- Não
vou cansar nunca de te chamar de amorzinho, porque você é meu amorzinho! – ele
sorriu feito criança.
- Eu
não mereço essa vida.
-
Claro que merece, você me merece sim – quando eu disse que ele era convencido,
eu realmente não estava brincado.
Justin tinha seus defeitos, coisas realmente
irritantes, mas quais defeitos não são? Ele é bem infantil às vezes, metido, se
acha “o tal” principalmente agora que ficou famoso, além disso é esnobe em
muitos casos, falando assim ele até parece aquele tipo de pessoa “nojo”, mas
não, ele é carinhoso, fofo, gentil e prestativo. As qualidades e defeitos
formam uma combinação perfeita.
- Você
está brava comigo ainda por que eu ri sobre aquela parada sua de filme terror?
- Não!
Apesar de que fiquei com vontade de te matar aquela hora, eu não consigo guardar
raiva de alguém por tanto tempo assim.
-
Sério?
-
Sério!
- Mas
é sério mesmo?
- Não
enche não, já disse que é verdade! – ele riu.
-
Então vem cá – ele me puxou para que eu sentasse no colo dele, e fui.
- Mas
bem que você não poderia ter rido né? – ele soltou uma risada nasalada.
-
Desculpa, mas na hora não deu. Vou te confessar uma coisa: eu me arrependi
depois de ter rido, só de imaginar você na sua época fofa acordando assustada a
noite me deu dó, mas vou confessar também que fiquei feliz ao saber que você só
se aquieta a noite quando está comigo – sussurrou a última parte no meu pé do
ouvido.
- Não
se gabe muito por isso ok? Nem eu tinha notado.
- Mas
agora sabe, que só comigo consegue essa façanha.
- Eu
não dormi junto com todas as pessoas do planeta para saber disso, Jus – ele me
olhou desagradado.
- Você
sempre estraga a minha felicidade, né?
- Só
quando você começa a se gabar tanto, é um gosto meu – sorri de lado.
Ele
acabou rindo e me abraçou de lado, depois me deu um beijo.
- Eu
te amo.
- Eu
sei Jus, eu sei.
Ele me aninhava nos braços como se eu fosse
uma boneca de porcelana e que se soltasse eu quebraria. Me abraçava
cuidadoso enquanto meu peito ameaçava explodir de sentimentos irracionais,
coisa que eu não deixaria acontecer, eu com razão Justin já me tem demais nas
mãos, eu sem ela, prefiro não pensar em que níveis isso chegaria.
Ele pegou uma caneta que estava sobre os
papeis ao lado dele no sofá e pressionou a ponta contra a minha perna descendo
um pouco e dando um pequeno rabisco. Arqueei a sobrancelha automaticamente e
então ele parou.
-
Posso?
-
Começou agora termina né – ele sorriu e terminou de riscar a maior parte da
minha coxa descoberta pelo short jeans.
Em
letras grandes e legíveis Justin escreveu: “Você
é meu anjo perigoso. By: JB”.
- Você
ainda se lembra disso!?
-
Sinceramente, acho que nunca mais vou consegui olhar para o rosto da Caitlin
sem lembrar daquele olho roxo – rimos.
- Ok
então. Agora me dá a caneta, é a minha vez! – ele estava de calça jeans, de
qualquer jeito eu não estava nem um pouco a fim de escrever na perna dele, de
calça ou não, eu escreveria no braço.
Para falar a verdade eu não fazia a mínima
ideia do que escrever, mas ele escreveu em mim, então eu ia dar o troco, então
deixei a caneta desenhar quase que sozinha pelo braço dele, rezando que as
palavras fizessem sentido no final de tudo, deixando que o meu subconsciente
mandasse.
Quando fiz o último traço fui parar para notar
o que tinha escrito: “Você sabe o que eu
sinto por você. By: Você sabe quem”.
- Será
que sei mesmo?
- Eu
sei que sabe. Agora espera aí que eu preciso ir ao banheiro.
Me levantei correndo, já estava apertada há um
tempo, mas enfim, a casa do Justin tem o mesmo problema que a minha: os
banheiros no andar de cima. De qualquer jeito, fui e voltei o mais rápido que
deu.
Quando cheguei à sala, Justin não estava mais
sentado no sofá e sim no chão com o controle na mão assistindo algum programa
musical, do tipo com aqueles apresentadores fingidos de animados, que
pronunciam os nomes errados com uma voz tão enjoada que dá vontade de trocar de
canal durante um clipe e outro só para não ouvir falar. Mas tinha uma
explicação para ele estar vendo aquilo, estavam falando dele.
-
Desistiu do sofá? – ele levou um leve susto e me olhou estranho.
- Fui
pegar o controle que estava no chão e resolvi ficar por aqui. Vem cá, senta –
ele me segurou pela mão como fez quando estava no sofá, mas dessa vez eu não
sentei ao seu lado e sim no seu colo.
Minhas pernas ficaram entre seu quadril, com o
joelho apoiados no carpete. Segurei seu rosto e dei um beijo tranquilo, a voz
dele me preocupou um pouco, tinha quase certeza que algo o incomodava e o beijo
foi mais para mostrar que eu estava com ele, mas, assim como ele não insistia
comigo, eu jamais iria insistir com ele em algo que não quisesse dizer.
Pousei
minha cabeça perto da curvatura do pescoço e fechei os olhos curtindo o perfume
dele que era tão bom – e agora caro – sobre a camiseta verde, e ele encostou o
queixo na minha cabeça, ainda encarando a televisão prestando atenção no
finalzinho do clipe estrelado e cantado por ele mesmo, e acariciava meu braço.
Nossa respiração estava lenta e no mesmo compasso, eu viajava curtindo apenas o
silêncio entre nós só quebrado pela TV, quando ele resolve falar.
- Eu
estou cansado.
- De,
exatamente, o que?
- Dessa
falsa liberdade, a fama é uma prisão.
- Explica,
sei que tem coisas nessa fama que você gosta.
- É,
tem, amo as minhas fãs, no palco me sinto eu mesmo, é uma sensação especial que
não trocaria por nada nesse mundo.
-
Então...
- Essa
perseguição, o medo de agir, das consequências, to cansando de ter que
esconder, fingir, da pressão... sinto que alguma hora vou cair – sua voz soava
séria.
- Tem
muita gente que não vai deixar você cair.
- Você
é uma dessas pessoas?
- É
obvio que sim – me aconcheguei melhor e tirei minhas mãos de seu peito,
descendo para a cintura.
Ele me deu um beijo na cabeça e com a mão que
não acariciava meu braço, começou a mexer no meu cabelo, me embriagando de sono
já.
- Eu
quero te pedir uma coisa.
-
Fique à vontade.
- Tenho
mais uma música pronta e gostaria que fosse comigo gravar.
- Onde
dessa vez?
- Onde
o que?
- Onde
vai gravar oras.
- Em
Atlanta.
- Geórgia?
- Uhum
– devo confessar que a ideia não deveria ter me agradado, sei que Atlanta é o
“meio produtivo” do Justin, com a gravadora e essas coisas, então é mais do que
compreensível, mas, eu ir? É perigoso, seria mais uma vez que eu estaria dando
minha cabeça em uma bandeja, como se eu não tivesse aprendido o quanto foi
arriscado das outras vezes.
- Tudo
bem, vou sim – e eu não aprendi, depois que todo o risco passa dá uma sensação
boa de ter “quebrado as regras” e anestesiada do jeito que eu estava agora,
acho que se Justin me pedisse para me jogar da ponte eu diria que sim.
- Não
vai desistir de última hora né?
- Por
que acha que eu faria isso?
- Eu
não sei, foi fácil demais te convencer.
- Vou
me arrepender depois, mas deixa isso para depois.
- Mas
não vai desistir né?
- Não,
te prometo que não.
- Vou
cobrar ok?
- Eu
vou Justin, relaxa, já disse que vou.
- Tem
certeza?
- Que
merda! Eu vou! – ameacei levantar para o encarar, mas ele não deixou.
- Ok,
ok, desculpa.
Ele continuou a acariciar meu cabelo e isso me
acalmou aos poucos, antes que Pattie nos interrompesse, cheguei a bocejar
calma, lerda e com sono – de praxe.
- Vocês
são tão fofos juntos, não gosto de ter que interromper.
-
Então não interrompa – Justin resmungou baixo e eu bati sem jeito nele onde deu
e me afastei, mesmo sem querer, para olhar a Pattie.
- Que
foi Pattie? – perguntei.
- Justin,
apareceu uma emergência, você tem uma entrevista de rádio ainda hoje em
Winnipeg.
- Mãe,
emergência é se a casa tiver pegando fogo, se alguém bateu o carro, se alguém
ta morrendo, e não uma entrevista de rádio – ele quase bufou, mas não precisava
disso para eu saber que estava aborrecido.
-
Deixa de ser chato Justin, então, “apareceu um imprevisto” ta bom para você? –
oh, clima legal em.
-
Winnipeg aqui em Monitoba, né? – cortei, para ajudar, antes que Justin ficasse
pior.
- É
sim, querida – Pattie respondeu doce como sempre.
- É
aqui do lado quase, ta que em outra província, mas, é a daqui do lado, isso
quer dizer que estarão de volta logo né?
- Se
Deus quiser sim – Pattie de novo.
- Que
ótimo! A gente vai ser ver logo então! – olhei empolgada para Justin, tentando
ver pontos positivos apesar dessa não ser bem a minha natureza, mas dois
pessimistas em um lugar só é desagradável demais.
- Isso
mesmo, agora arrume algumas coisas filho, temos que sair em uma hora – e então
ela saiu da sala.
-
Emergência é eu poder ficar com você pelo menos uma tarde inteira.
-
Clama Justin, Winnipeg nem é assim tão longe, se for parar para pensar, a gente
vai se ver logo.
- Mas
amanhã eu já vou viajar, de novo!
- Mas
antes disso a gente vai ser ver, calma – ele abaixou a cabeça.
- Você
entende o que eu quero dizer com cansado? – pus cada palma da minha mão de um
lado do seu rosto e encostei minha testa à dele.
- E eu
to aqui para te ajudar, como disse que estaria – o beijei e então me afastei. –
Agora vem – me levantei sem jeito e o estendi a mão para o puxar, ele me deu e
eu tentei o levantar quase caindo no chão, mas consegui não fazer isso.
- Você
não pode ir comigo né?
- Não,
assim tão de repente não. Acho que vou aproveitar para falar com o Chris, faz
tempo que a gente não se vê fora da escola e tal.
- Ta
bom então, fazer o que!?
- Deixa
de ser resmungão, Bieber! – o empurrei de leve e sorri, arrancando um sorriso
dele também. – Agora vai logo, você tem pouco tempo e, por favor, tira isso do
braço em! – ele riu.
-
Obvio!
-
Agora beijo – ele me aproximou e me deu um beijo.
-
Beijo – respondeu sorrindo.
Tá para nascer uma pessoa tão fofa, safada e
convencida quanto Justin Bieber.
Peguei as minhas coisas o mais rápido que deu
e fui em direção a porta, Justin veio atrás de mim, me acompanhando, abriu a
porta porque eu estava meio ocupada com as mãos e por educação também.
-
Obrigada – agradeci. – Até depois.
- Em,
você vai me ouvir na rádio?
-
Claro, se eu achar a rádio, né – ele riu. – Me avisa que horas vai ser a
entrevista, que eu vou tentar escutar, ok?
- Ta
bom – ele me deu outro beijo. – Até.
-
Tchau – me virei e ouvi a porta se bater atrás de mim.
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