- Ai!
– me virei. – Menino! Não consegue sair um dia cedo da escola? – ele riu.
- A
professora de geografia me prendeu aqui, me obrigou a refazer a redação sobre
os Tigres Asiáticos – ele revirou aquelas orbes azuis. – Mas e você? O que faz
aqui ainda?
- Eu
pretendia ir à biblioteca, mas ela ta fechada e fiquei conversando com o
professor de música.
- Quer
uma carona então?
- Mas
meu caminho nem é o seu!
- Não
faz mal, eu te levo sem problema!
-
Então vou aceitar Kyle, valeu, minha preguiça dominou agora com a sua oferta –
ele riu.
Fomos conversando até a porta, comentando
sobre tudo como se nos conhecêssemos há anos! Desde o dia que ele descobriu meu
“lance” com Justin, era tudo ou nada, não tinha mais como esconder muita coisa
dele, o pior ele já sabia mesmo.
- Me
espera na porta, vou buscar a moto.
- Ok!
– ao descermos as escadas ele virou rumo ao estacionamento do colégio e eu
segui reto no pátio.
A entrada principal da escola era marcada por
um portão enorme com grades pretas, que ficava aberto quase o tempo todo. Pelo
tempo que eu fiquei lá dentro, era para não tem ninguém, nem mesmo as equipes
de esportes – apesar de que voltariam mais tarde –, mas perto do portão tinha
alguém, que mesmo de costas, só pela postura eu sabia exatamente quem era.
Mas que diabos Justin estava fazendo ali?
-
Justin? – ele se virou. – O que ainda está fazendo aqui? Achei que tinha ido
para casa com o Chris – parei na frente dele, ainda com o cenho franzido.
- Por
que me chamou de infantil?
- O
que? – ah, pronto.
- Por
que me chamou de infantil? Ou vai dizer agora que não se lembra? – eu... o...
ah!
- Não,
eu lembro, mas não entendi ainda o porquê dessa sua cara de poucos amigos e
muito menos porque ficou aqui esse tempo todo.
-
Agora que se lembra, pode me explicar por que disse isso para os outros ainda?
- Porque
você é oras.
- E
você tem a cara de pau de dizer na minha cara assim?
- Ué,
achei que tivesse reclamando do fato deu ter dito pelas suas costas!
-
Também! – ele praticamente gritou irritado.
- Como
ficou sabendo disso Bieber?
- Por
quê? Era para ser segredo?
- Não
foi uma pergunta retórica, como ficou sabendo disso Bieber? – ele ficou calado,
quase atingindo um tom vermelho de raiva, dali não saía mais nada até que se
acalmasse, então continuei. – Por que seja lá o que ouviu, ou o que te
contaram, chegou pela metade.
Ele deixou de vagar os olhos e me olhou,
visivelmente confuso.
- Eu
te chamei de infantil sim, quando Halle veio reclamar do Luka e eu usei o nosso
exemplo para ajudar! Eu te chamei de infantil quando fui dizer a ela que apesar
de ser um defeito seu que me irrita demais, todas as suas qualidades superam e
no final das contas eu ainda gosto de você – eu olhava tão intensamente para
aquelas íris avelã que nenhum sentimento dele eu deixava passar, pelo que eu
havia entendido a raiva amenizou, mas agora quem não queria conversa era eu. –
E parabéns, você acaba de provar que estou certa.
- Você
me chama de infantil e eu que saio como errado no final da história?
- Você
veio querendo tirar satisfações de algo que nem sabia direito! Talvez isso não
seja bem “infantilidade”, mas certo não foi.
Eu
estava tão irritada com essa discussão idiota que nem notei Kyle se
aproximando.
-
Justin? Lua? Está tudo bem? – acertei minha postura e desviei minha atenção do
Justin olhando para trás dele.
-
Parecemos bem? – andei até a moto e peguei o capacete que Kyle segurava.
- Você
vai de moto com esse cara?
- É o
que parece né? E não me vem com essa indignação toda! Sequer era para você
estar aqui – pus o capacete e subi na moto. – Passar bem Bieber.
-
Lua... – Kyle começou, mas o cortei.
-
Vamos Kyle, já chega de escola por hoje.
Ele deu a partida e não comentou mais nada,
apenas pilotou até a minha casa que não era longe da escola – afinal eu ia a pé
–, então parou e firmou para que eu descesse. Ele tirou o capacete ainda em
cima da moto e eu tirei o meu quando já estava no chão, acertado o cabelo como
um costume já adquirido há tempo.
- O
que aconteceu entre você e Justin? Eu... eu atrapalhei alguma coisa?
- Não!
Não. Nem era para ela estar lá, ele teria compromissos agora. Foi apenas uma
discussão boba, muito boba para falar a verdade.
-
Então isso quer dizer que vai ficar tudo bem?
- Não
sei.
- Mas
como não? Você acabou de dizer que foi só uma discussão boba.
- Mas Justin
e eu já passamos por muita coisa, e está cada vez mais difícil continuar.
-
Casais tem briga o tempo todo ué, brigas bobas que depois se resolvem, é só
conversar.
- Eu
sei, pode acreditar, eu sei. Mas as coisas entre nós dois são meio... intensas,
e faz tempo que é assim, e sabe, essa história dele ser famoso só complica.
- Deve
estar sendo difícil para vocês.
- Você
não faz ideia como! Acha que nós brigávamos por coisinhas idiotas assim? Quando
namorei o Justin a gente brigou acho que três vezes, uma quando éramos amigos,
depois uma pequena discussão por ciúmes que resolveu naquela noite mesmo, e a
última, bom...
-
Resultou na sua ida para Nova York, acertei? – assenti.
- Até
hoje não sei se essa foi a melhor coisa que fiz, ou a maior besteira.
Kyle não falou nada, ele era parecido comigo
em relação a: “melhor não falar nada se não tiver o que dizer, melhor consolar
estando perto, do que falar e soltar o que não deve”, então, apenas me encarou
com aquelas orbes azuis mais do que perfeitas e deu um sorrisinho aconchegante.
Ele de fato era um garoto incrível e lindo.
- Lua!
– parei de prestar atenção no Kyle e olhei além dele, do outro lado da rua.
- Oi
Sra. Pattie!?
- Cadê
o Justin? – virei babá de astrozinho agora?
Lua,
se controla.
- Ele
mora enfrente a sua casa? – Kyle sussurrou para mim.
Assenti.
- Ele
estava na escola, acho que foi resolver alguma coisa com algum professor sobre
atividades atrasadas ou trabalho – gritei de volta.
-
Aquele menino! Ele tem compromissos agora! Vai se atrasar!
-
Sinto muito Sra. Pattie. Ele deve estar vindo.
- Tudo
bem querida, não é culpa sua – não, claro que não, seu filho que resolveu
provar o quanto é infantil e tirar satisfações comigo de coisas que mal sabia.
Sorri e Pattie entrou em casa.
- Que
mentirosa! – Kyle sorria.
-
Melhor deixar isso quieto, pelo menos por agora. De qualquer modo, deixa o Justin
contar, não seria nada bom se eu gritasse que havíamos brigado né? – ele
pareceu pensar.
- É,
realmente não – e ainda sorrindo, acabei deixando um escapar de meus lábios,
talvez não tão branco e encantador, mas poxa, no momento era meu melhor
sorriso. – Er... mudando de assunto, sem querer piorar a situação, mas, temos
que ver o trabalho de história!
-
Cara! É mesmo! Valeu por lembrar! Eu já tinha me esquecido – ele bagunçou,
ainda mais, o cabelo.
- De
nada, mas... e o Justin? – foi a minha vez de mexer no cabelo.
-
Relaxa, eu dou meu jeito, sempre dei. Não vou deixar ninguém na mão, inclusive
porque eu me ferro também né? – sorri.
-
Então ok. Preciso ir agora! A gente se vê!? – ele colocou o capacete.
-
Claro, até amanhã.
- Até
– ligou a moto, deu a partida e eu entrei.
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Aí eu entro HOJE para postar outra coisa e descobro que não o meu último post estava em RASCUNHO. Me perdoem e.e
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Aí eu entro HOJE para postar outra coisa e descobro que não o meu último post estava em RASCUNHO. Me perdoem e.e
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