria o
problema? Ele sempre foi muito gentil comigo, é carinhoso, romântico – tarado às
vezes, mas isso, esquece – realmente muito fofo, sempre me dá atenção, até
mesmo mais do que eu mereço...
-
Certo, você me convenceu!
- De
que você não ia dar bola?
-
Não, que você parece uma boba.
-
Pai! – ele riu e eu acabei rindo também.
-
Estou pronta! – a minha mãe apareceu na cozinha. – O que acham? – ela deu uma
volta.
- Que
tal a mesma coisa do ano passado já que a roupa é a mesma? – respondi
brincando.
-
Credo! Que filha ruim.
-
Liga não – meu pai chegou mais perto –, você está linda – e eles deram um
selinho.
-
Eca, vocês adoram fazer isso na minha frente né?
-
Você também faz – minha mãe respondeu.
- Mas
não na frente de vocês! – saída estratégica para tentar disfarçar a minha cara
de vergonha.
-
Para de show menina – meu pai disse sério.
- Ok,
ok. Você está linda sim mãe – passei pelos dois. – Quero só ver você andar na
neve com esse salto fino – tentei ri discreta.
Coloquei minha roupa para proteger do frio e
saí de casa sendo seguida pelos meus pais em silêncio. Fiquei para trás, já
notando a fumaça sair da minha boca, eu adorava aquilo, quando era criança
gostava de brincar na neve – confesso, ainda gosto –, mas hoje em dia o que eu
mais gosto e ficar soltando ar pela boca e ver a fumaçinha sair, só não sei
qual é mais infantil, só que é legal! O que eu posso fazer? Enfim, fiquei para
trás para fechar a porta e vi minha mãe afundar ao andar, graças ao salto
agulha enquanto eu e meu pai andávamos calmamente com nossos sapatos fechados.
A cada vez que ela ameaçava cair, eu soltava uma gargalhada, era inevitável.
Abraços, beijos e o sapato da minha mãe cheio
de neve. Tirei o casaco e coloquei junto com os dos meus pais e de várias
outras pessoas naquilo que se penduram casacos e andei casa adentro, tentando
achar um lugar que eu ficasse à vontade, o que demorou um pouco para acontecer.
-
Você está linda – me virei assustada.
- Ah!
Oi Justin! Você é a segunda pessoa que me diz isso.
-
Segunda? Que droga! Quem aqui disse primeiro para eu matar?
- Meu
pai – ele fechou a cara na hora e eu ri.
- É
melhor deixá-lo vivo.
-
Concordo – eu não conseguia parar de rir e acabou que ele riu também. – Sua namoradinha
chegou?
- Sei
lá – ele deu de ombros –, mas desde quando você se importa com a Cait?
- Eu
não me importo com ela – ele me olhou confuso – me importo com o irmão dela –
ele fez uma expressão de “ah”.
- Era
de se imaginar! Você e Chris não se desgrudam mais!
-
Culpa sua!
-
Minha? – quanto cinismo.
- Sua
sim Justin! Você que nos apresentou.
- E
me arrependo.
-
Oras! Por quê?
-
Vocês não se desgrudam.
- Até
parece está com ciúmes!
- E
se eu estiver? Algum problema?
-
Sim! Primeiro que você não tem mais esse direito...
- Tal
direito que logo terei de volta.
- Não
está muito confiante?
- Eu
sei que vou tê-lo de volta.
- Só
em sonhos!
- Neles
também.
-
Apenas.
-
Mentira! Vai ser na realidade também.
-
Duvido.
-
Quer apostar?
-
Não.
- Ué?
Por quê?
- Vai
que eu perco? – dei de ombros e sorri.
Seria legal – ou não – que a conversa
continuasse. Estávamos falando num tom de brincadeira – dizem que toda
brincadeira tem um fundo de verdade, dizem –, mas uma pessoa chegou e começou a
conversar com ele, eu pedia em silêncio que ela fosse embora para continuarmos
a conversar, mas aconteceu o inverso, outra pessoa chegou e depois outra e mais
outra, depois mais uma, enfim, quando notei, Justin estava cercado de gente e
eu exclusa dali. Aproveitei que ele me olhou e acenei, virando as costas.--------------
Eu não ia postar porque só tive 1 comentário, mas... já passou muito tempo e eu vi que as visualizações aumentaram [apesar de ainda não serem muitas], então, está aí.
Mas, vou continuar não falando muito, apenas, até o próximo.
Perfeito! Continua *-* To amando
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