Pov's Bieber
Flashes. Ainda acho que fico cego por uma
maldição dessas.
Entrei no hotel ainda incomodado com as
manchas coloridas que via por causa das luzes daquelas malditas câmeras
fotográficas, o que me fez lembrar a vez que vim à França com Lua, ainda esse
ano, e ela ficou brincando com as cores.
Lua... desde aquele momento fora da cidade, a
gente não tem se falado. Ela não me pediu desculpas pelo o que houve quando Joe
estava lá e eu tinha minhas razões pra ficar com raiva dela, mas já estava
doendo essa distância, vê-la e não falar com ela, sentir seu cheiro, ver seus
olhos, sua boca... queria tanto ceder, tantas vezes pensei em fazer isso, mas
não! Ela está errada e enquanto não me pedir desculpas, não vou ceder!
Subi até o quarto, estava nervoso, mas era só
cansaço. Ryan estava comigo, recomentando sobre os eventos durante os dias que
ficaríamos aqui, eu tentava escuta-lo, mas não consegui muita coisa. Eu só
queria entrar no quarto e ficar sozinho.
-
Caitlin já chegou? – perguntei cortando o assunto, antes que ele arranjasse
mais coisas pra falar sobre trabalho.
-
Já sim, faz pouco mais de uma hora.
-
Depois eu passo no quarto dela pra dizer um oi.
-
Por que você trouxe essa garota, JB? Sabe que se alguém a vir aqui vai voltar
com todos os rumores que estão juntos e vai ser uma complicação.
-
Já tinha tudo reservado Ryan, só faltavam as passagens.
-
E por que não o Chris, ao invés da irmã dele?
-
O nome no hotel era de garota, e sabe, Chris não é uma garota. Não que eu saiba
– rimos.
-
Mas e a Lua?
-
Sabe que não estamos muito bem.
-
E então você prefere dar a passagem pra Caitlin, sua ex-ex-namorada, do que pra
garota que você gosta?
-
Bem, estamos brigados.
-
Bem, era melhor não ter dado pra ninguém.
-
Não queria desperdiçar o quarto.
-
Então era pra Lua estar aqui.
-
Mas eu não podia dar a passagem pra ela!
-
Por que não? Talvez se desse não estariam brigados ainda.
-
Porque eu estaria cedendo, e ela é quem está errada – ele me olhou com uma
expressão meio “fala sério”.
-
Vocês deveriam ser menos orgulhosos.
-
Ela que é!
-
Eu disse vocês. Agora vou pro meu
quarto, você está cansado, marrento e não ouviu uma palavra do que eu disse
antes sobre os planos pra amanhã. Então deixa isso para amanhã – Ryan era um
cara legal por isso, se fosse o Scooter, estaria reclamando e repetiria tudo
umas cem vezes até ter certeza que escutei tudo. – Fui!
-
Tchau – disse antes de que ele fechasse a porta.
Levantei da cama, tomei um banho e troquei de
roupa. Me senti mais desperto depois disso e também mais disposto, não muito,
mas o suficiente pra ir ao quarto ao lado.
Antes de sair do quarto olhei bem para o
corredor para verificar se tinha alguém, mesmo sabendo que não teria – já que
tomamos cuidados com a privacidade, apesar de sempre escapar alguma coisa. Saí
e fui até a porta ao lado, bati de leve umas três vezes só que não aconteceu
nada, achei até que tinha batido muito fraco, mas então percebi a maçaneta se
movendo pra baixo, apesar disso, levou mais algum tempo até a porta realmente
abrir.
E lá estava ela, com o cabelo preso bem em
cima e muitas mechas soltas, algumas no pescoço estavam com as pontas molhadas,
uma roupa bem a vontade como se já tivesse se preparando para dormir, ou se
não, dar uma volta pelo salão do hotel.
Meu Deus! Como ela é linda!
-
Lua? – perguntei surpreso, depois que parei de ficar deslumbrado.
O problema é que sempre que ela me surpreendia
eu ficava deslumbrado como se ela fosse o próprio sol.
-
Oi – ela sorriu sem graça e deu uns dois passos pra trás, para que eu entrasse
no quarto.
Parecia até uma pessoa fofa.
-
O que está fazendo aqui?
-
Caitlin foi à minha casa ontem, me deu a passagem dela, disse que era pra eu
vir. Não tive muita certeza, mas resolvi vir nem que fosse pelo passeio, caso
me escorraçasse.
-
Eu não faria isso, você sabe.
-
É, mas você não está muito contente comigo, podia não querer olhar para minha
cara e me evitar, e isso, para mim, seria a mesma coisa.
-
Parece que você que não quer olhar pra mim cara.
-
Eu? Por quê?
-
Apareceu toda estranha na minha casa, me fez dirigir feito louco e então, nada
mais.
-
Não nos vimos muito, nem nos falamos muito desde então. Eu sei. Mas também, eu
estava no êxtase aquele dia, confiança no 100% e eu precisava te mostrar aquilo.
-
E eu te agradeço por isso. Me senti muito bem de um jeito diferente, e foi bom
– ela franziu o cenho me encarando.
-
Olha Justin, eu fiz aquilo pra te mostrar as coisas, para que entendesse melhor
o meu ponto de vista daquele ano – disse num tom e feições levemente alarmadas
–, mas isso quase me destruiu. Quase acabei comigo mesma em várias formas por
causa desse problema, precisou de toda aquela confusão com o Joe em Stratford
para finalmente encontrar certo “equilíbrio”.
-
Relaxa, Lua. Ta tudo sobre o controle – as feições dela não suavizaram, talvez
até se tornaram ainda mais fortes.
-
Só, pelo amor, toma cuidado! – sorri de canto de boca.
-
Ta preocupada comigo, Houston?
-
Pergunta idiota em, Bieber!? – sorri por completo.
-
Mudando de assunto – disse ainda sorrindo –, quero te mostrar uma coisa, se é
que já não descobriu – dei mais um passo a frente e fechei a porta.
-
Descobriu o que? – sorri ainda mais.
-
Vem cá, da uma olhada – fui até a porta que tinha na lateral do quarto, ao lado
do guarda roupa, quase escondido.
Passei a mão pela porta até chegar a maçaneta,
totalmente animado com a surpresa, e então abri.
-
É sério isso? – ela arqueou as sobrancelhas. – Quartos ligados e você queria
trazer a Caitlin, Bieber?
-
Você sempre foi o primeiro plano, só que a gente brigou e aí...
-
E aí você chamou a Caitlin?
-
Espera! – ri. – Isso é ciúmes? – ela fez uma cara de surpresa e eu ri ainda
mais. – Pela primeira vez eu vi Lua Houston com ciúmes! Que dia épico!
-
E desde quando você fala “épico”?
-
Qual o problema? – disse tentando segurar a risada. – Você fala “épico”.
-
Pois então, eu falo, você não.
-
Não foge do assunto, Houston!
A essa altura já tínhamos atravessado, e
estávamos parados no meu quarto próximo à porta de alvenaria.
-
Sempre tem a primeira vez – confessou fazendo careta.
E eu ria tanto que meu abdômen começou a doer,
minhas bochechas ardiam de dormência, se é que isso é possível. Me curvei pra
frente abraçando o barriga, ciúmes, Lua demonstrando ciúmes, e eu ria ainda
mais só de pensar nisso.
-
Justin! Para! – eu não conseguia. – Deixa de idiotice! Para de rir! – eu
realmente não conseguia! – Para! – foi um ultimato.
Não parei, estava me faltando ar, mas não
conseguia parar de rir. Achei que ela sairia do quarto batendo pé, ou a porta,
ou os dois, mas não foi isso que ela fez de primeira.
Quando a Lua parar de me surpreender bancando
a louca, já devo estar em um caixão.
Ela me empurrou para que eu ficasse mais ereto
e me jogou em direção a parede, agarrou minha camiseta me puxando pra frente e
me beijou de um jeito caloroso e furioso, sua língua passeava pela minha boca
com urgência, nossos lábios se pressionavam com extrema saudade, mordeu meu
lábio com força e puxou me causando uma dor excitante.
E então, fez o que melhor sabia fazer: Parou e
fugiu.
Saiu do quarto pela mesma porta que entrou a
batendo como imaginei que faria e me deixando com cara de idiota abismado, como
se fosse alguma novidade.
Dei um jeito de voltar a sanidade e fui atrás,
tentei abrir a porta que dividia um quarto do outro e adivinhem? Ela trancou!
Como se não bastasse todo o show, ela tranca a porta!
Bom, pelo menos parei de rir.
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Não sei alguém aí vai sentir saudades daqui a pouco tempo, quando eu postar o final. Mas, já terminei de escrever há um tempinho, e já tive crises de saudades. Mas vamos deixar esse papo mais para frente, né!?
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