quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

21º Capitulo: We Got the Attention of World to Us - Part 4

Quando acordei demorei um tempo para situar do que acontecia a minha volta. Abri meus olhos com dificuldade devido à luz do dia que invadia o quarto, olhei para os lados preguiçosamente e então a vi ali do meu lado, dormindo feito o anjo que não era, com o lençol cobrindo apenas metade das costas para baixo, seu rosto virado na minha direção e o cabelo espalhado pelo travesseiro.
 Me senti desperto na hora, é claro, sempre babando por Lua Houston.
 Não lembro se já comentei sobre o corpo dela, bem possível que já, mas custa nada dizer mais uma vez, porque, sinceramente, já vi garotas mais gostosas do que a Lua, mas nunca uma tão gostosa quanto ela. Sei que parece confuso, mas a questão é que existem garotas com a bunda maior, peito maior, coxas maiores e mais definidas do que a dela, mas Lua tem cada medida perfeita e natural entre si, o que deixava ela mais gostosa do que todas as que medem GG.
 O mais incrível nisso tudo era que ela não dava a mínima, na verdade, não ligava se ninguém falar nada sobre o corpo que ela tem, porque se dizer, ta pedindo para comprar briga, tanto que Lua nunca ficou com muitos caras em quase 18 anos de vida, beijou o Erik antes de me conhecer, porque tinha uma queda por ele e o cara quis se redimir com as coisas que fez com ela, depois eu apareci e nós namoramos, e por minha causa ficou alguns poucos meses com o Taylor, até que voltamos e ela se mudou e então surgiu aquele imbecil do Joe, também por minha causa. Quatro caras e nenhum deles ligou primeiro pelo fato de ela ter um belo par de seios, e sim pelo gênio forte, birrento e maduro.
 Era isso que berrava nela, que vinha dela, seu jeito que só dá chances para quem a quer escutar e não pra quem assovia quando ela passa na rua. Lua é diferente, e mais claro do que isso só se escrevesse na testa. Seu corpo era só uma espécie de “bônus” por ela ser tão incrível.
 Abriu os olhos com uma dificuldade extrema, se espreguiçou de um jeito estranho e preguiçoso até que me viu e soltou o sorrisinho, puxou a coberta pra cima e virou para minha direção, deixando a parte da frente coberta.
- Bom dia – diz com a voz arrastada e rouca.
- Bom dia.
- Você está sorrindo feito um retardado – pior que era verdade.
- Tenho razões pra estar assim, não acha?
- Foi sexo, Bieber, não o Grammy.
- Foi sexo com você, Houston, isso me dá todos os direitos de sorrir.
- Tudo bem, eu te perdoo então – ela sorria também, só mal mantinha os olhos abertos.
- Lua?
- Hum?
- Por quê?
- O que?
- Por que fez isso?
- Não devia?
- Não, não é isso, mas... depois de tanto tempo, tanta coisa, as ficadas que você caia fora, o tempo sem ficada... O que houve? – ela suspirou e mexeu a cabeça no travesseiro, mas não respondeu nada por um instante.
- Você pode achar o Joe um imbecil, o que de fato ele é, e que a visita dele ferrou nosso relacionamento, mas, graças a essa visita eu estou pelada na sua cama – ela soltou uma risadinha sonolenta. – Foi o que eu precisava pra deixar Nova York pra trás – dessa vez foi sério.
- E isso é bom?
- Me diz você, foi bom? – ela abriu os olhos, evidentemente mais desperta do que quando começamos a conversar. E eu apenas sorri. – Você está sorrindo feito retardado de novo – ri alto.
- Ah, foi mal! Mas que culpa eu tenho se a minha garota é mais do que incrível? – ela ficou sem graça. – Sua vez de sorrir igual uma retardada.
- Ok! Estamos quites! – deitou de barriga pra baixo de novo e largou o lençol, me parecia bem à vontade, acho que até tinha esquecido que estava sem roupa.
 Deitei de costas na cama e senti tudo arder, torci o rosto um pouco e soltei um gemido inevitável, tentei me acertar melhor na cama, mas minhas costas estava um estrago, sem duvida nenhuma.
- Minhas costas está ardendo.
- Deixa eu ver – rolei ficando de barriga pra baixo, ela se apoiou nos cotovelos pra ver melhor e então riu. – Ops! Acho melhor você não andar sem camisa por, no mínimo, uma semana.
- O que você fez?
- Nada demais oras, mas acho que aqui pode dar casquinha de machucado – ela passou o dedo delicadamente descendo da costela direita até o meio da coluna – e aqui – passou os dedos na região pra baixo da costela esquerda – deve ficar meio arroxeado, bem, mais um pouco arroxeado.
 Dois segundos de silêncio depois, passei a sentir seus lábios quentes nas minhas costas e meu corpo estremeceu na mesma hora. Ela passeou com os lábios por toda a minha pele até que não resisti à sensação e me virei, ela me olhava parecido como na noite anterior, sentou no meu colo e pude perceber que arrepiou ao sentir meu toque.
- Aguenta mais uma, Bieber?
- Quantas vezes você quiser, Houston.
 Ela me beijou e claro, como tudo nesse meu relacionamento com a Lua tem que dar errado em algum momento, esse momento não poderia ser exceção, alguém tinha que bater na porta cortando o meu barato!
- Serviço de quarto! – Lua parou de me beijar e me encarou surpresa.
- Você pediu alguma coisa?
- Não! – mais uma batida.
- Serviço de quarto!
- Droga – resmunguei com ela já saindo de cima de mim.
 Cada um pulou para um lado da cama e começou a caçar as roupas no chão. Desespero total! Vi minha camisa e o short da Lua, mas minha cueca parecia ter entrado em um buraco negro, não estava em lugar nenhum!
- Justin, viu meu sutiã?
- Não!
- Droga! – olhei pra todos os lados ainda procurando as minhas coisas até que vi uma alça perto das cortinas.
- Espera, acho que ta aqui – puxei a alça preta e realmente era ele. – Aqui – joguei pra ela.
- Valeu! E isso é seu – ela jogou minha calça.
- Serviço de quarto!
- Já vai! – gritei de volta e rolou mais correria.
- Fui! – Lua sussurrou alto, mas nem a vi sumir, estava preocupado em por a calça.
 Quando a porta da Lua bateu, terminei de fechar a calça, chutei o resto da roupa pra de baixo da cama e corri até a outra porta pra abrir. A camareira do hotel me olhou tão inocente que até desconfiei.
- Desculpa, mas, eu não pedi serviço de quarto.
- Pediram um café da manhã para duas pessoas para esse quarto, senhor – estranhei ainda mais.
- Sabe quem pediu?
- Foi em nome de Ryan Good, senhor.
- Tudo bem.
 Dei espaço para que ela entrasse, mesmo estando desconfiado, mas acabou não acontecendo nada. A moça entrou com o carrinho, colocou as coisas todas em cima da mesa e então saiu pedindo desculpa pelo incomodo.
 Fiquei bem confuso com essa situação toda. Por que Ryan mandaria entregar um café da manhã para duas pessoas no meu quarto a essa hora? Se bem que eu sequer sei que horas eram, mas mesmo assim, não tenho compromisso nenhum hoje! Se tivesse tenho certeza que o Scott arranjaria uma forma de me acordar, mas aí está outro detalhe, Scooter não fez nada! E o Ryan sim!
- Quem foi que mandou? Já sei que não foi obra sua – olhei pra Lua, encostada no batente da porta e simplesmente babei sem discrição nenhuma.
 Ela encostou o cotovelo no batente e pôs à mão atrás da cabeça, a outra estava na cintura. Eu queria muito prestar mais atenção no sorriso satisfeito formado nos seus lábios, mas a lingerie que usava era preta com rendas, tinha marcas na coxa, nos seios e na barriga, usava minha camisa social da noite passada, seu cabelo estava uma boa bagunça – que eu fiz –, e o sorriso, na verdade, só completava porque seu corpo era a coisa mais perfeita que já vi na vida.
 Só uma palavra descrevia o que eu via naquele momento: gostosa!
 Acho que ela me perdoa por pensar isso pelo menos dessa vez, tem como não pensar? De qualquer modo, será que essa garota não se olha no espelho pra saber que eu tenho razão? Na verdade, acho que ela sabe, mas sempre vem com esse papinho de “não sou um pedaço de carne pra me chamar de gostosa” e até concordo com a parte do “não sou um pedaço de carne”, mas isso não muda o fato dela ser gostosa.
 Eu já pensei “gostosa” um zilhão de vezes, definitivamente estou perdendo a cabeça!
- Baba menos, Bieber! – ela veio até mim.
- Desculpa, mas não dá não! Você tem noção do quanto é gostosa? – eu sei que podia sofrer uma séria lesão em alguma parte do corpo por estar dizendo isso, mas não consegui guardar.
- Ok, dessa vez não vou ameaçar cortar sua língua. É entendível que diga isso – se sentou à mesa, olhando para aquela montanha de comida. – Eu estou com muita fome! Isso veio em boa hora, seja lá quem mandou.
 Ainda não sei se ela tem noção, mas tudo bem, deixei para lá e me sentei à mesa também. Dentro de uma bandeja, perto do prato com torradas tinha um bilhete, peguei pra ver enquanto Lua começava a devorar a comida.
- Ryan que mandou – disse terminando de ler o bilhete – ele sabia que a gente brigou e ontem estava tudo estranho, então mandou esse café da manhã todo pra eu te chamar e a gente, bem, se reconciliar – olhei pra ela que ria enquanto tomava o suco, depois arqueou as sobrancelhas.
- Veio em boa hora, reconciliações dão muita fome – sorriu maroto e tratou de enfiar outra torrada na boca, pela sua cara, era só um jeito de não soltar alguma “besteira”.
 Apenas ri e passei a comer também. Ela tem razão, reconciliações dão muita fome! Principalmente as que envolvem cama e falta de roupa, até mesmo das íntimas.
- Hum – murmurei de boca cheia ganhando sua atenção. – Tenho o dia inteiro livre hoje, bem, quase inteiro, pensei em a gente pedir alguns filmes e passar num driver thruh mais tarde, o que acha?
- Um lanche é uma boa ideia! – Tomou um gole de suco e passou a ponta da língua no canto da boca, como se eu já não tivesse pirando o suficiente com ela seminua na minha frente. – Você está me devendo essa desde a última vez.
- Não necessariamente, não tenho culpa se a Louise interrompeu nossos planos – dei de ombros.
- Verdade.
- E então?
- E então o que?
- O que vamos fazer hoje? – Pela expressão que ela fez, posso jurar que tinha esquecido o que eu acabei de dizer.
- Hambúrguers industrializados e filmes franceses?
- Eles devem ter alguns americanos.
- Eu, sinceramente, espero que sim – e não falou mais nada.
 Talvez eu até entenda porque ela estava tão distraída com a conversa, afinal, triturava a comida na nossa frente como se estivesse passando fome há anos, mesmo assim, por mais que ela deu entender que era um “tudo bem” para a ideia que eu dei, resolvi continuar pra ter certeza.
- Vamos pedir os lanches, ou pedimos ao Kenny, talvez até ao Jake mesmo, para comprar?
- Hum!? – ela desviou os olhos da mesa que encarava como se quisesse saber qual biscoito seria sua próxima vitima, e olhou para mim. – Ah, não, nós vamos juntos.
- Ok, vou chamar o Kenny e o Jake.
- Não, Bieber – ela tomou o resto do suco. – Juntos que eu quero dizer, é você e eu.
 De todos os baques que ela já me deu, esse com certeza foi o que me deixou mais pasmo. Desde que nos encontramos, fazemos de tudo para nos esconder e fugir para que ninguém a escancarasse na mídia, tudo para que nosso relacionamento – seja lá que tipo de relacionamento é – se mantenha mais seguro o possível, e o mais importante, para manter a vida dela o mais seguro possível, diferente e afastada do que a minha é, e agora, ela simplesmente diz para dar um passeio por aí, sem se esconder de nada nem ninguém.
- Você tem certeza disso?
- Mais ou menos, mas chegamos a um ponto que não temos muito a perder mais. A escola está no final e daqui a pouco vai ter a faculdade, se não for agora, será nunca. Eu já estou totalmente misturada a sua vida e ao seu mundo mesmo, aparecer para o universo inteiro, é a única coisa que falta – deu de ombros.
Isso é verdade, metade das pessoas da escola sabiam que tivemos alguma coisa, a outra metade só não desconfiava mais que ainda tínhamos porque eu quase nunca estava presente. Além do mais, Lua viajou comigo várias vezes, foi a shows e sentiu de perto as minhas fãs, sem querer, eu a introduzir ao mundo no qual tentava a afastar.
 E também, esse esconde-esconde era por ela, logo, se ela quer fazer isso. Vamos fazer.
- É só que...
- Só que?
- Só que eu me acostumei com “escondido é mais gostoso” – fiz uma careta e ela riu.
- Garanto que vai ser tão gostoso como era, quem sabe até mais – ela piscou e fez um estalo com a boca. – Agora vou lá tomar um banho, não vou sair cheirando a suor que nem é meu, ainda por cima – minha vez de rir.
 Ela se levantou e seguiu até a porta que dividia os quartos, mas a chamei antes que a perdesse de vista, surgiu uma pergunta na minha mente.
- Lua! – ela me olhou. – Isso também tem algo a ver com a visita do seu ex-namoradinho?

- A visita do Joe foi o basta que eu precisava, tudo vai ser diferente agora, Jus – ela sorriu e saiu.

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