Justin Bieber
Já era
tarde da noite, o sol havia se posto há muito tempo e não tinha uma hora que eu
acabara de chegar de mais uma viagem, cansado, com sono e uma dor de cabeça
rara.
Eu tinha jogado a minha bagagem em algum canto
no quarto que eu já nem lembrava mais qual era, e depois de um banho – que só
me deu mais sono – eu estava sentado na escrivaninha do meu quarto, brincando
com alguns papeis e caneta, escrevendo coisas completamente avulsas que em
algum momento, talvez, faria sentido, mas ali e agora, pareciam apenas
idiotices, enquanto eu esperava a minha mãe vir com algum remédio.
-
Justin?
-
Entra mãe – terminei de desenhar o último “R” de “Bieber Fever”, larguei a
caneta e me virei para porta esperando ver a minha mãe com algum copo de água e
o tal remédio, mas não foi bem isso.
Bom, eu vi a minha mãe e sim, ela tinha um
copo de água e um remédio se dissolvendo lá dentro, mas um passo à frente dela,
Lua estava parada e não me parecia muito tensa, posso dizer que ela até me
parecia preocupada – isso ela não escondeu bem, ou não fez questão de esconder
–, mas sua face, o tempo todo, desde que voltou, era tão tranquila que ela
parecia ter certeza do que estivesse fazendo o tempo todo, ou como se não se
fosse se importar com as consequências, já que, Lua jamais foi tão segura de si
assim, a ponto de ser tão confiante em todas as coisas que faz.
- Aqui
está – minha mãe se aproximou e eu só tirei os olhos da Lua quando fui pegar o
copo. – Qualquer coisa estou lá em baixo – Lua e eu acompanhamos com os olhos a
minha mãe sair.
Segundos silenciosos e minha cabeça começou a
latejar mais forte, então virei o copo todo de vez e deixei sobre a
escrivaninha.
- Você
está bem?
-
Estou, é só uma dor de cabeça... quase não me dá, mas é que nessa viagem minha
cabeça viveu a mil, tem a questão toda do novo CD...
- Já
sabe o que vai fazer sobre?
-
Não... ainda estou meio indeciso sobre a data de lançamento. Acho que falta
mais alguma coisa.
-
Hum... – você nota que há algo de estranho quando ela responde “hum”, porque
simplesmente ela nunca responde
assim.
- O
que quer Lua? – a olhei.
-
Falar com você.
-
Então diz.
- Você
precisa correr atrás.
- O
que? – meu tom saiu um pouco indignado, ou talvez muito.
- É
Justin, você precisa correr atrás, se não a gente não acontece e você sabe
disso! Se realmente quer que fiquemos bem, tem que ir atrás.
- Você
percebeu o quanto é idiota o que acabou de dizer?
- Eu
sei, pode parecer bem imbecil, até para mim parece, mas é verdade Justin. Eu
sou covarde e você se esquece desse detalhe, não venho atrás não é por orgulho,
é por vergonha, sempre foi, vergonha de admitir que estava errada, medo de que
você não queira, medo de sofrer de novo, quando se trata de mim é sempre medo.
Você sabe, sabe bem. Já pensou o que deveria ter acontecido se você não tivesse
me convencido do erro que cometi em deixar as coisas entre a gente acabar
daquele jeito? Me fazendo voltar antes de viajar.
-
Talvez sofreríamos menos se eu não tivesse convencido.
- Ou
talvez não, sofreríamos do mesmo jeito, ou quem sabe mais ou menos, estaríamos
sendo infelizes, e seria o dobro de complicado caso eu voltasse. Talvez seria
pior. Justin... você sempre foi o mais forte de nós dois e talvez eu possa me
considerar forte agora por confessar isso se não fosse algo tão evidente. Pode
parecer injusto, eu sei. Eu realmente queria poder vir, pedir desculpas e te
lembrar o quanto somos felizes juntos, mas não consigo, esse é o seu papel na
história. Mas é questão de pedir desculpas? Ok, desculpa. Eu realmente não
deveria ter te chamado de infantil, apesar de que você é, mas eu não deveria
ter falado com você daquele jeito. Sabe que eu não penso antes de falar, muitas
vezes, e esse está sendo um caso, mas enfim, aquele momento foi impulsivo como
esse está sendo, mas talvez isso não seja um motivo para você, ok, ok – ela
fechou os olhos e respirou fundo. – Parece injusto, pode até ser injusto, mas
você precisa ir atrás, eu preciso que você vá, nós precisamos.
Ela disse... “nós”.
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