quarta-feira, 12 de março de 2014

12º capitulo: I kissed a friend just to try it, I hope my boyfriend don't mind it. Parte 1.

- Fala sério, seus burros!
- Ah ok! Caso não saiba, eu não sei nada de mitologia ok?
- E se você ajudasse amorzinho, seria melhor. – ri.
- Senti sua ironia em “amorzinho” ok Bieber? E não teria graça eu ajudar vocês, é tudo tão fácil – eles me olharam torto. – Para mim, para mim é fácil.
- Então me diz como é que essa mulher nasce e ajuda o irmão a nascer ainda?
- É isso que está te deixando tão descabelado Kyle? – ri muito mais. – Não é a toa! Não tenta entender, só aprenda, ou grave, como são! Se não você fica louco mesmo, e seu cabelo é lindo demais para quase arrancar fora tentando entender algo que não tem como entender. Ah! E não é mulher, é deusas – acho que ele já queria voar em cima de mim.
- Você ainda não me respondeu.
- Ora, eu não crio os mitos, como vou saber? Estamos falando de séculos a.C.
 Kyle virou para frente emburrado e Justin também estava com um mau humor daqueles! Além do sono esse trabalho detonava os seus neurônios acordados. Mitologia Grega não é fácil.
 Fechei meu “A Maldição do Titã”, o terceiro livro da saga “Percy Jackson e os Olimpianos”. Já li umas três vezes, essa seria a quarta no caso, mas eu só estava lendo mesmo por ser o livro com informações sobre a Deusa Ártemis e dei uma pesquisada no Google mais cedo.
- É o seguinte...
Me inclinei para frente quase caindo do sofá da casa do Justin que eu estava deitada na maior folga, e me aproximei dos meninos, que sentavam no chão próximo a mesa de centro da sala, onde estava o note do Bieber, papeis e canetas espalhadas por todo canto, e expliquei o que eu sabia, praticamente banquei a “contadora de histórias” falando sobre toda aquelas lendas.
 Até que Kyle se irritou e levantou depressa.
- Chega!
Chegava a ser engraçado ver os dois quebrando a cabeça por um trabalho como aqueles, Kyle ficou muito irritado no final de tudo, mas enfim. Arrumamos toda e deixamos do jeito que estava quando chegamos, e enquanto Justin terminava de acertar as coisas por lá, levei Kyle até a porta.
- Então se você quiser me manda por e-mail, ou sei lá.
- Posso te entregar na escola também, qualquer coisa.
- É, pode ser. Aí quando a sua parte e a do Justin tiverem comigo eu monto para apresentar, mas vê se entra logo porque tenho um péssimo hábito de enrolar para fazer trabalho – ele riu.
- Ta bom, ta bom. Até mais Lua.
- Até Kyle.
Fechei a porta e voltei para sala, Justin estava sentado no sofá, fazendo nada só me esperando voltar, com uma cara fofa, sorrisinho de lado, cabelo recém-arrumado de qualquer jeito, a calça que ele voltou da escola quase batendo no joelho de tão baixa – exagerei, é, mas isso não tira o fato de que ele estava com a cueca toda aparecendo, todo mundo da escola sabia que a cueca dele é branca da Calvin Klein.
- Você sabe o quanto sou indignada com essa sua calça lá no joelho.
- Eu sei, mas não entendo porque, é estilo.
- Desde quando é estilo mostrar a cueca toda? – ele sorriu.
- Ta com ciúmes da minha bunda agora?
- É, to – é ironia, por favor.
- Que fofa! – eu mandando a ver na ironia e ele tirando uma com a minha cara como sempre, só para não perder o costume.
- Não é ciúme, sabe disso, mas não tem necessidade de usar uma calça tão baixa.
- Mentira, você está com ciúmes da minha bunda sim!
- Não to mesmo.
- Ta sim!
- Cara, não to a fim de discutir com você.
- Você sempre é teimosa e insiste até convencer ou desistirem, você parar é a prova de que eu to certo.
- Você é convencido demais!
- E você me ama mesmo assim.
 Ele me olhava com seu típico sorriso convencido, o que o identificava bem, “convencido” é a maior característica de Justin Drew Bieber, só que eu era tão louca por ele, pelos olhos brilhando de confiança e pelos lábios deliciosos levemente levantados de canto naquele maldito sorriso que, o que mais me irrita nas outras pessoas, no Justin era um defeito que eu simplesmente adorava.
- Eu te odeio!
Ele riu, claro que o que eu disse foi da boca para fora e isso era tão notável que, qualquer um que não soubesse da minha história com Justin saberia que eu estava de brincadeira ao dizer isso. Também sorrindo feito idiota como eu estava e com a certeza inexistente que eu falei, era impossível não notar.
- Ok então, se for assim também te odeio, agora vem cá amorzinho – ele me puxou pela mão até que eu sentasse ao lado dele no sofá.
- Ah, por favor! Você não se cansa disso de “amorzinho”?
 Desde que eu chamei Justin de “amor” há uns dias atrás, essa coisa meio que voltou a pegar, mas tudo bem, chamar de “amor” é normal, mas esse “amorzinho” é sacanagem dele, muita ainda por cima só para ter o gostinho de tirar uma com a minha cara.
 Mas para explicar melhor eu tenho que contar uma coisa: Eu morro de medo de filme de terror, e quando eu falo “morro de medo” é realmente do tipo traumatizante e de precisar de um psicólogo e tudo, sem zoeira. É que quando eu tinha uns seis anos, meus pais foram ver um filme de terror depois que me puseram para dormir, mas o fato deles terem me deixado na cama não quer dizer que realmente peguei no sono e acabei fazendo a maior besteira: fui até eles e acabei vendo um pedaço do filme, o que foi suficiente para me trazer cinco meses de pesadelos intensos, quatro anos de medo do escuro e dois anos e meio de visitas semanais ao psicólogo. Ta explicado por que eu odeio filme de terror?
 Meus pais estavam assistindo no quarto eu acho, e aquela cena horrenda me fez gritar histericamente e correr de volta para o meu quarto e me enfiar debaixo da coberta, meus pais foram me ver e tentaram a todo custo me acalmar, meu pai ficou lá comigo até que eu pegasse no sono, mas nem duas horas depois ele teve voltar porque eu acordei berrando de medo e foi assim durante um bom tempo, até que meu pai teve que dormir várias vezes comigo, mas ele dizia que eu me debatia muito então acabava ficando mais acordado do que realmente dormindo, por isso resolveu pagar um psicólogo. Eu estava aterrorizada demais ainda depois de alguns meses.
 As consultas me ajudaram muito em relação aos pesadelos e com o medo do escuro também, mas essa era mais uma questão de confiança, então, por mais que a Sra. Miller me ajudasse, ela mesmo disse que eu teria que perder sozinha.
 Sem medo do escuro, sem berros noturnos, mas eu continuava me debatendo muito na cama e provavelmente eu sempre me mexeria muito dormindo – por causa do meu subconsciente e um bla, bla, bla que eu já não me lembro – não importando se a luz estava acesa ou apagada, se eu estivesse no mesmo quarto que alguém ou sozinha, alguém podia até estar na mesma cama que eu que não adiantaria, com exceção de uma única pessoa: Justin Bieber.
 Até aquela manhã ele não sabia disso, sendo sincera, nem eu tinha notado.
 Meu pai, meu querido e amado pai que começou com isso.
 Na manhã do dia seguinte, Justin e eu descemos assim que acordamos, fui na frente sendo seguida, enquanto ele ainda mal tinha despertado. Quando cheguei lá embaixo, meus pais já estavam sentados à mesa tomando café.
- Mãe, pai, oi! – fui até eles. – Cara, to com fome! Voc... – me virei para trás procurando Justin, mas para a minha surpresa ele não estava lá, então voltei até a escada e ele estava escorado na parede com os olhos arregalados. – Algum problema, posso saber?
- Seus pais estão aí, seu pai está aí – ele sussurrou assustado. Ri.
- Para de besteira e vem logo! – o puxei pela mão. – Vem Justin, de um jeito ou de outro eles já sabem que você está aí, vem logo!
 O puxei de novo e ele veio. Quando voltei a olhar para os meus pais, ambos nos olhavam sem reação, o mais engraçado era que a minha mãe ainda passava requeijão na torrada e meu pai estava com o jornal aberto na página de esportes encarando nós dois como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Er... bom dia – Justin disse mais sem graça impossível!
- Bom dia – minha mãe respondeu, quebrando o momento “estatua” dos dois.
- Ele dormiu com você? – meu pai perguntou enquanto passava o olho numa reportagem sobre a boa atuação do Messi no Barcelona.
- Uhum – respondi catando uma das torradas com requeijão da minha mãe.
 E então meu pai olha para Justin realmente surpreso.
- E como você conseguiu isso rapaz?
- E... – a voz do Justin falhou, eu juro que se não tivesse de boca cheia tinha soltado uma risada daquelas. Ele pigarreou para que a voz voltasse ao normal – e por que eu não deveria conseguir? 
- Por quê? – meu pai parecia ainda mais surpreso dele nem saber. – Essa garota se espanca na cama, desde pequena se debate muito, eu nunca consegui quando ela tinha pesadelos por causa do filme de terror que não era para ter assistido – sempre que o assunto voltava, ele me olhava como se eu tivesse cometido o maior erro da minha vida não ter ido dormir aquela noite, de certa forma foi, mas eu tinha seis anos! Como ia saber? – É incrível que você consiga.
- Nenhuma vez ela se debateu – meu pai me olhou, como se tivesse me perguntando o porque, eu simplesmente dei de ombros e me sentei à mesa –, mas por que?
- Senta Jus, que eu te conto.
 Contei tudo e meus pais me ajudavam nos mínimos detalhes para que eu não esquecesse de nada – principalmente das partes mais constrangedoras – e no final de tudo, o vagabundo riu da minha cara! Que vontade de matar o infeliz! Eu queria esgoelar ele com as minhas mãos e ia abrir a cova no quintal! Mas depois teria 20 milhões de pessoas correndo atrás de mim e desisti da ideia.
- Tadinha do meu amorzinho.
 E pronto, tenho certeza que ele não vai parar de me chamar de “amorzinho” tão cedo.

Agora, melhor voltar para o momento atual.

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