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Vocês já namoraram antes – Joe soltou assim que apareci – o colar com o J, eu
tinha visto antes sim! Era dele...
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Joe...
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J de Justin. Não tinha comprado por mim, como imaginava. Era sempre ele! –
gritou a última parte. – Confessa! O tempo todo era ele! Sempre foi ele, não é?
Ficou comigo para que? Para o esquecer, não é? E quanto transava comigo Lua?
Era nele que estava pensando também? Fala! – ele gritou algumas partes.
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Era! – gritei de volta e o encarei. – Sempre foi ele, Joe. Você me tirou da
tristeza que eu sentia por ter me afastado dele, mas...
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Você o ama, sempre amou. Eu era um passatempo para você, algo para esquecer –
assenti relutante. – Alguma vez, alguma pequena vez, você se importou comigo
como se importou com ele? – Neguei, mais uma vez relutante.
Antes que algum de nós conseguisse falar mais
alguma coisa, meu pai abre a porta, seguido pela minha mãe, olha para nós dois,
pro Joe arfando com o rosto vermelho por todo sentimento que passava nele
agora, e uma área mais arroxeada onde Justin socou.
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O que aconteceu aqui?
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Pai! Graças a Deus! – abracei seu corpo, enterrando meu rosto no seu peito.
Confesso que tive vontade de chorar.
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Oi Sr. Houston.
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Oi garoto – meu pai respondeu ríspido.
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Srta. Houston – provavelmente ele mexeu a cabeça, assentido na direção dela.
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Olá Joe – minha mãe geralmente soa simpática, às vezes até demais, mas dessa
vez não foi bem isso que soou de sua voz.
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Ham... Lua disse que eu poderia ficar no quarto de hospedes, espero que vocês
não se importem.
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Não, tudo bem, mas acho melhor você subir agora – ele deve ter assentido, pois
ouvi passos na escada.
Meu pai acariciava as minhas costas, quando os
barulhos de passos cessaram, ele segurou meu ombro fazendo com que eu me
afastasse.
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O que aconteceu Lua? – ele me encarou nos olhos, o que nunca me intimidou, meu
pai sempre me olhava de um jeito confortante.
Sentei no sofá, achei que minhas pernas iam
fraquejar.
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Joe chegou e me viu conversando com o Justin na escada. Justin não aguentou o
ciúme e perdeu um pouquinho do controle, eles discutiram, até que mandei Justin
para casa e Joe entrar. Joe e eu conversámos, até que ele ficou querendo saber
o que existia entre Justin e eu... quando eu menos percebi, os dois estavam se
socando aqui na sala. Me menti no meio dos dois...
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Minha filha, você...
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Não, não mãe, ninguém me bateu. Sei lidar com Joe e com Justin também, mas...
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Mas... – meu pai sentou ao meu lado me incentivou a continuar.
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Tirei Justin daqui, Joe o machucaria de verdade se eu não fizesse isso...
praticamente o expulsei, e agora ele ta magoado comigo – me joguei no colo dele
e só percebi que estava chorando quando ouvi meu soluço alto mesmo estando abafado
pelo pano da calça. – O que eu fiz para merecer isso? Já não sofri o bastante?
– Resmunguei entre o choro. Levantei o rosto. – Estava tudo bem entre a gente,
as coisas com a gente ia se resolver de verdade, e então ele aparece – apontei
para cima – e estraga tudo! Agora Justin está com raiva de mim, e isso dói
tanto!
Papai não falou mais nada, só me abraçou, senti
o outro lado do sofá se afundar e os braços da minha mãe me envolver, e eu
fiquei ali nos braços dos dois, e o único som que se dava para ouvir era meus
soluços.
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