(...)
Meu celular tocava freneticamente, primeiro
achei que era em sonho, mas devido a insistência percebi que não. Tateei todos
os cantos até achar e atendi sem olhar o número e murmurando um “oi”.
Eu em estado entorpecido de sono murmurando ao
telefone... Tem como ter alguma duvida que passo tempo demais com a Lua? Isso
era tão coisa dela! Mas confesso que eu estava morto de cansaço, fui dormir muito
de madrugada, adivinhem por quê? Porque estava curtindo a minha frustração,
claro! Mas não era só isso, estava saboreando também a sensação de saber que
ela, Lua Houston, logo ela demonstrou ciúmes por mim.
Saiu uma voz animada pelo telefone. O que é
isso? Inversão de papeis?
- Lua? – até consegui abrir o olho.
- Amém, Sr. Astrozinho! Qual é?
Dormindo a essa hora?
- O problema não é eu estar
dormindo... é você nessa animação
– por incrível que pareça, ela riu! – O
que houve com você? Se drogou?
- Menos, Bieber, menos! Só queria te
perguntar umas coisas.
- Que coisas?
- Seus planos para hoje! E aí? Qual a
rotina?
- Hã? – eu estava completamente grogue e ela
animada, isso estava extremamente errado.
- Oras, Bieber! Sei que não veio pra
França a toa, você deve ter alguns planos por causa de show ou da divulgação do
CD, então, pelo amor! Me diz que diabos você vai fazer hoje porque eu to afim
de ficar o dia inteiro trancada no quarto enchendo a cara!
- Enchendo a cara? Isso é sério?
- Olha, no nível do tédio que eu to,
por mais que eu não possa entrar no bar do hotel, arranjo fácil um whisky! – Sentei na cama mais acordado,
coçando a cabeça ainda meio confuso.
- Você não ta falando sério.
- Eu to, oras! Sei que prometi a mim
mesma que não ia beber assim de novo, mas sinceramente, hoje ta pedindo!
- Ta tão ruim assim?
- Bieber, eu to presa num quarto de
hotel na França! Não sei o que fazer, pra onde ir... se bem que você podia me
emprestar o Jake, né? –
me levantei da cama e fui até a porta ao lado do guarda roupa.
- Jake? Ah, sim! Eu disse que ia
deixar ele com você –
ainda estava trancada.
- Obrigada!
- Mas, Lua?
- Hum?
- E eu?
- O que tem você?
- Vai sair por aí, e vai me deixar
aqui?
- Justin, você vai ter mais o que
fazer o dia inteiro que eu sei.
- Mas...
- Hey! Eu deixo uma garrafa pra gente,
ok? – riu. Ela estava
louca! – Ok, estou brincando. Mas to
errada?
- Não – soltei emburrado. – De tarde tenho uma coletiva de imprensa e
de noite uma festa.
- Eu já imaginava. A gente se vê
amanhã, sim?
- Sim! Com certeza.
- Então até amanhã.
- Até – silêncio, ninguém desligou o telefone
e ninguém falou mais nada por um tempo.
- Jus?
- Eu?
- Desculpa ter trancado a porta, ok?
Eu estava com raiva.
- Eu sei.
- Ok.
Agora sim ela desligou.
Fiquei um tempo desnorteado no quarto
silencioso e vazio, o sol entrava pela janela e iluminava muito bem o cômodo,
mas eu me sentia estranho por causa da conversa pelo telefone. Ela estaria
aqui, mas não comigo, estaria tão perto e ao mesmo tempo tão longe, até quando
seria assim?
Resolvi tomar um banho pra começar a me
distrair, só que demorei mais tempo do que o normal. Mas então a minha equipe
chegou, Ryan e Scott fizeram questão de me manter ocupado e distraído o dia
todo. Não falei com a Lua, nem por telefone, não tive tempo e ela nem me ligou
também. Quando fui para o hotel, pensei em passar no quarto dela, mas mal tive
tempo, entrei e tomei banho, coloquei um smoking branco e saí de novo pra uma
festa.
Curti. Confesso que me diverti muito na festa,
bebi e tirei fotos com milhões de outras pessoas famosas, nada diferente das
festas “públicas” que passei a ir depois que fiquei famoso. Na verdade, depois
que alguém fica famoso, qualquer festa se torna “pública”, não importa onde
esteja e se é o único famoso lá, ainda sim vira pública porque você é público.
Quando voltei estava cansado, era muito tarde
e eu tinha certeza que não veria a Lua, o que me deixou decepcionado e aumentou
meu cansaço. Então sentei na cama, tirei o blazer do smoking, quando abaixei
pra tirar os sapatos ouvi um barulho, mas não pensei muito sobre, só ergui os
olhos procurando de onde vinha até que a vi ali parada, na porta que dividia
nossos quartos.
Ela usava uma blusa de ombro caído grande e um
short jeans curto, muito curto na verdade, e a blusa só deixava a barra do
short aparecendo. Estava descalça, como de costume quando estava em casa, e o
cabelo solto. Linda! Sempre linda!
Lua não disse uma palavra, então eu disse
enquanto terminava de tirar os meus sapatos.
-
Lua, oi! Nossa, estou cansado! Se divertiu? Eu não queria ter ficado longe de
você. Amanhã eu vou ter o dia livre, que tal a gente... – levantei de os olhos
de novo enquanto afrouxava a gravata e percebi que ela se aproximava, mas em um
completo silêncio – Lua? Que foi? – ela se aproximou mais – Lua? Hey!
-
Shiii.
Ela me olhou nos olhos de um jeito que nunca
fez na vida, sentou no meu colo com uma perna de cada lado e me beijou como
nunca havia feito. Nem nas vezes que me provocava, que me deixava louco, ela me
beijou assim. Tinha algo diferente, acho que intenções diferentes.
Lembrei da vez que fomos à Nova York, não sei
se esse era um bom momento pra isso, mas enquanto ela me beijava com um desejo
fora do comum, lembrei que a última vez que nos pegamos de verdade foi em Nova
York e que as coisas foram muito bem até o Scooter ligar e atrapalhar tudo.
“Olha
para mim Bieber, pareço que iria fugir?”
A fala dela me veio à cabeça enquanto ela
desabotoava a minha camisa, depois puxou pra baixo e eu afastei os braços pra
que tirasse de mim. Quando Lua a jogou pra qualquer canto, agarrei seu corpo,
cravando meus dedos por cima da roupa a beijando com a mesma intensidade, o
mesmo desejo e as mesmas intenções. Eu sabia o que ela queria, e também sabia
que não iria fugir nunca mais.
Arrastei sua blusa pra cima, arrancando do seu
corpo e aproveitando pra pegar um pouco de ar antes de voltar para o beijo. A arranhei
e então gemeu baixo ainda me beijando, depois me empurrou, ficou de quatro em
cima de mim e continuou a me beijar como se não precisasse de ar. Abriu meu
cinto e deu um tempo pra tirar minha calça também.
Agora era a minha vez.
A joguei na cama, meu corpo pesou um pouco
sobre o dela, eu apertava sua coxa esquerda com força. Meu Deus! Que coxa! Era
na medida certa, minha mão conseguia agarrar muito bem e talvez isso deixaria
um pouco de marcas, mas essas não seriam as únicas. Desci os lábios até seu
pescoço, deixando mordidas por onde passava. Demorei um tempo ali depois desci
mais e mais, passando entre seus seios, ficando um tampo por ali também, talvez
deixando mais manchas, e fui descendo. Desocupei minhas mãos para que pudesse
desabotoar seu short – que realmente era muito curto, mas isso não importava
nem um pouco agora –, o puxei e depois joguei pra longe, não tendo nem ideia de
onde caiu.
Ela não iria fugir, definitivamente não.
Finalmente eu tinha a única garota que sempre
quis de calcinha e sutiã na minha cama. Perfeito, não? Mas deixa pra pensar
isso depois, agora tenho um trabalho a fazer.
Lua me arranhava e também me mordia, tenho
certeza que depois eu ficaria com muitas marcas, mas nesse quesito estávamos
quites. Logo, não tínhamos sequer uma peça de roupa separando nossos corpos e
logo, nem separado estávamos, pelo contrário, éramos um só.
Um só corpo suado e cansado se contorcendo até
as últimas energias.
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