quinta-feira, 20 de março de 2014

12º capitulo: I kissed a friend just to try it, I hope my boyfriend don't mind it. Parte 2.

- Não vou cansar nunca de te chamar de amorzinho, porque você é meu amorzinho! – ele sorriu feito criança.
- Eu não mereço essa vida.
- Claro que merece, você me merece sim – quando eu disse que ele era convencido, eu realmente não estava brincado.
 Justin tinha seus defeitos, coisas realmente irritantes, mas quais defeitos não são? Ele é bem infantil às vezes, metido, se acha “o tal” principalmente agora que ficou famoso, além disso é esnobe em muitos casos, falando assim ele até parece aquele tipo de pessoa “nojo”, mas não, ele é carinhoso, fofo, gentil e prestativo. As qualidades e defeitos formam uma combinação perfeita.
- Você está brava comigo ainda por que eu ri sobre aquela parada sua de filme terror?
- Não! Apesar de que fiquei com vontade de te matar aquela hora, eu não consigo guardar raiva de alguém por tanto tempo assim.
- Sério?
- Sério!
- Mas é sério mesmo?
- Não enche não, já disse que é verdade! – ele riu.
- Então vem cá – ele me puxou para que eu sentasse no colo dele, e fui.
- Mas bem que você não poderia ter rido né? – ele soltou uma risada nasalada.
- Desculpa, mas na hora não deu. Vou te confessar uma coisa: eu me arrependi depois de ter rido, só de imaginar você na sua época fofa acordando assustada a noite me deu dó, mas vou confessar também que fiquei feliz ao saber que você só se aquieta a noite quando está comigo – sussurrou a última parte no meu pé do ouvido.
- Não se gabe muito por isso ok? Nem eu tinha notado.
- Mas agora sabe, que só comigo consegue essa façanha.
- Eu não dormi junto com todas as pessoas do planeta para saber disso, Jus – ele me olhou desagradado.
- Você sempre estraga a minha felicidade, né?
- Só quando você começa a se gabar tanto, é um gosto meu – sorri de lado.
Ele acabou rindo e me abraçou de lado, depois me deu um beijo.
- Eu te amo.
- Eu sei Jus, eu sei.
 Ele me aninhava nos braços como se eu fosse uma boneca de porcelana e que se soltasse eu quebraria. Me abraçava cuidadoso enquanto meu peito ameaçava explodir de sentimentos irracionais, coisa que eu não deixaria acontecer, eu com razão Justin já me tem demais nas mãos, eu sem ela, prefiro não pensar em que níveis isso chegaria.
 Ele pegou uma caneta que estava sobre os papeis ao lado dele no sofá e pressionou a ponta contra a minha perna descendo um pouco e dando um pequeno rabisco. Arqueei a sobrancelha automaticamente e então ele parou.
- Posso?
- Começou agora termina né – ele sorriu e terminou de riscar a maior parte da minha coxa descoberta pelo short jeans.
Em letras grandes e legíveis Justin escreveu: “Você é meu anjo perigoso. By: JB”.
- Você ainda se lembra disso!?
- Sinceramente, acho que nunca mais vou consegui olhar para o rosto da Caitlin sem lembrar daquele olho roxo – rimos.
- Ok então. Agora me dá a caneta, é a minha vez! – ele estava de calça jeans, de qualquer jeito eu não estava nem um pouco a fim de escrever na perna dele, de calça ou não, eu escreveria no braço.
 Para falar a verdade eu não fazia a mínima ideia do que escrever, mas ele escreveu em mim, então eu ia dar o troco, então deixei a caneta desenhar quase que sozinha pelo braço dele, rezando que as palavras fizessem sentido no final de tudo, deixando que o meu subconsciente mandasse.
 Quando fiz o último traço fui parar para notar o que tinha escrito: “Você sabe o que eu sinto por você. By: Você sabe quem”.
- Será que sei mesmo?
- Eu sei que sabe. Agora espera aí que eu preciso ir ao banheiro.
 Me levantei correndo, já estava apertada há um tempo, mas enfim, a casa do Justin tem o mesmo problema que a minha: os banheiros no andar de cima. De qualquer jeito, fui e voltei o mais rápido que deu.
 Quando cheguei à sala, Justin não estava mais sentado no sofá e sim no chão com o controle na mão assistindo algum programa musical, do tipo com aqueles apresentadores fingidos de animados, que pronunciam os nomes errados com uma voz tão enjoada que dá vontade de trocar de canal durante um clipe e outro só para não ouvir falar. Mas tinha uma explicação para ele estar vendo aquilo, estavam falando dele.
- Desistiu do sofá? – ele levou um leve susto e me olhou estranho.
- Fui pegar o controle que estava no chão e resolvi ficar por aqui. Vem cá, senta – ele me segurou pela mão como fez quando estava no sofá, mas dessa vez eu não sentei ao seu lado e sim no seu colo.
 Minhas pernas ficaram entre seu quadril, com o joelho apoiados no carpete. Segurei seu rosto e dei um beijo tranquilo, a voz dele me preocupou um pouco, tinha quase certeza que algo o incomodava e o beijo foi mais para mostrar que eu estava com ele, mas, assim como ele não insistia comigo, eu jamais iria insistir com ele em algo que não quisesse dizer.
Pousei minha cabeça perto da curvatura do pescoço e fechei os olhos curtindo o perfume dele que era tão bom – e agora caro – sobre a camiseta verde, e ele encostou o queixo na minha cabeça, ainda encarando a televisão prestando atenção no finalzinho do clipe estrelado e cantado por ele mesmo, e acariciava meu braço. Nossa respiração estava lenta e no mesmo compasso, eu viajava curtindo apenas o silêncio entre nós só quebrado pela TV, quando ele resolve falar.
- Eu estou cansado.
- De, exatamente, o que?
- Dessa falsa liberdade, a fama é uma prisão.
- Explica, sei que tem coisas nessa fama que você gosta.
- É, tem, amo as minhas fãs, no palco me sinto eu mesmo, é uma sensação especial que não trocaria por nada nesse mundo.
- Então...
- Essa perseguição, o medo de agir, das consequências, to cansando de ter que esconder, fingir, da pressão... sinto que alguma hora vou cair – sua voz soava séria.
- Tem muita gente que não vai deixar você cair.
- Você é uma dessas pessoas?
- É obvio que sim – me aconcheguei melhor e tirei minhas mãos de seu peito, descendo para a cintura.
 Ele me deu um beijo na cabeça e com a mão que não acariciava meu braço, começou a mexer no meu cabelo, me embriagando de sono já.
- Eu quero te pedir uma coisa.
- Fique à vontade.
- Tenho mais uma música pronta e gostaria que fosse comigo gravar.
- Onde dessa vez?
- Onde o que?
- Onde vai gravar oras.
- Em Atlanta.
- Geórgia?
- Uhum – devo confessar que a ideia não deveria ter me agradado, sei que Atlanta é o “meio produtivo” do Justin, com a gravadora e essas coisas, então é mais do que compreensível, mas, eu ir? É perigoso, seria mais uma vez que eu estaria dando minha cabeça em uma bandeja, como se eu não tivesse aprendido o quanto foi arriscado das outras vezes.
- Tudo bem, vou sim – e eu não aprendi, depois que todo o risco passa dá uma sensação boa de ter “quebrado as regras” e anestesiada do jeito que eu estava agora, acho que se Justin me pedisse para me jogar da ponte eu diria que sim.
- Não vai desistir de última hora né?
- Por que acha que eu faria isso?
- Eu não sei, foi fácil demais te convencer.
- Vou me arrepender depois, mas deixa isso para depois.
- Mas não vai desistir né?
- Não, te prometo que não.
- Vou cobrar ok?
- Eu vou Justin, relaxa, já disse que vou.
- Tem certeza?
- Que merda! Eu vou! – ameacei levantar para o encarar, mas ele não deixou.
- Ok, ok, desculpa.
 Ele continuou a acariciar meu cabelo e isso me acalmou aos poucos, antes que Pattie nos interrompesse, cheguei a bocejar calma, lerda e com sono – de praxe.
- Vocês são tão fofos juntos, não gosto de ter que interromper.
- Então não interrompa – Justin resmungou baixo e eu bati sem jeito nele onde deu e me afastei, mesmo sem querer, para olhar a Pattie.
- Que foi Pattie? – perguntei.
- Justin, apareceu uma emergência, você tem uma entrevista de rádio ainda hoje em Winnipeg.
- Mãe, emergência é se a casa tiver pegando fogo, se alguém bateu o carro, se alguém ta morrendo, e não uma entrevista de rádio – ele quase bufou, mas não precisava disso para eu saber que estava aborrecido.
- Deixa de ser chato Justin, então, “apareceu um imprevisto” ta bom para você? – oh, clima legal em.
- Winnipeg aqui em Monitoba, né? – cortei, para ajudar, antes que Justin ficasse pior.
- É sim, querida – Pattie respondeu doce como sempre.
- É aqui do lado quase, ta que em outra província, mas, é a daqui do lado, isso quer dizer que estarão de volta logo né?
- Se Deus quiser sim – Pattie de novo.
- Que ótimo! A gente vai ser ver logo então! – olhei empolgada para Justin, tentando ver pontos positivos apesar dessa não ser bem a minha natureza, mas dois pessimistas em um lugar só é desagradável demais.
- Isso mesmo, agora arrume algumas coisas filho, temos que sair em uma hora – e então ela saiu da sala.
- Emergência é eu poder ficar com você pelo menos uma tarde inteira.
- Clama Justin, Winnipeg nem é assim tão longe, se for parar para pensar, a gente vai se ver logo.
- Mas amanhã eu já vou viajar, de novo!
- Mas antes disso a gente vai ser ver, calma – ele abaixou a cabeça.
- Você entende o que eu quero dizer com cansado? – pus cada palma da minha mão de um lado do seu rosto e encostei minha testa à dele.
- E eu to aqui para te ajudar, como disse que estaria – o beijei e então me afastei. – Agora vem – me levantei sem jeito e o estendi a mão para o puxar, ele me deu e eu tentei o levantar quase caindo no chão, mas consegui não fazer isso.
- Você não pode ir comigo né?
- Não, assim tão de repente não. Acho que vou aproveitar para falar com o Chris, faz tempo que a gente não se vê fora da escola e tal.
- Ta bom então, fazer o que!?
- Deixa de ser resmungão, Bieber! – o empurrei de leve e sorri, arrancando um sorriso dele também. – Agora vai logo, você tem pouco tempo e, por favor, tira isso do braço em! – ele riu.
- Obvio!
- Agora beijo – ele me aproximou e me deu um beijo.
- Beijo – respondeu sorrindo.
 Tá para nascer uma pessoa tão fofa, safada e convencida quanto Justin Bieber.
 Peguei as minhas coisas o mais rápido que deu e fui em direção a porta, Justin veio atrás de mim, me acompanhando, abriu a porta porque eu estava meio ocupada com as mãos e por educação também.
- Obrigada – agradeci. – Até depois.
- Em, você vai me ouvir na rádio?
- Claro, se eu achar a rádio, né – ele riu. – Me avisa que horas vai ser a entrevista, que eu vou tentar escutar, ok?
- Ta bom – ele me deu outro beijo. – Até.
- Tchau – me virei e ouvi a porta se bater atrás de mim.

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